Portugal regista mais 102 mortes e 7.502 novos casos de Covid-19

  • ECO
  • 10 Janeiro 2021

Nas últimas 24 horas foram identificados 7.502 novos casos de coronavírus. O número de pessoas recuperadas desde o início da pandemia está em 369.108.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) identificou 7.502 novos casos de infeção por coronavírus, elevando para 483.689 o número de infetados desde o início da pandemia. O número total de vítimas mortais subiu para 7.803, depois de terem sido registadas mais 102 mortes nas últimas 24 horas.

Do número total de infetados, a esmagadora maioria está a fazer o tratamento em casa, sendo que 3.770 (+215) estão internados em unidades hospitalares, dos quais 558 (+18) nos cuidados intensivos. Há mais de 117 mil pessoas sob vigilância das autoridades de saúde.

Desde que foi detetado em Portugal, no início de março, o coronavírus já provocou a morte a 7.803 pessoas, 102 das quais nas últimas 24 horas. O número de recuperados está atualmente nos 369.108, mais 3.028 pessoas face ao balanço anterior. Portugal regista 106..778 casos ativos de infeção.

Boletim epidemiológico de 10 de janeiro

A região de Lisboa e Vale do Tejo concentrou a maioria das novas infeções registadas nas últimas 24 horas. Dos 7.502 novos casos registados nas últimas 24 horas, 2.752 foram nesta região: 36,7% do total do país.

Mas o Norte é a região mais afetada pela pandemia, com 234.903 pessoas infetadas e 3.463 mortes. Atrás aparece a região de Lisboa e Vale do Tejo (158.395 casos de infeção e 2.728 mortes), à frente do Centro (60.922 casos e 1.169 mortes), do Alentejo (14.777 casos e 315 mortes) e do Algarve (10.195 casos e 88 mortes). Nas ilhas, os Açores registam 2.417 casos e 22 mortos, enquanto a Madeira tem 2.080 pessoas infetadas e regista 18 vítimas mortais.

(Notícia atualizada às 14h15 com mais informação)

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Audi e-tron GT é um protótipo. Mas pode reservá-lo por 2.500 euros

É um protótipo, ainda não está em produção e não tem preço definido, mas já pode ser reservado em Portugal. Audi e-tron GT é 100% elétrico e tem 590 cv.

Os dois motores elétricos que somam 590 cavalos levam o Audi e-tron GT dos 0 aos 100 km/h em apenas 3,5 segundos. Se continuar a pisar o acelerador, chegará aos 200 kmh/h em 12 segundos. Parece-lhe divertido? Este é o novo Audi e-tron GT 100% elétrico da marca germânica, um coupé que ainda só é um protótipo, não tem preço, mas que está previsto começar a ser comercializado ainda em 2021.

O Audi e-tron GT tem uma autonomia estimada de mais de 400 km. A bateria pode ser carregada numa tomada, mas também por meio do sistema Audi Wireless Charging, uma plataforma de carregamento sem fios adaptável à corrente elétrica da habitação, com uma potência de 11 kW. O Audi e-tron GT vem equipado com um sistema de 800 volts que pode ser recarregado até 80% em 20 minutos com um cabo, para uma autonomia capaz de chegar aos 320 km.

Apresentado como um modelo Gran Turismo, o e-tron GT é baixo, largo e tem uma grande distância entre eixos. A carroçaria é feita de fibra de carbono, alumínio e aço. Espreite o design na fotogaleria abaixo.

O Audi e-tron GT, automóvel 100% elétrico de produção que se prevê limitada, pode ser reservado aqui. Uma taxa de reserva de 2.500 euros garante a possibilidade de configuração, encomenda e acompanhamento da sua reserva.

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Com dois milhões de pessoas vacinadas, Reino Unido quer vacinar todos os adultos até ao outono

  • ECO e Lusa
  • 10 Janeiro 2021

O Governo britânico espera vacinar todos os adultos até ao outubro. País está num confinamento mais apertado e escolas ficam encerradas pelo menos até fevereiro.

As autoridades de saúde britânicas já vacinaram cerca de dois milhões de pessoas, mas o objetivo é vacinar todos os adultos até ao outono, disse o ministro da Saúde britânico este domingo, em declarações à BBC. O Reino Unido entrou num novo confinamento, com o aumento exponencial de casos de infeção, tendo o Governo de Boris Johnson decidido encerrar todas as escolas pelo menos até outubro.

Durante a semana passada, vacinamos mais pessoas do que em todo o mês de dezembro, então estamos a acelerar a implementação”, disse o ministro Matt Hancock este domingo, na véspera de mais uma fase de vacinação. “Foram à volta de dois milhões de pessoas, mas vamos publicar os números exatos amanhã [segunda-feira] e a partir daí diariamente”, acrescentou.

Nas mesmas declarações à BBC, Matt Hancock adiantou ainda que o objetivo do Governo britânico é vacinar toda a população adulta até ao outono. “É claro que começámos com os mais vulneráveis”, mas “todos os adultos receberão uma vacina até ao outono”, acrescentou.

