Fusão Aon-WTW enfrenta objeções de Bruxelas
Aon não fez concessões para reduzir impacto da operação no ambiente concorrencial do mercado único europeu. Acresce que seria muito difícil encontrar quem substitua a Willis Towers Watson.
O projeto de combinação entre a Aon e a Wlllis Towers Watson (WTW), operação anunciada há cerca de um ano para dar vida a um novo líder global na corretagem de seguros, está prestes a enfrentar uma lista de objeções das autoridades europeias da Concorrência.
Segundo a imprensa internacional, dado que Aon plc não avançou com concessões para reduzir o impacto da operação no ambiente concorrencial do mercado único europeu, as proponentes vão ser confrontadas com exigências de Bruxelas, que terão de ser satisfeitas para que a fusão não seja reprovada.
Depois de ter decidido sujeitar o projeto de fusão (por aquisição) a uma análise aprofundada (2º fase de avaliação dos processos de concentração), a Comissão Europeia, instituição que tutela a Direção-Geral da Concorrência da União Europeia (DG Concorrência UE), está agora a terminar a lista de objeções à operação e espera-se que faça uma comunicação enumerando os danos e obstáculos que a combinação criará ao nível da concorrência e acesso ao mercado europeu dos serviços de corretagem e consultoria de risco.
Segundo fontes da agência Reuters (conteúdo de acesso livre, em inglês), decorridos os prazos para as proponentes apresentarem remédios que respondessem às preocupações do mercado, a Aon plc tem tido conversações informais sobre eventuais concessões, mas até à data não fez qualquer proposta formal aos reguladores europeus da concorrência sobre eventuais cedências.
Entre as concessões que eventualmente poderiam satisfazer Bruxelas e que a Aon já terá recusado, está a venda do negócio de resseguro da Willis. Outra condição colocada na mesa das negociações será a venda dos serviços de coordenação global e consultoria nos planos de benefícios que as empresas clientes asseguram aos empregados. De acordo com pessoas que acompanham o processo, outra preocupação de Bruxelas, após consulta aberta a terceiras partes interessadas, é que, após a fusão, será muito difícil para um (atual) quarto concorrente do mercado conseguir assumir ou construir a posição concorrencial e competências que a WTW (3º maior player global) detém no mercado da corretagem e consultoria de risco. Isso “custa muito dinheiro e é realmente difícil de construir”, comentou uma das fontes.
Ainda, de acordo com a Reuters, há poucas semanas, as autoridades anti-trust da Austrália manifestaram preocupações relativamente ao impacto que a combinação Aon-WTW terá ao nível da concorrência na consultoria de risco comercial, resseguro e planos de benefícios de empregadores no mercado australiano.
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