Lituânia acelera no 5G e ameaça deixar Portugal em último
Enquanto em Portugal o leilão de frequências dura há quase 200 dias, a Lituânia pode anunciar o seu próprio leilão já na próxima semana. Países são os dois únicos na UE sem ofertas de quinta geração.
Geralmente, as últimas notícias do setor das telecomunicações na Lituânia têm pouca relevância para a economia portuguesa. Mas os tempos são outros: na União Europeia (UE), só Portugal e Lituânia ainda não têm ofertas comerciais de 5G. E os lituanos estão a dar passos para assegurar que não ficam em último.
Numa altura em que o leilão de frequências em Portugal caminha para a marca dos 200 dias de licitações na fase principal, as principais operadoras já disseram que estão preparadas para lançar os primeiros tarifários aos consumidores, logo que tenham as licenças em mão. Na Lituânia, também está tudo a postos para o lançamento do 5G, esperando-se que um leilão de frequências seja anunciado em breve.
De acordo com a imprensa especializada, na semana passada, as maiores operadoras de telecomunicações da Lituânia assinaram com o Ministério dos Transportes e Comunicações um “memorando para o desenvolvimento do 5G” no país. Segundo um comunicado da operadora Telia, o regulador local das comunicações deverá anunciar um leilão da faixa dos 700 MHz já na próxima semana.
A Telia será uma das operadoras a oferecer serviços de 5G na Lituânia. Este mês, anunciou ter instalado mais 250 estações base, capazes de fornecer rede móvel “em todas as gerações, incluindo 5G”. “A empresa planeia começar a oferecer serviços de comunicação 5G assim que obtiver as frequências necessárias num leilão”, confirmou a companhia.
Também as concorrentes Tele2 e Bite estão preparadas para oferecerem a quinta geração aos lituanos. A contribuir para o atraso lituano está um diferendo com a Rússia em torno da utilização dos 3,5 GHz junto à fronteira, uma banda de frequências usada pelos russos para fins militares.
E em Portugal? A Anacom já alterou duas vezes o regulamento da venda de licenças para tentar acelerar o leilão, mas sem sucesso até ao momento. O regulador chegou a estimar que o processo estaria fechado no primeiro trimestre, o que não se verificou.
Além da forte litigância das operadoras contra as medidas da Anacom, o regulador levou um puxão de orelhas do primeiro-ministro esta semana. No Parlamento, António Costa disse que “o modelo de leilão que a Anacom inventou é, obviamente, o pior modelo de leilão possível, nunca mais termina e está a provocar um atraso imenso no desenvolvimento do 5G em Portugal”. As declarações levaram a Nos a pedir a demissão “imediata” de João Cadete de Matos, presidente da entidade reguladora.
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