De acordo com a agência de notícias Associated Press, as autoridades de saúde daquele país estão a contar milhares de idosos com mais de 80 anos para serem vacinados, numa tentativa de cumprir a meta do Governo de vacinar 15 milhões de pessoas até meados de fevereiro.

Até ao momento o Reino Unido regista 80.868 mortes com coronavírus, tornando-se o país europeu com o maior número de óbitos pela doença. Na passada sexta-feira o país registou os valores mais altos de mortes e de novos casos desde o início da pandemia: 1.325 vítimas mortais e 68.053 novos casos. Nesse dia, o presidente da Câmara de Londres, Sadiq Khan, admitiu que a situação “é crítica, com o vírus a espalhar-se fora de controlo”.

A situação levou o Governo a reforçar o confinamento, tendo decidido encerrar as escolas até, pelo menos, meados de fevereiro. Os alunos dos ensinos preparatório e secundário vão ter aulas online, estando o ensino presencial reservado apenas para os alunos com necessidades especiais e filhos de trabalhadores de serviços essenciais.

O encerramento de escolas é uma medida que afeta os alunos de Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte, ainda que a data para a reavaliação da medida seja diferente. Os exames, incluindo os de acesso ao ensino superior, foram também cancelados, sendo substituídos por uma avaliação contínua do aluno, mas os professores alertam que, na ausência de um guia de orientações mínimo, esta solução causar disparidade nos critérios de avaliação.

Na tentativa de diminuir a propagação de infeções pelo novo coronavírus e sobretudo pela nova variante que é considerada mais contagiosa, as universidades vão também disponibilizar ensino virtual, pelo menos até fevereiro. Já as creches vão manter-se abertas para que os pais das crianças que as frequentam possam continuar a trabalhar, embora esta opção esteja a ser duramente criticada pelos especialistas.

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Insurtech francesa Luko angaria 50 milhões em ronda de série B

  • ECO Seguros
  • 10 Janeiro 2021

Num ano, a start-up francesa com propostas inovadoras no seguro casa arrecadou 70 milhões de euros de financiamento e, ao mesmo tempo, multiplicou por 5 a carteira de clientes até aos 100 mil.

Fundada há dois anos e cerca de um depois da ronda de série A, através da qual angariou 20 milhões de euros de financiamento, a Luko arrecadou, em dezembro de 2020, mais 50 milhões de euros em ronda de série B, desta vez liderada pela EQT Ventures, além de investidores já comprometidos com a startup francesa de seguros, entre os quais a Speedinvest, Founders Fund, Accel e o angel Assaf Wand, CEO e cofundador do unicórnio norte-americano Hippo Insurance.

No mesmo período, a Luko, uma startup dedicada aos seguros habitação para inquilinos e proprietários, cresceu de 20 mil para uma carteira com 100 mil clientes. Os recursos captados na última ronda de financiamento serão destinados a desenvolvimento de produto, contratação de até 80 colaboradores e expansão europeia.

O crescimento da insurtech francesa é modelado em torno de um esquema de retribuição, de base giveback (devolução à sociedade), que a empresa realça enquanto prática de valor social relevante. Desde o seu primeiro dia, 70% dos prémios que a Luko cobra a cada segurado são reunidos com os dos demais clientes, constituindo uma pool de reserva utilizada para pagar compensações de sinistros. Os outros 30% vão para os custos de gestão da Luko. No final de cada ano ano, o valor de prémios remanescente na pool (que não tenha sido utilizados para indemnizações) é doado a instituições de caridade escolhidas pelos segurados.

“A nossa visão a longo prazo é ajudar a construir e democratizar as casas sustentáveis de amanhã, permitindo a todos viver em casa com paz de espírito”, diz o CEO e co-fundador Raphaël Vullierme.

Para além dos seguros (habitação, imóveis e trotinete), a startup está a desenvolver o seu próprio hardware e tecnologia de IA para oferecer ferramentas inteligentes de gestão doméstica, tais como sensores para rastrear fugas de água e consumos de eletricidade. O seu produto mais recente, o Doctor House, oferece um serviço de consulta em vídeo, com conselhos especializados sobre como cuidar da própria casa e retardar o desgaste de equipamentos domésticos.

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80% dos japoneses querem adiar ou cancelar Jogos Olímpicos de Tóquio, mostra sondagem

  • ECO
  • 10 Janeiro 2021

Com receios de que os Jogos Olímpicos possam provocar um disparo nos casos de infeção em Tóquio, muitos japoneses pedem o adiamento ou cancelamento do evento desportivo.

Os Jogos Olímpicos de Tóquio, que foram adiados para 2021 devido à pandemia, continuam a dar que falar entre os japoneses. Uma sondagem, citada pela Reuters (conteúdo em inglês), mostra que 80% dos residentes no Japão são a favor de um novo adiamento ou até mesmo cancelamento do evento, com receio de que possa haver um disparo no número de infeções por coronavírus.

