Primeira comunidade de energia nasce em Miranda do Douro. Governo quer mais, para ajudar a baixar fatura da luz

Inaugurado primeiro projeto em Miranda do Douro, que vai baixar gastos energéticos em 10% face ao preço de mercado. Galamba revela que mais comunidades de energia serão aprovadas em breve no país.

Dois anos após a publicação do regime jurídico criado pelo Decreto-Lei n.º 162/2019, que transpõe parcialmente a Diretiva Comunitária para as Energias Renováveis (RED II), a primeira comunidade de energia em Portugal será finalmente inaugurada esta terça-feira em Miranda do Douro. Apesar de serem uma aposta do Governo para a transição energética e climática em curso, as comunidades de energia tardaram em sair do papel, obrigando mesmo a uma alteração significativa da legislação original.

A ser finalizada para que possa ser publicada em breve, o Governo tem já uma segunda versão desta legislação — “revista e melhorada” — e ao ECO/Capital Verde o secretário de Estado da Energia, João Galamba, confirmou que além desta primeira comunidade de energia, e de uma outra no Porto, “há já outras na calha para serem aprovadas”.

Na visão do governante, num momento em que preços da eletricidade batem máximos históricos nos mercados grossistas, “as comunidades de energia — além de toda as medidas que vamos implementar — são também um extraordinário instrumento para reduzir a fatura da energia elétrica aos seus membros. Os projetos de comunidades de energia, sobretudo no momento atual, são bastante relevantes”, diz Galamba.

E garante que “há várias comunidades de energia em fase adiantada que serão aprovadas muito rapidamente. A nova legislação vai beneficiar as já existentes, vai facilitar os processos em curso e trazer ainda mais projetos”, garantiu o governante, revelando que no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) “será aberto um aviso para comunidades de energia no âmbito da eficiência energética, mas também estas também são elegíveis e podem candidatar-se a vários apoios”.

Para já, explica, esta é a primeira comunidade de energia a ser inaugurada no país, no âmbito do projeto 100 Aldeias da empresa Cleanwatts, que abrange sobretudo sobretudo os territórios do interior do país. Uma parceria entre a Cleanwatts e a Santa Casa da Misericórdia de Miranda do Douro, este é então o “primeiro projeto de mais de uma centena de comunidades que a empresa espera implementar em Portugal nos próximos meses”.

O projeto da Santa Casa da Misericórdia de Miranda do Douro é o primeiro a receber aprovação final ao abrigo do novo regime jurídico que entrou em vigor em 2020. No terreno, explicam os promotores, a comunidade de energia inclui capacidade solar fotovoltaica instalada em vários telhados permitindo à Santa Casa da Misericórdia de Miranda do Douro reduzir os seus gastos energéticos em pelo menos 10% em comparação com o preço padrão de mercado da eletricidade.

“Nos próximos meses, a comunidade de energia crescerá, incorporando outros consumidores locais de energia e produtores de energia solar para o benefício coletivo da comunidade“, refere a Cleanwatts em comunicado.

João Galamba, que marcará presença na inauguração, garante que “as comunidades de energia são uma aposta do Governo e este é um excelente exemplo de um projeto que envolve uma empresa, a autarquia e um conjunto de agentes locais, que é exatamente o que nós pretendemos”. Sobretudo, diz o secretário de Estado, “numa altura em que vamos facilitar ainda mais a criação destas comunidades, com um impulso extra da nova legislação. Vem também aí o PRR, que também tem verbas para estes projetos”.

A nova legislação, revela, trará então regras menos rígidas e ainda modalidades específicas para a indústria, “um setor para o qual as comunidades de energia são muito importantes, sobretudo para os eletrointensivos, que são os que mais têm a beneficiar” e por isso precisam de um “tratamento mais favorável” ao nível da proximidade.

“Ao fim de dois anos desta legislação em vigor, vamos revê-la, partindo da experiência, dos projetos que foram sendo desenvolvidos, das barreiras e dificuldades que surgiram, e estamos a tentar melhorar significativamente o seu enquadramento”, garantiu Galamba em declarações ao ECO/Capital Verde.

Outra das mudanças passa pela abolição de coeficientes fixos para participação na comunidade. “Isso tornava o funcionamento mais rígido. Idealmente uma comunidade não tem estes valores fixos de partilha. O que vai acontecer com a nova legislação é que vai passar a haver uma plataforma digital de gestão dinâmica dos fluxos energéticos que dispensa esses coeficientes. Torna a comunidade em algo mais dinâmico, gerida e otimizada em tempo real. A comunidade produz, armazena, consome, vende e compra energia. É a plataforma que gere tudo“, refere o secretário de Estado.

Garante que isso vai trazer todos os benefícios da digitalização para as comunidades de energia, já que “há várias empresas a desenvolver soluções para estas plataformas em Portugal”, entre elas a Cleanwatts, cujo Sistema Operativo para comunidades de energia (suportado por uma solução de Virtual Power Plant) está já a ser “expandido para outros mercados, nomeadamente Europa e EUA”. Na Europa, espera-se que cerca de 37% das residências participem em comunidades de energia até 2050.

