Gestores do Novo Banco têm prémio de 1,86 milhões, mas “cheque” é diferido para 2022

Administração do Novo Banco vai receber um bónus de 1,86 milhões de euros, referente a um ano em que o banco deu prejuízos de 1.329 milhões. Valor só poderá ser pago no final do ano.

Depois do bónus de 1,99 milhões de euros atribuído em 2019 (que foi diferido), em 2020 — ano em que o Novo Banco registou prejuízos de 1.329 milhões de eurosvem um novo bónus. A administração do Novo Banco vai receber 1,86 milhões, valor esse que também só poderá ser pago no próximo ano, depois de concluída a reestruturação.

“Para o ano de 2020, a remuneração variável foi atribuída condicionalmente, sujeita à verificação de condições diversas, de 1,86 milhões de euros aos membros do Conselho de Administração Executivo”, revela o relatório e contas do banco enviado à CMVM. “Este prémio teve como base o desempenho individual e coletivo de cada membro, avaliado pelo Comité de Remunerações”, explica.

Este prémio foi “totalmente diferido e não haverá pagamentos até o final do Período de Reestruturação, na data atualmente definida como 31 de dezembro de 2021″, sublinha. A gestão do Novo Banco está impedida, devido aos compromissos assumidos com Bruxelas, de receber prémios e bónus até 2021, mas pode atribuir estes bónus. É isso que acontece com base nas contas de 2020, mas também já se registou em 2019.

Estes bónus têm gerado polémica, tendo em conta que o banco tem solicitado, anualmente, injeções do Fundo de Resolução para suprir défices nos rácios de capital ao abrigo do mecanismo de capital contingente.

Aquando da atribuição dos quase dois milhões de euros no ano passado, Mário Centeno disse no Parlamento que, enquanto governador do Banco de Portugal, não via com bons olhos a decisão do Novo Banco de fazer este pagamento. “Atendendo a que em 2020 se registou uma muito significativa injeção de capital no Novo Banco, não vemos como adequada esta prática em 2020”, disse Centeno.

Recorde-se que estes dois milhões de euros foram incluídos na chamada de capital feita pelo Novo Banco à entidade liderada por Máximo dos Santos, que rejeitou suportá-los. Assim, em vez de entregar os 1.037 milhões pedidos pelo banco em 2020, o Fundo de Resolução apenas transferiu 1.035 milhões.

Este ano, com base nas contas de 2020, o Novo Banco pediu um “cheque” de 598 milhões de euros. O Fundo de Resolução contestou parte do valor, sendo que o Governo também acredita que a transferência que terá de ser feita em maio será inferior. E essa convicção está expressa no Programa de Estabilidade, onde o Executivo de António Costa assume um valor de 430 milhões de euros.

(Notícia atualizada às 8h07 com mais informação)

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Tarifa social da Internet será automática como na energia

  • ECO
  • 5 Maio 2021

A aplicabilidade da tarifa social de internet "é da responsabilidade” das empresas de comunicações, que terão de verificar as condições dos clientes.

A tarifa social de internet deverá ser de atribuição automática pelas empresas prestadoras de serviço, tal como acontece com os descontos na eletricidade e gás natural. De acordo com o Público (acesso pago), essa é a intenção do Governo e serão as próprias empresas a verificar o cumprimento dos critérios de elegibilidade dos clientes.

O projeto de diploma a que aquele jornal teve acesso refere que a “aplicabilidade” da tarifa social da internet “é da responsabilidade” das empresas de comunicações, que terão de verificar as condições dos clientes para perceber se lhes deve ser atribuído o “tarifário específico”. Por sua vez, a largura de banda necessária e os parâmetros mínimos de qualidade serão definidos pela Anacom.

Esta tarifa social, destinada a “consumidores com baixos rendimentos ou com necessidades sociais especiais”, permitirá aceder a um conjunto mínimo de serviços, desde o acesso aos serviços do Estado, ferramentas educativas e e-mail, serviços bancários, consulta de jornais, acesso às redes sociais, mensagens instantâneas e chamadas e videochamadas, entre outros.

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Hoje nas notícias: Internet social, teletrabalho e casinos

  • ECO
  • 5 Maio 2021

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O teletrabalho está em destaque nos principais jornais nacionais no dia que 10 projetos de lei sobre o assunto chegam ao Parlamento. A tarifa social da Internet será automática como na energia, enquanto os gastos das autarquias com educação, os apoios aos casinos e a construção do novo Hospital Oriental de Lisboa também estão nas manchetes desta quarta-feira.

Tarifa social da Internet será automática como na energia

O Governo pretende que a tarifa social de fornecimento de serviços de acesso à Internet em banda larga fixa ou móvel, destinada a “consumidores com baixos rendimentos ou com necessidades sociais especiais”, seja de atribuição automática pelas empresas prestadoras dos serviços, tal como acontece com os descontos existentes para a eletricidade e o gás natural. Serão as próprias empresas a verificar a elegibilidade dos clientes. Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

Teletrabalho não é bem visto na indústria

O teletrabalho estará esta quarta-feira na ordem do dia com a discussão, na generalidade, de dez projetos de lei que o pretendem regulamentar. Os vários projetos podem ser já votados ou descer, sem votação, à comissão para prosseguir o trabalho legislativo na especialidade. A imposição não agrada nem associações patronais nem sindicatos, com a indústria a alertar para dificuldades de comunicação, inconvenientes e desassossego. Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago).

Câmaras gastam em educação o dobro do que o Estado dá

As despesas da maioria das autarquias com a educação superam largamente o valor do Fundo Social Municipal, atribuído anualmente através do Orçamento do Estado (OE), mostra um inquérito da Associação Nacional de Municípios (ANMP). Em 2020, os municípios gastaram 155% a mais (163 milhões de euros) do que aquilo que receberam do Estado (105 milhões de euros). A ANMP acusa o Governo de, nos últimos anos, subcalcular, sistematicamente, a verba daquele fundo. Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).


Governo isenta casinos de impostos no jogo até 2022

O Governo vai isentar os casinos do pagamento das contrapartidas anuais sobre as receitas de jogo até 2022, depois de os lucros do setor terem caído quase 50% no ano passado. Em cima da mesa está ainda mais um prolongamento excecional das concessões das zonas de jogo do Estoril (casinos de Lisboa e Estoril) e da Figueira da Foz que terminaram a 31 de dezembro de 2020. Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

Mota-Engil e Sacyr passam à próxima fase para construir novo hospital

Os consórcios da Mota-Engil e da Sacyr vão começar a negociar os preços para a construção do futuro Hospital de Lisboa Oriental, após o júri ter entregado, no final da semana passada, o relatório final deste concurso. As propostas foram recebidas em janeiro de 2019 e a Acciona tinha contestado a exclusão, mas o júri rejeitou e manteve a decisão. O grupo espanhol pode agora avançar para tribunal. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

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Gestão do Novo Banco recebeu 2,6 milhões em 2020. Ramalho ganhou 400 mil

Além dos salários, o Novo Banco pagou 320 mil euros em "sign-in bonus" a Baltar Garcia que se juntou à gestão do banco.

