Sócrates quer ser assistente no inquérito à distribuição do processo

  • Lusa
  • 23 Abril 2021

O ex-primeiro-ministro vai requerer a sua constituição como assistente no inquérito à distribuição do processo da Operação Marquês na fase de investigação, pedido pelo juiz Ivo Rosa.

O ex-primeiro-ministro José Sócrates manifestou à procuradora-geral da República a intenção de se constituir como assistente no inquérito sobre a distribuição do processo da Operação Marquês na fase de investigação.

“Vou requerer a minha constituição como assistente no inquérito que agora se vai iniciar. Faço-o com a legitimidade, que me parece indiscutível, de ser uma das principais vítimas destes tristes acontecimentos”, escreve José Sócrates na carta dirigida a Lucília Gago.

Nesta carta a que a Lusa teve acesso, o antigo primeiro-ministro solicita ainda à procuradora-geral da República que indique o número do inquérito e da instituição interna do Ministério Público que o tramita, no sentido de fazer chegar essa sua pretensão.

A 9 de abril 2021, na leitura da decisão instrutória da Operação Marquês, o juiz Ivo Rosa anunciou que extraiu uma certidão para a Procuradoria-Geral da República averiguar a distribuição desse processo ao juiz Carlos Alexandre. Segundo Ivo Rosa, em causa está a eventual violação do princípio do juiz natural ou juiz legal.

Na mesma carta, José Sócrates considera que, na decisão instrutória, o “Tribunal declarou nulo o ato da distribuição do processo durante a fase de inquérito”, por considerar “haver indícios da prática de um crime”.

Segundo o ex-primeiro-ministro, de acordo com a lei em vigor em Portugal, a distribuição dos processos, isto é, o método de escolha do juiz, deve ser “realizada por meios eletrónicos, os quais devem garantir aleatoriedade no resultado”.

Este procedimento de sorteio, escreve José Sócrates, “oferece uma dupla garantia”, ao cidadão, no cumprimento do seu direito ao juiz natural, e ao sistema judicial, com a integridade do processo.

“No dia 9 de setembro de 2014, dia em que o processo chegou ao Tribunal para ser distribuído, nem uma coisa nem outra aconteceu. Os autos do processo relatam que foi efetuada uma “atribuição manual”, que é exatamente aquilo que parece – uma ilegalidade cometida com o objetivo de escolher arbitrariamente o juiz”, refere a carta.

José Sócrates reitera ainda que o que está em causa neste inquérito “não é, portanto, um mero engano judicial, mas uma deliberada manipulação”.

“A suspeita é de que houve intenção de escolher, de forma fraudulenta, um juiz que permitisse, como veio a permitir, todos os abusos cometidos durante a investigação: a detenção, a prisão para investigar, as violações do segredo de justiça, a violação dos prazos de inquérito, enfim, todo o cortejo de violência e de difamação que caracterizou este caso”, refere ainda.

Dos 189 crimes na acusação da Operação Marquês, a decisão instrutória determinou que só 17 vão a julgamento, e nenhum deles de corrupção, num processo longe de terminar e cujo próximo capítulo será o recurso do Ministério Público.

Em concreto, entre os 28 arguidos, dos quais 19 pessoas individuais e nove empresas, o juiz de instrução decidiu mandar para julgamento o ex-primeiro ministro José Sócrates, o seu amigo e empresário Carlos Santos Silva, o ex-ministro Armando Vara, o antigo banqueiro Ricardo Salgado, todos por crimes económicos e financeiros.

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Pedro Nuno Santos diz que TAP enviou “carta de conforto” a 6.240 trabalhadores que não vão sair

Numa altura em que há 500 trabalhadores da TAP em vias de serem despedidos, o ministro Pedro Nuno Santos contrapôs que 6.240 receberam uma "carta de conforto" a garantir os seus empregos.

O ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, avançou numa entrevista que 6.240 trabalhadores da TAP receberam “uma carta de conforto a dizer que, neste momento, não está em causa a sua permanência na empresa”. Isto numa altura em que estão identificados cerca de 500 para um despedimento coletivo.

Em entrevista à SIC Notícias, o ministro não negou que possa haver pressão na TAP para a saída dos trabalhadores: “Acompanho o processo e a verdade é que estamos a passar por uma situação complexa, muito difícil — e, em primeiro lugar, para os trabalhadores — e é natural que um processo que visa a redução de efetivos não seja um processo fácil e que ele seja interpretado de forma muito diferente pelos trabalhadores”, reconheceu.

Foi nesse contexto que foram enviadas as respetivas cartas de conforto. No entanto, “neste momento, há um conjunto de perto de 500 trabalhadores identificados para o processo de despedimento coletivo”, disse Pedro Nuno Santos, que avisou que “obviamente ainda há tempo para poderem optar pelas medidas voluntárias que tinham sido apresentadas antes”. Um número que, de resto, já era conhecido.

