Hoje é o dia sem sacos de plástico. Por ano são usados cinco biliões em todo o mundo
A produção global de plástico aumentou cerca de 20 vezes nos últimos 50 anos e prevê-se que duplique novamente em 2035 e quadruplique em 2050.
No mundo usam-se cinco biliões de sacos de plástico por ano, segundo as Nações Unidas, dos quais 3,5 biliões, cerca de 70%, acabam na natureza ou em aterros e afetam muitas espécies no oceano e em terra.
Apesar de o plástico ser “uma grande invenção”, os sacos deste material constituem um dos problemas mais graves para as espécies, explica o professor de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Universidade Europeia Álvaro Luna, por ocasião da celebração, no sábado, 3 de julho, do Dia Internacional Livre de sacos de plástico.
São frequentes as imagens de animais apanhados por sacos de plástico no oceano, no entanto o problema também existe em terra firme, assegura Luna, porque “em muitos locais de África e do Médio Oriente os animais do campo alimentam-se destes resíduos”.
Camelos, cabras e vacas “morrem pela ingestão de sacos de plástico nestes lugares”, diz o especialista, citado pela agência EFE.
E não sendo estes os únicos resíduos plásticos que causam estragos na natureza pretendeu-se assinalar o 3 de julho como um dia livre de sacos de plástico para alertar para o problema que causam na natureza.
Existem muitos outros produtos deste material de apenas uma utilização, como palhinhas, garrafas ou recipientes de alimentos que contaminam e se degradam em milhões de pedaços, no que se conhece como microplásticos, um problema que se agravou com a pandemia de Covid-19, que fez disparar a utilização de luvas e material plástico.
Campanhas de consciencialização e políticas internacionais e nacionais advogam pela redução e eliminação da utilização de plástico, refere Luna, especialmente em produtos de uma única utilização, como garrafas.
No entanto, a luta pela redução e/ou eliminação do plástico é desigual no mundo.
Segundo dados das Nações Unidas, em cada ano chegam aos oceanos mais de oito milhões de toneladas de plásticos, muitos procedentes da contaminação vertida nos rios, especialmente no sudeste asiático e na China.
Apesar dos acordos internacionais firmados para a eliminação do plástico, de acordo com o académico, em muitos países “é difícil” transpor de forma realista os compromissos estabelecidos para a eliminação de plástico.
Os resíduos plásticos viajaram meio mundo, até que em 2018 a China se negou a continuar a ser o depósito deste lixo, uma posição que tomaram na Europa a Roménia e a Bulgária, juntamente com a Turquia.
Mais de 70 países reclamaram às Nações Unidas um novo acordo vinculativo contra este material, entre os quais Espanha e os outros países da União Europeia, assim como muitos latino-americanos.
Porém, não figuram entre eles as grandes potências como os Estados Unidos ou a China, nem tão pouco a índia, a Rússia ou o Brasil.
Segundo um estudo publicado na quinta-feira pela aliança Rethink Plastic (Repensar o Plástico) e o movimento Break Free From Plastic (Liberta-te do Plástico), a produção global de plástico aumentou cerca de 20 vezes nos últimos 50 anos e prevê-se que duplique novamente em 2035 e quadruplique em 2050.
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