PIB português com a maior queda da UE no primeiro trimestre
Entre os 27 países da União Europeiaa, Portugal é o que regista a maior queda (-3,3%) em cadeia do PIB no primeiro trimestre. Na Zona Euro a quebra foi de 0,3%.
Portugal foi o Estado-membro da União Europeia que registou no primeiro trimestre a maior queda do PIB (-3,3%) em cadeia, ou seja, comparado com o trimestre anterior. Em média, na Zona Euro a contração da economia foi de 0,3% e na União Europeia foi de 0,1%, uma revisão face à última previsão, de acordo com os dados atualizados esta terça-feira pelo Eurostat.
Os valores da Zona Euro e da União Europeia representam uma revisão face à queda de 0,6% e de 0,4% registada na segunda estimativa do PIB do primeiro trimestre divulgada pelo gabinete de estatísticas. Nesta terceira estimativa, já com números para todos os países, Portugal continua a surgir como o país com a maior queda devido ao segundo confinamento que ocorreu na quase totalidade do trimestre.
Em termos homólogos, a queda da Zona Euro é de 1,3% e a da União Europeia é de 1,2% enquanto Portugal registou uma contração de 5,4%, o que também é a maior queda entre os 27 Estados-membros. Pela primeira vez desde o início da pandemia, o PIB homólogo já compara com um trimestre (primeiro trimestre de 2020) com um mês afetado pela Covid-19, ao contrário do que acontecia até ao momento.
Os números do Eurostat mostram de forma inequívoca que a economia portuguesa foi a mais afetada da Europa no primeiro trimestre, ainda que de forma menos intensa do que no segundo trimestre do ano passado. Estes valores são explicados pelo segundo confinamento e a onda de infeções que colocou Portugal como o país do mundo com a pior situação epidemiológica durante vários dias.
A seguir a Portugal, foi a Eslováquia, a Alemanha e a Letónia quem mais sofreu com o impacto da pandemia no início de 2021. A economia letã encolheu 1,7% em cadeia e 1,2% em termos homólogos, a economia da Eslováquia cedeu 2% em cadeia (apesar de estar a crescer 0,3% em termos homólogos) e a economia alemã sofreu uma queda de 1,8% em cadeia e de 3,1% em termos homólogos.
Tweet from @EU_Eurostat
Entre os países do Sul da Europa, Espanha apresentou uma queda de 0,5% em cadeia e de 4,3% em termos homólogos enquanto a Itália surge numa posição melhor ao crescer 0,1% em cadeia e a cair apenas 0,8% em termos homólogos. Contudo, é de notar que ambos os países registaram uma queda no primeiro trimestre de 2020 superior à de Portugal porque foram afetados pela Covid-19 mais cedo.
Em França, esse efeito também se deu, tendo a economia francesa conseguido crescer em termos homólogos no primeiro trimestre de 2021: mais 1,2%. Em cadeia, o PIB francês desceu 0,1% no arranque deste ano. No caso da Grécia, o PIB crescer 4,4% em cadeia, mas contraiu 2,3% em termos homólogos.
Na comparação em cadeia, houve 16 Estados-membros a crescer no primeiro trimestre, enquanto na comparação homóloga esse número baixa para sete países. O maior crescimento foi registado pela Irlanda (+7,8%), seguido da Croácia (5,8%) e da Estónia (4,8%).
PIB dos EUA a 0,9% do nível de 2019. Zona Euro ainda está a 5,1%
O Eurostat faz neste destaque a habitual comparação entre a economia norte-americana e a economia europeia. No primeiro trimestre de 2021, o PIB dos Estados Unidos cresceu 1,6% em cadeia e 0,4% em termos homólogos, bem acima do desempenho do PIB da Zona Euro ou da União Europeia.
O gabinete de estatísticas calcula ainda que o PIB da Zona Euro e o da UE estão 5,1% e 4,6% abaixo do nível mais elevado registado no quarto trimestre de 2019, antes da pandemia. Na prática, o PIB europeu está atualmente ao nível do final de 2016, no caso da Zona Euro, e do início de 2017, no caso da UE.
Já nos Estados Unidos o PIB está apenas a 0,9% do nível máximo registado no final de 2019, estando agora ao nível do segundo trimestre desse ano.
(Notícia atualizada às 11h46 com mais informação)
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
PIB português com a maior queda da UE no primeiro trimestre
{{ noCommentsLabel }}