Editoras adiam lançamentos de livros, algumas sem nova data à vista

  • Lusa
  • 22 Janeiro 2021

Grupo Leya, Bertrand Editores, Porto Editora e Relógio d’Água são algumas das editoras que reagendaram o seu calendário. Grupo Almedina e Gradiva mantêm atividade.

A maioria das editoras adiou os lançamentos de livros previstos para o início do ano, em consequência das novas medidas de confinamento para combate à pandemia de Covid-19, que obrigou ao fecho das livrarias e à paragem do setor.

O grupo Almedina e a Gradiva são as editoras que mantêm inalterado o seu trabalho na área da edição. Assim, a Almedina prepara-se para lançar, no dia 28, o terceiro volume de “O Terceiro Reich em Guerra”, de Richard J.Evans, e “Os Meninos do Caminho de Ferro”, de E. Nesbit, ao passo que a Gradiva mantém o lançamento, a 26 de janeiro, de “Estrela Negra a Pairar. Ocultismo e poder na era de Trump”, de Gary Lachman.

Já a Bertrand fez saber que, “em resposta às medidas impostas pelo novo confinamento”, decidiu “adiar a publicação de novos livros previstos a partir de 21 de janeiro, com retoma de lançamentos dependente do término deste período de recolhimento”. O lançamento de novidades estará suspenso nas próximas quatro semanas.

Apesar desta suspensão, “mantém-se a atividade dentro da maior normalidade possível, sustentada por uma forte componente de trabalho remoto, para garantir que o plano editorial será retomado o mais rápida e eficazmente possível quando terminar o confinamento”, acrescentou.

O grupo editorial LeYa decidiu também suspender a publicação das suas novidades, justificando a decisão “face às restrições à atividade comercial anunciadas, no âmbito do novo confinamento”. Entre as novidades editoriais da LeYa para este mês, contavam-se “Da Meia-Noite às Seis”, de Patrícia Reis, “Rio Profundo”, de Shusako Endo, “1984”, de George Orwell, “O Triunfo dos Porcos”, de George Orwell, todos editados pela Dom Quixote.

A Porto Editora também alterou o seu alinhamento editorial previsto para os primeiros meses e decidiu apostar em “títulos fortes na área da não ficção”, até março, como é o caso de “Como evitar um desastre climático”, de Bill Gates (lançamento a 16 de fevereiro). A editora não chegou a apresentar o seu plano editorial para o primeiro semestre, anunciando logo no dia 12 de janeiro que cancelava o evento marcado para apresentar as novidades literárias.

“Assim que a normalidade possível for retomada, reagendaremos o evento de apresentação do nosso plano editorial para os meses seguintes”, destaca o grupo editorial.

A Relógio d’Água foi outra editora a rever o seu planeamento editorial, depois de ter publicado, logo no inicio do mês, “Mil Novecentos e Oitenta e Quatro”, de George Orwell, e de se preparar para lançar ainda o romance gráfico de “A Quinta dos Animais”, do mesmo autor. Os livros adiados “serão publicados logo que as livrarias reabram”, o que a editora espera que seja já no próximo mês.

O grupo Penguin Random House adiou um mês as novidades previstas para o final de janeiro e início de fevereiro, entre as quais se incluem os livros de José Gardeazabal, Constança Cordeiro Ferreira, Dale Carnegie e Eddie Jaku. Todavia, se o confinamento se mantiver nas condições atuais, as datas serão novamente reavaliadas.

O grupo 2020 também se viu forçado a adiar as saídas previstas para os dias 25 de janeiro e 08 de março: “Ao todo, são mais de 50 livros que vamos ter de dividir por saídas ao longo do ano ou, eventualmente, ter de adiar algumas para 2022”.

A Guerra e Paz também repensou o seu plano editorial para janeiro e decidiu adiar para fevereiro a publicação de “Woke, Guia para a justiça Social”, de Titania MCGrath, e “Por onde aquele rio corre”, de Sílvio A. Abrantes.

“Caso o dever cívico de confinamento profilático seja renovado no mês de fevereiro o plano será novamente revisto. Vivemos tempos de incerteza, nos quais o planeamento tem de ser refeito, praticamente, semana a semana”, afirmou a editora.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Preços dos produtos Amazon disparam com a pandemia

  • ECO
  • 22 Janeiro 2021

Aquecedores de exteriores tiveram um aumento da procura com os novos confinamento de inverno, passando de 150 dólares para 699, mais 366%.

Um estudo que analisou 750 artigos comparou os preços pré-pandemia com os preços no final de 2020 e concluiu que houve aumentos de preços significativos na Amazon, avança o Financial Times (em inglês).

Os artigos analisados variavam entre produtos essenciais, tais como equipamentos de proteção individual, como máscaras, ou até mesmo papel higiénico, e produtos que se tornaram populares devido aos confinamentos, tais como monitores de computador, necessário para telescola ou teletrabalho.

