Famílias aplicaram 700 milhões de euros em certificados em 2020
Governo esperava reforço de apenas 149 milhões de euros no financiamento junto do retalho em 2020. Já para 2021, o Executivo aponta para um saldo de 973 milhões de euros.
Os portugueses recorreram aos produtos de aforro do Estado para colocar as poupanças que conseguiram fazer durante a pandemia. Entre março — mês em que o surto chegou a Portugal — e dezembro de 2020, o investimento aumentou em todos os meses do ano. No total do ano, as aplicações líquidas aumentaram em mais de 700 milhões de euros, valor que fica muito acima do esperado pelo Governo.
As aplicações em Certificados do Tesouro e certificados de Aforro aumentaram um total de 46 milhões de euros em dezembro, de acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal. Ambos os produtos viram aumentar as subscrições, mas os primeiros continuam a conseguir captar maior interesse.
O investimento nos Certificados do Tesouro aumentou 26 milhões de euros para um total de 17.562 milhões de euros, no final de dezembro. Já os certificados de Aforro totalizaram 12.220 milhões de euros, o que significa um aumento de 20 milhões face ao mês anterior.
Tudo somado, os portugueses têm 29.782 milhões de euros aplicados em produtos de poupança do Estado. Este é o valor mais elevado de sempre, que se tem renovado. Na totalidade do ano, o reforço foi de 713 milhões de euros, dos quais 513 milhões referentes a Certificados do Tesouro e 200 milhões em certificados de Aforro.
No Orçamento do Estado para 2020, o Governo disse que esperava um reforço de apenas 149 milhões de euros no financiamento junto do retalho nesse ano, apesar de sublinhar que o cenário previa um perfil de reinvestimento prudente. Já para 2021, o Executivo aponta para um saldo de 973 milhões de euros conseguidos quase na totalidade com Certificados do Tesouro, tendo excluído financiamentos através de Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável.
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