Sindicatos da Altice Portugal pedem reunião com Alexandre Fonseca
Os sindicatos de trabalhadores da Altice Portugal vão pedir uma reunião ao presidente executivo, Alexandre Fonseca, por causa da ameaça de despedimentos e das notícias de uma possível venda.
Os sindicatos que representam os trabalhadores da Altice Portugal estão “preocupados” com a notícia da possível venda da empresa, assim como a ameaça de rescisões unilaterais. As estruturas preparam-se para pedir uma reunião ao comité executivo da dona da Meo, que é liderado por Alexandre Fonseca.
“Está decidido que vamos solicitar uma reunião”, disse ao ECO o presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (SINTTAV), Manuel Gonçalves. O pedido será enviado até esta segunda-feira, afirmou o responsável. “Esperamos que nos digam o que pensam fazer. Vamos querer saber qual é o projeto futuro para a empresa”, explicou.
A mesma informação foi avançada ao ECO pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo Altice em Portugal (ex-STPT): “O que pretendemos, conjuntamente com outros sindicatos, é uma reunião com o CEO [Alexandre Fonseca]”, sinalizou Jorge Félix.
Para os dois dirigentes sindicais, as notícias conhecidas esta semana podem significar o fim da “paz social” alcançada pela atual administração, quando foi assinado, a 10 de julho de 2018, um novo acordo coletivo de trabalho. “Isso acabou”, disse mesmo Manuel Gonçalves, referindo-se à “paz social” na empresa, quando questionado nesse sentido.
O SINTTAV já “perspetivava” uma venda no futuro, mas admite agora que um negócio pode estar mais perto do que imaginava. Para a organização, a Altice “é um grupo financeiro internacional”: “Querem é lucro e vão vender”, apontou.
Já Jorge Félix foi apanhado “de surpresa” pela notícia da possibilidade de rescisões unilaterais na empresa, pouco depois de a Altice Portugal ter concluído mais uma ronda de saídas acordadas ao abrigo do Programa Pessoa. “Tem sido sempre negado pela empresa [a intenção de proceder a] despedimentos. Estamos preocupados”, assumiu, em conversa com o ECO.
Para o responsável, o Governo já deveria ter agido para mediar e sanar o conflito entre a Altice Portugal e a Anacom (o “ambiente regulatório hostil” é várias vezes apontado por Alexandre Fonseca como uma ameaça ao investimento da Altice em Portugal). Dito isto, para o presidente do sindicato, “não é bom que haja redução, mas, se tiver de acontecer, que seja voluntária” e negociada.
O Expresso (acesso pago) noticiou esta sexta-feira que a Altice está a estudar a venda da Altice Portugal. Ao que o ECO apurou, a empresa mandatou o banco de investimento Lazard para encontrar potenciais compradores.
Ao mesmo tempo, o presidente executivo da Altice Portugal, Alexandre Fonseca, abriu a porta a rescisões unilaterais na empresa: “A componente de Recursos Humanos é fundamental, pelo que continuará a ser uma área de análise e onde estamos a avaliar todos os cenários possíveis, onde se incluem medidas adicionais de reorganização, que podem passar por medidas de caráter unilateral, que nos permitam atingir os objetivos traçados para a estratégia de crescimento e sustentabilidade, no atual contexto nacional do setor”, escreveu, num email enviado aos trabalhadores.
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