TAP está “entre a espada e a parede”

Para o ministro da tutela, não são só os trabalhadores que estão “entre a espada e a parede”. “A verdade é que a empresa está entre a espada e a parede”, indicou. “O despedimento coletivo é uma necessidade que se enquadra num plano de reestruturação”, plano esse que ainda está a ser negociado com a Comissão Europeia. “As negociações estão a correr bem”, assegurou, recordando que Bruxelas tem muitos dossiês em mãos, sugerindo, assim, que esse é o motivo da delonga neste processo.

A TAP, companhia aérea nacional, apresentou esta semana prejuízos de 1.230 milhões de euros relativos ao exercício do ano de 2020, em que a empresa transportou menos 74% de passageiros do que em 2019, por causa da pandemia. Comentando os resultados financeiros da empresa, Pedro Nuno Santos, na mesma entrevista, assegurou que “não há nenhuma particularidade com a TAP no panorama europeu” e indicou que, no caso de outras companhias congéneres na Europa, de dimensões muito superiores, “os prejuízos foram todos a rondar os 7.000 milhões de euros”.

Questionado sobre quem vai ser o próximo presidente executivo da TAP, Pedro Nuno Santos escusou-se a fazer comentários, mas indicou que “nas próximas semanas” os órgãos sociais serão conhecidos. Para já, está afastada a hipótese da continuidade de Ramiro Sequeira, que ocupa o cargo atualmente de forma interina. É intenção do Executivo que a equipa que vai implementar o plano de reestruturação seja diferente daquela que o concebeu. “Como aconteceu na Caixa Geral de Depósitos”, atirou o governante, na semana em que o banco público concluiu com sucesso a sua reestruturação.

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Infraestruturas de Portugal passa de lucro a prejuízo de 56 milhões em 2020

  • Lusa
  • 23 Abril 2021

A evolução deveu-se principalmente à redução do rendimento com as principais receitas, em particular a contribuição do Serviço Rodoviário (-118 milhões) e portagens (-56 milhões).

A Infraestruturas de Portugal (IP) registou prejuízos de 56 milhões de euros em 2020, devido à pandemia, após lucros de 20 milhões de euros no ano anterior, comunicou a empresa pública ao mercado esta sexta-feira.

O resultado líquido da IP fixou-se assim em -56 ME refletindo, fundamentalmente, o impacto extraordinário, global e não previsível, da covid-19 e que contrasta com o resultado líquido positivo de 20 milhões de euros verificado no período homólogo de 2019”, pode ler-se no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A IP registou em 2020 um EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 445 milhões de euros, uma redução de 25% face a 2019, de acordo com o documento.

“Esta evolução deveu-se principalmente à redução do rendimento com as principais receitas, designadamente Contribuição do Serviço Rodoviário (-118 ME), portagens (-56 ME) e Tarifa de Utilização da Infraestrutura Ferroviária (-8 ME)”, explica a IP.

Segundo a empresa, “o efeito da pandemia covid-19 sobre o nível de utilização da infraestrutura rodoferroviária sob gestão da IP durante ano de 2020 foi determinante para a queda daqueles rendimentos”.

Por outro lado, a IP destaca como positivo o facto de “ter assegurado integralmente a operacionalidade da sua rede, tendo aumentado, face a 2019, o nível de intervenções na infraestrutura”.

No comunicado, a IP refere que, em 2020, a despesa com as atividades de conservação das redes rodoviária e ferroviária ascendeu a 181 ME, mais 9% face a 2019.

Quanto à restante estrutura de gastos, “manteve-se o esforço de contenção e racionalização, o qual permitiu acomodar integralmente o incremento dos gastos diretamente relacionados com o combate à covid-19”, continua.

Relativamente ao resultado financeiro, diz a IP, verificou-se uma redução de 8 milhões de euros, cujo principal contributo se deve ao aumento de 13 ME na componente dos juros afetos às subconcessões, “em virtude da conclusão do processo de renegociação dos contratos de subconcessão ocorrida em 2019, compensado por uma redução dos encargos financeiros associados à dívida sob gestão direta da IP em -6 ME”.

A empresa destaca ainda o crescimento do investimento, nomeadamente sobre o desenvolvimento do programa Ferrovia 2020, “que permitiu atingir os 200 ME de execução no ano, significando um crescimento de 49% face a 2019”.

No documento, a IP sublinha a “importância de que se revestiu a liquidez para os seus fornecedores com a eclosão da pandemia”, sublinhando que atingiu, em 2020, um prazo médio de pagamentos (PMP) de 14 dias.

Registou-se ainda uma redução do ‘stock’ da dívida financeira da IP em 235 milhões fixando-se este agregado no final de dezembro em 4.785 milhões.

