Deputados chamam Pedro Nuno Santos com urgência ao Parlamento por causa da Groundforce
Além de Pedro Nuno Santos, deputados aprovaram também a audição de Alfredo Casimiro, acionista maioritário da Groundforce, e Miguel Frasquilho, em nome da TAP. Não há datas para as audições.
O Ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, vai ser chamado ao Parlamento com caráter de urgência por causa dos salários em atraso da Groundforce. Além do governante, serão também realizadas audições com representantes dos dois acionistas: o privado Alfredo Casimiro e Miguel Frasquilho em nome da TAP.
Foi aprovado por unanimidade na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação o requerimento do CDS-PP que pedia as audições sobre a TAP e Groundforce ao ministro das Infraestruturas e da Habitação, ao presidente do Conselho de Administração da Groundforce e administrador da Pasogal (que detém 50,1% da empresa), Alfredo Casimiro, e o presidente do conselho de administração da TAP, Miguel Frasquilho.
Num outro requerimento, desta vez do Bloco de Esquerda, foram também aprovadas audições às organizações representativas dos trabalhadores da Groundforce. A proposta dos partidos, que tem de ser aceite pelos vários intervenientes, é que as audições aconteçam todas no dia 18, a partir das 14h.
A votação dos deputados aconteceu enquanto cerca de 700 funcionários se manifestavam em frente à residência oficial do primeiro-ministro para pedir ao Governo que intervenha e encontre uma solução para os 2.400 trabalhadores que não receberam ainda a totalidade dos salários de fevereiro.
Durante a semana passada, o Governo e o acionista privado Alfredo Casimiro estiverem a negociar um acordo para desbloquear dinheiro para pagar os salários, através um adiantamento de serviços por parte da TAP. No entanto, a companhia aérea pedia que o empresário desse a sua participação como garantia, o que não foi possível por já estar penhorada.
Essa solução de emergência — que estava a ser negociada a par de um empréstimo bancário com aval do Estado de 30 milhões de euros — ficou em standby. Sem solução, começaram a ser transferidos 500 euros para as contas dos trabalhadores na sexta-feira, vindos de dinheiro que havia ainda em caixa e de apoio do lay-off entretanto recebido. No entanto, há ainda remunerações em dívida.
O BE questionou, esta quarta-feira, o Governo sobre como pretende garantir o pagamento da totalidade dos salários em atraso. “O Governo não pode continuar a adiar uma solução definitiva para a empresa, empurrando a Groundforce para uma situação insustentável, precipitando uma possível insolvência ou uma venda ao desbarato a grupos de investidores privados”, avisou o partido, numa pergunta, entregue no Parlamento, dirigida ao Ministério das Infraestruturas e Habitação.
Já o PCP apresentou um projeto de resolução que recomenda a nacionalização, considerando que o Executivo deve agir de imediato. “Aquilo que nós propomos é que haja uma intervenção imediata do Governo na empresa para assegurar o pagamento atempado de todos os salários, avalizar o empréstimo necessário para restabelecer o equilíbrio financeiro da empresa e proceder à nacionalização, para garantir a estabilidade de uma empresa e de um setor de uma importância estratégica para a aviação civil e o seu desenvolvimento”, declarou o deputado comunista Bruno Dias, em conferência de imprensa na Assembleia da República, citado pela Lusa.
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