O Novo Banco, que fechou 2020 com prejuízos de 1.329 milhões de euros, pagou 2,6 milhões de euros em salários aos seus administradores, valor superior ao despendido um ano antes. Aumento dos encargos com o conselho de administração é explicado pela entrada de um novo membro na gestão antes da saída de outros três.

De acordo com o relatório e contas publicado na CMVM, o banco pagou 2,6 milhões, um aumento de 12% face aos 2,3 milhões suportados em 2019. Considerando a componente variável, que foi diferida, o total registado pelo Novo Banco como gastos com a gestão passa para 2,63 milhões, o que comprara com os 2,34 milhões registados no ano anterior.

Enquanto António Ramalho, o CEO do Novo Banco, recebeu os mesmo 400 mil euros do ano anterior, sendo que 32.543 euros são diferidos, Mark Bourke auferiu 350 mil, acima dos 291 mil que recebeu em 2019, ano em que chegou à gestão do banco.

A explicar o aumento dos custos da com a gestão está também o facto de Baltar Garcia ter entrado na administração naquele que foi o último ano de três outros gestores do banco: Jorge Cardoso, Vítor Fernandes e José Eduardo Bettencourt. Baltar recebeu 29 mil euros ainda em 2020, “engrossando” o cheque à gestão.

Além destes quase 30 mil euros, Baltar Garcia teve ainda direito a um “bónus”. Em 2020, o Novo Banco pagou, a título de prémio de contratação, um sign-in bonus de 320 mil euros ao gestor, tal como já tinha feito no ano anterior aquando da entrada em funções de Mark Bourke como novo administrador executivo.

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Super Bock avalia novos copos de cartão sem plástico para restauração

  • Capital Verde
  • 5 Maio 2021

Em entrevista ao Capital Verde, Graça Borges, diretora de comunicação do Super Bock Group, revelou que a empresa já conseguiu reduzir em mais de 55% as emissões de CO2 e 35% os combustíveis fósseis.

Promoção de um consumo inteligente, redução do plástico, redução das emissões de carbono, aumento da expressão no mercado da tara retornável e redução dos consumos de água. Estes são os cinco pilares da Estratégia de Sustentabilidade para o triénio 2020-2022 do Super Bock Group. Em cima da mesa estão metas como a redução do consumo dos atuais 3 para 2,6 litros de água por cada litro de cerveja produzido até 2025, e a empresa está também a estudar a possibilidade de desenvolver uma solução de copos em cartão sem qualquer vestígio de plástico para serem utilizados sobretudo na restauração.

Em entrevista ao Capital Verde, Graça Borges, diretora de comunicação da empresa, diz que é difícil contabilizar o investimento já feito na área da sustentabilidade. “Em termos de investigação e desenvolvimento (I&D), como este desafio nos obriga a repensar, a redesenhar e a inovar, já investimos mais de 12 milhões de euros, em 2019, no setor agroalimentar”, afirma.

Além do investimento externo, a empresa também investiu 100 milhões de euros no seu complexo industrial, com a construção de uma nova sede, um novo armazém logístico totalmente automatizado e um novo centro de produção de cerveja, que alia novos equipamentos, tecnologicamente mais avançados, a uma maior capacidade de produção. Este projeto de melhoria das instalações tinha como objetivo conseguir tornar a produção mais sustentável e isso foi alcançado, garante.

Através do investimento em novas máquinas e outros materiais, foi possível melhorar os indicadores do consumo de energia, da qualidade do ar, da eficiência no uso de água, entre outros.

Para a diretora de comunicação do Super Bock Group, “as empresas que são capazes de investir para se tornarem sustentáveis, não só no presente, mas também no futuro, e que percebem que a sustentabilidade tem de assentar nos 3 pilares — económico, social e ambiental — terão o melhor retorno do seu investimento”.

Gastar 2,6 litros de água na produção de cada litro de cerveja é meta para 2025

Entre 2010 e 2018, o Super Bock Group já diminuiu o consumo de água em cerca de 25%, mas tem o objetivo de reduzir mais 13% até 2025.

Atualmente, gastam ainda 3 litros de água na produção de cada litro de cerveja, mas Graça Borges revela que querem chegar aos 2,6 até 2025 e “continuar nesta trajetória”.

Recentemente, o Super Bock Group assinou o Pacto para a Gestão da Água, criado pela Católica-Lisbon School. “As parcerias permitem-nos perceber como é que os agricultores podem utilizar tecnologias e que tecnologias são essas para que a água seja um recurso utilizado de forma consciente, com menor impacto, com menor consumo”, explica a diretora de comunicação do Super Bock Group.

Redução de “5 a 6 mil toneladas de plástico” em embalagens PET

Tudo começou com a reutilização do plástico. A diretora de comunicação do grupo revela que, pelo facto de terem introduzido os copos de plástico reutilizáveis tanto nos restaurantes como nos festivais de música, deixaram de se colocar no mercado 6 milhões de copos de plástico.

“Em festivais e outros eventos, até por questões de segurança, não se pode utilizar vidro, portanto, tem de se ter um recipiente para as pessoas poderem consumir as suas bebidas, mas o que é importante é que se faça isso de uma forma circular. Vamos continuar a olhar para o que é que é mais amigo do ambiente. Se houver uma solução melhor para estes copos reutilizados, havemos de as encontrar”, garante.

Questionada sobre a possibilidade de optarem por copos em cartão, Graça Borges admite que é uma opção que estão a estudar para ser aplicada sobretudo na restauração (canal Horeca), mas explica que existem alguns “contras” nesta opção: “Todas as embalagens que nós vemos, até em take away, e que parecem em cartão, na verdade, têm uma película de plástico porque, de outra forma, ficariam molhadas. Por isso, a indústria está a estudar para perceber qual o melhor, para que não haja dois materiais”.

Ou seja, para serem verdadeiramente sustentáveis, estes novos copos de cartão para restaurantes que estão em estudo terão sempre de ser desenvolvidos sem qualquer vestígio de plástico, para permitir a sua total reciclabilidade. Ao mesmo tempo, tê, de garantir que retêm os líquidos no seu interior.

Apesar de ter um negócio maioritariamente assente em cerveja, o Super Bock Group detém outras marcas, como a Vitalis, onde a utilização de plástico é muito maior. Por essa razão, surge a necessidade de se reinventarem e de procurarem soluções que, mesmo com o uso de plástico, não sejam prejudiciais à natureza.

“O negócio das águas em Portugal está mais assente em PET. E, portanto, houve sempre aqui uma preocupação, no caso da Vitalis, em assegurar que, ao longo dos anos, se fazia redesenho e inovação das embalagens para que se pudesse ter menos utilização de plástico virgem. Nós temos vindo a reduzir entre 5 a 6 mil toneladas de plástico nestas embalagens PET”, afirma a diretora de comunicação, que acrescenta: “Temos de combater a utilização de plástico virgem e promover a reutilização”. Exemplo disso é a nova embalagem da garrafa Vitalis, com plástico 100% reciclado.

