Têxtil alerta que máscaras FFP2 podem ser perigosas e ter efeitos secundários
Citeve alerta que máscaras FFP2 podem ser perigosas a nível de respirabilidade e que são uma "má solução". Anivec diz que este tipo de máscaras foi desenvolvida para usar em ambiente hospitalar.
A Áustria, Alemanha e França proibiram o uso de máscaras sociais e tornaram obrigatório o uso de máscaras FFP2, em alguns locais. A indústria de têxtil e vestuário portuguesa garante que existem máscaras comunitárias com a mesma eficácia e alerta para as desvantagens das FFP2.
O diretor geral do Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal (Citeve) alerta que as máscaras FFP2 “podem ser perigosas” e que “não são uma boa solução”. Na opinião de Braz Costa, “pôr as pessoas a usar uma máscara FFP2 é uma má decisão”.
Braz Costa fundamenta a sua opinião e destaca que estes tipos de máscaras “tem um nível de respirabilidade que não é minimamente adequado para quem usa uma máscara de manhã à noite e podem até ser perigosas”. O diretor do Citeve conta ainda que “existem países onde os profissionais de saúde que usem máscaras FFP2 são obrigados a parar e a tirar a máscara por determinado período para repor níveis de oxigénio”.
Para além dos problemas que respirabilidade, o presidente da Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confecção (Anivec), César Araújo, destaca que as máscaras FFP2 não foram concebidas para ambientes húmidos – o que põe em causa a sua eficácia. “As máscaras FFP2 tem problemas respiratórios, e como tal, as pessoas não conseguem andar oito horas com esse tipo de máscaras e não podem estar em ambientes húmidos, o que quer dizer que ninguém pode circular na rua se tiver mau tempo”, explica César Araújo.
“Anda tudo tolo. A FFP2 é uma máscara para uso hospital. Não é uma máscara concebida para uma pessoa usar no seu dia-a-dia, nem tem propriedades para ser usada em ambientes fora do contexto hospitalar“, diz César Araújo. O presidente da Anivec chama a atenção que não são as máscaras sociais produzidas nas fábricas portuguesas que põem em risco a saúde das pessoas, mas sim as produções caseiras.
Para o diretor do Citeve, “não há nenhum motivo que justifique a quebra de confiança nas máscaras comunitárias”. Explica que o nível de controlo que se faz em Portugal sobre as máscaras sociais é idêntico ao nível de controlo que se faz sobre as máscaras cirúrgicas. “É tudo igual, os métodos de ensaio são iguais ou idênticos, a dimensão da partícula, que é utilizada, é igual. Não há nenhuma diferença entre uma máscara social e uma cirúrgica a não ser no nível de filtração”, explica Braz Costa. Lembra que as máscaras sociais de nível 2 têm que ter no mínimo 90% de retenção de partículas, o que é comparável com os 95% das máscaras cirúrgicas.
Para o presidente da Anivec, a indústria do vestuário tem “capacidade para produzir máscaras com filtração muito superior a 90% e que têm máscaras com melhores propriedades que as FFP2 em termos de respirabilidade”.
Braz Costa já tinha dito ao ECO que esta medida é justificada pela falta de controlo de qualidade das máscaras e que no caso específico da Alemanha, “existe uma grande proliferação de máscaras feitas em casa, a somar às máscaras que o país importou “sem nenhum tipo de controlo”. Na opinião do diretor geral do Citeve, a “decisão que foi tomada na Alemanha ou foi precipitada ou foi mal comunicada”.
Para o presidente da Associação Nacional das Industrias de Vestuário e Confecção, a decisão da Alemanha e Áustria tornar obrigatórios o uso de máscaras FFP2 em espaços públicos não é “sensata” e está a criar um sentimento de desconfiança. “O que a Europa está a fazer é gerar confusão e criar desconfiança nas populações”. Acrescenta ainda que face a esta indefinição “deve existir um estudo científico e acima de tudo perceber as diferenças entre uma FFP2 ou uma máscara social”.
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