“Estamos orgulhosos de ser a primeira instituição com uma comunidade de energia em Portugal. Acreditamos ser uma vantagem não só para a instituição como também para todos os membros da comunidade envolvente. O projeto não exigiu investimento, pelo que recomendo esta opção a outras instituições, de modo a reduzir custos de energia bem como a pegada carbónica”, disse em comunicado Arménio Gomes, Vice-Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Miranda do Douro.

Fundada em 2020, a Cleanwatts tem desenvolvido vários projetos-piloto de comunidades de energia em Portugal. “Estamos orgulhosos, especialmente devido ao impacto social positivo que este projeto terá na comunidade. Numa altura em que os preços da energia estão a disparar em toda a Europa, é importante realçar que as comunidades de energia representam uma solução eficaz para dois enormes desafios: as alterações climáticas e a pobreza energética. O nosso Sistema Operativo foi desenvolvido para acelerar os benefícios da transição energética global, oferecendo aos participantes energia limpa de origem local e a preços acessíveis, ao mesmo tempo que garante resiliência e segurança de abastecimento para toda a comunidade”, rematou Michael Pinto, CEO e cofundador da Cleanwatts.

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Ryanair lança 26 rotas no inverno com investimento de 300 milhões em Portugal

O lançamento de 26 novas rotas vai criar 300 novos empregos, assegura a Ryanair. Companhia aérea investe 300 milhões de euros no país.

A Ryanair vai aumentar o número de aviões na base de Lisboa com três novas aeronaves, num total de sete a partir de novembro, o que lhe permitirá criar 26 novas rotas, elevando para 124 os destinos da transportadora aérea a partir de Portugal. Este é um investimento de 300 milhões de euros que vai criar 300 novos empregos, anunciou a empresa esta terça-feira.

“O crescimento da Ryanair em Portugal estimula a rápida recuperação do turismo e da economia portuguesa, criando mais de 300 novos empregos bem remunerados para pilotos, tripulantes de cabine e IT developers em Lisboa, Porto, Faro e Ponta Delgada”, afirma a empresa. Os novos destinos incluem Bari, Agadir, Lanzarote, Malta, Palermo, entre outros, acompanhado de uma campanha promocional com lugares à venda a partir de 19,99 euros. O objetivo é transportar mais de 11,5 milhões de passageiros em Portugal.

O CEO, Michael O’Leary, nota que a Ryanair é um “grande investidor e empregador” no país e assume o compromisso de continuar a investir “uma vez que continuamos empenhados na recuperação do turismo nas regiões e na criação de empregos locais bem remunerados”. O irlandês admitiu, em conferência de imprensa, que teve de despedir 26 pessoas no ano passado em Portugal, mas que estas foram convidadas a voltar.

Com este anúncio, a Ryanair diz que vai ter a “maior programa de inverno em Portugal de sempre”. Porém, o negócio até ao momento não está a correr na perfeição: segundo O’Leary, o “volume [de venda de bilhetes] é bom, mas o preço [médio de venda] está fraco”, explicou, apesar de dizer que a companhia está a “recuperar mais rapidamente do que outras transportadoras” na Europa.

Relativamente a Portugal, questionado sobre o porquê de a empresa portuguesa registar prejuízos todos os anos em território nacional, o CEO da Ryanair justificou-o com o “elevado investimento e crescimento” no país nos últimos anos, o que se traduziu numa “atividade menos lucrativa” do que noutros países. Ainda assim, “não perdemos dinheiro em Portugal”, garante, explicando que os resultados da empresa são “pan-europeus” e não nacionais. “Nunca recebemos nenhuma ajuda estatal em Portugal”, assegura.

Para o futuro, a companhia aérea tem encomendados 210 novos aviões da Boeing, os quais vão permitir reduzir os custos e o consumo de combustível (-16%), ao mesmo tempo que aumenta em 4% o número de lugares por aeronave e cria mais espaço para melhorar o conforto dos passageiros a bordo.

(Notícia atualizada pela última vez às 11h22)

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Nas notícias lá fora: Táxis voadores, Nova Zelândia e Steve Jobs

  • Joana Abrantes Gomes
  • 24 Agosto 2021

A Samsung vai investir milhares de milhões no crescimento pós-pandemia. Os Talibãs recusam o prolongamento da estadia dos EUA no Afeganistão. A Nova Zelândia vive o seu pior surto de Covid-19.

A Samsung prepara um investimento de cerca de 176 mil milhões de euros até 2023 para reforçar a sua posição em mercados-chave depois da pandemia. A Nova Zelândia está a enfrentar o seu pior surto de coronavírus, ao registar 41 casos esta terça-feira, que podem ascender brevemente aos mil, de acordo com especialistas. O Afeganistão continua na ordem do dia, com os talibãs a rejeitarem um prolongamento do prazo de saída dos militares norte-americanos para lá deste mês. Estas e outras notícias estão em destaque na imprensa internacional.