Deveriam ter acontecido no ano passado em Tóquio mas, devido à pandemia, foram adiados para 2021, de 23 de julho a 8 de agosto. Contudo, mesmo este ano, os receios à volta deste mega evento desportivo continuam a pairar sobre a população, mas também sobre a organização.

Uma sondagem feita pela Kyodo News mostra que cerca de 80% da população japonesa prefere que as Olimpíadas sejam novamente adiadas ou até mesmo canceladas, à medida que aumentam as preocupações quanto a um aumento recorde de novos casos de coronavírus naquele país. A mesma sondagem mostra que 35,3% dos japoneses preferem cancelar o evento, enquanto 44,8% prefere apenas adiar.

As mesmas preocupações pairam sobre Dick Pound, o mais antigo membro do Comité Olímpico Internacional (COI), que esta sexta-feira mostrou dúvidas quanto à realização dos Jogos Olímpicos. Em entrevista à BBC, o responsável disse não ter certezas quanto à realização do evento. “Não posso ter a certeza [da realização dos Jogos Olímpicos] porque o grande problema são os contínuos surtos do vírus”, disse.

Apesar destas dúvidas, o Governo japonês está decidido a avançar com a realização do evento, afirmando que a opinião pública mudará quando as campanhas de vacinação começarem — estão previstas para final de fevereiro. Os planos mais concretos deverão ser apresentados na primavera e a tocha olímpica deverá ser acesa a 25 de março, de acordo com o site Euronews.

Na passada quinta-feira, o primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, declarou estado de emergência na região da Grande Tóquio, um dia depois de o país ter registado quase 2.500 novos casos de infeção diário, um recorde desde o início da pandemia.

Desde setembro que Suga tem vindo a perder popularidade pela forma como tem lidado com a pandemia, escreve a mesma agência de notícias. Cerca de 79% dos japoneses considera que a decisão de decretar o estado de emergência foi tardia, enquanto 68% se mostram insatisfeitos com a resposta do Governo à pandemia, mostra a mesma sondagem.

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Governo começa a pagar apoio extraordinário a bombeiros este mês

  • Lusa
  • 10 Janeiro 2021

As corporações de bombeiros vão receber este mês a primeira tranche dos três milhões de euros de apoio extraordinário. A segunda tranche, de 1,5 milhões, chega em julho.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil transfere este mês a primeira tranche dos três milhões de euros de apoio extraordinário destinado a ajudar os bombeiros, no contexto da pandemia, foi anunciado este domingo.

O apoio extraordinário tem como destino as associações humanitárias de bombeiros voluntários, para ajudar as corporações a enfrentar as dificuldades financeiras criadas pela pandemia, afirma o Ministério da Administração Interna (MAI), em nota de imprensa.

A primeira tranche que será transferida este mês corresponde a 1,5 milhões de euros. Os restantes 1,5 milhões de euros de apoio extraordinário serão pagos no mês de julho, acrescenta o MAI. “Os três milhões de euros serão distribuídos de acordo com a proporção do financiamento permanente atribuído” a cada associação humanitária, esclarece a tutela.

Segundo o ministério, o empenhamento das corporações no contexto da pandemia “tem contribuído para o agravamento da situação financeira” das associações humanitárias, através de despesas adicionais “com a aquisição de equipamentos de proteção individual e pelos cortes sofridos nas receitas oriundas do transporte de doentes”.

Em 2020, o Governo já tinha transferido para as corporações cerca de dois milhões de euros de apoio excecional e temporário devido à pandemia, recordou o MAI, salientando ainda que a tutela quase duplicou o valor da transferência anual para o Fundo de Proteção Social dos Bombeiros. O Orçamento do Estado para 2021 prevê um financiamento de 28,6 milhões de euros para as corporações de bombeiros, ao qual acrescem os três milhões de euros de apoio extraordinário.

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Noruega: Deslizamento de terras causa 86 milhões de euros em danos segurados

  • Lusa
  • 10 Janeiro 2021

Sete pessoas morreram e três continuam desaparecidas após o deslizamento de terras em Ask, 25 quilómetros a norte de Oslo. A estimativa de danos segurados é ainda provisória.

O deslizamento de terras que arrastou casas numa zona residencial a norte da capital norueguesa vai custar pelo menos 900 milhões de coroas (86 milhões de euros) às companhias de seguros, segundo estimou um organismo financeiro.

Sete pessoas morreram e três continuam desaparecidas após o deslizamento de terras em Ask, uma povoação de 5.000 pessoas localizada 25 quilómetros a oeste de Oslo, ocorrido em 30 de dezembro. Foi um dos piores acidentes na história moderna do país escandinavo.

A Finance Norway, que representa 240 companhias financeiras, disse tratar-se de uma estimativa preliminar.

