Hoje nas notícias: Passes nos táxis, IRS e restaurantes

  • ECO
  • 19 Novembro 2020

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A pandemia continua a fazer as manchetes dos jornais, com o Governo a estudar uma série de medidas que vão das novas restrições para os fins de semana prolongados de dezembro até aos passes que poderão ser usados nos táxis de Lisboa e Porto. Numa altura em que o Orçamento do Estado para 2021 também é um dos temas quentes, as contas do Governo apontam para uma fatura de mais de 1.000 milhões de euros com as medidas aprovadas à esquerda, enquanto a proposta dos socialistas de aumento do valor do mínimo de existência no IRS pode chegar a mais 20.000 cidadãos com baixos salários.

Passes de Lisboa e do Porto vão poder ser usados nos táxis

O Governo está a estudar a possibilidade de permitir aos cidadãos do Porto e de Lisboa usarem os passes dos transportes públicos os táxis. Estes passarão, assim, a ser assegurados como um complemento ao autocarro e ao metro, tendo o passageiro apenas de validar os cartões Andante ou Lisboa Viva. Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

Fronteiras concelhos fechadas nos dois fins de semana alargados

O estado de emergência deverá ser renovado por mais 15 dias a partir de 23 de novembro, pelo menos é esse o sinal que Marcelo Rebelo de Sousa tem estado a dar aos partidos. Assim, nesses dois fins de semanas — 28 e 29 de novembro e 5 e 6 de dezembro — o Governo está a pensar encerrar as fronteiras entre concelhos, estudando-se ainda a possibilidade de antecipar as férias de Natal. Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (link indisponível)

Restaurantes castigados com apoio limitado a 7.500 euros

Um pequeno café e um restaurante de dimensão média afetados pela pandemia vão receber ambos 7.500 euros de apoio no âmbito do programa Apoiar, mesmo que as quebras sejam muito distintas entre os dois casos. Simulações da EY mostram que um café ou pastelaria que faturava 100 mil euros por ano antes da pandemia e tenha sofrido uma quebra de 60% na faturação terá um apoio de 7.500 euros, o teto máximo para microempresas. Será o mesmo montante de apoio que receberá um restaurante médio que tenha um volume de negócios anual de 1,5 milhões e tenha visto a faturação cair 50% com a pandemia. Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

Medidas do OE acordadas com a esquerda valem mais de mil milhões

As medidas já acordadas com os partidos da esquerda no OE 2021, sobretudo com o PCP, valem mais de mil milhões de euros. A nova prestação social extraordinária para os trabalhadores mais desprotegidos é a mais pesada das medidas: começou por representar uma despesa de 450 milhões, mas a fatura subiu para 633 milhões para tornar este apoio mais abrangente. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Isenção de IRS pode chegar a mais 20 mil cidadãos com baixos salários

Numa das propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2021, o PS defende o aumento do valor do mínimo de existência no IRS em 100 euros. A ser aprovada, esta medida vai permitir que mais 20.000 trabalhadores de baixos salários passem a estar total ou parcialmente isentos deste imposto, segundo cálculos do Governo. Iniciativa deverá mesmo ser aprovada, dado que PCP e Bloco de Esquerda afirmam que não colocarão entraves. Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

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Regime fiscal do programa “Regressar” abrange 757 pessoas em 2019

  • Lusa
  • 19 Novembro 2020

“Regressar” consiste num benefício fiscal que permite que os contribuintes que tenham regressado a Portugal em 2019 ou o façam em 2020 paguem IRS sobre apenas 50% dos rendimentos.

O regime especial de tributação do programa “Regressar”, dirigido a ex-residentes que regressaram a Portugal ao longo de 2019, abrangeu 757 contribuintes naquele ano.

Este número foi avançado por fonte oficial do Ministério das Finanças à Lusa, que precisou que o mesmo se refere somente a 2019, “uma vez que apenas com a entrega das declarações de IRS é que é exercida a opção pelo regime”.

Desta forma, indicou a mesma fonte oficial, apenas no final da campanha do IRS de 2021 será possível “apurar o número de beneficiários de 2020”.

Criado com o Orçamento do Estado para 2019, o programa “Regressar” consiste num benefício fiscal que permite que os contribuintes que tenham regressado a Portugal em 2019 ou o façam em 2020 e não tenham sido cá residentes nos três anos anteriores, paguem IRS sobre 50% dos rendimentos durante um período que pode ir, no máximo, até cinco anos.

As datas de saída e de regresso ao país e a sua conjugação com a morada fiscal são para Luís Leon, da consultora Deloitte, um dos motivos que pode explicar o facto de menos de mil pessoas terem acedido ao regime em 2019.

“Muitas pessoas até podiam ter acesso ao regime, mas não tiveram porque não mudaram a morada no cartão do cidadão”, refere Luís Leon, lembrando que a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) assume de forma automática como morada fiscal a que consta do Cartão do Cidadão (CC).

Desta forma, quem deixe Portugal para ir trabalhar para outro país mas não mude a morada que consta no seu cartão do cidadão, acaba por ter sido sempre residente fiscal em Portugal aos olhos da AT. Provar que assim não foi, acentua o fiscalista, é um processo burocrático e que “não é fácil”.

Além deste aspeto, Luís Leon duvida que para a maioria das pessoas que saíram do país, a perspetiva de pagar IRS sobre 50% do rendimento compense face ao rendimento que auferirão no estrangeiro.

A aplicação do IRS sobre 50% do rendimento é calculada no momento da liquidação anual do imposto, com a entrega da declaração, ainda que possa ter reflexo antes desta obrigação declarativa, através da retenção na fonte.

É que as regras que enquadram o regime permitem que possa começar a ser aplicado com as retenções na fonte – devendo as entidades empregadoras aplicar a taxa prevista na tabela de retenção a apenas metade dos rendimentos.