Além das embalagens primárias, o Super Bock Group preocupa-se, ainda, com as embalagens secundárias, nomeadamente as que envolvem as paletes e que se colocam à volta das embalagens para permitir que estejam agrupadas. Recentemente, na embalagem das cervejas Carlsberg a empresa apresentou uma solução mais sustentável que permite unir as latas de cerveja com uma cola, em vez do plástico.

No caso das garrafas de cerveja, que são feitas apenas com vidro, o grupo já incorpora 50% de casco de vidro. Trata-se de vidro que é recolhido, reaproveitado e que vai dar origem a uma nova garrafa.

Nesse sentido, a diretora de comunicação do Super Bock Group destaca a cor âmbar das garrafas de cerveja como a mais-valia para poder usar mais casco de vidro: “As nossas garrafas de cerveja são recicláveis, não só porque o vidro é um material que pode reciclar-se infinitamente, mas também porque temos uma cor âmbar, que é fundamental para proteger a qualidade da cerveja, mas que também permite a incorporação do casco de vidro”.

“Eu creio que a norma na indústria de vidro tem uma banda de casco incorporado, consoante a tipologia, que anda entre os 15% e os 65%, mas as garrafas de cerveja, por terem esta cor âmbar, estão na banda máxima de incorporação de casco de vidro”, acrescenta.

Redução do consumo de energia, eletricidade e combustíveis fósseis

Nos últimos nove anos, a empresa conseguiu reduzir em mais de 22% o consumo de eletricidade, diminuiu em mais de 55% as emissões de CO2 e o consumo de combustíveis fósseis em mais de 35%.

“A parte industrial é uma área onde já temos vindo a trabalhar há alguns anos e a conseguir sucessos de redução de consumo de energia (combustíveis fósseis), mas a utilização de energias mais verdes na parte dos automóveis é algo mais recente. Temos conseguido gastar menos combustíveis porque as viaturas, hoje em dia, são mais eficientes do que eram há 10 anos, mas também queremos estar atentos àquilo que a indústria de carros, sobretudo de distribuição vai lançando”, admite a diretora de comunicação.

Apesar de já haver evolução de energia verde para o transporte de passageiros, Graça Borges considera que, na parte dos carros de distribuição, há menos opções “também por causa do peso, isto porque ainda está em curso o estudo de como é que se consegue ter transportes que são eficientes em termos de energia, mas que têm autonomia e capacidade para peso porque, numa viatura de transporte, o consumo está associado à carga que leva e à distância também”.

Neste ponto, o Super Bock Group preocupa-se, também, em ter veículos que cumpram os requisitos que as cidades onde vão distribuir exigem. “Portanto, há que estar atento aos desenvolvimentos porque temos de garantir que temos carros com autonomia suficiente para fazer os percursos e a distribuição com menor impacto ambiental”, refere.

Consciencializar os consumidores para aumentar a reciclabilidade

“Queremos fazer com que o consumidor esteja mais consciente da importância de separar o lixo, de o colocar no contentor correto, para que nós tenhamos a capacidade, não só de redesenhar, inovar e procurar materiais mais eficientes, mas também que o consumidor os devolva para que possam voltar a integrar um circuito de embalagem”, esclarece Graça Borges.

No caso do vidro, o processo de reciclagem é mais facilitado, uma vez que não fica contaminado, mesmo que seja colocado no meio de outro lixo. Isto porque vai aos fornos, com temperaturas elevadas, que acabam por torná-lo esterilizado. Já nos alumínios e, principalmente, nos plásticos tem de haver mais cuidado e, por essa razão, é que importa assegurar uma boa reciclagem.

Para promover a reciclagem e a reutilização de materiais, a diretora de comunicação do Super Bock Group refere que a empresa, além de se associar a entidades externas que a ajudem neste caminho, também incentiva, de forma mais direta e interna, os formatos reutilizáveis e/ou retornáveis (nos casos em que seja possível), juntos dos seus consumidores.

“Temos de trabalhar muito através do packaging, através da comunicação e de parcerias para educar para estas matérias, mas também temos que apoiar muito organizações como a Sociedade Ponto Verde, que fazem divulgação para que o consumidor esteja esclarecido. Internamente também já promovemos, principalmente no consumo fora de casa, os formatos de garrafas de vidro reutilizável e barril, que não geram resíduos. Esta é uma alternativa para que o canal Horeca não precise de se preocupar, ao final do dia, em pôr as garrafas no vidrão porque, usando uma retornável, nós vamos ao ponto de venda e trazemos de volta”, diz.

(Título revisto. Intenção da empresa passa por estudar o desenvolvimento de novos modelos de copos de cartão sem película de plástico para serem usados na restauração, e não nos festivais de música)

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EUA podem subir taxas de juro para evitar “sobreaquecimento” da economia

  • Lusa
  • 5 Maio 2021

"Pode ser que as taxas de juro tenham de subir um pouco para que a nossa economia não sobreaqueça", disse Janet Yellen.

A secretária do Tesouro dos Estados Unidos (EUA), Janet Yellen, admitiu que as taxas de juro no país podem ter de subir para controlar o “sobreaquecimento” da economia, que a recuperação pode gerar.

“Pode ser que as taxas de juro tenham de subir um pouco para que a nossa economia não sobreaqueça“, disse Janet Yellen, numa iniciativa ‘online’ promovida pela revista The Atlantic, referindo-se ao termo usado por economistas para definir um aumento repentino nos preços, devido ao rápido crescimento económico depois de uma crise, neste caso, causada pela pandemia de Covid-19.

A secretária do Tesouro, que já liderou a Reserva Federal norte-americana (Fed), enfatizou que, “embora os gastos adicionais sejam relativamente reduzidos em comparação com o tamanho da economia”, isso poderia causar “alguns aumentos muito modestos nas taxas de juro”.

A Fed, banco central dos Estados Unidos, mantém taxas de juro de referência entre 0% e 0,25% desde março passado, devido à crise causada pela pandemia de Covid-19.

Yellen disse que o estímulo fiscal, cujo último pacote aprovado no Congresso em fevereiro foi equivalente a mais de 1,5 biliões euros, “é necessário para o país ser competitivo e produtivo”.

“Acho que a nossa economia vai crescer mais rápido graças a esse estímulo“, disse a secretária do Tesouro, que é a primeira mulher a chefiar o departamento na história dos EUA.

As palavras de Yellen contrastam com as do presidente da Fed, Jerome Powell, que substituiu Yellen precisamente em 2018 e que disse, na semana passada, que não planeia modificar as taxas de juro no curto prazo até que haja “avanços substanciais” na criação de emprego e que a inflação fique acima de 2% por um longo período.

Jerome Powell acrescentou que antecipa aumentos de preços, mas considera que serão de natureza “transitória”.

