BDO conclui auditoria aos créditos de Vieira no Novo Banco dentro de um mês
António Ramalho disse que BDO foi a auditora selecionada para auditar créditos da Promovalor, de Vieira, após "conflito de interesses" com outras auditoras. Trabalhos acabam dentro de 4 semanas.
A BDO foi a selecionada para fazer a auditoria aos créditos da Promovalor, o grupo económico de Luís Filipe Vieira, no Novo Banco, sendo que os trabalhos vão ficar concluídos dentro de três a quatro semanas, revelou o presidente do banco, António Ramalho, em entrevista à TVI.
“Toda a gente vai ficar contentíssima em ter a auditoria que não fomos nós que a fizemos, teve de ser a BDO, que acabou por ser a empresa que ficou de fazer a auditoria”, indicou António Ramalho, após o banco ter apresentado prejuízos de 1.329 milhões de euros em 2020.
“Julgo que estamos a três ou quatro semanas de termos essa auditoria”, acrescentou o presidente do Novo Banco.
A empresa de Luís Filipe Vieira é um dos maiores devedores do Novo Banco com uma dívida que ascendia a 760,3 milhões de euros, no final de 2018. O grupo causou à instituição uma perda de 225,1 milhões de euros entre agosto de 2014 e o final de 2018, devido tanto a imparidades como à desvalorização da dívida e dos ativos imobiliários, de acordo com o Correio da Manhã, citando a auditoria especial da Deloitte ao abrigo da lei 15/2019.
"Toda a gente vai ficar contentíssima em ter a auditoria que não fomos nós que a fizemos, teve de ser a BDO, que acabou por ser a empresa que ficou de fazer a auditoria.”
No fim de 2017, o grupo chegou a acordo com o Novo Banco para a reestruturação da dívida, tendo sido transferidos os ativos para um Fundo de Investimento Alternativo Especializado da Capital Criativo, que tem Nuno Gaioso Ribeiro, ex-administrador do Benfica, como CEO.
Em setembro passado, o Fundo de Resolução pediu ao banco para acelerar a auditoria à Promovalor depois dos atrasos registados no processo.
A auditoria tem duas dimensões: uma parte aborda a concessão e recuperação dos créditos, sendo que esta análise ficou incluída na auditoria especial realizada pela Deloitte e que já foi entregue em agosto do ano passado; e uma outra recai sobre operação de reestruturação do crédito, visando “obter uma opinião sobre os seus méritos, sobre o plano de negócios do fundo que foi constituído, e sobre as expectativas de recuperabilidade associadas”.
O banco defrontou-se com questões de conflitos de interesse sobre esta segunda parte. A PwC teve de ser substituída por outra auditora pois já audita as contas do Benfica, clube presidido por Luís Filipe Vieira. A escolha acabou por recair na BDO, adiantou agora António Ramalho.
“Tivemos um problema de partes relacionadas nas auditorias, ou de conflitos de interesse. Essa auditoria estava entregue a uma auditora que está a fazer uma auditoria de grande dimensão ao banco. Obviamente não devia ser a mesma auditora, foi outra auditora”, disse o gestor.
António Ramalho lembrou que o Fundo de Resolução pede, muitas vezes, auditorias, algumas internas e algumas externas. “Raramente pede para serem externas. Nós neste caso achámos que devíamos fazer a auditoria externamente, ficávamos mais confortáveis a não ser a nossa auditoria interna a fazer a análise de um caso como este, pela notoriedade, pelas características próprias“, disse na entrevista à TVI.
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