Além da data do regresso ter de ocorrer em 2019 ou 2020, é necessário cumprir outras condições para se poder beneficiar desta redução do IRS, nomeadamente ter sido residente fiscal em território português antes de 31 de dezembro de 2015, ter a situação tributária regularizada em cada um dos anos em que seja aplicável o regime de benefício fiscal e não ter solicitado a inscrição como residente não habitual (RNH).

Este benefício fiscal é de caráter automático (não dependendo de reconhecimento prévio), tendo apenas os contribuintes de indicar, na sua declaração anual do IRS, que pretendem ser abrangidos.

Na semana passada, a secretária de Estado das Comunidades Portuguesas referiu que o programa “Regressar” vai ser reavaliado e prolongado até 2023.

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Vacina de Oxford mostra segurança e eficácia em pessoas mais velhas

  • Lusa
  • 19 Novembro 2020

Estudo diz que a vacina revelou alcançar imunidade em adultos saudáveis com 56 anos ou mais semelhantes aos demonstrados em pessoas com idades entre os 18 e os 55 anos.

A vacina que está a ser desenvolvida pela universidade de Oxford mostra ser segura e provocar uma resposta imunitária em pessoas mais idosas, segundo um estudo divulgado pela revista científica Lancet.

De acordo com os resultados preliminares da segunda fase de testes clínicos hoje publicados, “a vacina britânica contra o SARS-CoV-2 mostra resultados de segurança e imunidade em adultos saudáveis com 56 anos ou mais semelhantes aos demonstrados em pessoas com idades entre os 18 e os 55 anos”.

O estudo incluiu 560 pessoas saudáveis, 240 das quais com mais de 70 anos e os resultados indicam que a vacina de Oxford “é mais bem tolerada em pessoas mais velhas comparada com adultos jovens” e produz uma resposta imunitária semelhante em todas as classes etárias.

A vacina provocou “poucos efeitos secundários e induziu respostas imunitárias quer ao nível das células T do sistema imunitário quer na criação de anticorpos”.

Os investigadores consideram que os resultados “podem ser encorajadores se as reações deste estudo” forem acompanhadas de proteção contra a infeção pelo SARS-CoV-2, o coronavírus que provoca a doença covid-19, o que só poderá ser confirmado pelos ensaios clínicos da terceira fase de desenvolvimento da vacina, que já decorrem e incluem pessoas ainda mais velhas e com outras doenças.

“As respostas imunitárias das vacinas são por vezes diminuídas em pessoas mais velhas porque o sistema imunitário vai-se deteriorando com a idade, o que as deixa mais suscetíveis a infeções, por isso é crucial que as vacinas para a covid-19 sejam testadas neste grupo, que também é um dos prioritários para vacinação”; afirmou o principal autor do estudo, Andrew Pollard, da universidade de Oxford.

Este estudo é a quinta avaliação de estudos clínicos de uma vacina contra o novo coronavírus testada em faixas mais idosas da população.

As reações adversas verificadas foram consideradas ligeiras, as mais comuns foram dor no local da inoculação, fadiga, dores de cabeça, febre e dores musculares. Houve reações adversas graves em treze dos voluntários nos seis meses subsequentes à vacinação, nenhuma das quais foi relacionada com a vacina.

A investigadora Sarah Gilbert afirmou que o estudo dá algumas respostas sobre a proteção de pessoas mais velhas, mas que ainda há dúvidas “sobre a eficácia e a duração da proteção”, que terão que ser confirmadas “em pessoas mais velhas com doenças pré-existentes”.

Os autores apontam algumas limitações na amostra do estudo, cujos participantes mais velhos tinham uma idade média de 73-74 anos e eram relativamente saudáveis, por isso podem não ser representativos da generalidade da população mais idosa.

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80% dos concelhos de risco elevado são do Norte. Veja o mapa

Se o país for dividido em escalões de risco de Covid-19, a esmagadora maioria dos concelhos com restrições mais apertadas poderão localizar-se a Norte do país.

Os concelhos do Norte do país ocupam quase 80% da lista de municípios que poderão fazer parte do escalão de maior risco de infeção por Covid-19, aqueles que terão as medidas de controlo mais apertadas numa eventual renovação do estado de emergência. Esta região ocupa também praticamente metade da lista de municípios no escalão intermédio.

Na terça-feira, à saída de uma reunião com o Presidente da República, José Luís Ferreira, deputado do PEV, revelou que o Governo está a estudar dividir o país em três escalões, adaptando as medidas de controlo da pandemia consoante o risco de contágio pelo novo coronavírus. Já esta quarta-feira, com base nos últimos dados, o ECO publicou listas provisórias com os concelhos que preenchem os requisitos, nos termos revelados pelo deputado:

  • No escalão das restrições mais apertadas poderão entrar os concelhos com mais de 960 casos por 100 mil habitantes;
  • no escalão intermédio poderão entrar os que tenham entre 480 e 960;
  • e o escalão mais baixo deverá contemplar aqueles municípios em que a incidência se cifre entre 240 e 480 casos.

Ora, com base na análise dos dados da Direção-Geral da Saúde (DGS), quase 80% dos concelhos na lista daqueles que poderão ser sujeitos a restrições mais apertadas são no Norte do país: concretamente, 22 de 28 concelhos que preenchem os requisitos para serem sujeitados a regras mais rígidas de combate à pandemia.

No caso do escalão intermédio, quase metade são também no Norte, mais concretamente 33 nesta região de um total de 62 concelhos que preencherão o critério indicado por José Luís Ferreira. Oito são em Lisboa e Vale do Tejo, 12 são no Centro e nove são no Alentejo.