“As amortizações realizadas respeitaram ao reembolso de 90ME dos empréstimos contraídos junto do Banco Europeu de Investimento e a concretização da terceira operação de compensação, no valor de 145ME, enquadrada pela Lei do Orçamento do Estado de 2020, que permitiu a regularização de créditos do Estado sobre a IP (serviço da dívida dos empréstimos concedidos pelo Estado à IP) por contrapartida da dívida do Estado para com a IP correspondente aos investimentos efetuados em infraestruturas ferroviárias de longa duração”, lê-se no documento.

A empresa pública que gere as infraestruturas rodoviárias e ferroviárias do país realça ainda “a manutenção da política de financiamento prosseguida pelo acionista de capitalização da empresa através de operações de aumento de capital que, em 2020, ascenderam a 1.054 milhões”.

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Acionistas aprovam recondução de Duarte d’Orey à frente da Orey Antunes

  • Lusa
  • 23 Abril 2021

Em assembleia-geral, os acionistas da Orey Antunes aprovaram a recondução de Duarte d'Orey para liderar a empresa até 2024.

Os acionistas da Orey Antunes aprovaram esta sexta-feira, em assembleia-geral, a recondução de Duarte d’Orey à frente da empresa, de acordo com um comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Segundo o documento, todos os pontos da ordem de trabalhos da reunião foram aprovados, tendo estado “presentes ou representados acionistas que detêm 9.300.000 ações da sociedade, equivalentes a 77,5% do capital social”.

O primeiro ponto dizia respeito à “eleição dos membros do Conselho de Administração, do Conselho Fiscal, da Mesa da Assembleia Geral e da Comissão de Remunerações para o quadriénio 2021-2024”, sendo que a administração é encabeçada por Duarte d’Orey, que foi reconduzido no cargo.

Foram também aprovados os pontos da eleição do Revisor Oficial de Contas (ROC) para o mesmo período, ficando este encarregado de “proceder ao exame e auditoria das contas dos exercícios de 2019 e 2020”.

Foi também concedida “autorização ao Conselho de Administração para a aquisição e alienação de obrigações próprias pela sociedade”, aprovado no ponto quatro.

A sentença que homologou o processo especial de revitalização da sociedade comercial Orey Antunes transitou em julgado, tornando-se assim definitiva, segundo um comunicado enviado à CMVM em 19 de janeiro.

“Por efeito do trânsito em julgado, a sentença que homologou o plano de recuperação da SCOA tornou-se definitiva”, disse o grupo, consignando que “o plano de recuperação vincula a empresa e os credores, mesmo que não hajam reclamado os seus créditos ou participado nas negociações, relativamente aos créditos constituídos à data em que foi proferida a decisão prevista no n.º 4 do artigo 17.º- C – cf. artigo 17.º- F, n.º10 do CIRE [Código de Insolvência e Recuperação de Empresas]”.

O plano de recuperação da Orey Antunes foi homologado pelo tribunal, depois da sua votação favorável pela maioria dos créditos, em 27 de julho do ano passado, adiantou o grupo em comunicado, nessa altura.

Em novembro de 2019, a Orey Antunes requereu um PER e apontou a existência de créditos de 63,4 milhões de euros sobre a empresa, propondo um perdão de 90% a 95%, dependendo de negociação, e perdão de juros de 100%, relativamente aos perto de 37,451 milhões de euros de créditos comuns.

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Passageiros têm 282,5 milhões em vouchers da TAP devido à Covid-19

Cancelamento de voos levou o número de vouchers atribuídos pela companhia aérea a disparar em 2020. A empresa estima ainda vir a gastar 10,4 milhões em indemnizações a clientes.

A pandemia deixou muitos aviões em terra e, consequentemente, passageiros sem as viagens que planeavam fazer. A alternativa para quem viu os voos cancelado foi o reembolso ou a entrega de vouchers para que os clientes possam usar esses valores mais tarde. Na TAP, foram dados ao longo do ano passado um total de 282,5 milhões de euros em vouchers.

“Decorrente da redução significativa da atividade após abril de 2020 e do cancelamento de voos impostos ao setor da aviação e à empresa, os documentos pendentes de voo em 31 de dezembro de 2020 incluem montantes significativos referentes a voos não realizados até essa data, mantendo a empresa a sua responsabilidade pela prestação do serviço no futuro ou pelo reembolso nos termos contratuais. Importa ainda salientar que, os montantes incluídos na rubrica pendentes de voo incluem vouchers e bilhetes não voados de voos cancelados”, explica a TAP no relatório anual publicado esta sexta-feira na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A rubrica de vouchers entregues em 2020 situa-se em 282.488.168 euros, um valor muito acima dos 9.497.376 registados no ano anterior. A questão destes vales que só podem ser usados na mesma empresa gerou polémica já que Portugal foi um dos 12 países que pediu à Comissão Europeia que permitisse que os reembolsos fossem feitos apenas desta forma, mas as autoridades comunitárias rejeitaram alterar as regras dos direitos dos passageiros, obrigando as companhias aéreas a dar a possibilidade de reembolsos.

