AstraZeneca anuncia novos atrasos na entrega da vacina à UE
AstraZeneca indicou que as restrições à exportação vão reduzir as entregas de vacinas no primeiro trimestre" e "provavelmente" no segundo.
O Grupo AstraZeneca anunciou este sábado novos atrasos na entrega da sua vacina contra a covid-19 à União Europeia, invocando restrições à exportação.
Perante as dificuldades de produção, o grupo decidiu utilizar as suas unidades de produção fora da União Europeia, mas “infelizmente, as restrições à exportação vão reduzir as entregas no primeiro trimestre” e “provavelmente” no segundo, segundo um porta-voz do grupo citado pela agência France Presse.
Em 29 de janeiro, a Agência Europeia do Medicamento (EMA) deu ‘luz verde’ à utilização da vacina da farmacêutica AstraZeneca contra a covid-19 na União Europeia, a terceira vacina a ser aprovada pelo regulador europeu.
Muito criticada pelo ritmo lento das entregas na Europa e pelos atrasos do grupo AstraZeneca, a Comissão Europeia, que negociou os contratos em nome dos seus 27 Estados-Membros, espera um aumento das entregas no segundo trimestre. Segundo a France Presse, as entregas podem atingir um ritmo médio de 100 milhões de doses por mês, de abril a junho, para todas as vacinas combinadas, ou seja, 300 milhões para todo o trimestre.
A AstraZeneca anunciou no final de janeiro que só poderia entregar 40 milhões de doses aos países da União Europeia no primeiro trimestre, dos 120 milhões que havia inicialmente prometido devido a dificuldades de fabrico numa fábrica belga. A Comissão Europeia tem como objetivo ter 70% dos europeus vacinados até ao final do verão.
Lotes suspensos da AstraZeneca não foram distribuídos em Portugal
A Direção-Geral da Saúde (DGS) e a Infarmed asseguram que os lotes da vacina da AstraZeneca contra a covid-19, suspensos em vários países por suspeita de estarem relacionados com eventos tromboembólicos, “não foram distribuídos para Portugal”.
A decisão de alguns países de suspender temporariamente a administração da vacina da AstraZeneca contra a covid-19 foi “uma medida de precaução”, não tendo sido confirmado uma relação causal com os eventos tromboembólicos notificados, segundo as autoridades portuguesas.
Num esclarecimento conjunto divulgado na sexta-feira, a DGS e a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) asseguram ainda que os lotes suspensos pelas autoridades da Áustria, Estónia, Letónia, Lituânia e Luxemburgo (lote ABV5300) e da Itália e Roménia (lote ABV2856) da vacina da AstraZeneca “não foram distribuídos para Portugal”.
O esclarecimento da DGS e do Infarmed surge na sequência da ação das autoridades dinamarquesas, norueguesas e islandesas de suspender temporariamente a vacinação com a vacina contra a covid-19 da AstraZeneca.
Esta decisão foi “uma medida de precaução”, afirmam num comunicado conjunto publicado no site do Infarmed, sublinhando que “não foi confirmado que os eventos tromboembólicos notificados tenham sido causados por esta vacina”. As autoridades de saúde defendem que “as pessoas podem ser vacinadas de acordo com o agendamento efetuado” e que “a segurança das vacinas é de extrema importância.
Como tal, adiantam, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) e todas as autoridades competentes nacionais, em que se incluem o Infarmed e a DGS, estão “a monitorizar continuamente a segurança das vacinas, para garantir que os benefícios superam quaisquer potenciais riscos, em articulação com os seus parceiros internacionais”.
A DGS e o Infarmed esclarecem ainda que “os eventos tromboembólicos podem ocorrer naturalmente, e não são raros” e que o número de casos comunicado até agora entre pessoas vacinadas na União Europeia não é superior ao que ocorre naturalmente na população em geral.
“Até ao momento, as evidências disponíveis não confirmam que esta vacina seja a causa dos eventos tromboembólicos registados após a vacinação, estando estes eventos a ser cuidadosamente avaliados por peritos nacionais e europeus”, salientam.
Na União Europeia, até dia 10 de março de 2021, foram administradas cerca de 5 milhões de doses da vacina da AstraZeneca e, até final de fevereiro, foram inoculadas no Reino Unido cerca de 10 milhões de doses, não tendo sido emitido nenhum alerta de segurança sobre estes eventos, salientam no comunicado.
Por estas razões, a DGS e o Infarmed reiteram que “os benefícios desta vacina continuam a superar os riscos, pelo que a vacina pode continuar a ser administrada nas datas agendadas para o efeito”. A pandemia de covid-19 já matou 16.650 pessoas em Portugal dos 813.152 casos de infeção confirmados, segundo a Direção-Geral da Saúde.
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