Mapas dos concelhos no escalão mais alto (a vermelho) e no escalão intermédio (a laranja):

Com base no critério indicado pelo deputado José Luís Ferreira (PEV).

Há ainda um total de 98 concelhos num terceiro escalão de risco, e 120 concelhos que poderão ficar livres de entrar neste sistema de escalões.

Este facto mostra a gravidade da pandemia no Norte do país, região que tem vindo a reportar a maioria dos novos casos de Covid-19 em Portugal. No último boletim da DGS, foram detetados 2.941 novos casos no Norte, contra 812 novos casos em Lisboa e Vale do Tejo, a segunda região mais afetada.

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Apple paga 95 milhões de euros para resolver caso dos iPhones lentos

  • Lusa
  • 19 Novembro 2020

Empresa pediu desculpa por tornar mais lentos os iPhones e concordou em substituir as baterias a um preço com desconto acentuado.

A Apple vai pagar 113 milhões de dólares (95 milhões de euros) para resolver a acusação de ter deliberadamente tornado mais lentos os iPhones mais antigos para ajudar a prolongar a vida útil das suas baterias.

O anúncio foi feito pela empresa, que também informou sobre a intenção de reduzir as suas comissões de loja de aplicações para metade para a maioria dos criadores a partir do próximo ano, quando se intensifica o debate se o fabricante do iPhone tem estado a usar as taxas para aumentar injustamente os seus lucros e asfixiar rivais que competem contra a sua própria música, vídeo, e outros serviços de subscrição.

A Apple reconheceu que uma atualização de ´software` lançada em 2017 prejudicou o desempenho de iPhones mais antigos.

O pagamento segue-se a um acordo anterior que exigia que a Apple pagasse até 500 milhões de dólares para resolver uma ação judicial de classe intentada na Califórnia, por mais de 30 Estados.

A Apple defendeu-se dizendo ter sido uma forma de evitar a inutilização involuntária dos iPhones mais antigos à medida que as suas baterias se deterioravam, mas os críticos afirmaram que a empresa o fez para ajudar a incentivar mais consumidores a comprar modelos mais recentes.

A empresa pediu desculpa por tornar mais lentos os iPhones e concordou em substituir as baterias a um preço com desconto acentuado. A Apple, no entanto, nunca reconheceu qualquer infração.

Também hoje a empresa tecnológica anunciou que vai baixar as comissões da Apple para subscrições em aplicações e outras compras da taxa de 30% que tem estado em vigor desde 2008 para 15%, a partir de 1 de janeiro.

O desconto só se aplicará aos criadores com receitas de loja de aplicações até um milhão de dólares anuais, limiar que exclui os criadores de algumas das aplicações mais populares descarregadas em iPhones, iPads e outros dispositivos Apple.

Este grupo inclui dois dos mais ferozes críticos da Apple, o serviço de streaming de música Spotify, e Epic, o criador do popular jogo de vídeo Fortnite.

Cerca de 98% dos criadores de aplicações geram anualmente menos de 1 milhão de dólares (840 mil euros) em receitas, de acordo com a empresa de análise móvel SensorTower, e contribuem apenas cerca de 5% para as receitas das lojas de aplicações da Apple.

As comissões das lojas de aplicações alimentam a divisão de serviços da Apple, que viu as suas receitas subirem 16% para quase 54 mil milhões de dólares durante o último ano fiscal da empresa, que terminou em setembro. Apenas as vendas do iPhone geram mais receitas para a Apple do que os serviços.

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5 coisas que vão marcar o dia

Serão conhecidos dados sobre o endividamento da economia e sobre as aplicações dos portugueses nos produtos de poupança do Estado. Altice, Cofina e Altri apresentam resultados.

Esta quinta-feira serão conhecidos dados do Banco do Portugal sobre o endividamento da economia, bem como sobre a evolução das aplicações dos portugueses nos produtos de poupança do Estado. O dia será também marcado pela apresentação de resultados de várias empresas, nomeadamente da Altice, Altri e Cofina. Há ainda o regresso das reuniões no Infarmed.

Como evoluiu o endividamento da economia?

O Banco de Portugal dá a conhecer aquela que foi a evolução do endividamento da economia, excluindo o setor financeiro, no mês de setembro. Os últimos dados disponíveis, relativos a agosto, mostraram que o endividamento da economia portuguesa (empresas, cidadãos e Estado) subiu 1,7 mil milhões de euros em agosto, face a julho, fixando-se nos 736,6 mil milhões de euros, acima do recorde alcançando em maio de 735,8 mil milhões de euros.

Certificados de Aforro continuam a atrair poupanças?

O Banco de Portugal divulga também o Boletim estatístico, onde será possível verificar a evolução das aplicações dos portugueses nos produtos de poupança do Estado. Em setembro, o investimento em certificados aumentou 124 milhões de euros, sendo o oitavo mês consecutivo em que tanto os Certificados do Tesouro como os Certificados de Aforro “engordaram”.

Altice apresenta resultados

A Altice Portugal vai apresentar resultados esta quinta-feira. Até março, a empresa de telecomunicações liderada por Alexandre Fonseca registou um crescimento nas receitas de 2,6%, para 522,3 milhões de euros, apesar dos efeitos da pandemia. Já o EBITDA ajustado cresceu 1,8% face ao trimestre homólogo.

Altri e Ramada revelam contas

Continua a época de resultados das empresas portuguesas. Chega esta quinta-feira a vez da Altri, cotada no índice de referência na bolsa nacional (PSI-20), divulgar os resultados até setembro. A produtora de pasta de papel registou, no primeiro semestre, um resultado líquido de 67,9 milhões de euros, ou seja um recuo homólogo de 8,1%. Para além disso, também a Ramada Investimentos vai revelar as contas do terceiro trimestre do ano.