A taxa de desemprego nos EUA fixou-se nos 6% em abril, ainda acima dos 3,5% registados antes da pandemia covid-19, enquanto a inflação homóloga no mês passado aumentou para 2,6%.

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Doentes em consultas externas podem ser vacinados nos hospitais

  • Lusa
  • 5 Maio 2021

A ideia é que estes doentes "sejam vacinados no contexto hospitalar imediatamente dentro das próprias consultas", um processo que poderá começar já na próxima semana.

O coordenador da task force da vacinação contra a covid-19 anunciou esta terça-feira hoje que os doentes acompanhados em consultas externas vão poder ser vacinados nos próprios hospitais, um processo que deve iniciar-se na próxima semana.

“Estamos a organizar um processo em que todos os doentes que estão em consulta externa, porque são doentes mais graves, também sejam vacinados no contexto hospitalar imediatamente dentro das próprias consultas dos hospitais”, afirmou o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo em entrevista à RTP3. Segundo o responsável do plano de vacinação que se iniciou no final de 2020, este procedimento “facilita muito o processo” de vacinar as pessoas com doenças e constitui também uma “vacinação mais segura”.

“Estamos a preparar o processo. Não costumámos demorar muito tempo a preparar estes processos”, disse Gouveia e Melo, que admitiu que esta vacinação em contexto hospitalar possa arrancar já na próxima semana. Se não existirem contratempos na entrega das vacinas que estão previstas chegar a Portugal, o coordenador reiterou também a meta de ter 70% da população vacinada com a primeira dose entre o final de julho e agosto.

De acordo com dados divulgados hoje pela Direção-Geral da Saúde, um em cada quatro portugueses já recebeu a primeira dose da vacina contra a covid-19, o que representa mais de 2,5 milhões de pessoas. Segundo o relatório semanal da vacinação, 2.568.344 pessoas já foram vacinadas contra o vírus, das quais 341.313 na última semana, enquanto 915.246 já têm a vacinação completa com as duas doses, o que equivale a 9% da população.

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Preço dos testes para viajar limita recuperação da aviação

  • Lusa
  • 5 Maio 2021

IATA apela a que os Estados​​​​​ comparticipem do custo dos testes que detetam se uma pessoa está infetada com o SARS-CoV-2.

O preço elevado dos testes de Covid-19 exigidos pela maioria dos países para viajar está a dificultar a recuperação do setor da aviação, alertou a Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA, na sigla inglesa).

Por essa razão, a IATA apelou na terça-feira a que os Estados​​​​​ comparticipem do custo dos testes que detetam se uma pessoa está infetada com o SARS-CoV-2, de modo a não inibir a procura turística.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), os países não deveriam cobrar pela realização dos testes PCR (Polymerase Chain Reaction), pela vacinação, quando também é exigida para viajar, ou pela emissão de certificados.

Contudo, dos 16 países analisados pela IATA, França é o único que cobre o custo destes métodos de diagnóstico para os viajantes.

Os restantes Estados, também segundo a IATA, estão a ignorar as suas obrigações e a colocar em perigo a recuperação do setor e as vidas de várias pessoas, já que os preços elevados estão a abrir caminho a um mercado de testes falsificados.

De acordo com a análise feita pela associação, o preço mínimo para a realização dos testes é de 90 euros, enquanto o preço mais elevado é de 208 euros.

Baseando-se nestes dados, a organização calcula que uma família de quatro pessoas gaste 1.440 euros só em testes PCR durante uma viagem (ida e volta).

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Sotheby’s aceita pagamento inédito com moeda digital em leilão de peça de Banksy

  • Lusa
  • 5 Maio 2021

A leiloeira, que vai utilizar a plataforma de compra e venda de moedas digitais Coinbase, assinala que este passo facilita o caminho para a adoção deste tipo de pagamento.

A Sotheby’s anunciou esta quarta-feira que vai aceitar as moedas digitais Bitcoin e Ether na venda de uma peça do artista britânico Banksy, a primeira vez que uma casa de leilões admite este tipo de pagamento.

Segundo a Sotheby’s, ao permitir a utilização inédita destas moedas, cujo uso ainda não chegou ao público em geral, pretende-se honrar o legado de Banksy, “um dos artistas mais famosos e provocadores do século XXI”, que frequentemente agita o mundo da arte com os seus ‘graffitis’ de comentário político e social.

A leiloeira, que vai utilizar a plataforma de compra e venda de moedas digitais Coinbase, assinala que este passo facilita o caminho para a adoção deste tipo de pagamento, uma vez que está adquirida a continuação da experimentação da Sotheby’s com novas tecnologias.

Com a crescente adoção da arte digital, além de um maior foco na inovação digital, temos visto um aumento de vontade entre os colecionadores pelo uso de opções de pagamento mais fluidas“, escreveu em comunicado o chefe de tecnologia da Sotheby’s, Stefan Pepe.

Em concreto, a obra de Banksy, intitulada “Love Is in the Air”, vai ser leiloada durante a venda vespertina de Arte Contemporânea de Nova Iorque, em 12 de maio, considerada uma das mais importantes do ano, estando avaliada entre três milhões e cinco milhões de dólares (entre 2,5 milhões e 4,1 milhões de euros).

O anúncio por uma leiloeira líder do ramo foi feito depois de em abril já se ter estreado uma venda de obras NFT (sigla em Inglês de ‘token’ não fungível), em que participaram mais de três mil colecionadores. A tecnologia NFT é utilizada para dar a uma peça de arte digital um selo de autenticidade e proporcionar-lhe um caráter único.

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Da privacidade às despesas, o que une e separa os partidos no teletrabalho

É dia de debater as regras do teletrabalho no Parlamento. Há dez projetos de lei em cima da mesa, que se encontram em alguns pontos, mas diferem noutros, das despesas ao direito a desligar.

A pandemia de coronavírus atirou milhares de trabalhadores portugueses para o teletrabalho e pôs a nu as fragilidades da regulamentação dessa modalidade. Por isso, os partidos com assento no Parlamento apresentaram uma dezena projetos de lei para densificar ou alterar o Código do Trabalho, que serão debatidos esta quarta-feira, mas que deverão baixar à especialidade, sem votação. Há pontos que todos levantam — como as despesas, o direito a desligar e os acidentes de trabalho –, mas para os quais apresentam soluções distintas.

Foi o Bloco de Esquerda o primeiro partido a apresentar o seu projeto de lei para alterar o que o Código do Trabalho diz hoje sobre o teletrabalho, em meados de março. Pouco mais de uma semana depois, o PCP também entregou na Assembleia da República um projeto de lei nesse sentido. Seguiu-se o PS, o PAN, o PSD e o PEV, mas também o CDS-PP e a deputada não inscrita Cristina Rodrigues, com diplomas especificamente focados no direito à desconexão.

Esta quarta-feira é dia de debater esses projetos de lei no Parlamento. São dez e têm vários pontos em comum, nomeadamente as despesas implicadas no teletrabalho, o direito a desligar, a necessidade de acordo entre as partes, a privacidade dos trabalhadores, os acidentes de trabalho e os contactos presenciais. Os partidos diferem, contudo, nas soluções apresentadas para cada um desses pontos.