Além deste valor que poderá vir a ser gasto nos próximos meses (e que terá impacto nas receitas já que os passageiros na prática já pagaram pelas viagens que ainda vão realizar), a TAP está a acautelar ter de indemnizar passageiros.

“Decorrente da pandemia Covid-19, em 31 de dezembro de 2020 foi constituída uma provisão no montante de 10,4 milhões de euros relativa a indemnizações a passageiros, cujas reclamações se encontram a ser processadas pela empresa”, refere a empresa interinamente liderada por Ramiro Sequeira, que viu o número de passageiros transportados afundar 72,7% em 2020 e os prejuízos agravaram para 1.230 milhões de euros.

A par dos passageiros pontuais que viajam pela TAP, a pandemia também afetou o programa de fidelização. As obrigações de desempenho associadas à atribuição de milhas aos aderentes do programa Miles&Go são mensuradas, com base em informação histórica no número de milhas atribuídas e não utilizadas nem caducadas no final de cada exercício.

Em 2020, por forma a amenizar os impactos causado pela pandemia, a TAP prorrogou em 12 meses a validade das milhas atribuídas a clientes, para milhas a expirar entre março e setembro de 2020 e “por prudência não alterou o justo valor apurado” em 2019. “Esta medida teve um impacto na obrigação registada com o programa de fidelidade aumentado o passivo em cerca de seis milhões de euros“, explica a empresa.

“Caso a redenção das milhas, nos próximos exercícios, não atinja os valores históricos pré-pandemia Covid-19 e a estratégia comercial não passe pela atribuição de novas prorrogações de validade, os resultados da empresa podem registar um impacto positivo”, acrescenta a empresa que antecipa atingir resultados operacionais “equilibrados” em 2023.

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IL avança com desfile próprio do 25 de abril porque “a liberdade não tem donos”

  • Lusa
  • 23 Abril 2021

O ponto de encontro do desfile do 25 de abril, promovido pela Iniciativa Liberal, será às 14:00 na Praça do Duque de Saldanha.

A Iniciativa Liberal vai realizar um desfile próprio para comemorar o 25 de Abril, que também descerá a Avenida da Liberdade, em Lisboa, recusando “ceder a manobras” e garantindo o cumprimento das regras sanitárias devido à pandemia.

Na terça-feira, a Iniciativa Liberal (IL) acusou a comissão promotora do desfile do 25 de Abril de tentar impedir o partido de participar nas comemorações, tendo então adiantado que pretendia organizar o seu próprio desfile no mesmo dia e local.

Esta sexta-feira, à agência Lusa, o partido liderado por João Cotrim Figueiredo refere que “não prescinde de nenhum dos seus direitos cívicos e políticos e vai participar nas celebrações do 25 de Abril na Avenida da Liberdade, em Lisboa”, organizando um desfile próprio.

O ponto de encontro será às 14:00 na Praça do Duque de Saldanha (junto ao Outdoor TAP da Iniciativa Liberal) e o desfile terá início pelas 15h, em direção na Rotunda do Marquês de Pombal, cumprindo as indicações de segurança sanitária, dando mais uma vez um exemplo de exercício de Liberdade com Responsabilidade”, refere.

Segundo fonte oficial do partido adiantou à Lusa, neste momento há cerca de 150 pessoas inscritas, estando a organização preparada “para acomodar mais pessoas que se possam juntar”, aguardando resposta da DGS às normas de segurança e distanciamento que pretende implementar.

Para a IL, “a liberdade não tem donos” e recorda que “participa nas celebrações do 25 de Abril desde que é partido político”, sendo o único partido português que “celebra na rua quer o 25 de Abril quer o 25 de Novembro”.

“A IL não cede a manobras que têm como objetivo limitar o exercício pleno das Liberdades, reafirma a sua intenção de celebrar uma data fundadora da nossa democracia e irá descer – e também subir, como já o fez em 2018 – a Avenida da Liberdade”, assegura.

No dia seguinte à crítica pública dos liberais, o Livre, através da rede social Twitter, cedeu quatro lugares da sua comitiva no desfile que assinala o 25 de Abril de 1974 à Iniciativa Liberal e ao Volt Portugal, depois da comissão promotora os ter informado de que não podem participar.

À agência Lusa, fonte da IL garantiu que não recebeu qualquer contacto nesse sentido.