Reuters

Samsung vai investir 176 mil milhões de euros até 2023 para crescimento pós-pandemia

A Samsung vai investir 240 biliões de won sul-coreanos (quase 176 mil milhões de euros) nos próximos três anos para expandir a sua presença nas áreas de biofarmacêutica, inteligência artificial, semicondutores e robótica, depois da pandemia de Covid-19. O investimento é 30% superior ao da estratégia anterior, sendo que, até 2023, deverá ajudar o conglomerado a reforçar a sua posição global em indústrias chave como a fabricação de processadores, permitindo-lhe ainda procurar oportunidades de crescimento em novas áreas, como a robótica e as telecomunicações de próxima geração.

Leia a notícia completa na Reuters (acesso livre/conteúdo em inglês).

The Guardian

Nova Zelândia deteta mais 41 casos de Covid-19

A Nova Zelândia ficou conhecida na pandemia pela política de “zero casos”, mas enfrenta agora o seu maior surto de Covid-19. As autoridades de saúde neozelandesas detetaram mais 41 casos esta terça-feira, elevando o número total para 148 pessoas infetadas. Segundo especialistas do país, o número de infetados pode chegar aos 1.000. O confinamento mais apertado foi prolongado pelo menos até ao final desta semana, sendo que Auckland, cidade onde foi detetada a maioria dos casos, permanecerá “fechada” até ao fim do mês.

Leia a notícia completa no The Guardian (acesso livre/conteúdo em inglês).

Financial Times

Investidores injetam 4,3 mil milhões em startups de táxis aéreos

Os investidores já aplicaram um recorde de 4,3 mil milhões de dólares no financiamento da mobilidade aérea de próxima geração este ano, o que representa um aumento de 83% em cinco anos. Este valor foi atingido através de uma combinação de capital de risco e entradas em bolsa por via de SPAC, veículos cotados que têm o único propósito de adquirirem outras empresas. Ainda que considere que esta indústria tem um futuro promissor, Peter Harrop, presidente da consultora tecnológica IDTechEx, avisou que milhares de milhões de dólares foram investidos por pessoas que “querem o dinheiro fácil de encontrar a próxima Tesla”.

Leia a notícia completa no Financial Times (acesso pago/conteúdo em inglês).

The New York Times

Talibãs rejeitam extensão do prazo para a saída de militares dos EUA

À medida que os EUA se esforçam para retirar cidadãos do Afeganistão, os Talibãs recusam que os militares norte-americanos fiquem em solo afegão para lá de 31 de agosto, como sugeriu o presidente Joe Biden. De acordo com a Casa Branca, só na segunda-feira foram retiradas do país cerca de 10.400 pessoas, enquanto outras aguardam por um resgate que se tem concentrado cada vez mais nos norte-americanos que ainda estão no país.

Leia a notícia completa no The New York Times (acesso pago/conteúdo em inglês).

El Confidencial

Manual autografado por Steve Jobs vendido por mais de meio milhão

O manual de instruções de um computador Apple II, autografado por Steve Jobs, foi vendido por o equivalente a 650 mil euros num leilão nos EUA. O artefacto de 196 páginas inclui uma dedicatória do histórico líder da empresa, feita ao filho de um empreendedor que trabalhou com a marca no século passado: “Julian, a tua geração é a primeira a crescer com computadores. Vai mudar o mundo! Steve Jobs, 1980.” A venda foi promovida pela RR Auction, que tem sede em Boston.

Leia a notícia completa no El Confidencial (acesso livre/conteúdo em espanhol).

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Governo dá mais 500 mil euros em “cheques” para ajudar à compra de bicicletas

Em vez de 4 milhões, há agora 4,5 milhões em "cheques" para ajudar à compra de veículos amigos do ambiente. Verba extra será apenas para bicicletas elétricas e convencionais.

O Governo decidiu aumentar a dotação do incentivo pela introdução no consumo de veículos de baixas emissões 2021. Em vez dos 4 milhões de euros iniciais, o Fundo Ambiental vai contar com um total de 4,5 milhões para distribuir, sendo que o valor adicional será apenas atribuído a quem comprar bicicletas, tanto elétricas como convencionais.

“É criado um incentivo pela introdução no consumo de veículos de baixas emissões, com uma dotação global de quatro milhões e quinhentos mil euros”, lê-se no despacho publicado em Diário da República. Este valor representa um aumento de 500 mil euros face à dotação inicial, definida no Orçamento do Estado para 2021.