“Os cálculos das compensações serão atualizados quando soubermos mais sobre a extensão dos prejuízos”, disse a porta-voz Stine Neverdal. A mesma responsável disse que muitas casas foram danificadas ou destruídas, mas ainda não foi esclarecido quais as zonas atingidas pelo deslizamento que vão ser declaradas inabitáveis pelo município.

Na terça-feira, as autoridades norueguesas admitiram que já não existe esperança de encontrar sobreviventes.

A causa exata do deslizamento ainda não é conhecida, mas pode ter acontecido devido à natureza do solo que, combinado com precipitação excessiva e clima húmido no inverno, pode ter contribuído para o desastre.

Em 2005, as autoridades norueguesas alertaram as pessoas para não construírem edifícios residenciais na área de Ask, dizendo que era uma “zona de alto risco” para deslizamentos de terra, mas as casas foram eventualmente construídas no final da década.

Um deslizamento de terras no centro da Noruega, em 1863, matou 116 pessoas. Esse acidente terá sido 40 vezes mais grave do que o que aconteceu em Ask, com entre 1,4 e 2 milhões de metros cúbicos de terra arrastada.

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Quem são as 10 pessoas mais ricas do mundo? Elon Musk leva o “ouro”

  • ECO
  • 10 Janeiro 2021

Elon Musk, Jeff Bezos e Bill Gates formam o pódio. Primeira mulher só aparece na 12ª posição do ranking.

ElonMusk, empresário por detrás da Tesla e da SpaceX, tornou-se a pessoa mais rica do mundo esta quinta-feira, de acordo com o Índice de Bilionários da Bloomberg, um ranking com as 500 maiores fortunas do mundo. Musk ultrapassou Jeff Bezos, fundador da Amazon, que detinha o “ouro” desde outubro de 2017.

Mas, afinal, quem são as pessoas mais ricas do mundo? No top 10 não encontramos nenhuma mulher. A primeira, a francesa Françoise Bettencourt Meyers aparece na 12ª posição.

Quase nenhum dos homens tem menos de 40 anos. Além disso, oito deles são dos Estados Unidos e metade têm a sua fortuna pessoal avaliada em mais de 100 mil milhões de dólares (cerca de 81 mil milhões de euros). Veja quem são:

Elon Musk

Elon Musk, de 49 anos, é o líder da Tesla – fabricante de automóveis elétricos – e também o cofundador da empresa espacial SpaceX. No final do dia de sexta-feira, a sua fortuna estava avaliada pela Bloomberg em 195 mil milhões de dólares (cerca de 158,7 mil milhões de euros), mais 10 mil milhões que o segundo lugar.

Jeff Bezos

De 56 anos, Jeff Bezos é o fundador da Amazon e a pessoa que ocupou o primeiro lugar da lista Bloomberg durante muito tempo. A diferença que o separa de Musk é pouca, tendo Bezos um património líquido avaliado em 185 mil milhões de dólares (150,5 mil milhões de euros).

Bill Gates

Com 65 anos, Bill Gates é conhecido internacionalmente pela empresa de software que criou e é usada por milhões de pessoas por todo o mundo: a Microsoft. De 2014 a 2017 foi, consecutivamente, considerada a pessoa mais rica do mundo. Atualmente, a sua fortuna está avaliada em 134 mil milhões de dólares (109 mil milhões de euros).

Bernard Arnault

Arnault, 71 anos, é o primeiro de entre os dois não americanos nesta lista. O empresário francês é o CEO da LMVH, a maior empresa de marcas de luxo do mundo, na qual se incluem a Louis Vuitton, Sephora e a Tiffany. A última, na sexta-feira, passou a ser presidida pelo seu filho Alexandre, de 28 anos. O património líquido do empresário encontra-se avaliado em 116 mil milhões de dólares (94,3 mil milhões de euros).

Mark Zuckerberg

 

Mark é o único da lista com menos de 40 anos (36). É o fundador da famosa rede social Facebook e detêm outras aplicações como o Facebook Messenger, Instagram e Whatsapp. Zuckerberg tem sofrido críticas por o Facebook ser um espaço onde a extrema-direita e teorias da conspiração têm crescido, especialmente nos Estados Unidos. Na sexta-feira, o seu património líquido valia 102 mil milhões de dólares (83 mil milhões de euros).

Zhong Shanshan

Zhong Shanshan, 66 anos, é o segundo dos não americanos nesta lista. O empresário chinês é CEO da Nongfu Spring, a maior empresa de bebidas da China e da Wantai, uma farmacêutica de Pequim que entrou em bolsa em abril de 2020. A sua fortuna está avaliada em 93,1 mil milhões de dólares (75,8 mil milhões de euros).

Warren Buffett

Warren Buffett é o mais velho da lista de bilionários, tendo já completado 90 anos. De acordo com a Forbes, é um dos investidores mais bem-sucedidos de todos os tempos, tendo comprado ações pela primeira vez com 11 anos. Buffett dirige a Berkshire Hathaway, que detém mais de 60 empresas, incluindo a marca de pilhas Duracell. Na sexta-feira, o seu património líquido valia 88,2 mil milhões de dólares (71,7 mil milhões de euros).