O estudo, publicado pelo US Public Interest Research Group, uma organização não partidária de defesa do consumidor detalha que a maioria dos produtos analisados (409) teve um aumento de 20%, 136 aumentaram mais de 50% e os aquecedores de exteriores (com maior procura nos novos confinamento de inverno) passaram de 150 dólares para 699 (de cerca de 124 euros para 576), mais 366%.

“O que descobrimos”, disse a investigadora, Grace Brombach, “foi que, embora a Amazon esteja a tomar medidas para reprimir os preços no seu site, este continua a ser um problema”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo fecha stands de automóveis no novo confinamento. Inspeção do carro só por marcação

Stands de automóveis, de motas e bicicletas vão ter de encerrar portas neste novo confinamento. Medida entra em vigor este sábado.

O encerramento das escolas é a grande alteração às regras deste novo confinamento, mas há mais atividades que páram. O Governo decidiu, além das escolas, encerrar os tribunais e as Lojas de Cidadão, mas o decreto que regulamenta o estado de emergência, agora revisto, também fecha portas aos stands de automóveis, de motas e bicicletas.

De acordo com o documento publicado em Diário da República, que entra em vigor este sábado, é decretado o “encerramento dos estabelecimentos de comércio de velocípedes, veículos automóveis e motociclos”. Se até agora podiam funcionar, com esta revisão das regras passam a estar de portas fechadas, ficando apenas a funcionar os canais digitais.

O Governo volta, assim, a impor o fecho de portas aos stands, como tinha feito no primeiro confinamento. No ano passado, estes apenas puderam reabrir a 4 de maio, o que levou a que em abril se registasse a maior quebra de sempre na venda de automóveis: foram comercializados apenas 3.803 veículos, uma diminuição de 84,6% em comparação com o mesmo mês de 2019.

Além dos stands, também os centros de inspeção técnica de veículos vão ter de fechar as portas, mas podem continuar a funcionar. Mas “passam a poder funcionar apenas mediante marcação”, refere o mesmo decreto. Ou seja, quem tiver de fazer inspeção, continua a ter essa obrigação mas não pode simplesmente deslocar-se a esses centros, tem de agendar a avaliação ao imóvel.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Da retenção de talento à diversidade ou às alterações climáticas. Estes são os desafios que os “novos” líderes têm pela frente

Hoje em dia, os bons líderes são aqueles que são capazes de conciliar a performance organizacional com o progresso da sociedade. E os desafios são vários.

Diversidade e inclusão, bem-estar no local de trabalho, ambiente digital, preocupações ambientais e sociais são apenas algumas das questões que estão na ordem do dia dos líderes e gestores das empresas. Ou, pelo menos, deveriam estar. Segundo o relatório “Desafios paradoxais de gestão 2020”, esta sexta-feira divulgado, os bons líderes são capazes de conciliar performance organizacional com o progresso da sociedade. E os desafios atuais são vários, começando desde logo com a dificuldade de reter talento.

Tomé Salgueiro, investigador responsável por este relatório, afirma, com base nas entrevistas aos líderes que permitam este a realização deste relatório, que as gerações mais recentes são “pouco resilientes na fase inicial das suas carreiras”. “Ao contrário de gerações passadas que preferiram um emprego para a vida, esta geração parece saltar do barco rapidamente se não estiver satisfeita”, conta à Pessoas/ECO.

Gerações movidas pela missão

São a geração do propósito, da missão e dos valores, “procuram identificar-se com uma missão muito cedo na sua carreira e se não estiverem satisfeitos rapidamente saem e procuram outras alternativas de emprego”, continua. Para as empresas, esta nova cultura e características dos colaboradores das gerações Y (também conhecida como millennials) e Z — tão diferentes das gerações anteriores — apresentam-se como um enorme desafio para os líderes, sobretudo no que toca a reter jovens talentosos.

Uma tarefa que é particularmente difícil se, “não lhes for dada responsabilidade dentro da estrutura da organização mais cedo do que era usual até aqui”, diz o investigador do Observatório de Liderança da Nova SBE. Por outro lado, torna-se também complicado reter talento se não existir um propósito claro para o trabalho do profissional, propósito esse que pode ser ecológico ou ambiental, por exemplo.

Está a ser difícil manter e preparar o talento e futuros potenciais líderes dentro das empresas em Portugal.

Tomé Salgueiro

Investigador do Observatório de Liderança da Nova SBE

E a dificuldade de reter talento aumenta quando se compete, não só com organizações em território nacional, mas com todo o mundo. “Há uma geração de jovens portugueses com grande facilidade em aprender línguas e com elevados níveis de formação académica que rapidamente abraçam projetos no estrangeiro. Está a ser difícil manter e preparar o talento e futuros potenciais líderes dentro das empresas em Portugal”, afirma Tomé Salgueiro.

