19 anos depois, Sporting é campeão nacional com a “prata da casa”
Os leões de Rúben Amorim festejam o 19.º título de campeão, numa caminhada que ficou marcada pelo investimento feito nos "miúdos" da Academia e numa política de transferências algo comedida.
Depois de 19 anos de espera, o Sporting volta a conquistar a Liga Nos, ao derrotar os axadrezados do Boavista por 1-0. Um triunfo que deixou o FC Porto, o segundo classificado, a oito pontos e permitiu que festejasse o título de campeão nacional mais cedo.
Com duas jornadas ainda por disputar, o Sporting venceu a competição com 82 pontos na tabela classificativa, mas ainda pode chegar aos 88 pontos na 34.ª jornada. Em 32 jogos realizados, os leões venceram 25 jogos, empataram sete e não somaram qualquer derrota, tornando-se a primeira equipa da história do futebol nacional sem registar qualquer desaire em 32 duelos disputados dentro das quatro linhas.
Com este feito, o clube liderado por Frederico Varandas festeja o 19º título de campeão nacional e, além disso, garantiu um lugar na tão desejada Liga dos Campeões, onde não participa desde a temporada 2017/2018.
Neste regresso à competição mais mediática da Europa, o Sporting já sabe que vai receber entre 25 e 30 milhões de euros só pela presença na fase de grupos da prova.
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Juventude foi sinónimo de Sporting
O conjunto leonino ficará na história por conquistar um campeonato, com um plantel composto maioritariamente de atletas oriundos das camadas jovens, neste caso da Academia de Alcochete.
Nomes como Gonçalo Inácio, Tiago Tomás, Daniel Bragança ou Nuno Mendes são algumas das caras que marcaram a transição de “miúdos” da formação, para jovens jogadores que atuam com regularidade no principal escalão do futebol profissional. Devido a esta aposta na “prata da casa”, a média de idades da atual equipa do Sporting está situada nos 24,66 anos, enquanto a do Benfica é de 26,65 e a do FC Porto 25,85.
Milhões da Luz não evitaram triunfo leonino
Com o destaque dado aos miúdos da Academia, e por necessidade, o Sporting foi comedido nas duas janelas de transferências, tendo apenas puxado os cordões à bolsa com a compra do avançado Paulinho ao Sp. Braga por 16 milhões de euros, em janeiro passado. Contudo, antes desta compra, os leões tinham gasto no mercado de transferências de verão apenas 12,8 milhões de euros. Pedro Gonçalves tinha sido, na altura, a contratação mais cara (6,5 milhões de euros).
No total, aterraram em Alvalade 11 caras novas: cinco foram contratações (equivaleu a um gasto de 28,9 milhões de euros), dois chegaram por empréstimo e, por fim, quatro vieram para o clube a custo zero.
Valores que ficaram muito próximos do FC Porto — segundo classificado na presente época — que gastou um total de 22,6 milhões de euros em passes de jogadores. O atleta mais caro dos dragões foi o sul-americano Evanilson, custando aos cofres do clube cerca de 8,7 milhões de euros.
Todavia, a história muda de perspetiva quando comparamos os orçamentos para transferências dos dois clubes da segunda circular. O Benfica não olhou a custos este ano desportivo e gastou cerca de 105 milhões de euros em contratações, um valor estratosférico quando comparado com os dois rivais diretos, FC Porto e Sporting. A compra mais avultada da equipa de Jorge Jesus foi a de Darwin Núñez, vindo do UD Almería, que custou 24 milhões de euros e foi desta forma a transferência mais cara do campeonato português.
Amorim valoriza plantel em 45 milhões
Com uma aposta nas camadas jovens e um investimento moderado no mercado de transferências, não é estranho referir que o Sporting é o clube com menor valor de mercado total dos denominados “três grandes”. De acordo com o site especializado Transfermarkt, a equipa leonina está avaliada em 185,1 milhões de euros — valor que engloba todos os jogadores que integraram o plantel ao longo do ano, mesmo que tenham saído no mercado de janeiro –, um valor bem abaixo dos plantéis de FC Porto (263,1 milhões de euros) e Benfica (261,8 milhões de euros).
Mesmo assim, com o positivo percurso do emblema de Alvalade no campeonato nacional, a equipa constituída essencialmente por “pupilos” da Academia valorizou cerca de 45 milhões de euros desde setembro do ano passado.
O melhor exemplo do exponencial aumento do valor de mercado do Sporting é o lateral Nuno Mendes, de apenas 18 anos. O jogador português foi o atleta que mais valorizou na equipa, estando avaliado em sete milhões de euros no início da temporada e passando a valer atualmente… 25 milhões.
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