Larry Page

Larry Page, 47 anos, cofundou o Google em 1998 com Sergey Brin. Page e Brin inventaram o algoritmo “page rank”, que alimenta o motor de pesquisa. No final de 2019 deixou de ser CEO da Alphabet, dona da Google, mas continua a ser um membro do conselho de administração e acionista. A sua fortuna está avaliada em 83,6 mil milhões de dólares (68 mil milhões de euros).

Sergey Brin

Tal como Larry Page, Brin, também com 47 anos, cofundou o Google em 1998. Ao mesmo tempo que o seu colega deixou o cargo de CEO, Sergey Brin deixou o cargo de presidente da Alphabet, mas continua também a ser um acionista e membro do conselho de administração. Na sexta-feira, o seu património líquido valia 81 mil milhões de dólares (65,9 mil milhões de euros).

Larry Ellison

O último nome do top 10 é Larry Ellison, de 76 anos. Larry Ellison é presidente, diretor de tecnologia e cofundador Oracle (empresa de tecnologia especializada em software e banco de dados), da qual é proprietário de mais de 35%. Em 2014 deixou de ser CEO da empresa, ao fim de 37 anos. Segundo a Forbes, Ellison juntou-se à direção da Tesla no final de 2018, depois de ter comprado 3 milhões de ações da fabricante de automóveis elétricos no início desse ano. A sua fortuna está avaliada em 80 mil milhões de dólares (65 mil milhões de euros).

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Marcelo afirma que “não há alternativa ao confinamento geral”

  • Lusa
  • 10 Janeiro 2021

O Presidente da República afirma que "não há alternativa ao confinamento geral", assumindo a responsabilidade pelas consequências que resultaram de um alívio das medidas no Natal.

O Presidente da República afirmou este sábado que não há alternativa a um confinamento geral a partir da próxima semana face ao constante aumento do número de casos de infeção com coronavírus em Portugal.

Esta posição foi transmitida por Marcelo na RTP, durante o debate que travou com a candidata presidencial Ana Gomes, onde também assumiu que, no combate à pandemia, “falhou” o conjunto de medidas de atenuação das restrições no período do Natal. “Em relação ao futuro, penso que não há alternativa ao confinamento geral”, disse, demarcando-se de uma solução de apenas serem confinados os cidadãos de grupos de risco.

“Essa ideia não tem dado em nenhum sítio da Europa. A Europa toda está a reconfinar globalmente mais do que Portugal e há mais tempo do que Portugal“, sustentou. Interrogado sobre a possibilidade de os estabelecimentos de ensino continuarem abertos, ao contrário do que aconteceu em abril passado, Marcelo considerou que o grupo de menor risco “é o das escolas”, mas acrescentou que “essa matéria ainda vai ser decidida”.

Segundo o chefe de Estado, em relação ao período do Natal, “todos os partidos” se pronunciaram a favor de uma atenuação das medidas e alguns deles até a favor de um regime “mais permissivo”. “A decisão teve os efeitos que teve. Na altura falei de um pacto de confiança com os portugueses. Mas o pacto não funcionou. É um facto. Assumo essa responsabilidade sem problema nenhum, por mim, pelo Governo e por todos os que intervieram“.

O Presidente da República voltou a defender a tese de que, após o período do Natal, em concertação com o primeiro-ministro, tomou a decisão de proceder a uma renovação intercalar de oito dias do estado de emergência em Portugal, e não de 15 dias como permite a Constituição. De acordo com o chefe de Estado, logo após o Ano Novo, os números de novos casos de infeção que então chegavam “eram baixos, mas havia já a sensação de que chegariam depois números bem mais elevados”.

“Nessa altura, os epidemiologistas alegaram que não tinham dados suficientes, porque havia menos testes, tinham fechado muitos laboratórios no período de duas pontes [Natal e Ano Novo], o que recomendava que se esperasse para ter números fidedignos”, referiu. Agora, de acordo com Marcelo Rebelo de Sousa, “esses números fidedignos” já existem.

Questionado sobre a razão de ter de se esperar por quarta-feira até que sejam conhecidas as novas medidas restritivas, Marcelo apontou que os números de fim de semana “são números sempre mais baixos por causa do fecho dos laboratórios”. “Os números de domingo reportados a sábado são mais baixos, os números de segunda-feira reportados a domingo também são mais baixos. Por isso, terça-feira foi escolhido pelos epidemiologistas por já dar um retrato conjuntamente com os dados do final da semana que agora termina. Esses dados já permitem fazer propostas concretas“.

Além da questão relativa à flexibilização das medidas para o período do Natal, o chefe de Estado assumiu também a responsabilidade do que “não correu bem na coordenação [de serviços do Estado] entre a Saúde e da Segurança Social”. “Em muitos casos [não correu bem] no enquadramento ao nível regional. Já admiti isso à RTP há um mês e meio”, observou.

