Empresas esperam crescimento de 4,9% das exportações em 2021
Após a forte queda registada em 2020, as empresas estão confiantes na recuperação das exportações este ano. Contudo, o crescimento não será suficiente para recuperar o impacto da pandemia.
As empresas exportadoras de bens estão confiantes de que 2021 será um ano de recuperação para as vendas ao exterior. A expectativa é que as exportações cresçam 4,9% este ano, mas essa retoma do comércio internacional não será suficiente para apagar o impacto da crise pandémica. Longe disso: o valor das exportações de bens continuará 12,8% abaixo do total de 2019.
“Apesar destes valores representarem uma melhoria face às perspetivas indicadas pelas empresas para 2020 no inquérito precedente (-13,0%), não permitem ainda assim uma recuperação para valores próximos dos registados antes da pandemia“, revela esta segunda-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE) na primeira previsão das Perspetivas de Exportação de Bens realizada através de um inquérito às empresas exportadoras em novembro.
Assim, de acordo com as contas do gabinete de estatísticas, o valor das vendas ao exterior das empresas nacionais continuarão a registar uma queda de 12,8% face ao negócio registado em 2019. Ou seja, serão precisos mais anos de forte recuperação das exportações de bens para apagar o efeito da Covid-19 no comércio internacional, na ótica de Portugal.
A expectativa das empresas nacionais é que o comércio dentro da União Europeia seja mais dinâmico na recuperação, crescendo 5,2% em 2021 face a 2020. Já para o comércio extra-UE (que já inclui este ano o Reino Unido) a expectativa é que o crescimento seja de 4,4%.
Entre os vários bens que Portugal exporta, a maior recuperação deverá registar-se nas máquinas e outros bens de capital e acessões (exceto o material de transporte), com um crescimento de 5,5%, seguindo-se os fornecimentos industriais não especificados noutra categoria e o material de transporte e acessórios (carros). Prevê-se que estas duas últimas categorias sejam as mais afetadas pela pandemia em 2020, com quedas de 11,5% e 20,3%, respetivamente.
Já os bens de consumo, que terão registado o segundo maior decréscimo no ano passado (-11,7%), não constam das categorias cujas exportações mais recuperam.
Este inquérito de novembro foi realizado a um total de 3.202 empresas, que em 2019 representavam cerca de 90% das exportações de bens. Só são consideradas empresas com um volume de exportações igual ou superior a três milhões de euros. A segunda previsão das perspetivas de exportação de bens ocorrerá através de um novo inquérito em maio, sendo divulgada em julho.
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