Draghi aceita formar Governo de emergência em Itália. Investidores aplaudem
Bolsas sobem e juros da dívida recuam graças à solução encontrada em Itália para resolver o impasse governativo. O "salvador" do euro foi chamado a intervir.
Mario Draghi vai formar um Governo de emergência em Itália, para tentar acalmar a crise política no país e possibilitar a aplicação de medidas para lidar com a pandemia. Os mercados aplaudem o regresso do ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE) — que ficou conhecido como salvador do euro durante a crise financeira –, cuja nomeação foi oficializada esta manhã pelo presidente Sergio Mattarella. Após um encontro entre os dois, um porta-voz da presidência anunciou que Draghi aceitou o convite que fica condicionado à viabilização pelos partidos políticos.
Os juro da dívida italiana a 10 anos — que tinham vindo a agravar nos últimos dias com a incerteza sobre a governação no país — recuam 9,3 pontos base para 0,563%, com toda a curva de juros com tendência de queda. Itália tem todos os títulos com maturidades até aos cinco anos.
Itália está a contagiar os restantes países do euro, incluindo Portugal — que está esta quarta-feira no mercado de dívida de longo prazo — e Espanha. A yield das obrigações benchmark portuguesas cedem para 0,041% e a de Espanha para 0,102%. As Bunds alemãs também a 10 anos sobem ligeiramente (para -0,481%) a refletir a menor procura dos investidores por refúgio.
Nas bolsas, o sentimento é semelhante. O índice de referência de Milão ganha 2,6%, enquanto o português PSI-20 sobe 0,25% e o espanhol IBEX 35 avança 0,71%. Nas ações, as valorizações não são exclusivas do sul da Europa, com o Stoxx 600 a somar 0,6%, o alemão DAX a subir 0,64% e o francês CAC 40 a ganhar 0,38%. A reação é assim positiva à solução encontrada para o impasse governativo no país.
O presidente de Itália Sergio Mattarella convocou Draghi para uma reunião esta quarta-feira no palácio Quirinale para o convidar a formar um governo de emergência, depois de as negociações dos partidos para formar um novo governo terem falhado. Giuseppe Conte demitiu-se do cargo de primeiro-ministro de Itália na semana passada, depois de o partido de Matteo Renzi, Italia Viva, ter abandonado o acordo de coligação que tinha com o Governo, juntamente com o Movimento 5 Estrelas.
A crise sanitária e económica terá sido uma das principais razões para Mattarela ter optado por chamar uma alta personalidade do país para lhe atribuir a tarefa de formar um governo que enfrente rapidamente emergências graves que não podem ser adiadas. Em declarações à agência Ansa, Mattarella disse esperar que o novo governo tenha amplo apoio parlamentar. “Tenho o dever de apelar a todas as forças políticas [para apoiar] um governo de alto nível”, reiterou.
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