A sessão solene comemorativa do 25 de Abril terá pelo segundo ano consecutivo restrições devido à pandemia, mas desta vez as cerimónias no parlamento não geraram polémica, ao contrário do desfile previsto para a Avenida da Liberdade, em Lisboa.

Este ano a polémica instalou-se à volta do tradicional desfile comemorativo, que regressa à Avenida da Liberdade no domingo, pelas 15:00, depois de em 2020 ter sido cancelado.

A IL e o Volt anunciaram esta semana que lhes foi negada a possibilidade de integrar o desfile, com a comissão promotora das comemorações populares a responder que, devido às restrições sanitárias, este seria limitado aos partidos e associações organizadores e alertou que apenas quem fosse convidado poderia participar, apelando a todos que cantem a “Grândola Vila Morena” à janela, como no ano passado.

No entanto, ainda esta sexta-feira haverá nova reunião da comissão promotora.

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Norte é a única região do país com Rt superior a 1

  • Lusa
  • 23 Abril 2021

O relatório semanal do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge mostra um “decréscimo da incidência” do vírus no país.

Todas as regiões do país apresentam um índice médio de transmissibilidade (Rt) do vírus SARS-CoV-2 abaixo de 1, com exceção do Norte que está acima deste valor nos últimos 22 dias, anunciou o INSA esta sexta-feira.

De acordo com o relatório semanal do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) sobre a evolução da curva epidémica da covid-19, estes dados sugerem um “decréscimo da incidência” do vírus no país, um cenário mais favorável do que o verificado na semana anterior.

No relatório divulgado a 16 de abril, todas as regiões do país apresentavam um Rt – indicador que estima o número de casos secundários de covid-19 resultantes de uma pessoa infetada – acima de 1, exceto a região de Lisboa e Vale do Tejo, que estava nos 0,96.

Por regiões, o INSA indica que o Norte apresenta um Rt de 1,07, o Centro de 0,92, Lisboa e Vale do Tejo de 0,95, o Alentejo de 0,90, o Algarve de 0,88, os Açores de 0,95 e a Madeira de 1,00.

“A região Norte apresenta valores de Rt superiores a 1 nos últimos 22 dias, com uma média de 209 novas infeções por dia”, refere ainda o INSA, que avança que, neste período, o índice de transmissibilidade variou entre o 1,00 e o 1,18.

A nível nacional, o valor médio deste indicador para o período entre 14 e 18 de abril é de 0,98.

Relativamente à taxa de incidência acumulada, o relatório adianta que todas as regiões do continente e a Madeira apresentam valores inferiores a 120 casos por 100.000 habitantes, enquanto os Açores atingem os 173,8.

O Norte apresenta uma taxa de incidência acumulada de 78,6, o Centro de 43,5, Lisboa e Vale do Tejo de 62,8, o Alentejo de 79,9, o Algarve de 112,0 e a Madeira de 113,7.

Estes indicadores – o índice de transmissibilidade do vírus e a taxa de incidência de novos casos de covid-19 – são os dois critérios definidos pelo Governo para a avaliação continua que está a ser feita do processo de desconfinamento que se iniciou a 15 de março.

Portugal está atualmente na terceira fase deste plano de alívio das restrições impostas para controlar a pandemia e que prevê uma quarta e última etapa com início a 03 de maio.

 

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#15 A TAP voltará a voar? Os influencers, agora, são banqueiros?

  • ECO
  • 23 Abril 2021

Os prejuízos da TAP, os alertas da CMVM e do Banco de Portugal sobre os vendedores de banha da cobra nas redes sociais e inflação foram os mistérios desta semana.

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A TAP acaba de apresente prejuízos de 1,2 mil milhões de euros em 2020, vai receber mais dinheiro do Estado este ano, continua a despedir pessoal e aguarda aprovação de Bruxelas pelo plano de ajudas de Estado. Tudo isto vai correr bem? Este é um dos mistérios desta semana do podcast semanal do ECO, apresentado pelos jornalistas António Costa e Pedro Santos Guerreiro.

O episódio #15 abre com uma breve análise aos riscos de inflação. E avança com os alertas da CMVM e do Banco de Portugal sobre os influencers que, nas redes sociais, andam a vender ações de formação e a prometer ganhos nos mercados financeiros, sem que estejam autorizados para tal. Há riscos de fraude e de burla?

Espaço ainda para falar do fim do plano de reestruturação da Caixa Geral de Depósitos e do contrato do Siresp.

O Mistério das Finanças é um podcast semanal do ECO, disponível nas plataformas do costume, em Spotify e Apple Podcasts.

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Software POS online. Uma solução de gestão anytime, anywhere

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  • 23 Abril 2021

Ideal para restaurantes, cafés, lojas de comércio, serviços e e-commerce, o POS Cloudware é o software ponto de venda online que o ajuda a gerir o negócio com total mobilidade.