Após serem discutidas em plenário, as propostas deverão baixar à especialidade, sem votação, abrindo margem para que os partidos encontrem uma proposta o mais convergente possível. Em declarações ao ECO, Clara Marques Mendes adianta que o PSD pedirá que a sua proposta baixe sem votação, uma vez que ainda não decorreu o prazo de apreciação pública.

Já o PAN, BE, PS e PCP não confirmam se também farão um pedido. Ainda assim, a líder parlamentar socialista, Ana Catarina Mendes, no final do encontro que teve na segunda-feira com vários parceiros sociais, disse que o partido está disponível para melhorar o documento em sede de especialidade, num trabalho “conjunto para encontrar uma solução equilibrada da regulamentação do teletrabalho”, rejeitando que esta seja “uma discussão sectária”, mas sim “abrangente e realista”. “No Parlamento, cada vez mais, devemos ser capazes de fazer as pontes necessárias. É uma legislação muito importante, que interfere diretamente na vida das empresas e das pessoas e por isso todos os consensos e o máximo de consenso possível é absolutamente necessário”, defendeu a socialista, em declarações esta terça-feira à Lusa.

Posição idêntica tem o CDS. “Se os partidos entenderem baixar à comissão no sentido de tentar encontrar um texto conjunto, o CDS está cá porque urgente é regulamentar o teletrabalho”, assegurou, à Lusa, o deputado centrista Pedro Morais Soares. Também o PEV “põe a hipótese do seu projeto baixar sem votação, caso esteja em risco de ser rejeitado, por forma a possibilitar ser trabalhado em conjunto com outros projetos”.

“Ainda não temos definição sobre isso”, diz, por seu turno, o Bloco de Esquerda, ao ECO. Já os comunistas salientam que “não excluem nenhuma possibilitam” e que terão abertura para discussão na especialidade.

Mas, afinal, o que separa e une os partidos?

Despesas decorrentes do teletrabalho

É um dos pontos mais polémicos da experiência de teletrabalho do último ano e promete sê-lo também no que diz respeito à discussão parlamentar sobre o futuro da regulamentação da modalidade remota. Afinal, quem paga as despesas implicadas no teletrabalho? Os partidos estão divididos entre quem atira esta questão para a negociação entre empregador e trabalhador (como PS, PSD e BE) e quem quer ver fixado, pelo menos, um valor mínimo a pagar ao trabalhador (como PCP e PAN).

  • PS: Os socialistas atiram esta questão para a negociação entre empregador e trabalhador. O PS entende que o empregador deve assegurar os equipamentos e sistemas necessários à realização do trabalho e à interação trabalhador e empregador — devendo especificar-se em acordo se são fornecidos diretamente ou adquiridos pelo trabalhador — e defende que todas as “despesas adicionais” resultantes da “aquisição ou do uso dos equipamentos e sistemas informáticos ou telemáticos na realização do trabalho, incluindo os acréscimos de custos de energia e da rede instalada no local de trabalho em condições de velocidade compatível com as necessidades de comunicação de serviço, assim como os de manutenção dos mesmos equipamentos e sistemas”, podem ser compensadas pelo empregador, mas mediante acordo; Abre ainda a porta a que seja estabelecido um subsídio fixo para esse fim, mas sublinha que tal deve ficar definido no acordo de teletrabalho ou na negociação coletiva.
  • PSD: O PSD está próximo do PS no que diz respeito às despesas de teletrabalho, já que também atira a questão para acordo entre trabalhador e empregador. Entendem os social-democratas que “as despesas acrescidas relativas ao teletrabalho” deverão pagas conforme estabelecido no contrato de trabalho ou em instrumento de regulamentação coletiva de trabalho e, caso seja o empregador a pagá-las, devem ser consideradas custos das empresas e isentas de IRS. O PSD propõe também que o contrato de teletrabalho estipule “a quem pertence o serviço de internet e de comunicações necessárias à prestação do trabalho” e que, na falta dessa definição, se presuma que pertence ao trabalhador.
  • BE: Os bloquistas querem deixar claro que os instrumentos de trabalho respeitantes a tecnologias de informação e de comunicação utilizados pelo trabalhador, assim como outros indispensáveis ao exercício da sua função profissional são fornecidos pelo empregador e cabe a essa parte não só assegurar a instalação e manutenção, mas também o pagamento das inerentes despesas, como custos de telecomunicações, água, energia (incluindo climatização). Preferem, ainda assim, não fixar um valor ou fórmula de cálculo, para que a legislação seja suficientemente flexível para que possa ser adaptada aos vários setores.
  • PCP: Os comunistas pretendem estabelecer um subsídio mínimo para cobrir as despesas implicadas no teletrabalho. Para o PCP, deve ser a entidade empregadora a assegurar o pagamento do acréscimo de despesas que o trabalhador tenha pela execução do trabalho em regime de teletrabalho, nomeadamente, com os consumos de água, eletricidade, internet e telefone cujo valor diário não poderá ser inferior ao correspondente a 2,5% do valor do Indexante dos Apoios Sociais (IAS) — isto é, 10,97 euros — sem prejuízo da aplicação de disposições mais favoráveis ao trabalhador em Instrumento de Regulamentação Coletiva de Trabalho. Para os comunistas, deve ser o empregador também a fornecer os instrumentos de trabalho, incluindo o mobiliário necessário.
  • PAN: Tal como o PCP, o PAN defende que se deve fixar um subsídio mínimo equivalente a 2,5% do IAS. Esse abono, entende o grupo parlamentar, deve cobrir os consumos de água, eletricidade, incluindo climatização, internet e telefone.

Direito a desligar

Os partidos defendem, de um modo ou de outro, o descanso do trabalhador, mas diferem nas soluções propostas para este fim, colocando em risco um consenso mais alargado. Esta questão não é novidade no debate parlamentar e, nas ocasiões anteriores em que esteve em cima da mesa, também não conseguiu ser viabilizada.

  • PS: Os socialistas estabelecem que um dos deveres do empregador deverá ser abster-se de contactar o teletrabalhador no período de desligamento e definem que o acordo de teletrabalho deverá fixar o horário em que o trabalhador “tem o direito de desligar todos os sistemas de comunicação de serviço com o empregador, ou de não atender solicitações de contacto por parte deste, não podendo daí resultar qualquer desvantagem ou sanção”
  • PSD: A bancada laranja não se alonga sobre este ponto e defende apenas que seja estabelecido que o empregador deve respeitar o horário de trabalho e os tempos de descanso e de repouso da família do trabalhador.
  • BE: Os bloquistas querem mudar a legislação laboral de modo a salientar que o “período de descanso deve corresponder a um tempo de desconexão profissional” e sugerem que a violação reiterada deste direito deverá considerada indício de assédio.
  • PCP: Esta questão não surge de forma explícita no projeto de lei dos comunistas, que refere, ainda assim, que na prestação de trabalho, em regime de teletrabalho, o horário de trabalho não se pode iniciar antes das oito e terminar depois das 19 horas.
  • CDS: Esta bancada quer aditar um artigo ao Código do Trabalho, que deixa claro que os trabalhadores que usam ferramentas digitais para fins profissionais têm direito a desligar durante o seu período de descanso diário. Ainda assim, os centristas admitem que o empregador possa contactar o trabalho, em caso de força maior e de urgência, devidamente justificável.
  • PAN: Para este grupo parlamentar, o direito a desligar deve ser definido como “direito do trabalhador a, durante os períodos de descanso, dias de férias e feriados, não exercer qualquer atividade de caráter profissional e de se opor, não atender, não responder ou fazer cessar o fluxo comunicacional, designadamente através de tecnologias de informação e de comunicação, direta ou indiretamente, relacionado com a sua atividade profissional”.