Esta verba extra não será destinada à compra de carros elétricos, seja por particulares ou empresas. O despacho altera apenas o número total de incentivos a atribuir aos veículos de tipologia 4 e 5, ou seja, refere-se apenas aos apoios para as bicicletas elétricas e as convencionais, cujos pedidos de apoio já superam largamente os incentivos que foram disponibilizados inicialmente. Há 1,785 “cheques” adicionais.

“Serão atribuídas unidades de incentivo até ao limite máximo de 3.142 unidades, ordenadas de acordo com a data e hora de submissão do pedido de incentivo”, no caso das bicicletas elétricas, refere o despacho, que eleva o valor global de apoio para 1,1 milhões de euros. Inicialmente estava previsto que fossem dados 1.857 “cheques” para estas bicicletas, no valor global de 650 mil euros, mas a procura tem sido elevada.

Atualmente, de acordo com dados do Fundo Ambiental, já foram recebidas 2.769 candidaturas, tendo sido aceites 1.300 “cheques”, mas a dotação já está esgotada há muito. O saldo atual é negativo em 255 mil euros, pelo que o reforço permitirá não só saldar os apoios já feitos como novos pedidos que venham a ser realizados.

No caso das bicicletas convencionais, que foram as primeiras a “esgotar”, serão “atribuídas unidades de incentivo até ao limite máximo de 1.000 unidades”, ou seja, o dobro dos apoios atuais. E a dotação do incentivo passa de 50 para 100 mil euros. Há 1.349 candidaturas, tendo sido pagos 613 apoios, havendo vários pedidos em lista de espera que agora poderão ser pagos.

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Fernando Santos anuncia primeira convocatória pós-Euro2020

  • Lusa
  • 24 Agosto 2021

Selecionador português de futebol anuncia na quinta-feira a primeira convocatória após o Euro2020, para os embates com República da Irlanda e Azerbaijão, a contar para a qualificação para o Mundial.

O selecionador português de futebol, Fernando Santos, anuncia na quinta-feira a primeira convocatória após o Euro2020, para os embates com República da Irlanda e Azerbaijão, ambos do Grupo A de qualificação para o Campeonato do Mundo de 2022.

Dois meses após a eliminação nos oitavos de final do Europeu, diante da Bélgica, Portugal vai retomar o apuramento para o Mundial do próximo ano, com uma receção aos irlandeses em 01 de setembro, no Estádio Algarve, e uma visita aos azeris, seis dias depois, em Baku.

Pelo meio, a equipa das quinas vai regressar à Hungria, onde passou grande parte do último Euro2020, para disputar um particular com o Qatar, em Debrecen, em 04 de setembro. A seleção anfitriã do Mundial2022 foi inserida no grupo de qualificação de Portugal, com o intuito de preparar a participação na fase final da competição.

Na quinta-feira, a partir das 12h00, na Cidade do Futebol, em Oeiras, Fernando Santos vai revelar os nomes dos atletas chamados para este triplo confronto, numa lista que deverá contar com 25 ou 26 nomes, como vem sendo habitual.

O selecionador não deverá mexer muito nas opções que levou ao último Europeu, sendo já certas duas ‘baixas’, ambas por lesão: Renato Sanches lesionou-se num joelho e foi recentemente operado, enquanto João Félix também passou por uma cirurgia logo após a prova continental e continua a recuperar da intervenção ao tornozelo direito.

De regresso às opções deverá estar João Cancelo, que chegou a estar no lote de convocados para o Euro2020, mas viu o azar bater-lhe à porta em vésperas da estreia de Portugal. O lateral do Manchester City esteve infetado com o novo coronavírus e acabou por ser rendido por Diogo Dalot.

Face ao arranque pouco fugaz de William Carvalho, no Bétis, e Sérgio Oliveira, no FC Porto, uma das novidades poderá prender-se com a chamada do médio João Mário, que não entra nas contas da seleção há quase dois anos, mas que tem estado em destaque nos primeiros tempos ao serviço do Benfica.

Já o luso-brasileiro Matheus Nunes também ambiciona por uma oportunidade, tendo em conta que tem passaporte português e tem sido um dos principais motores do meio-campo do Sporting, curiosamente assumindo o lugar que pertencia a João Mário na temporada passada.

Embora sujeito a surpresas, o grupo nacional para os próximos embates deverá incluir os três guarda-redes que estiveram no Euro2020, Rui Patrício, Anthony Lopes e Rui Silva, enquanto na defesa é possível que seja chamado um quarto central para se juntar a Pepe, Rúben Dias e José Fonte, sendo que Domingos Duarte parece ser o mais forte candidato.

Rúben Neves, Danilo, Palhinha, João Moutinho e Bruno Fernandes são nomes quase certos nas opções para o meio-campo, da mesma forma que Cristiano Ronaldo, André Silva, Diogo Jota, Bernardo Silva, Pedro Gonçalves e Rafa vão ocupar a maioria das vagas reservadas para o ataque, para as quais também poderão entrar Gonçalo Guedes, Paulinho ou Bruma.