O software POS online tem-se tornado cada vez mais popular entre os negócios da restauração, retalho, serviços e lojas online. Na cloud, acessível em qualquer lugar, por acesso à Internet, com a lógica de Software as a Service (SaaS), um bom software POS online desempenha um papel vital no aumento das vendas, aliado a um aumento de eficiência no serviço, a um melhor atendimento e à redução dos custos operacionais.

O que precisa de saber acerca do software POS online?

A única diferença entre o software POS online e os sistemas POS tradicionais é que o acesso ao software POS online é realizado através da Internet, utilizando um qualquer navegador, permitindo o acesso a partir de qualquer lugar e de qualquer equipamento – terminal POS, computador desktop, computador portátil, tablet, telemóvel, ou mesmo, o ideal, utilizando vários equipamentos.

Com um sistema POS tradicional esta garantia de mobilidade não é garantida. Mas há mais vantagens.

  • Melhor experiência do cliente

O software POS online ajuda a melhorar a experiência de compra do cliente. Este sistema, baseado na cloud, traz mobilidade e permite que o tablet ou telemóvel seja utilizado livremente no restaurante ou loja, pelos clientes para pedidos, verificação e pagamento. Desta forma, agiliza-se o processo de check-out, evitando-se longas filas nas caixas.

Na restauração, proporciona toda a mobilidade para registar e gerir os pedidos à mesa e mesmo tirar a conta e receber.

  • Acessibilidade

O software POS online permite aceder a qualquer hora, em qualquer lugar, a partir do computador, tablet ou telemóvel, fazendo com que a gestão do seu negócio seja mais acessível e eficiente.

Pode utilizar o software POS online nos serviços porta à porta, em eventos, feiras, na venda ambulante ou mesmo em casa.

  • Menor custo

Ao contrário dos POS tradicionais, em que tem que ter hardware específico, e multiplicá-lo pelo número de pontos de venda que precisa, com o software POS online basta que o seu terminal POS, o seu computador ou o seu tablet tenham acesso à Internet. E se precisar de mais pontos de venda, pode utilizar o tablet ou o telemóvel.

Por outro lado, os POS tradicionais requerem atualizações, quer de hardware, quer de software, que têm de ser feitas pelo fornecedor ou representante, requerem agendamento e tempo e, no final, tem inevitavelmente de suportar o custo. O software POS online assume a forma de subscrição, no modelo SaaS (software as a service), com um custo mensal (ou anual, normalmente mais baixo) e que inclui habitualmente as atualizações, disponibilizadas automaticamente no software. Simples e fácil!

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Um único sistema pode não ser suficiente para as necessidades da sua empresa. Ou porque tem várias lojas ou negócios, ou porque, para além da loja física, tem uma loja online, ou porque utiliza um software CRM. E mais: tem sempre necessidade de ter a informação integrada e em tempo real.

O software POS online permite a integração, automática e em tempo real, com outros sistemas, como os marketplaces, as lojas online e de e-commerce ou até com o software de contabilidade, garantindo informação atualizada e atempada, para a gestão do seu negócio. Rumo ao crescimento!

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A maioria dos softwares POS online disponibilizam soluções de suporte rápido e eficiente, por telefone, online, via chat ou através de centros de ajuda. Por outro lado, as atualizações são incluídas e automáticas, dando-lhe toda a tranquilidade e independência que precisa para se focar no mais importante – o seu negócio!

Conheça o POS Cloudware, o software ponto de venda online ideal para restaurantes, cafés, lojas de comércio, serviços e lojas online, sem custos de instalação e atualização, compatível com todos os equipamentos e terminais POS e que disponibiliza integrações com serviços de pagamentos, plataformas de e-commerce, equipamentos de gestão de dinheiro e, claro, com o Cloudware Business e com o TOConline.

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Saiba como vão decorrer os eventos-piloto do final de abril

  • ECO
  • 23 Abril 2021

Ministra da Cultura avançou à SIC que os eventos terão lugar em Braga no final deste mês. Serão dois eventos com 400 pessoas, um em pé e outro sentado.

A ministra da Cultura, Graça Fonseca, avançou, em entrevista à SIC Notícias, que já em abril se irão realizar dois eventos-piloto. Estes eventos ditarão o que vai acontecer a outros grandes eventos, como festivais de verão, e em que moldes. O ECO preparou-lhe um guião com tudo o que já se sabe sobre estes eventos-teste.

Estes dois primeiros espetáculos têm como objetivo a “definição de novas orientações técnicas e a realização de testes de diagnóstico de SARS-CoV-2 para a realização de espetáculos e festivais”, de acordo com o Ministério da Cultura.

Estes eventos-piloto acontecem dias antes da quarta fase de desconfinamento e reabertura de atividade, a 03 de maio, que permite a realização de grandes eventos exteriores e eventos interiores com diminuição de lotação.