Entre outros aspetos em relação à situação epidemiológica de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa manifestou-se apreensivo com a criação de expectativas muito elevadas em relação ao processo de vacinação. “É um processo que pode ser para um ano e meio e não para o dia seguinte”, frisou.

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Campanha oficial para as Presidenciais arrancou, mas com poucas iniciativas

  • Lusa
  • 10 Janeiro 2021

A campanha oficial para as eleições presidenciais arranca este domingo, com a maioria dos candidatos a centrar as ações na parte da manhã, antes do recolher domiciliário.

A campanha oficial para as eleições presidenciais — que acontecem a 24 de janeiro — arranca este domingo com a maioria dos candidatos a centrar as ações na parte da manhã, antes do recolher domiciliário às 13h00, devido à pandemia.

Este fim de semana está proibida a circulação entre todos os concelhos de Portugal continental (entre as 23h00 horas de 8 de janeiro e as 5h00 de 11 de janeiro) e entrou em vigor o dever de recolhimento domiciliário em 253 concelhos, às 13h00 horas. Apesar da atividade político partidária não ser abrangida pelas restrições, algumas candidaturas optaram por adaptar as campanhas, reduzindo contactos de rua ou limitando os horários.

A candidatura de Ana Gomes tinha iniciativas no distrito de Setúbal durante a manhã, mas decidiu cancelar face ao “agravamento da situação sanitária” e anunciou que todas as ações no terreno planeadas até ao final da campanha “ficarão dependentes das novas medidas”, que deverão ser anunciadas na próxima quarta-feira.

A candidata apoiada pelo Bloco de Esquerda, Marisa Matias, anunciou que estará no Museu da Cerâmica, em Sacavém, Loures, para um encontro com ex-trabalhadoras da fábrica Triumph, da parte da manhã. À tarde, pelas 17h00, participa num comício mas em formato virtual. Este comício tem uma “componente física reduzida” e será transmitido nas redes sociais a partir do Cinema S. Jorge, em Lisboa.

A candidatura de João Ferreira, candidato apoiado pelo PCP e “Os Verdes”, também alterou a agenda depois de serem conhecidas as restrições do fim de semana, optando por antecipar para as 11h00, no Coliseu do Porto, um comício que contará com a presença do secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, e que será a única iniciativa do dia.

Também da parte da manhã, o candidato Vitorino Silva começa a “volta nacional” às 10h30, com uma ação de campanha junto ao Forte de Peniche, na Prainha de São Pedro onde, disse, apanhou as pedras que mostrou a André Ventura num debate televisivo, para simbolizar a diversidade de pessoas e de cores políticas envolvidas no 25 de Abril de 1974 que permitiram que agora pudesse estar “a debater com quem pensa diferente”.

Por seu lado, André Ventura, presidente do Chega, arranca a campanha no distrito de Beja, com uma concentração à tarde junto ao Cineteatro Municipal de Serpa, seguida de um comício, a começar pelas 17h00, e não tem mais ações neste dia.

O Presidente da República, e candidato, Marcelo Rebelo de Sousa, disse que não tem ações de campanha previstas até dia 18, por estar em vigilância depois de ter tido um contacto com um elemento da sua Casa Civil infetado com o novo coronavírus.

O candidato apoiado pela Iniciativa Liberal, Tiago Mayan Gonçalves, não tem ações de campanha previstas para hoje.

As eleições presidenciais estão marcadas para 24 de janeiro. Concorrem às eleições sete candidatos: Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS) Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre).

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Da cortiça, ao vinho e aos têxteis. Como olham estes setores para o Brexit?

  • Lusa e ECO
  • 10 Janeiro 2021

Há empresas portuguesas preocupadas com as exportações de produtos para o Reino Unido. É o caso do setor têxtil e do setor automóvel. O mesmo não acontece com o setor da cortiça e do vinho.

O Reino Unido está oficialmente fora da União Europeia (UE) e, com isso, vêm consequências para muitas empresas. Se do lado das empresas britânicas se antecipa uma subida dos preços, do lado das empresas portuguesas as preocupações têm a ver com as exportações de produtos, sobretudo no têxtil e nos automóveis. Ainda assim, nem todos os setores partilham dessas preocupações, como a cortiça e o vinho.

Um novo Acordo de Comércio e Cooperação, concluído em 24 de dezembro, entrou em vigor às 23h00 de 31 de dezembro, para suceder ao período de transição pós-Brexit, durante o qual o Reino Unido manteve acesso ao mercado único e o respeito pelas regras europeias.

Rompidos os últimos laços de uma relação de quase 50 anos, o acordo garante o acesso mútuo dos produtos aos dois mercados sem quotas nem taxas aduaneiras, mas passam a existir uma série de barreiras comerciais, como mais controlos aduaneiros e burocracia nas transações económicas.