No arranque da qualificação, Portugal venceu o Azerbaijão (1-0) e o Luxemburgo (3-1), e empatou na Sérvia (2-2), ocupando a liderança do Grupo A, juntamente com os sérvios, ambos com sete pontos. Os luxemburgueses estão no terceiro posto, com três pontos, à frente de República da Irlanda e Azerbaijão, que ainda não pontuaram.

A fase de grupos da qualificação europeia para o Mundial2022 termina em novembro e o vencedor de cada um dos 10 grupos apura-se diretamente para a fase final, enquanto os segundos classificados vão disputar o play-off de apuramento, aos quais se juntarão dois vencedores de grupos da Liga das Nações que não consigam qualificar-se diretamente para a fase final ou para o play-off.

Destas 12 equipas presentes no play-off, que serão disputados em março de 2022, sairão os últimos três representantes europeus no próximo Campeonato do Mundo, que vai decorrer no Qatar, entre 21 de novembro e 18 de dezembro de 2022.

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NN Group vende negócio de gestão de ativos ao Goldman Sachs

  • ECO Seguros
  • 24 Agosto 2021

Com a transação, as partes estabelecem também uma parceria estratégica para 10 anos, uma combinação para tirar proveito da complementaridade e potenciar crescimento de ambas as partes.

O NN Group, companhia holandesa de seguros e serviços financeiros, acordou a venda da subsidiária NN Investment Partners (NN IP) ao Goldman Sachs (GS), por 1,7 mil milhões, dos quais 1 515 milhões de euros constituem o preço base e o restante serão dividendos devidos antes da conclusão do negócio (1ºT 2022) a que somam ainda outros gastos ou comissões. O entendimento entre o grupo Nationale-Nederlanden (NN) e o banco nova-iorquino inclui uma parceria estratégica para os próximos 10 anos, período durante o qual o NN Group beneficiará de serviços de gestão prestados pela sociedade resultante da combinação Goldman Sachs Asset Management-NN IP.

Em comunicado, a entidade holandesa afirma que a combinação beneficiará clientes das duas instituições, aproveitando complementaridades. Ao mesmo tempo, as diversas filiais do NN Group aproveitarão competências da Goldman em produtos e soluções, salientou David Knibbe, CEO do NN Group.

Com o negócio, o GS obtém acesso a uma carteira com 298 mil milhões de euros em ativos sob gestão no fecho do semestre terminado a 30 de junho, montante que emagreceu 0,7% face ao contabilizado no final de dezembro de 2020. Além de praticamente duplicar o montante de ativos que tem sob gestão, para cerca de 600 mil milhões de dólares, o banco passa a ter nos Países Baixos importante plataforma europeia para a estratégia pós Brexit.

A venda da NN IP era uma das possibilidades consideradas pelo grupo financeiro holandês que, em abril passado, disse estar a estudar opções estratégicas para atividade de gestão de ativos. Em consequência do acordo agora anunciado, Satish Bapat deixa o lugar na comissão executiva do NN Group para assumir a liderança executiva (CEO) da NN IP.

Depois de lançar o seu primeiro fundo de obrigações verdes, há cinco anos, a estratégia de responsabilidade ambiental da NN IP já atinge 4 mil milhões de euros em ativos de investimento sustentável (uma estratégia que o NN Group estendeu a Portugal com aquisição recente de uma participação qualificada no capital da portuguesa Greenvolt).

O NN espera, após o fecho da transação, que o encaixe represente impacto positivo de 17 p.p. no rácio de solvabilidade do grupo, o qual foi calculado em 209% (Solvência II) no final de junho. Sujeita ainda às necessárias autorizações regulatórias, a transação deverá estar concluída no primeiro trimestre de 2022.

Lucro semestral do NN Group mais que duplicou

Poucos dias antes de anunciar o acordo de venda da NN IP, o grupo holandês divulgou os seus indicadores semestrais, reportando lucro líquido de 1,4 mil milhões de euros (+141% face a igual semestre de 2020), enquanto o resultado operacional cresceu 21%, para 1,12 mil milhões.

Do resultado operacional reportado, a Netherlands Life, principal negócio do grupo, gerou 520 milhões de euros (+5,2% do que no 1º semestre de 2020); o negócio não Vida (Netherlands non-Life) gerou 189 milhões de euros (+70%); a unidade europeia de seguros (Insurance Europe) obteve 161 milhões (+22%) e a Japan Life 156 milhões de euros (+13% do que um ano antes).

A área de gestão de ativos contribuiu com lucro operacional de 91 milhões de euros, mais 22,3% em comparação com o resultado em junho de 2020.

Na divisão Insurance Europe, a receita bruta de prémios de seguro aproximou-se de 1,57 mil milhões de euros (+3,8%), e o resultado líquido semestral subiu 83%, para 135 milhões de euros.