Reunião do Infarmed faz ponto de situação da pandemia

Regressam esta quinta-feira as reuniões das figuras políticas com especialistas de saúde sobre a situação da pandemia no país, que ficaram conhecidas como as “reuniões do Infarmed”. No centro da discussão deste encontro estarão temas como a eventual prorrogação do estado de emergência, um balanço das medidas tomadas até agora e a evolução da Covid-19 no país.

Correção: Uma versão anterior indicava que a Cofina iria apresentar resultados trimestrais esta quinta-feira. Apenas a Altri e a Ramada divulgaram as contas como estava indicado. Aos leitores e visados, as nossas desculpas.

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Finanças acusam PSD de querer abrir buraco de 2,2 mil milhões no Orçamento

A dois dias do início da votação na especialidade do Orçamento, o Ministério das Finanças teme uma “aprovação descontrolada” de medidas. Calcula que propostas do PSD abram buraco de 2,2 mil milhões.

O ministro de Estado e das Finanças, João Leão, durante o debate de discussão na generalidade do Orçamento do Estado para 2021.TIAGO PETINGA/LUSA

Quando o ministro João Leão se apercebeu que os deputados tinham feito 1.543 propostas para alterar o Orçamento do Estado para 2021, um número recorde, os alarmes começaram a soar no Terreiro do Paço.

Fonte do Ministério das Finanças explicou ao ECO que João Leão teme que o PSD se junte aos outros partidos da oposição e consiga uma “aprovação descontrolada” de medidas com impacto negativo no défice e no Orçamento para 2021. São as chamadas maiorias negativas (quando os partidos da oposição se juntam para formar uma maioria que aprova uma proposta à revelia da vontade do Governo ou do partido que o apoia).

Este tema é sensível do ponto de vista financeiro e político, sobretudo porque a coesão da geringonça já teve melhores dias — o PCP votou contra o Orçamento Suplementar para este ano na votação final global e o Bloco de Esquerda também votou contra o Orçamento para 2021 na votação na generalidade. A votação final global está agendada para o próximo dia 26.

O Ministério das Finanças, segundo apurou o ECO, já fez as contas às 91 propostas que o PSD apresentou para alterar o Orçamento e chegou à conclusão que representam um aumento da despesa de cerca de 700 milhões de euros. Das 91 propostas do PSD com maior impacto nas contas públicas, o Ministério das Finanças destaca duas, com a agravante de terem um efeito permanente na despesa:

  1. A proposta de redução em 50% das portagens das autoestradas do interior e do Algarve que poderá ter, nas contas das Finanças, um impacto de 100 milhões de euros/ano ou mil milhões de euros ao longo do período das concessões;
  2. E um conjunto de outras propostas na área da Administração Pública, nomeadamente nos suplementos e nas carreiras, que, de acordo com os cálculos das Finanças, pode levar a um incremento da despesa permanente potencial em cerca 200 milhões de euros/ano. Neste bolo, as Finanças incluem os subsídios de risco para profissionais de segurança, a revisão da lei orgânica do Pessoal do SEF e a revisão do estatuto funcionários judiciais.

Do lado da receita, as Finanças calculam que a proposta do PSD de diferimento do Pagamento Especial por Conta (PEC) de IRC poderá impactar negativamente no Orçamento entre 1,5 a 3 mil milhões de euros. Com a agravante, defendem, que a proposta social-democrata não discrimina as empresas, ou seja, dá a benesse do adiamento às empresas quer estejam ou não em dificuldades.

Juntando a despesa extra de 700 milhões euros e a perda efetiva de receita no cenário mais conservador com o PEC (1,5 mil milhões), as propostas do PSD abririam um buraco nas contas públicas de, pelo menos, 2,2 mil milhões de euros se fossem todas aprovadas. No gabinete de João Leão, fala-se em contradição e recorda-se as palavras de Rui Rio que, quando anunciou o voto contra o OE na generalidade, fez questão de recordar a fábula da Cigarra e da Formiga, para dizer que este Orçamento “distribui o que tem e o que não tem”.

No Ministério das Finanças aponta-se também o dedo a Afonso Oliveira, vice-presidente da bancada do PSD, que quando apresentou as 91 propostas dos social-democratas para mudar o Orçamento afirmou que o impacto orçamental das propostas do partido “têm um valor residual e que não será tema que mereça discussão”.

O ECO confrontou o deputado Afonso Oliveira com as contas feitas no Terreiro do Paço, e o vice-presidente da bancada laranja refuta a matemática do Ministério das Finanças e descarta maiorias negativas que desequilibrem as contas públicas.

Em declarações ao ECO, Afonso Oliveira afirma que do lado dos social-democratas “não haverá maiorias que ponham em causa a sustentabilidade das contas públicas. Não haverá nunca do lado do PSD”. O vice-presidente da banca do PSD diz que o partido “vai analisar as propostas pelo mérito e pela valia que têm para as pessoas”.

Afonso Oliveira, deputado do PSD, em entrevista ao ECO - 29JUN20
O deputado do PSD Afonso Oliveira descarta maiorias “que ponham em causa a sustentabilidade das contas públicas”Hugo Amaral/ECO

Sobre a proposta de redução em 50% das portagens das autoestradas, Afonso Oliveira recorda que a baixa é para vigorar no segundo semestre do próximo ano, como uma forma de compensar o Interior e o Algarve que não foram tão beneficiados com o PART (Programa de Apoio à Redução Tarifária nos Transportes Públicos).

E lembra que a proposta do PSD, se for aprovada, também autoriza o Governo a renegociar o contrato e o prazo das concessões: “Se alargar o prazo [das concessões], qual é o impacto que terá no Orçamento? Não tem impacto orçamental, o Governo pode alargar o prazo, essa negociação compete ao Governo”.

