Galp afunda 4% com medo de um aumento da oferta de petróleo
BCP e Novabase reagem em forte baixa aos resultados, enquanto a EDP também está sob pressão após apresentar o plano estratégico ao mercado.
A semana fecha com quedas expressivas para a bolsa de Lisboa, em linha com o sentimento negativo na Europa. O PSI-20 desvalorizou 1,8% para 4.702,19 pontos esta sexta-feira, tendo fechado apenas com duas cotadas no verde. As empresas da energia — Galp Energia e família EDP — bem como o BCP estiveram entre as maiores perdas.
A Galp Energia tombou 4% para 9,284 euros, num dia de perdas para o petróleo. Os maiores produtores da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e os aliados conhecidos como OPEP+ vão reunir na próxima semana e poderão avaliar um ajuste da oferta dada recuperação dos preços. A perspetiva de um aumento (e a pressão da valorização do dólar) levou o barril de crude WTI a cair 1,65% para 62,49 dólares. O brent perde 1% para 66,15 dólares.
Ainda na energia, o grupo EDP reage em baixa à apresentação do plano estratégico 2021-2025, que tem como centro um investimento de 24 mil milhões de euros em transição energética e gerou posições contrárias entre os analistas. O Barclays cortou o preço-alvo da EDP para 5,20 euros (contra o anterior 5,90 euros) e o da EDP Renováveis para 20,3 euros (do anterior 24,80 euros). Já o BNP Paribas subiu a o outlook sobre a segunda para outperform.
A casa mãe perdeu 1,56% para 4,746 euros por ação, enquanto a subsidiária — que está a preparar realizar um aumento de capital entre 1,5 mil milhões e 2 mil milhões de euros para financiar o investimento — recuou 2,06% para 18,10 euros.
O BCP, que registou lucros de 183 milhões de euros em 2020 (menos 39,4% que no ano anterior e em linha com o esperado pelos analistas), desvalorizou 2,82% para 0,1172 euros. Ainda assim, nenhuma perda foi comparável à da Novabase, que tombou 6,3% para 3,74 euros, no seguimento da suspensão do dividendo devido à queda de 63% nos lucros de 2020 para 7,5 milhões.
Lisboa fechou assim negativa, tal como as principais pares europeias, onde o vermelho dominou. O Stoxx 600 perdeu 1,7%, com a saúde e as utilities a terem o pior desempenho e apenas o setor automóvel a contrariar. O alemão DAX recuou 0,9%, o francês CAC 40 desvalorizou 1,6%, o espanhol IBEX 35 derrapou 1,3% e o britânico FTSE 100 tombou 2,8%.
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