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Axa vende operações de seguros em Singapura ao grupo HSBC

  • ECO Seguros
  • 24 Agosto 2021

O desinvestimento, à semelhança de outros que a seguradora tem concretizado, segue a estratégia que implementou em 2017, para se focar em mercados e segmentos onde a Axa detém posições únicas.

O grupo AXA (Axa) acordou vender as atividades de seguros em Singapura por cerca de 487 milhões de euros (575 milhões de dólares americanos). A entidade adquirente é a HSBC Insurance (Asia-Pacific) Holdings Ltd, filial integralmente detida pelo grupo bancário Hong Kong and Shanghai Banking Corporation Limited (HSBC).

“A transação marca uma nova etapa na estratégia de simplificação do grupo Axa,” diz num comunicado Gordon Wtason, diretor geral da Axa para Ásia e África, recordando que a companhia tem estratégia focada em mercados onde se posiciona com dimensão e segmentos que, desde 2017, passou a privilegiar: saúde; coberturas de acidentes (linhas comerciais) e previdência. Nesse sentido, desde 2020, o grupo francês vendeu operações na Grécia, desinvestiu na Polónia e em outros países.

Já este ano, cedeu atividades na Malásia e, no ano passado, também alienou negócios na região do Golfo. Nos últimos quatro anos, a companhia realizou mais de 10 operações de desinvestimento, incluíndo mercados como Reino Unido e Alemanha.

A venda da Axa Insurance Pte Ltd (Axa Singapour) não inclui as operações que têm localmente a AXA XL, AXA France, AXA Partners, MAXIS et AXA Global Healthcare, esclarece o grupo segurador francês em comunicado.

A Axa Singapour, 8ª no ranking do ramo Vida (com 2% de quota) e 5ª no ranking de seguradoras que, na cidade-Estado, cobrem acidentes (com 4% do mercado), a francesa opera um milhão de clientes a quem distribui produtos Vida e poupança, Saúde e Acidentes, através de rede de agentes e parceiros locais. Em 2020, a Axa Singapour realizou perto de 580 milhões de euros de receitas e 20 milhões de resultado operacional, indica a informação no site do grupo Axa.

O desinvestimento deverá gerar impacto negativo de 160 milhões de euros no resultado líquido anual do grupo Axa. Contando que a venda obtém as devidas autorizações regulamentares, a transação deverá estar concluída no último trimestre de 2021.

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Manual de Apple II autografado por Steve Jobs rende 650 mil euros em leilão

Documento técnico de 196 páginas inclui autógrafo e dedicatória de Steve Jobs ao filho de um empreendedor que trabalhou com a marca.

O manual de instruções de um computador Apple II, autografado por Steve Jobs, foi vendido por 787.484 dólares (cerca de 650 mil euros) num leilão nos EUA.

O artefacto de 196 páginas inclui uma dedicatória do histórico líder da empresa, feita ao filho de um empreendedor que trabalhou com a marca no século passado: “Julian, a tua geração é a primeira a crescer com computadores. Vai mudar o mundo! Steve Jobs, 1980.”

De acordo com o El Economista, a venda foi promovida pela RR Auction, uma leiloeira que tem sede em Boston (EUA). Segundo a empresa, enquanto a marca da maçã fabricou apenas 200 unidades do Apple I, o Apple II foi o verdadeiro computador para as massas, tendo chegado a mais de seis milhões de casas e empresas.

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Deco exige dedução de IRS em todo o material escolar

Associação de defesa do consumidor quer que partidos com assento parlamentar alterem a lei atual e que o material escolar entre como despesa de educação para dedução no IRS.

A Deco Proteste, organização de defesa do consumidor, lançou uma iniciativa a exigir a dedução de todo o material escolar no IRS. Atualmente, apenas os produtos e serviços com taxa de IVA reduzida (6%) podem ser deduzidos pelas famílias portuguesas.

A lei vigora desde 2015 e a Deco apela a que os consumidores assinem a carta aberta para defender a questão junto do Parlamento. “Exigimos que todo o material escolar, incluindo o informático, seja dedutível como despesa de educação no IRS. Ajude-nos a chegar ao Parlamento. Assine a carta aberta”, apela a associação de defesa do consumidor.

“Os materiais escolares têm um peso considerável no orçamento familiar dos portugueses e a par do seu valor, grande parte não pode ser considerada no IRS, sendo agora tempo de reverter esta situação”, afirma Rita Rodrigues, head of communication e public affairs da Deco Proteste, citada em comunicado.

A Deco alerta que em Portugal existem mais de dois milhões de estudantes, em todos os níveis de ensino, que gastam uma média anual de 200 euros em material escolar obrigatório – valor que não inclui manuais.

Segundo a lei atual, apenas podem ser deduzidas no IRS as despesas de educação isentas de IVA ou sujeitas a IVA de 6%, como sejam as propinas ou mensalidades de estabelecimentos de ensino, livros, serviços de explicações, e materiais escolares ou alimentação vendidos em estabelecimentos de ensino. O restante material escolar, sujeito a IVA de 23%, como cadernos, lápis, canetas, computadores, tablets, entre outros, não é dedutível no IRS.

