As mensagens de Marcelo sobre o passado e o futuro (com video)
O Presidente da República falou sobre a importância de se comemorar o 25 de Abril, fazendo uma dicotomia entre o passado, o presente e o futuro. Reveja o discurso na íntegra.
Comemoram-se este domingo 47 anos desde a Revolução dos Cravos, um dia que marcou a história do país. Durante uma sessão solene no Parlamento, Marcelo Rebelo de Sousa falou durante cerca de meia hora sobre a importância de se continuar a celebrar este dia, recordando tudo o que ficou para trás e relembrando aos portugueses os desafios que continuam pela frente. Um discurso diferente do habitual e de todos os outros deste dia — até Rui Rio foi obrigado a explicar o que tinha sido o seu, já nos passos perdidos –, com o objetivo de contextualizar o passado, e evitar que seja lido com os olhos de hoje.
“Passaram 60 anos desde o início de um tempo que haveria de anteceder e determinar a data que hoje invocamos”. Foi assim que o Presidente da República começou por se dirigir a todos os portugueses que o estavam a ouvir esta manhã de domingo, referindo que esse tempo “marcou para sempre a vida de mais de um milhão de jovens”, “famílias” e “dos que viveram do outro lado das trincheiras”.
“Foi complexa a mudança histórica em 1974”, continuou, referindo-se aos “Capitães de abril”, que diz não terem vindo “de outras galáxias ou nações”. O 25 de abril, disse, foi “o resultado de décadas de resistência e grito de revolta de militares, que sentiam combater sem futuro político visível ou viável”.
Marcelo continuou, salientando a importância de se “olhar com os olhos de hoje e tentar olhar com os olhos do passado”, explicando que nos olhos de hoje há uma “densidade personalista, de respeito da dignidade da pessoa humana, da condenação da escravatura e do esclavagismo, na recusa do racismo e das demais xenofobias que se foi apurando, representando um avanço cultural e civilizacional irreversível”.
Assim, o Chefe de Estado afirmou ser “prioritário estudar o passado e nele dissecar tudo o que houve de bom e de mau” e “nada como o 25 de Abril para repensar o nosso passado”. Esse dia serve mesmo para isso: “retirar lições sem temores nem complexos”.
“Desenvolvimento, liberdade e democracia sempre foram imperfeitos e, por isso, não plenos”, continuou. “Não há, nunca houve, um Portugal perfeito nem condenado. Há um só Portugal, que amamos, para além dos claros e escuros”, rematou.
Reveja na íntegra o discurso do Presidente da República
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