Setor da cortiça continua otimista

O setor da cortiça continua a olhar “com otimismo” para o Reino Unido, mesmo após o anúncio da saída da União Europeia (UE), afastando a hipótese de um impacto direto “muito relevante”, adiantou a Associação Portuguesa da Cortiça (APCOR) à Lusa.

“Apesar de não estimarmos um impacto direto muito relevante no nosso setor, o mesmo poderá acontecer por via do efeito nos nossos clientes, tendo em conta que dos 4,4 mil milhões de dólares de vinho importados pelo Reino Unido em 2019, mais de 70% têm origem na UE”.

Em 2019, o Reino unido ocupou o sexto lugar nas exportações portuguesas de cortiça. Este é um mercado para o qual o setor duplicou as suas exportações na última década “e para o qual continuamos a olhar com otimismo”, garantiu a associação.

Fundada em 1956, a APCOR é uma associação patronal que representa 278 empresas, responsáveis por 80% do volume de negócios do setor.

Setor do vinho “tranquilo” quanto à evolução das exportações

O setor do vinho está “tranquilo” com o Brexit, não prevendo qualquer problema a nível das exportações, a menos que se verifique uma crise económica, adiantou à Lusa a Associação de Vinhos e Espirituosas de Portugal (ACIBEV).

“O setor do vinho está tranquilo e não antecipa qualquer tipo de problema nas exportações para o Reino Unido, devido ao Brexit”, assegurou a associação. Conforme explicou a associação, o processo só será impactado caso se verifique uma crise económica no Reino Unido, o que, a acontecer, “será mais provavelmente” devido à pandemia de do que ao Brexit.

A valorização da libra, por outro lado, também pode afetar as exportações portuguesas de vinho, porém, a ACIBEV diz não ser expectável que isso venha a acontecer. Já o custo decorrente do processo alfandegário, após a saída do Reino Unido da UE, “vai ser residual” para as empresas que exportam regularmente e com “alguma quantidade”.

Têxteis e automóvel receiam demoras nos processos alfandegários

O setor dos componentes automóveis e a indústria têxtil e do vestuário receiam demoras nas exportações, tendo em conta que haverá um aumento de burocracia a nível alfandegário. Em declarações à Lusa, Mário Jorge Machado, presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), alertou para um aumento dos “custos de contexto em termos de todo o processamento alfandegário”, lamentando que se tenha perdido “uma vantagem que existia por todos estarem dentro do mesmo espaço comercial” e sublinhando que houve um “retrocesso no tempo”.

Também Adão Ferreira, secretário-geral da AFIA — Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel, apontou “os efeitos nefastos da introdução da alfândega”, explicando que “as mercadorias passarão a estar sujeitas ao cumprimento de formalidades aduaneiras”. “Este custo de contexto poderá causar atrasos na entrada/saída de mercadorias da UE para o Reino Unido e vice-versa. Ou seja, em última análise poderão ocorrer falhas no fornecimento de componentes às linhas de montagem”, garantiu.

Ainda assim, os dirigentes associativos aplaudem o facto de não haver tarifas acrescidas com a saída do Reino Unido da UE, que se concretizou às 23:00 de 31 de dezembro. “Felizmente o cenário de haver tarifas não se concretizou porque houve acordo e isso foi uma grande vantagem porque iria criar sérias complicações no mercado”, referiu Mário Jorge Machado.

Também a AFIA “aplaude o facto de o acordo prever direitos aduaneiros nulos e contingentes pautais com isenção de direitos para todas as mercadorias que cumpram as regras de origem adequadas”, de acordo com Adão Ferreira. No caso dos componentes automóveis fabricados em Portugal, “o Reino Unido continua a ser um mercado importante”, sendo o “quarto país parceiro comercial da indústria de componentes automóveis portuguesa, com uma quota a rondar os 7% das exportações”.

Para a indústria têxtil e vestuário o peso do mercado britânico é de aproximadamente 6,5%, segundo dados da ATP. Mário Jorge Machado alertou ainda para o impacto de questões “como a economia circular, a produção sustentável” e “a utilização de produtos que estão validados como inofensivos para uso humano, porque no setor do vestuário há ainda artigos feitos em algumas zonas do mundo que podem utilizar químicos que não são possíveis de usar dentro da União Europeia”.

O dirigente associativo questionou se o Reino Unido “vai manter a postura de não usar este tipo de produtos ou se vai começar a utilizar outro tipo de materiais que são mais baratos, mas nocivos para o ambiente e as pessoas”.

A indústria têxtil depara-se ainda com outro desafio para os próximos tempos. “Houve uma série de antecipações nestes últimos meses, porque previa-se que pudesse haver um cenário de introdução de taxas e houve muitas marcas que anteciparam compras desde outubro”, alertou Mário Jorge Machado. Esta movimentação terá agora “um efeito de alguma forma perverso que vai fazer com que os próximos três meses haja uma diminuição mais acentuada porque houve uma antecipação em termos de stocks”, explicou, sublinhando que se trata de “situações de conjuntura, não é estrutural”.