Em relação às restantes propostas de alteração, Afonso Oliveira reitera que “os valores são baixos, residuais” e acusa ainda o Governo de ter um discurso “sem credibilidade”. “Querem colocar o foco no PSD quando devem colocar o foco na geringonça”, remata.

Todos os anos, por esta altura da discussão do Orçamento, os ministros das Finanças fazem sempre questão de tentar travar as chamadas maiorias negativas que façam aumentar a despesa ou baixar as receitas. No Orçamento para 2020, Mário Centeno, o então ministro das Finanças, deixou este recado aos partidos da oposição: “Uns pretendem mais despesa, outros propagandeiam menos impostos, e alguns propõem ainda as duas coisas ao mesmo tempo. Todos apostam no crescimento. Como se o Orçamento fosse uma casa de apostas”.

António Mendonça Mendes, secretário de Estado das Finanças, e já a propósito deste Orçamento, também disse em entrevista ao jornal Público que todos “têm de ter a consciência que o OE não é uma feira de Natal. O mais fácil seria aprovar medidas, o que é mais difícil depois é que essas medidas se possam prolongar no tempo e é esse sentido de responsabilidade que tenho a certeza que todos os partidos terão”.

Do Terreiro do Paço, repetem-se os apelos à responsabilidade da oposição, sobretudo do PSD, para não colocar em causa, alegam as Finanças, a estabilidade e o interesse do país.

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“Não haverá maiorias negativas com o PSD que ponham em causa as contas públicas”

O vice-presidente da bancada do PSD, Afonso Oliveira, garante ao ECO que o partido não vai alinhar em maiorias negativas no Orçamento que façam perigar o equilíbrio das contas públicas.

Afonso Oliveira, deputado do PSD, em entrevista ao ECO - 29JUN20

A dois dias do início da votação na especialidade do Orçamento do Estado para 2021, o Ministério das Finanças teme as maiorias negativas e uma “aprovação descontrolada” de medidas, e calcula que as propostas de alteração do PSD, se fossem todas aprovadas, abririam um buraco de pelo menos 2,2 mil milhões de euros no Orçamento.

Em declarações ao ECO, Afonso Oliveira responde ao Governo e deixa um aviso de navegação ao PCP e ao Bloco de Esquerda. O responsável afirma que do lado social-democrata “não haverá maiorias que ponham em causa a sustentabilidade das contas públicas. Não haverá nunca do lado do PSD”. O vice-presidente da bancada do PSD afirma ainda que o partido “vai analisar as propostas pelo mérito e pela valia que têm para as pessoas”.

Afonso Oliveira discorda até do uso da expressão “maioria negativa”, já que “quando houver uma decisão de uma maioria contrária [à vontade do Governo] será uma maioria positiva” se melhorar a vida dos portugueses. Mas sempre com este travão “muito responsável” à mão para não desequilibrar o Orçamento.

O deputado Afonso Oliveira refuta as contas e recorda o que aconteceu no Orçamento do Estado para 2020 em que o PSD inviabilizou uma maioria negativa que se estava a formar na Assembleia da República sobre a baixa do IVA da luz, “por falta de contrapartidas” que compensassem a perda de receita.

O Ministério das Finanças, segundo apurou o ECO, fez as contas às 91 propostas que o PSD apresentou para alterar o Orçamento e chegou à conclusão que representam uma perda de receita entre 1,5 a 3 mil milhões de euros por causa do diferimento do Pagamento Especial por Conta de IRC e um aumento da despesa de cerca de 700 milhões de euros.

Das 91 propostas do PSD com maior impacto na despesa, o Ministério das Finanças destaca duas:

  1. A proposta de redução em 50% das portagens das autoestradas do interior e do Algarve que poderá ter, nas contas das Finanças, um impacto de 100 milhões de euros/ano ou mil milhões ao longo do período das concessões;
  2. E um conjunto de outras propostas na área da Administração Pública, nomeadamente nos suplementos e nas carreiras, que, de acordo com os cálculos das Finanças, pode levar a um incremento da despesa permanente potencial em cerca 200 milhões de euros/ano. Neste bolo, as Finanças incluem os subsídios de risco para profissionais de segurança; a revisão da lei orgânica do Pessoal do SEF; e a revisão do estatuto dos funcionários judiciais.

Confrontado com estes números, Afonso Oliveira refuta-os e diz ser “inacreditável” a aritmética do Governo, recordado que em fevereiro, no Orçamento para 2020, também Mário Centeno dizia que as propostas do PSD aumentavam o défice em cerca de dois mil milhões de euros, número que não veio a confirmar-se.

Sobre a proposta de redução em 50% das portagens das autoestradas, Afonso Oliveira recorda que a baixa é para vigorar no segundo semestre do próximo ano, como uma forma de compensar o Interior e o Algarve que não foram tão beneficiados com o PART (Programa de Apoio à Redução Tarifária nos Transportes Públicos).

E lembra que a proposta do PSD, se for aprovada, também autoriza o Governo a renegociar o contrato e o prazo das concessões: “Se alargar o prazo, qual é o impacto que terá no Orçamento? Não tem impacto orçamental, o Governo pode alargar o prazo, essa negociação compete ao Governo”.

Em relação às restantes propostas de alterações, Afonso Oliveira reitera que “os valores são baixos, residuais”, e acusa ainda o Governo de ter um discurso “sem credibilidade”. “Querem colocar o foco no PSD quando devem colocar o foco na geringonça”, remata.

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Propostas do PS “trazem pequenas melhorias”. BE insiste em condição de recursos “mais generosa” no novo apoio social

O Bloco de Esquerda reconhece que as propostas de alteração do PS trazem melhorias ao desenho do novo apoio social, mas salienta que ainda há "lacunas" sem respostas satisfatórias.