Teletrabalho só por acordo

Apesar de estar em confinamento, Portugal ainda vive uma situação de crise pandémica e, nesse âmbito, o Governo prolongou até ao final do ano a obrigação de adotar o teletrabalho, mesmo sem acordo entre as partes, embora admita diferenciação por concelhos na aplicação desse dever. Já no Parlamento, os deputados concordam que, em circunstâncias normais, o teletrabalho só deverá ser adotado com o “sim” do trabalhador e do empregador.

  • PS: “O teletrabalho deve ser implementado por acordo, por iniciativa de qualquer das partes”, sublinham os socialistas. Nesse documento, deve ficar claro o regime de permanência, a alternância de períodos de trabalho à distância e de trabalho presencial, o local onde o trabalhador exerce habitualmente as suas funções, a duração normal do trabalho, o horário, a atividade contratada, a retribuição e a periodicidade dos contactos presenciais do empregador, além de definir se os instrumentos de trabalho são fornecidos pelo empregador ou adquiridos pelo trabalhador.
  • BE: Também os bloquistas entendem que o acordo é essencial e querem que nele fique fixado o modo de instalação e manutenção dos instrumentos de trabalho, o modo de pagamento das inerentes despesas de consumo e de utilização e a indicação da periodicidade das deslocações presenciais do trabalhador às instalações da empresa, “que ocorrerá, no mínimo, mensalmente”.
  • PCP: Para os comunistas, o acordo também é fundamental e entendem que este deve estabelecer, além do que está previsto hoje no Código do Trabalho, o instrumento de regulamentação coletiva de trabalho aplicável, a retribuição (incluindo subsídio de refeição), o período normal de trabalho, o horário, o período previsto para a prestação de trabalho nesta modalidade, a identificação dos instrumentos de trabalho e o valor a pagar “mensalmente pela entidade empregadora a título de abono de ajudas de custo por conta do acréscimo de despesas”.
  • PAN: Também para este grupo parlamentar, o teletrabalho carece do “sim” de ambas as partes. O PAN defende que o contrato deve estipular, além do que já está previsto no Código do Trabalho, a indicação do instrumento de regulamentação coletiva de trabalho aplicável; a indicação da atividade a prestar pelo trabalhador, com menção expressa do regime de teletrabalho e correspondente retribuição; o valor do abono de ajudas de custo a pagar mensalmente pelo empregador por conta do acréscimo de despesas; a indicação do período normal de trabalho, o enquadramento das razões de força maior que possam justificar a prestação de trabalho fora do período normal de trabalho; a identificação dos instrumentos de trabalho e, sempre que aplicável, o modo de reembolso do trabalhador com as despesas com a respetiva aquisição, bem como a identificação do responsável pela instalação e manutenção dos instrumentos de trabalho e pelo pagamento das inerentes despesas de consumo e de utilização e a indicação da periodicidade das deslocações presenciais do trabalhador às instalações da empresa.

Privacidade dos trabalhadores

É um dos pontos abordados por todos os partidos, que defendem que o teletrabalho não pode ser antónimo do respeito pela privacidade dos trabalhadores. Também neste ponto, os grupos parlamentares apresentam diferentes soluções e formulações.

  • PS: Os socialistas defendem que deve ser vedada aos empregador a captura de imagem, de registo de som, de registo de escrita, de acesso ao histórico, ou o recurso a outros meios de controlo que possam afetar o direito à privacidade do trabalhador. Por outro lado, os socialistas admitem que o empregador possa exigir ao trabalhador relatórios diários ou semanais simples e sucintos sobre os assuntos tratados na sua atividade e os respetivos resultados, mediante o preenchimento de formulário previamente definido
  • PSD: Sobre a privacidade, os social-democratas salientam que a visita ao local de trabalho, quando este é o domicílio do trabalhador, só deve ter por objeto o controlo da atividade laboral ou dos instrumentos de trabalho e apenas devem ser efetuada na presença do trabalhador, durante o período normal de trabalho.
  • BE: Para os bloquistas, o controlo da prestação, por parte do empregador, deve respeitar os princípios da proporcionalidade e da transparência e defendem que deve ser proibido impor a conexão permanente, durante a jornada de trabalho, por meio de imagem ou som. Sobre as visitas ao domicílio do trabalhador, o BE quer que sejam agendadas por acordo entre as partes e destinem-se apenas ao “controlo da atividade laboral, que não possa ser realizada de outra forma, bem como dos instrumentos de trabalho”.
  • PCP: Os comunistas querem deixar claro que os instrumentos de trabalho eletrónicos, de imagem e som se destinam exclusivamente ao exercício da atividade laboral não podendo ser usados para vigilância e controlo do trabalho e do espaço em que o trabalhador se encontra, por parte da entidade empregadora. O PCP também quer que as visitas dependam de acordo entre as partes e defende que só devem servir para a instalação, reparação e manutenção dos instrumentos de trabalho. “O controlo da atividade laboral do trabalhador em regime de teletrabalho só pode ser efetuado no local e posto de trabalho do mesmo, nas instalações da entidade empregadora”, frisam.
  • PAN: Em linha com o BE e com o PCP, o PAN entende que as visitas ao domicílio só podem acontecer com o “sim” de ambas as partes. O grupo parlamentar detalha ainda que a visita só deve ter por objeto o controlo da atividade laboral, que não possa efetuar-se por outra forma, ou a instalação, reparação e manutenção dos instrumentos de trabalho, tal como dizem os bloquistas. O PAN defende ainda que o empregador não pode utilizar os instrumentos de trabalho respeitantes a tecnologias de informação e de comunicação para vigilância e controlo do trabalho e do espaço em que o trabalhador se encontra.

Acidentes de trabalho

É outro dos pontos em comum na grande maioria das iniciativas legislativas que vão, esta quarta-feira, a debate. Os partidos querem alargar o conceito de “local de trabalho” passe a incluir não apenas o domicílio do trabalhador, mas potencialmente o local onde desempenha a atividade à distância.

