Variante Delta já é dominante em Portugal
Variante Delta, associada à Índia, já é a dominante no país. Portugal poderá atingir uma taxa de incidência de 240 casos por 100 mil habitantes em 15-30 dias. E, em menos de 15 dias, no Algarve.
Portugal poderá atingir uma taxa de incidência de 240 novos casos por 100 mil habitantes nos próximos 15 a 30 dias, indica o relatório da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) divulgado esta sexta-feira. Em Lisboa e Vale do Tejo essa fasquia já foi ultrapassada, notam as autoridades, que detalham que a variante Delta já será, neste momento, a dominante no país.
O número de novos casos de infeção por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias foi de 142 casos, verificando-se uma tendência crescente a nível nacional. Em maior detalhe, em Lisboa e Vale do Tejo, a incidência cumulativa a 14 dias atingiu os 256 casos, seguindo-se o Algarve com 215 casos, o Alentejo com 88 casos, o Norte com 65 casos e o Centro com 60 casos.
“Todos os grupos etários apresentam uma tendência crescente da incidência“, sublinham as autoridades, referindo, ainda assim, que a maior taxa de incidência foi verificada entre os cidadãos com 20 a 29. “Embora com menor risco individual de evolução desfavorável da doença, os indivíduos deste grupo podem contribuir para a transmissão à população mais vulnerável“, alertam a DGS e o INSA.
O índice de transmissibilidade (o Rt), por sua vez, está agora em 1,14 a nível nacional, estando também neste ponto a verificar-se uma tendência de agravamento, sobretudo na região de Lisboa e Vale do Tejo e no Algarve, que contam com um Rt de 1,17 e 1,34, respetivamente.
Assim, a DGS e o INSA projetam que, mantendo-se as tendências referidas, Portugal poderá atingir uma taxa de incidência de 240 casos por 100 mil habitantes em 15 a 30 dias, a nível nacional, e em menos de 15 dias no Algarve. Em Lisboa e Vale do Tejo, essa fasquia já foi ultrapassada.
As autoridades salientam, por outro lado, que a variante Alpha (associada ao Reino Unido) era a dominante em maio, mas, entretanto, a variante Delta (associada à Índia) já se terá sobreposto. “Com base na sequenciação genómica, a estimativa da proporção de casos SARS-CoV-2 da variante Delta para Portugal continental, de 2 a 15 de junho, foi de 51 %“, adiantam a DGS e o INSA, detalhando que na região lisboeta a predominância desta variante já deverá exceder os 70%.
Por outro lado, até 25 de junho, foram identificados 113 casos da variante Beta (associada à África do Sul), embora não se tenha identificado nenhum novo caso desde o último relatório. Quanto à variante Gamma (associada a Manaus, no Brasil), há a contabilizar dez novos casos. A DGS e o INSA frisam que existe transmissão comunitária de ambas as variantes referidas.
Relativamente ao número de internados em unidades de cuidados intensivos, a tendência tem sido também crescente, “correspondendo a 43% do valor crítico definido de 245 camas ocupadas”. Também aqui a região lisboeta merece destaque, pela negativa. “A região de Lisboa e Vale do Tejo, com 71 doentes internados em UCI, representa 67% do total de casos em UCI, e corresponde a 86 % do limite regional de 83 camas em UCI”, salientam as autoridades.
Por outro lado, a proporção de testes positivos (2,3%) continua abaixo do limiar definido de 4%, apesar de se ter aumentado a testagem nos últimos sete dias. E a proporção de casos confirmados notificados com atraso caiu de 9,6% para 3,2%. Além disso, nos últimos setes dias, 86% dos casos de infeção foram isolados em menos de 24 horas após a notificação e 78% dos seus contactos foram rastreados e isolados.
Face à evolução da pandemia pintada por estes dados, o Executivo de António Costa decidiu colocar um travão ao processo de desconfinamento do país. Lisboa e Vale do Tejo é, neste momento, a região mais preocupante, tendo sido definido que é proibido sair ou entrar nesta área metropolitana entre as 15h00 de sexta-feira e as 6h00 de segunda-feira.
(Notícia atualizada às 21h18).
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