Não foram adiantados grandes detalhes sobre a realização dos eventos, sobre a participação do público ou até que tipo de espetáculo será testado. Ainda assim, há já várias informações que deve saber, como data, número de pessoas no público e onde serão realizados.

Onde vão ser os primeiros eventos-piloto?

A ministra disse, em entrevista à SIC, que “neste momento estão agendados os dois primeiros eventos-teste” e revelou a sua localização: serão em Braga. Assim o confirmou à Rádio Observador, o presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio. Segundo o autarca, os dois eventos estão agendados para “o espaço exterior do Altice Fórum Braga”, mas “ainda não estão totalmente formatados”.

Quando vão ser realizados?

Estes dois eventos terão lugar nos dias 29 e 30 de abril.

Quantas pessoas vão ao evento?

Segundo Graça Fonseca, ambos os eventos contarão com cerca de 400 pessoas.

Como estão organizados os eventos?

A autarquia disse à Rádio Observador que ainda não há nada totalmente formatado, mas que esperar ter o cartaz definido ainda esta sexta-feira para começar a tratar de voluntários. A informação avançada pela ministra apenas refere que um dos eventos será em pé (dia 30) e outro sentado (dia 29).

Agora todos os eventos terão apenas 400 espetadores?

Não. A ideia do Ministério da Cultura, que está a trabalhar de forma articulada com a DGS e promotores dos eventos, é aumentar o número de pessoas presentes no público, à medida que forem avançando os eventos-piloto.

É obrigatória a realização de testes?

Ainda não se sabe, mas a probabilidade é elevada, tendo em conta as experiências internacionais. No que diz respeito aos voluntários, o presidente da câmara revelou que “à entrada do evento, os voluntários que vão participar terão de ser todos testados através de testes rápidos, em parceria com a Cruz Vermelha”.

Já quanto ao público, o diploma aprovado em Conselho de Ministros a 1 de abril admite a realização de testes de diagnóstico do vírus SARS-CoV-2, por imposição da Direção-Geral da Saúde (DGS) ou por iniciativa do promotor do evento.

A proposta dos promotores, entregue à DGS em fevereiro, indicava que os participantes teriam de realizar um teste rápido à Covid-19 até 72 horas antes do evento, repetir o teste à entrada e, passados 14 dias, responder a um questionário e fazer um novo despiste à Covid-19. Adicionalmente, o uso de máscara seria obrigatório.

Já foram realizados eventos deste tipo?

Em Portugal ainda não, mas em Espanha sim, mais precisamente em Barcelona. Em março a banda espanhola Love of Lesbian juntou cinco mil pessoas, todas testadas no próprio dia e com máscara. O concerto foi autorizado pelas autoridades de saúde do país e da testagem resultaram meia dúzia de casos positivos.

Quem comprou bilhete para o concerto teve a oportunidade de escolher três locais na cidade para realizar o teste. Depois, quem teve resultado negativo recebeu um código no telemóvel que validava os bilhetes comprados.

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Justiça manda investigar insolvência de empresa de Moniz da Maia

A Totalpart, do empresário milionário Bernardo Moniz da Maia, foi declarada insolvente no ano passado, após ação colocada pelo Novo Banco por causa de dívidas de 375 milhões de euros.

O tribunal de Lisboa mandou averiguar a insolvência da Totalpart, uma empresa do milionário Bernardo Moniz da Maia e da qual o Novo Banco havia requerido a insolvência em 2019 por causa de dívidas em incumprimento no valor de cerca de 375 milhões de euros.

O juiz do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa determinou a abertura de um “incidente de qualificação de insolvência” no processo da Totalpart — declarada insolvente no ano passado –, numa ação que visa apurar se as razões da insolvência da Totalpart (que tem como administrador único Bernardo Moniz da Maia) foram alheias à empresa (o que o legislador chama de “fortuitas”) ou por culpa dela (que a lei chama de “culposa”). Um incidente de qualificação de insolvência apenas pode ser declarado aberto se o juiz tiver elementos que justifiquem esta abertura, o que foi o caso.

De acordo com o portal Citius, o requerente desta petição foi a Aris Lusitani, uma sociedade de titularização de créditos portuguesa e que esteve envolvida na compra de crédito malparado de empresas ao Novo Banco em 2019.

Caberá agora à administradora de insolvência da Totalpart, Eva Cecília da Silva Machado, elaborar um parecer fundamentado e documentado sobre os factos relevantes do que determinou o desfecho da empresa. O parecer da administradora de insolvência deverá terminar com uma proposta de decisão sobre a qualificação da insolvência: fortuita ou culposa. No caso de considerar tratar-se de uma insolvência culposa, Eva Machado deverá ainda identificar as pessoas responsáveis.