  • PS: Os socialistas propõem que o regime legal de reparação dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais seja também aplicado às situações de teletrabalho. Deste modo, passa a considerar-se “local de trabalho o local escolhido pelo trabalhador para exercer habitualmente a sua atividade e tempo de trabalho todo aquele em que, comprovadamente, esteja a prestar o seu trabalho ao empregador”.
  • PSD: Os social-democratas querem alterar também o regime de reparação dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais de modo a que o conceito de local de trabalho passa a ser sinónimo de “qualquer local que o trabalhador comunique, por escrito, à entidade patronal, independentemente do local que conste no contrato de trabalho, como sendo o local habitual“.
  • BE: Também os bloquistas querem deixar claro que é considerado acidente de trabalho aquele que se verifique também “no domicílio do trabalhador em regime de teletrabalho ou de trabalho a distância”.
  • PCP: Já os comunistas defendem que o empregador deverá atualizar os seguros de acidentes de trabalho, passando a considerar o exercício da atividade laboral em regime de teletrabalho, seja qual for o local onde seja prestado. Isto também para garantir igualdade entre teletrabalhadores e trabalhadores presenciais.
  • PAN: Também a bancada liderada por Inês Sousa Real alinha com as propostas do BE, PS e PSD e diz que local de trabalho deve ser “todo o lugar em que o trabalhador se encontra ou deva dirigir-se em virtude do seu trabalho e em que esteja, direta ou indiretamente, sujeito ao controlo do empregador ou no domicílio do trabalhador em regime de teletrabalho ou em trabalho à distância em regime de trabalho flexível”.

Pedir e recusar teletrabalho

A adoção do teletrabalho é hoje obrigatória, mas quando a pandemia acabar quem poderá requerer ou recusar a adesão a essa modalidade? De modo geral, os partidos querem deixar clara a hipótese do trabalhadores rejeitar o trabalho remoto, mas também aqui apresentam soluções diferentes.

  • PS: Para os socialistas, se o teletrabalho for iniciativa do empregador e o trabalhador recusar, então este não terá de fundamentar a sua decisão, não podendo essa posição ser causa de despedimento ou de qualquer outra sanção. Já se for o trabalhador a propor e o empregador não quiser avançar nesse sentido, terá de fundamentar a recusa por escrito. A entidade empregadora poderá, ainda assim, sugerem os socialistas, fixar por regulamentação interna as atividades e condições em que a adoção do teletrabalho poderá ser aceite.
  • BE: Os bloquistas querem alargar uma das possibilidades já hoje previstas no Código do Trabalho e garantir que os trabalhadores com filhos até 12 anos podem ir para teletrabalho, sem o empregador se possa opor. Se a empresa quiser recusar, terá de comunicar a sua decisão, no prazo de 20 dias, por escrito e especificando os motivos da incompatibilidade com a atividade desempenhada. Quando o argumento for a indisponibilidade de recursos e meios da empresa, os bloquistas querem que o empregador fique obrigado a provar que a passagem para a modalidade em causa “acarreta encargos de ordem financeira e técnica desproporcionados”. Perante essa recusa, a proposta do BE prevê também que o trabalhador possa apresentar uma apreciação no prazo de cindo dias e, cindo dias após esse prazo, o empregador terá de enviar o processo para apreciação pela entidade competente na área da igualdade no trabalho e no emprego, que emite um parecer — que não pode ser desrespeitado pela empresa — no máximo em 30 dias.
  • PCP: Os comunistas querem garantir que o trabalhador pode rejeitar a proposta de teletrabalho, quando considere que “não estão reunidas as condições para que preste a sua atividade com dignidade, privacidade e respeito pelas condições de segurança e saúde no trabalho”.
  • PAN: Em linha com o BE, o PAN quer ver alargado o universo de trabalhadores que têm direito a teletrabalho, mesmo sem “sim” do empregador, passando a estender esta possibilidade aos trabalhadores com filhos ou dependentes menores de 12 anos, menores de idade com doença oncológica ou, independentemente da idade, com deficiência ou doença crónica; aos trabalhadores reconhecidos como cuidadores informais não principais; aos trabalhadores com doença crónica ou com grau de incapacidade igual ou superior a 60%; aos trabalhadores-estudantes. Nestes casos, sugere o PAN, o empregador não deve poder recusar o pedido de teletrabalho e, se o fizer com “fundamento na incompatibilidade do exercício de funções com a atividade desempenhada ou na falta de recursos e meios, deverá ter de apresentar por escrito uma justificação fundamentada”.

Teletrabalho, mas com contactos presenciais

É uma preocupação do PS, do BE e do PAN: mesmo os teletrabalhadores devem manter, em parte os contactos presenciais com as suas equipas de trabalho e empregadores.

  • PS: Para os socialistas, é dever do empregador “promover, com a periodicidade estabelecida no acordo de teletrabalho, ou, em caso de omissão, com intervalos não superiores a dois meses, contactos presenciais com o trabalhador, para reexame das condições de trabalho e do modo por que o regime de teletrabalho está a influenciar a sua organização de vida”.
  • BE: Para os bloquistas, é importante assegurar “uma periodicidade mínima de contactos presenciais entre o trabalhador e a empresa e os seus colegas de trabalho”, que deve ser definida no acordo de teletrabalho e no mínimo deverá ser mensal.
  • PAN: Em linha com o BE, o PAN quer quer o teletrabalhador se desloque às instalações da empresa, presencialmente, pelo menos mensalmente. A periodicidade dessas deslocações deve ficar no acordo entre as partes, defende este grupo parlamentar.

Voltar ao trabalho presencial

A passagem a teletrabalho é ou não reversível? O Código do Trabalho diz hoje que sim, mas apenas por um período limitado — apenas nos primeiros 30 dias de execução do contrato é possível denunciá-lo. Os partidos defendem que também esta regra deve ser revista.

  • PS: Os socialistas defendem que o acordo de teletrabalho tanto pode ser celebrado a termo ou com duração indeterminada. No primeiro caso, a duração máxima é de seis meses, renovando-se automaticamente na ausência de posição em contrário das partes. Já no segundo caso, deve ficar estabelecido que empregador ou trabalhador podem fazer cessar o acordo “mediante comunicação à outra parte, que produzirá efeitos no 60º dia posterior”.
  • BE: Os bloquistas querem que, para os trabalhadores, haja não os tais 30 dias mas 90 dias para denunciar o contrato, ou “sempre que uma alteração das circunstâncias o justificar”. Querem também alterar o ponto do Código do Trabalho que diz que a duração inicial desse contrato pode ser superior a três anos por via da negociação coletiva, retirando-a de todo da lei.
  • PCP: Para os comunistas, é importante garantir a “possibilidade de, a qualquer momento, o trabalhador poder regressar ao posto de trabalho na sua empresa“. Além disso, querem que os trabalhadores anteriormente vinculados só possam estar em teletrabalho no máximo cinco anos, mesmo quando a passagem a esse regime seja alvo de negociação coletiva. Atualmente, a lei dita que a duração máxima é de três anos, mas pode ser superior em função do instrumento de regulamentação coletiva de trabalho.
  • PAN: Sobre a reversibilidade dos contratos de teletrabalho, o PAN defende que, em caso de denúncia, tal deve ser feito “com a antecedência mínima de 15 dias em relação à data da respetiva produção de efeitos“. Atualmente, a lei não diz nada sobre que prazo deve existir entre a denúncia e a cessação efetiva do teletrabalho.