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Delta e Sumol patrocinam presidência portuguesa da UE. Galp, Mercedes e Meo fornecem serviços pagos

A Delta e a Sumol são, para já, os únicos dois patrocinadores da presidência portuguesa. O assunto já foi alvo de polémica em presidências de Estados-membros por haver grandes empresas envolvidas.

A presidência portuguesa do Conselho da União Europeia vai ser patrocinada pelo menos pela Delta e pela Sumol+Compal, com estas empresas a fornecerem serviços a custo zero nos vários eventos da presidência. O Governo garante que só haverá patrocínios de empresas portuguesas e de pequena dimensão. Anteriores presidências de outros Estados-membros foram alvo de polémica e de críticas da provedora europeia da justiça por terem patrocínios de empresas como a Coca-Cola ou a BMW.

Questionado pelo ECO, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, confirmou que haverá contratos de patrocínio com empresas portuguesas, os quais terão uma dimensão reduzida e serão públicos no portal Base. Da consulta desse portal neste momento apenas surgem dois contratos de patrocínio: o da Sumol+Compal e o da Delta (Rui Nabeiro). O site da presidência também só refere estes dois patrocínios até agora.

Os dois contratos têm custo zero — o serviço é prestado em troca da visibilidade da marca — e têm como objetivo a disponibilização, sem custos, de café, no caso da Delta, e de bebidas como sumos, refrigerantes e águas, no caso da Sumol+Compal, nos eventos que se realizem entre 1 de janeiro e 30 de junho na presidência portuguesa no Conselho da UE.

A presidência de Portugal do Conselho da União Europeia 2021 tem um compromisso com a transparência em todos os processos de aquisição, tanto no recrutamento de membros para as suas equipas e na escolha dos parceiros necessários para preparar o trabalho corretamente e para o sucesso deste trabalho“, escreve a presidência portuguesa no seu site, admitindo que as despesas associadas à organização da presidência são “significativas”.

Outros serviços que foram alvo de patrocínios noutras presidências serão pagos, pelo menos tendo em conta a análise feita pelo ECO aos contratos publicados no portal Base cujo adjudicante é a Estrutura de Missão para a Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia em 2021, a entidade formalmente responsável pela presidência.

A título de exemplo, o aluguer das viaturas foi contratualizado com a Caetano Auto (124 mil euros) e com a Mercedes-Benz Retail (479 mil euros). O fornecimento de combustível rodoviário (por cartão eletrónico) foi contratualizado à Petrogal (Galp) por 34,7 mil euros. Já a prestação de serviços de cibersegurança e de serviços de alojamento e software, entre outros, foi contratualizada à Meo por 320 mil euros. Estes são alguns exemplos num total de quase 150 contratos que já são públicos.

Os dois contratos mais avultados até ao momento referem-se à arte. A estrutura de missão contratualizou serviços de curadoria, produção e apresentação da exposição artística à Fundação Calouste Gulbenkian por 622 mil euros. Já a segunda maior é a aquisição de obra artística (“Commotion”) e prestação de serviços de Alexandre Farto (VHILS, sob o nome de empresa Silhuetas Difusas) que irá ser instalada em Bruxelas por um total de 446 mil euros.

No total, a presidência portuguesa já contratualizou mais de seis milhões de euros (6.113.354,63 euros à data de publicação deste artigo).

Patrocínios geraram polémica em presidências anteriores

Os patrocínios das presidências do Conselho da UE foram alvo de polémica noutros países. Na Roménia, o patrocínio da Coca-Cola (cujo logo aparecia em várias imagens) há um ano gerou críticas de várias entidades da sociedade civil europeia, colocando em causa a independência das instituições em temas como a regulamentação do setor alimentar. Na Finlândia, a polémica foi com a BMW.

Perante a polémica do passado, a presidência alemã do Conselho da UE, à qual Portugal irá suceder, decidiu não ter patrocínios de grandes empresas. “Como um sinal da sua independência política, a presidência da Alemanha do Conselho da União Europeia irá, como regra, abster-se de qualquer tipo de patrocínio“, disse fonte oficial logo no início da presidência em julho.

No caso da Croácia, o país só aceitou patrocínios de empresas nacionais, entre serviços como bebidas, aluguer de carros e donativos diretos, como descrito nesta página da presidência croata. A presidência portuguesa só se focou, pelo menos até agora, na parte das bebidas com o patrocínio da Delta Cafés e da Sumol+Compal.

Após a polémica, a provedora europeia da justiça (Ombudsman) criticou os casos de patrocínios avultados, argumentando que a presidência é vista pelo público como estando ligado à UE como um todo. “O uso de patrocínios por parte das presidências representam riscos reputacionais que o Conselho [Europeu] deveria abordar“, escreveu Emily O’Reilly, recomendando que haja regras sobre os patrocínios. O Conselho Europeu terá acatado esta recomendação, prometendo discutir o assunto, mas não se conhecem avanços sobre esta matéria.

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