O processo irá depois para o Ministério Público, antes de voltar ao tribunal para decisão final (que pode ser passível de recurso para o Tribunal da Relação).

A Totalpart foi declarada insolvente pelo tribunal em julho do ano passado na sequência de uma ação colocada pelo Novo Banco, meses antes, para tentar recuperar créditos concedidos pelo BES ao grupo Moniz da Maia. Segundo o Correio da Manhã, estavam em causa, naquela altura, dois créditos em incumprimento: um de 16,5 milhões de euros da Totalpart e outro de 358 milhões de euros da Sogema Investments Limited, sociedade do grupo Moniz da Maia sediada na Irlanda, no qual a Totalpart assumiu “a qualidade de garante”.

Segundo o mesmo jornal, o Novo Banco já havia arrestado a Bernardo Moniz da Maia um iate e um avião, no valor de 37 milhões de euros, em 2016, por conta de dívidas em falta.

A dívida da Sogema, entretanto, acabaria por sair do Novo Banco em 2019, depois de ter sido vendida em pacote (no designado Projeto Nata II), que foi vendido com um desconto de 90% face ao valor contabilístico bruto ao fundo Davidson Kempner.

Bernardo Moniz da Maia é um dos grandes devedores do Novo Banco que a comissão de inquérito do Parlamento quer ouvir. A audição do empresário já tem data: sexta-feira, dia 30 de abril, pelas 14h30.

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TAP admite volume “interessante” de reservas para o verão mas 2021 ainda será “desafiante”

Companhia aérea ajustou a oferta de verão à pandemia com reforço de destinos nacionais, como a Madeira, e diversificação da oferta internacional. As reservas demonstram uma retoma nos próximos meses.

Após os piores resultados de sempre em 2020, a atividade TAP continuará a ter desafios este ano. A retoma do negócio está intimamente ligada aos desenvolvimentos da pandemia e ao processo de vacinação, mas a companhia aérea tem já volumes “interessantes” de reservas para o verão.

2020 foi um ano com muitos desafios e 2021 ainda será muito desafiante“, começou por alertar a administradora executiva Alexandra Vieira Reis, na conference call com analistas e investidores esta sexta-feira, que se seguiu à apresentação de resultados. Em ano de pandemia, a TAP registou prejuízos de 1.230 milhões de euros, o que representa os resultados mais negativos de sempre para a empresa.

Apesar dos cortes de custos (incluindo os associados ao plano de reestruturação), as contas de 2020 foram especialmente penalizadas pela Covid-19 que levou a uma forte quebra nos passageiros e na carga transportados. A expetativa era que 2021 fosse de recuperação, mas o agravamento da pandemia levou a um novo confinamento e ao fecho de fronteiras, penalizando a atividade. Agora a esperança está no verão.

“Estamos a ver uma recuperação no segmento de lazer, que é muito importante. A curva de reservas estava muito concentrada no curto prazo e agora começamos a ver um prolongamento”, referiu Alexandra Vieira Reis. “Sem entrar em pormenor, posso dizer que temos níveis muito interessantes de reservas para junho, julho e agosto, que são os meses de pico do verão em Portugal. Apesar de 2021 ainda ser muito desafiante, já vemos alguns sinais de retoma”.

A TAP ajustou a oferta de verão à pandemia, nomeadamente através do reforço de destinos nacionais como a Madeira ou da diversificação da oferta internacional com a abertura de uma rota para Cancun. Em agosto, a companhia aérea planeia operar 879 voos por semana, num total de 100 rotas. Naquele que é o mês de maior afluência turística, a TAP vai contar com oito rotas nacionais com 126 voos por semana.

Ainda assim, as projeções da empresa apontam para que só em 2023 seja alcançado o equilíbrio operacional e, dois anos depois, os resultados líquidos positivos. Devido ao impacto da pandemia na atividade, a empresa pediu apoio público, tendo já recebido 1,2 mil milhões de euros e estando em cima da mesa um cenário de auxílio total até 3,7 mil milhões de euros. Estes estão condicionados a um plano estratégico que tem de ser aprovado pela Comissão Europeia.

A proposta de plano foi enviada pelas autoridades em dezembro e ainda aguarda resposta. Questionada na conferência sobre se a empresa tinha capacidade financeira, a administradora lembrou que os custos operacionais estão a ser reduzidos e que há uma gestão conservadora de caixa.

Não estamos a queimar dinheiro e estamos a geri-lo de forma muito prudente“, afirmou Alexandra Vieira Reis. O chairman Miguel Frasquilho acrescentou que a demora de Bruxelas — a expetativa é que a resposta não chegue antes de maio — não representa nenhum risco. “Não vemos absolutamente nenhum sinal negativo da Comissão Europeia. Nem estamos a ver grandes alterações ao plano [enviado por Portugal]”.

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