A nova iniciativa da Deco pretende que os partidos alterem a lei durante a preparação do próximo Orçamento do Estado e contemplem a dedução no IRS de todas as despesas com material escolar e outros serviços necessários à educação das crianças e jovens.

Para Rita Rodrigues, “esta tecnicalidade não pode continuar a servir de barreira à consagração de uma verdadeira justiça social, pelo que é imperativo que os partidos com assento parlamentar se comprometam a corrigi-la, seja com o alargamento das deduções escolares a produtos e serviços com IVA a 23%, seja com a redução do IVA (dos 23% para os 6%) em todos os produtos e serviços de âmbito escolar, de modo a garantir que todas as despesas relativas à educação possam ser passíveis de dedução na respetiva rubrica em sede de IRS”.

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Há países que estão a pôr data de validade no certificado vacinação dos viajantes

  • Joana Abrantes Gomes
  • 24 Agosto 2021

Até agora, apenas a Croácia e a Áustria estabeleceram uma data de validade para a vacina contra a Covid-19, mas quem quer viajar deve estar atento à possibilidade de mais países seguirem este caminho.

Devido à rápida propagação da variante Delta e ao receio de que a proteção vacinal possa diminuir com o tempo, há países que estão a impôr datas de validade para os certificados digitais de vacinação tendo por base quando um viajante foi inoculado. Para já, apenas a Croácia e a Áustria avançaram com esta medida, mas se mais países seguirem este caminho, poderá ser necessário que os viajantes provem não só que foram vacinados, como também um teste que comprove que não estão infetados.

Em julho, a Croácia tornou-se no primeiro país a estabelecer um período máximo de validade para os certificados de vacinação contra a Covid-19. Para viajar para o país dos Balcãs, as pessoas devem estar totalmente vacinadas desde até 270 dias antes (cerca de nove meses). Os viajantes cuja vacinação “perdeu a validade” devem fazer um teste PCR ou um rápido de antigénio à chegada, às suas próprias custas, e são obrigados a autoisolar-se até receberem um resultado negativo. Caso não possam ser testados, os viajantes devem autoisolar-se durante 10 dias.

Esta medida, segundo o website do Governo croata, aplica-se a viajantes provenientes de países fora da União Europeia (UE), sendo obrigados a apresentar um “certificado de que receberam duas doses de vacina utilizada nos Estados-membros da UE (Pfizer, Moderna, AstraZeneca, Sputnik V, Sinopharm) não superior a 270 dias, ou um certificado de que receberam uma dose da vacina se tiver sido administrada numa única dose (Janssen/Johnson&Johnson) não superior a 270 dias”.

Na última semana, a Áustria anunciou que o certificado digital de vacinação no país também só serve durante nove meses após a vacinação completa. “É considerado ‘vacinado’ a partir do 22.º dia após a sua primeira dose, com a duração de 90 dias a partir da data de vacinação. Após a segunda dose, a validade estende-se por mais 270 dias”, explica o website do turismo austríaco. Também as vacinas de apenas uma dose são válidas a partir do 22.º dia após a inoculação e por 270 dias a partir da data de vacinação, o que também se aplica a pessoas que já estiveram infetadas com Covid-19 antes e receberam apenas uma dose de qualquer vacina.

Assim, os viajantes que receberam uma segunda vacina da Moderna ou da Pfizer no final de fevereiro deste ano poderiam visitar a Áustria até novembro de 2021 sem necessidade de uma dose de reforço. Quem tivesse sido vacinado fora da janela de 270 dias teria de apresentar provas de um teste Covid-19 negativo ou de uma recuperação recente do vírus, e teriam ainda de se autoisolar por um período de 10 dias.

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Aquecimento global agravou inundações na Alemanha e Bélgica

  • Lusa
  • 24 Agosto 2021

A ocorrência de cheias nas regiões alemãs e belgas foi tornado possível em até nove vezes mais pelo aquecimento global devido à atividade humana, com pelo menos 20% de probabilidade suplementar.

O aquecimento global reforçou a probabilidade e a intensidade das inundações que afetaram a Alemanha e a Bélgica em julho, causando mais de 200 mortos e milhares de milhões de euros de estragos, segundo um estudo que será publicado esta terça-feira.

A ocorrência de tal episódio extremo nas regiões alemãs e belgas foi tornado possível em até nove vezes mais pelo aquecimento global devido à atividade humana, com pelo menos 20% de probabilidade suplementar.

As alterações climáticas também “fizeram aumentar a quantidade de chuva em um dia, entre três e 19%”, segundo os cientistas da World Weather Attribution (WWA), que junta peritos de vários institutos de investigação no mundo.

Este foi o segundo estudo que aponta de forma clara para o papel do aquecimento global nas catástrofes que se têm multiplicado neste verão.