O Bloco de Esquerda salienta que há “lacunas” no novo apoio social previsto no Orçamento do Estado que continuam sem “respostas satisfatórias”, ainda que reconheça que as alterações propostas pelos socialistas melhoram o desenho dessa prestação. Em declarações ao ECO, o bloquista José Soeiro insiste na necessidade de uma condição de recursos “mais generosa”, que permita alargar o universo de beneficiários da nova medida e reforçar o seu valor. Caso contrário, milhares de trabalhadores que, em 2020, receberam ajudas extraordinárias arriscam a ficar desprotegidos em 2021, antecipa o deputado.

A proposta de Orçamento do Estado entregue, em outubro, no Parlamento pelo Governo, prevê a criação de um novo apoio extraordinário ao rendimento dos trabalhadores, entre 50 euros e 501,26 euros, para os portugueses que percam o subsídio de desemprego em 2021, fiquem sem trabalho e não tenham acesso a proteção social, ou registem quebras significativas dos seus rendimentos.

Este apoio traduz uma das principais reivindicações dos bloquistas, nas negociações do Orçamento do Estado, mas o partido de Catarina Martins ficou “surpreendido” ao ver o desenho escolhido pelo Governo, já que revê em baixa os apoios extraordinários disponibilizados em 2020. Do Bloco de Esquerda saíram, portanto, duras críticas a esta prestação, nomeadamente no que diz respeito ao valor do apoio, à sua duração e à condição de recursos imposta no acesso a esta ajuda.

Entretanto, os socialistas entregaram uma proposta de alteração ao Orçamento do Estado que “procura responder a lacunas evidentes”, considera o bloquista José Soeiro, ainda que não consiga dar uma resposta “cabal e satisfatória” a certas questões, salienta o mesmo. Para os bloquistas, as mudanças sugeridas pelo PS são, por isso, apenas “pequenas melhorias”, havendo ainda milhares de trabalhadores que receberam apoios extraordinários em 2020 e que arriscam ficar desprotegidos em 2021.

No que diz respeito aos trabalhadores cujo subsídio de desemprego cessará a partir de janeiro de 2021, o Bloco de Esquerda preferia ver o período de concessão dessa prestação prolongado, ao invés de fazer abranger esses portugueses pelo novo apoio social, como definiu o Governo, na proposta de Orçamento do Estado. “O Governo opta por encaminhar [esses trabalhadores] para um apoio extraordinário que é mais frágil“, salienta José Soeiro. Ainda assim, o deputado diz que “é evidente” que é melhor ter a solução proposta pelo Executivo do que o vazio da desproteção ao qual seriam votados esses portugueses.

No que diz respeito aos trabalhadores independentes, o Bloco de Esquerda frisa que muitos dos que receberam o apoio extraordinário à redução da atividade em 2020 ficarão agora sem acesso à nova prestação, uma vez que não cumprem a condição de recursos (requisito que não foi imposto na medida lançada este ano).

Um dos pontos que os socialistas propuseram alterar prende-se, precisamente, com os chamados “recibos verdes”. Em causa está a não aplicação, por seis meses, da condição de recursos no caso dos trabalhadores (por conta de outrem ou independentes) que percam o subsídio de desemprego e dos trabalhadores independentes e sócios-gerentes “cujas atividades se encontrem sujeitas ao dever de encerramento por determinação legislativa ou administrativa de fonte governamental, no âmbito da pandemia da doença Covid-19″.

José Soeiro lembra, contudo, que são muito poucas as atividades que hoje estão encerradas por imposição legal (como os bares e discotecas), o que significa que a flexibilização proposta pelo PS terá pouco alcance.

O bloquista esclarece, por outro lado, que não defende sequer a inexistência de uma condição de recursos no acesso a este apoio, mas a aplicação de uma que seja mais generosa, já que a atual é “muitíssimo apertada”. Este tem sido, de resto, um “dos grandes pontos de tensão e discordância” entre o Governo e o Bloco de Esquerda, na negociação deste novo apoio social, revela Soeiro.

O Bloco de Esquerda insiste, assim, em mexer na condição de recursos para alargar o universo de beneficiários da nova prestação e melhorar o valor do apoio, notando que, caso contrário, em 2021 milhares de portugueses ficarão desprotegidos.

Também a duração do apoio extraordinário ao rendimento dos trabalhadores é um ponto de divergência entre os bloquistas e o Executivo de António Costa.

Originalmente, o Governo tinha definido que só os portugueses cuja prestação de proteção no desemprego cessasse teriam esta ajuda por 12 meses. Aos demais, era assegurado apoio por seis meses, seguidos ou interpolados.

Entretanto, na proposta de alteração apresentada pelo PS, sugere-se que também aqueles que percam o emprego e não tenham acesso a proteção social tenham direito ao apoio durante a totalidade de 2021, mantendo-se os seis meses, seguidos ou interpolados, para os demais.

Para o Bloco de Esquerda, “é complicado” aceitar que alguns trabalhadores só venham a ter proteção durante seis meses, já que se adivinha que 2021 será um ano “particularmente difícil”.

E também a solução encontrada pelo PS e pelo Governo para os trabalhadores informais não agrada os bloquistas. Na proposta original, o Executivo previa prolongar o apoio atualmente em vigor para essas situações, mas entretanto os socialistas sugeriram incluir também esses portugueses no novo apoio social, exigindo em troca um “período de fidelização” de 30 meses, finda a prestação, à Segurança Social.

Esse período de vinculação obrigatório também foi exigido nos apoios lançados em 2020 para os trabalhadores informais, cuja adesão foi muito fraca, salienta José Soeiro. Daí que o Bloco de Esquerda considere que o desenho escolhido para 2021 não irá, mais uma vez, chegar a muitas pessoas. “O apoio é um empréstimo“, frisa Soeiro, referindo que o Governo escolheu repetir um formato “que mostrou que não é eficaz”.