Igualdade entre trabalhadores

A adoção do teletrabalho é hoje obrigatória para todos, mas quando deixar de ser os partidos querem que esteja claro que teletrabalhadores e trabalhadores presenciais devem gozar os mesmos direitos.

  • PS: Para os socialistas, o trabalhador em regime de teletrabalho deve ter “os mesmos direitos e deveres dos demais trabalhadores da empresa com a mesma categoria ou com função idêntica, nomeadamente no que se refere a formação, promoção na carreira, limites da duração do trabalho, períodos de descanso, incluindo férias pagas, proteção contra riscos de acidente ou doença profissional e acesso a informação das estruturas representativas dos trabalhadores”.
  • BE: Para os bloquistas, “o trabalhador em regime de teletrabalho ou de trabalho a distância têm os mesmos direitos e deveres dos demais trabalhadores”, nomeadamente no que diz respeito ao subsídio de refeição e demais complementos remuneratórios.
  • PAN: Em sintonia com as propostas já referidas, este grupo parlamentar defende que os teletrabalhadores devem ter “os mesmos direitos e deveres dos demais trabalhadores, nomeadamente no que se refere a formação e promoção ou carreira profissionais, subsídio de refeição e outros subsídios ou abonos aplicáveis, limites do período normal de trabalho e outras condições de trabalho, segurança e saúde no trabalho e reparação de danos emergentes de acidente de trabalho ou doença profissional”.

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5 coisas que vão marcar o dia

O Parlamento vai discutir as três propostas do PS, BE e PCP para regular o teletrabalho e o Banco de Portugal vai publicar este quarta-feira o Boletim Económico de maio.

O Parlamento vai discutir as três propostas do PS, BE e PCP para regular o teletrabalho e consagrar o direito a desligar. O Banco de Portugal vai publicar o Boletim Económico de maio. O INE vai divulgar os preços da habitação local do último trimestre do ano passado e o Eurostat vai tornar público os preços da produção industrial no mercado interno relativos ao terceiro mês do ano. Nas empresas, a espanhola Endesa vai apresentar os resultados do primeiro trimestre de 2021.

 

Das despesas ao direito a desligar. Parlamento debate diploma do BE sobre teletrabalho

O Parlamento vai discutir esta quarta-feira as três propostas do PS, Bloco de Esquerda e PCP para regular o teletrabalho e consagrar o direito a desligar. A proposta do Bloco de Esquerda foi conhecida no início de março, prevendo alterações ao Código do Trabalho em alguns pontos chaves, como o pagamento pelo empregador dos custos associados ao teletrabalho, a defesa da privacidade do trabalhador e a garantia do direito a desligar.

Como está o ritmo da economia?

O Banco de Portugal publica este quarta-feira o Boletim Económico de maio em conferência de imprensa que irá contar com a presença do governador Mário Centeno. O ex-ministro das Finanças já avisou que apesar da retoma vêm aí “decisões difíceis” na política económica, nomeadamente para ajudar as empresas viáveis.

INE divulga preços da habitação

O gabinete de estatísticas vai divulgar esta quarta-feira a estimativa dos preços de habitação ao nível local referente ao quarto trimestre de 2020. No terceiro trimestre do ano passado, o preço mediano de alojamentos familiares em Portugal foi 1.168 euros por metro quadrado, enquanto em março deste ano a avaliação das casas fixou um novo recorde de 1.185 euros por metro quadrado.

A produção industrial na União Europeia subiu ou desceu em março?

O Eurostat vai divulgar os preços da produção industrial no mercado interno relativos ao terceiro mês do ano. Em fevereiro, na variação homóloga, a produção industrial caiu 1,6% na Zona Euro e 1,1% na União Europeia, e na comparação em cadeia diminuiu 1,0% na Zona Euro e 0,9% na União Europeia. Em Portugal, a produção industrial diminuiu 1,7% na variação homóloga e aumentou 1,2% face a janeiro.

Endesa apresenta resultados

A Endesa vai apresentar esta quarta-feira os resultados do primeiro trimestre de 2021 às 18H00. No ano passado, a espanhola Endesa obteve em 2020 um lucro de 1.394 milhões de euros, oito vezes mais do que os 171 milhões que registou em 2019, quando o resultado foi influenciado pelo encerramento antecipado das suas centrais elétricas a carvão.

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Dombrovskis fala em “presidência muito bem-sucedida” de Portugal

  • Lusa
  • 5 Maio 2021

Presidência portuguesa “está fortemente envolvida na implementação de uma série de medidas ligadas à recuperação económica".

O vice-presidente executivo da Comissão Europeia Valdis Dombrovskis considera que Portugal está a ter uma “presidência muito bem-sucedida” do Conselho da União Europeia (UE), com prioridades alinhadas com as do executivo comunitário, nomeadamente na área social.

“Estamos a cooperar muito bem com a presidência portuguesa e, de facto, as prioridades estão muito alinhadas [com as da Comissão Europeia]”, diz Valdis Dombrovskis em entrevista à Lusa, em Bruxelas.

Segundo o responsável no executivo comunitário pela pasta de “Uma economia ao serviço das pessoas”, a presidência portuguesa “está fortemente envolvida na implementação de uma série de medidas ligadas à recuperação económica e também nalguns elementos ainda ligados ao quadro financeiro plurianual 2021-2027”.

Além disso, “saudamos a ênfase dada pela presidência portuguesa à dimensão social, que se reflete também na Cimeira Social, por isso eu diria que Portugal está a ter uma presidência muito bem-sucedida e que estamos a cooperar muito bem com a presidência portuguesa”, adianta Valdis Dombrovskis, nesta entrevista à Lusa.

A agenda social é uma das prioridades da presidência portuguesa do Conselho da UE.

Considerado o ponto alto da presidência portuguesa, a Cimeira Social marcada para a próxima sexta-feira no Porto visa ditar a agenda europeia para a próxima década nesta área, ao juntar líderes dos Estados-membros e das instituições europeias e responsáveis dos parceiros sociais e da sociedade civil numa reflexão (em formato ‘online’ e presencial) sobre os passos a dar.

Nesta cimeira, estará em discussão o plano de ação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, apresentado pela Comissão Europeia em março e que visa que a UE atinja uma taxa de emprego (dos 20 aos 64 anos) de 78% até 2030, um reforço face à anterior meta de 75% e uma subida face aos 72,4% registados em 2020.

Ainda previsto está que pelo menos 60% dos trabalhadores adultos na UE recebam formação uma vez por ano, incluindo em competências digitais, e que se consiga tirar da pobreza ou da exclusão social pelo menos 15 milhões de pessoas, cinco milhões das quais crianças.

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