O WWA tinha calculado que o manto de calor que sufocou o Canadá e o oeste dos EUA no final de junho era “quase impossível” sem as alterações climáticas.

No início de agosto, os cientistas do Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas da Organização das Nações Unidas (IPCC, na sigla em Inglês) tinham alertado, em documento de grande impacto, para um aquecimento do planeta ainda mais rápido e forte do que se receava, ameaçando a humanidade de desastres “sem precedentes”. O limiar de um grau e meio Celsius (1,5ºC) – objetivo a não ultrapassar, segundo o Acordo de Paris – pode ser atingido em torno de 2030, dez anos mais cedo que estimado.

Os efeitos devastadores – secas, incêndios ou inundações – já se fazem sentir através do mundo. Em 14 e 15 de julho, fortes inundações causadas pelas chuvas diluvianas provocaram pelo menos 190 mortos na Alemanha e 38 na Bélgica.

A Alemanha vai afetar 30 mil milhões de euros à reconstrução das zonas sinistradas e a catástrofe colocou a questão da emergência climática no centro do debate público, a poucas semanas das eleições legislativas do fim de setembro para a sucessão da chanceler Angela Merkel.

Para os 30 cientistas internacionais reunidos sob a bandeira da WWA, não há dúvidas: “As alterações climáticas aumentaram a possibilidade, mas também a intensidade” dos acontecimentos de julho, sublinhou, durante uma apresentação on-line, Frank Kreienkamp, do serviço meteorológico alemão, que dirigiu o estudo.

O episódio “bateu largamente os recordes de precipitação historicamente registados” nas zonas afetadas, sublinharam os investigadores.

A multiplicação das precipitações é uma consequência esperada do aquecimento global, uma vez que um fenómeno físico faz aumentar a humidade da atmosfera em cerca de sete por cento por cada grau Celsius suplementar.

Os autores recorreram a diversos modelos para estimar como a subida da temperatura média global afetou o volume máximo de precipitações durante um ou dois dias nas regiões mais afetadas, as bacias dos rios Ahr e Erft, na Alemanha, e no vale de Meuse, na Bélgica. Mas também numa região mais vasta, cobrindo os dois países e os Países Baixos, afetados em menor medida.

Observaram também uma “tendência para um reforço”, mesmo que permaneça uma “grande variabilidade” de um ano para outro. E avaliaram ainda a probabilidade de ocorrência na Europa Ocidental de um episódio como o de julho em uma vez em cada 400 anos. Ou seja, uma hipótese em 400 que uma catástrofe destas ocorra em cada ano.

Se o aquecimento prosseguir, essas situações “vão tornar-se mais frequentes”, apontaram.

Em consequência, consideraram “importante saber como se reduz a vulnerabilidade a estes episódios e aos seus impactos”, sublinhou um dos autores, Maarten van Aalst, diretor do Centro Climático da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho. Porque “infelizmente, as pessoas costumam estar preparadas… para o desastre anterior”.

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Bolsa avança pela terceira sessão com Galp a dar energia

PSI-20 sobe pela terceira sessão seguida e reforça níveis pré-crise pandémica. À boleia do disparo do petróleo, a Galp dá energia ao arranque lisboeta. Bolsa nacional acompanha pares europeus.

A bolsa portuguesa acompanha a tendência positiva na Europa e avança pela terceira sessão consecutiva, mantendo-se em máximos pré-pandémicos. À boleia da subida do preço do barril de petróleo, é a Galp quem volta a evidenciar-se em Lisboa, num arranque positivo para o setor energético.

O PSI-20, o principal índice português, avança 0,50%, para 5.386,46 pontos, com 15 cotadas a negociar em alta. Os melhores desempenhos são os da Altri e da Novabase, que avançam mais de 1%.

Ainda assim, é o setor da energia quem mais impulsiona a praça nacional. A Galp soma 0,94%, para 8,564 euros, depois de o preço do petróleo ter disparado 5% na sessão anterior (recuperando das quedas registadas na semana passada). A petrolífera portuguesa anunciou também, ao final do dia desta segunda-feira, que iniciou a produção no campo de Sépia no pré-sal da bacia de Santos no Brasil.

Evolução das ações da Galp em Lisboa:

A EDP também ganha 0,56%, para 4,688 euros, e a EDP Renováveis avança 0,45%, para 22,26 euros.

Entre os pesos pesados, o BCP ajuda a cimentar os ganhos no PSI-20, ao valorizar 0,40%, para 0,1261 euros. Por seu turno, a Jerónimo Martins retrai-se nos primeiros minutos da sessão, seguindo em baixa de 0,25% para 18,295 euros.

No plano europeu, o Stoxx 600, que reúne as 600 principais companhias do Velho Continente, sobe 0,4%, acompanhado dos índices de referência da Alemanha, França e Espanha, que apresentam variações positivas entre os 0,3% e 0,5%.

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