A bloquista Catarina Martins frisou, esta quarta-feira, que o Governo está demasiado otimista em relação ao ritmo de recuperação da economia e salientou que é preciso um reforço das medidas de apoio ao emprego, particularmente no que diz respeito aos trabalhadores precários e aos mais jovens.

Sobre a votação do Orçamento do Estado, a bloquista não descartou votar favoravelmente, mas disse que para isso é preciso que o PS acompanhe as propostas do seu partido. O Bloco de Esquerda diz-se, assim, disponível para conversar, mas espera que sejam o Governo e o PS a darem o primeiro passo.

Entretanto, o PS indicou que para esta quinta-feira estão marcadas novas reuniões com os partidos. “Por iniciativa do Governo, haverá de novo diálogo com os partidos, nomeadamente com o BE, tendo em vista em garantir a confirmação da disponibilização negocial da parte do Governo“, disse o socialista José Luís Carneiro, referindo que este encontro serve para fazer as aproximações ainda possíveis.

O deputado atirou, contudo: “O diálogo e negociação não podem ser um finca-pé. Olhamos para as propostas que o BE apresentou e dá ideia que estamos no princípio do exercício orçamental. Já não estamos propriamente no início. Estamos a concluir o processo de discussão na especialidade”.

O Orçamento do Estado para 2021 começará a ver discutido e votado na especialidade esta sexta-feira, estando marcada para o próximo dia 26 a votação final global. A aprovação do documento em causa ainda não está garantida, já que os partidos que a viabilizaram na generalidade (PCP, PAN, PEV e as duas deputadas não inscritas) deixaram claro que teria de haver avanços na especialidade para repetirem a posição que permitiu à proposta do Governo seguir em frente.

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Google vai ter serviço para abrir contas bancárias em 2021

  • Lusa
  • 19 Novembro 2020

Tecnológica norte-americana pretende “fazer dinheiro de uma maneira simples, segura e útil”.

A Google anunciou que vai ser possível abrir, em 2021, uma conta à ordem através da Google Pay, na mesma altura em que a empresa está a ser acusada de concorrência desleal pelo Governo dos Estado Unidos.

O serviço financeiro Google Pay, cuja versão mais recente está disponível a partir desta quinta-feira nos Estados Unidos da América (EUA), permite efetuar várias operações, mas a possibilidade de abrir uma conta à ordem, por exemplo, apenas vai estar disponível no próximo ano, dá conta um comunicado da gigante tecnológica norte-americana.

A opção “pagar” da app vai permitir fazer pagamentos ou transferências imediatas para os contactos, à semelhança de outras aplicações para smartphone, como, por exemplo, o MB Way, em Portugal.

Já a opção “explorar” vai ser utilizada para fornecer promoções aos utilizadores de outros serviços da Google, enquanto a “insights” (“conhecimento”, em português) permite consultar as finanças pessoais de um modo geral.

A tecnológica norte-americana pretende “fazer dinheiro de uma maneira simples, segura e útil”, acrescenta a nota, citada pela agência France-Presse (AFP).

A ‘carteira digital’ está disponível desde 2018 e já é utilizada por mais de 150 milhões de pessoas em 30 países.

O The Wall Street Journal indicou que a Google estabeleceu uma parceria com o banco norte-americano Citibank e uma cooperativa de crédito da Universidade de Stanford.

O anúncio ocorre na mesma altura em que as autoridades norte-americanas anunciaram o processo contra a Google por possíveis abusos de posição dominante.

O Departamento da Justiça lançou uma ação legal contra a empresa em outubro, baseando a acusação no modelo de negócios da empresa.

Washington acusa a tecnológica de Silicon Valley de violar as leis da concorrência e de reforçar o monopólio das pesquisas na ‘web’ e de publicidade de forma ilegal, através dos vários serviços que fornece, como, por exemplo, o Gmail, o Maps, entre outras.

À semelhança da Google, também o Facebook, a Apple e a Amazon investiram em serviços financeiros.

A rede social cofundada por Mark Zuckerberg, por exemplo, lançou no ano passado o Facebook Pay, que permite pagar produtos adquiridos diretamente através do Facebook ou no Instagram, ou até pedir e enviar dinheiro através do Messenger.

Contudo, todos estes serviços estão a gerar preocupação dentro de vários grupos de ativismo, que receiam a recolha ilícita de dados dos utilizadores.

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Empresas da bolsa tinham “medo” de AG remotas, mas o balanço é positivo

Obrigadas pela pandemia a relacionaram-se com os acionistas de forma digital, as exigências técnicas e custos lançaram receios nas empresas da bolsa de Lisboa. No entanto, a experiência é positiva.

A pandemia obrigou as empresas cotadas a relacionarem-se de forma mais distante com os acionistas. Os custos e as exigências técnicas causaram receios, mas a experiência está a ser positiva, de acordo com o balanço feito pela equipa responsável pelo Relatório Anual de Monitorização do Código de Governo das Sociedades.

A implementação de meios adequados para a participação dos acionistas nas assembleias gerais por meios telemáticos era já um dos pontos do código de governo das sociedades do Instituto Português de Corporate Governance (IPCG). No ano passado, 78% das empresas da bolsa portuguesa já acolhiam esta norma, acima dos 69% registados em 2018. Considerando apenas o PSI-20, a subida foi de 79% para 89%.

No entanto, a elevada percentagem não significa que todos estivessem prontos para as exigências da pandemia já que sendo este um regulamento regido por comply or explain, empresas que tenham razões para não cumprir são incluídas no grupo que acolhe as regras. Aliás, do trabalho de acompanhamento, a perceção que fica é exatamente que havia uma preparação limitada para responder às obrigações de realizar assembleias gerais à distância como recomendou a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

“Nos resultados do relatório ainda não há reflexo da pandemia, mas os vários emitentes já sinalizaram as assembleias gerais”, diz Rui Dias, um dos autores do relatório, ao ECO. “Todos os secretários da sociedades tinham muito medo. Havia receios sobre todo um quadro novo”, conta, apontando para questões técnicas e também aos custos.

A pandemia chegou quando as cotadas se preparavam para fechar contas e realizar as assembleias gerais anuais. Levou as empresas a adaptarem os negócios, recuarem nos dividendos e adotarem meios digitais remotos para contactar com os investidores. Meses depois, “o feedback é que funcionou bem”, explica Rui Dias. “A experiência foi positiva e penso que haverá empresas a manter, mas é difícil antever porque também há quem diga que prefere não o fazer”.

33 emitentes adotam código. Cumprimento sobe para 80%

As conversas com os emitentes sobre o impacto da pandemia aconteceram no âmbito da monitorização anual do Código de Governo das Sociedades. Este substituiu, em 2018, o código de governo das sociedades da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e, pela primeira vez, é possível fazer a comparação da evolução. No ano passado, 33 sociedades tinham adotado o código (mais um que no ano anterior) e 80% das recomendações eram cumpridas. Uma percentagem que sobe para 86% considerando apenas as cotadas do PSI-20. Representa uma melhoria, em ambos os casos, de dois pontos percentuais face a 2018.

Pela positiva, destacam-se as melhorias na implementação de boas práticas nas áreas de avaliação de desempenho, remunerações e nomeações (média de acolhimento de 84% contra 78% no relatório anterior), mas também nas recomendações de informação financeira (69% vs 57%). Outro ponto que está entre os que mais subiram — e que ganha especial relevância no contexto da pandemia — foi o indicador de práticas de gestão de risco (87% em 2019 face a 84% em 2018).

Ainda assim, há espaço para melhorar. Olhando de forma mais alargada para o conjunto de recomendações relacionadas com Acionistas e Assembleia Geral (que inclui não só os meios eletrónicos ou por correspondência, mas também questões como condições para exercer direitos de voto, limitação ao número de votos ou mecanismos de deliberação), houve um agravamento. A adoção destas diretrizes caiu para 84%, menos três pontos percentuais que no ano anterior.

“Há uma prática que é pouco seguida que é a existência de um coordenador dos administradores independentes. É uma espécie de interlocutor com o presidente do Conselho de Administração. Além de muitas empresas não acolherem, há muitas que consideram que não faz sentido fazê-lo”, sublinha ainda Rui Dias.

Essa é uma das únicas cinco matérias em que a adesão é inferior a 50%. As outras quatro estão relacionadas com a comissão de nomeações de membros de órgãos sociais e de quadros dirigentes, o papel do órgão de fiscalização no que diz respeito à política de risco, a definição de certos aspetos da relação com o revisor oficial de contas, bem como partes relacionadas. Nas empresas do PSI-20 todas estas áreas têm uma adesão superior a 50% à exceção da que diz respeito ao coordenador dos administradores independentes.

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Fisco apreende ou trava importação de cinco milhões de máscaras

  • Lusa
  • 18 Novembro 2020

A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) apreendeu ou recusou a importação de cinco milhões de máscaras, 63 mil equipamentos de proteção individual e cinco mil termómetros digitais.

A Autoridade Tributária a Aduaneira (AT), no âmbito da operação “STOP”, apreendeu ou recusou a importação de quase cinco milhões máscaras, 63 mil equipamentos de proteção individual (EPI) e cinco mil termómetros digitais.

“Não obstante durante o período da operação terem vigorado medidas temporárias excecionais a nível dos comprovativos de certificação de conformidade dos dispositivos médicos e dos EPI, os controlos realizados pela AT resultaram na apreensão ou na recusa da importação de 4.761.600 máscaras (das quais cerca de 134.000 consideradas EPI), assim como 62.627 artigos de equipamento de proteção individual (dos quais 45.472 fatos de proteção e batas, 10.375 viseiras, 6.780 óculos de proteção) e ainda 5.000 termómetros digitais”, lê-se numa nota publicada no portal das Finanças.

A Organização Mundial das Alfãndegas (OMS) organizou, em resposta à pandemia de covid-19, uma operação de emergência (“STOP”) à escala mundial, que decorreu entre 11 de maio e 12 de julho, na qual participaram 99 países. Portugal integrou esta operação através da AT, nomeadamente, através das alfândegas, com o apoio do Infarmed e da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE).

No que se refere a medicamentos apreendidos ou cuja importação foi recusada, contabilizaram-se, no período em causa, 31.742 doses individuais. Segundo o mesmo documento, entre os medicamentos objeto de tentativa de importação destacam-se antigripais originários da China (“Lianhua Qinqwen Jiaonang”), alegadamente utilizados para combater a pandemia.

Só na alfândega do porto de Leixões, distrito do Porto, contabilizaram-se 19.800 unidades deste medicamento, “dissimulada entre outra mercadoria corretamente declarada”. Hidroxicloroquina e Fosfato de Cloroquina (1.454 doses individuais), Azitromicina (373) e Ivermectina (108) foram outros dos medicamentos identificados.

No total, os 99 países que integraram a operação registaram 1.683 interceções, que compreenderam mais de 300 milhões de doses de medicamentos, 47 milhões de unidades de dispositivos médicos (máscaras, luvas, testes de despiste, termómetros e batas) e cerca de 2,8 milhões de litros de gel desinfetante para as mãos.

A pandemia de Covid-19 provocou pelo menos 1.339.130 mortos resultantes de mais de 55,6 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. Em Portugal morreram 3.632 pessoas dos 236.015 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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