Saber lidar com a diversidade nas equipas é, neste sentido, também um dos grandes desafios que os líderes da atualidade têm pela frente. Quando questionados sobre diversidade nas suas organizações, todos os líderes entrevistados para o relatório reconhecem a sua importância; aliás, 70% acredita já fomentar uma grande diversidade nas suas equipas. No entanto, os líderes também concordam que não existe uma solução milagrosa que possa ser aplicada para assegurar a satisfação de todos, a toda a hora.

Diversidade, check. Mas, como lidar com ela?

Já não se trata apenas de incutir diversidade nas equipas mas, também, de saber lidar com ela, garantindo que cada colaborador é capaz de respeitar e trabalhar em harmonia e conjunto com o próximo, apesar das suas diferenças. “Já está na consciência destes líderes os benefícios e a necessidade de fomentar a criação de equipas diversas, mas o que não tem tido tanta atenção é o quão desafiante gerir estas equipas pode ser. No papel é fácil tentar ser diverso, mas a gestão de equipas com elementos tão diferentes pode ser mais complicada do que aparenta”, refere Tomé Salgueiro.

Embora a diversidade traga novas e diferentes opiniões e competências, é um assunto que deve ser gerido com cuidado. “Os líderes têm de ter inteligência emocional para lidar com todos. É uma dor de cabeça quando se trata de gestão, mas é uma grande vantagem”, lê-se no relatório.

Tomé Salgueiro, investigador responsável pelo relatório “Desafios paradoxais de gestão 2020”

Alterações climáticas na agenda dos líderes

Algo que ficou patente nas entrevistas foi a crescente necessidade de os líderes integrarem e aliarem o sucesso dos seus negócios ao progresso da sociedade, nomeadamente no que se refere à consciência ambiental e social. Praticamente todos os entrevistados (96%) mostraram-se sensibilizados e preocupados com as alterações climáticas causadas por ação humana e apenas um deles disse sentir que não estava a contribuir para uma sociedade mais sustentável do ponto de vista ecológico. Mas, apesar de os líderes estarem preocupados com as questões ecológicas, muitos sentem que, para trazer este tema para o núcleo da empresa, há que acelerar a mudança e a transformação.

Para Tomé Salgueiro, para estarem no centro ou no propósito das empresas, as questões climáticas continuam, em primeiro lugar, a ter que fazer sentido financeiramente para estas organizações. “Já não é tanto um imperativo moral, mas os líderes só tomarão decisões mais verdes quando estas não puserem em causa a sustentabilidade financeira da organização”, explica, acrescentando que, na verdade, cada vez mais as organizações têm de se adaptar aos princípios morais das novas gerações, sob pena de perderem o novo talento, que se recusa a trabalhar para empresas sem valores.

Repensar a forma de fazer negócio torna-se, assim, crucial. Não mudar nada pode trazer sérias consequências financeiras e para a sustentabilidade do futuro das empresas. “Estas mudanças green estão a deixar de ser só motivadas por um qualquer hipotético sentido de imperativo moral, mas estão rapidamente a passar a ser uma questão de sobrevivência, com sérias consequências financeiras e na atração do talento, se não forem endereçadas“, continua o investigador responsável pelo relatório.

O papel dos “novos” líderes

A cultura organizacional, a confiança, a aprendizagem conjunta e a colaboração são alguns dos fatores que os atuais líderes devem ter em mente. “Um líder inteligente estará consciente de que manter um equilíbrio representa um esforço constante e contínuo”, pode ler-se no relatório.

Já no que diz respeito às competências, para os líderes entrevistados, resiliência, curiosidade, pragmatismo, otimismo sóbrio, ambição, coragem e humildade são as principais skills que não devem faltar aos “novos” líderes dos tempos atuais.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Nas notícias lá fora: Covid-19, Amazon, Elon Musk

  • ECO
  • 22 Janeiro 2021

Estados Unidos chegam aos 500 mil mortos por Covid-19 em fevereiro. Plataforma da OMS não foi usada desde o início da pandemia, já os preços de alguns produtos na Amazon disparou com o vírus.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, prevê que os EUA cheguem aos 500 mil mortos pela Covid-19 no próximo mês. Apesar dos esforços da OMS para acabar com a pandemia globalmente, a plataforma para as farmacêuticas não foi utilizada desde que foi criada, em maio. Na Amazon, alguns bens aumentaram tanto a procura com os novos confinamentos que os seus preços subiram quase 400%. Não relacionado com o novo coronavírus, Elon Musk vai dar 100 milhões de dólares a quem criar melhor tecnologia de captura de carbono e a dona da Google desistiu de usar uma frota de balões para transmitir Internet de alta velocidade em partes remotas do mundo.

Financial Times

Biden avisa que mortes por Covid-19 vão ultrapassar as 500 mil no próximo mês

As mortes por Covid-19 deverão ultrapassar o marco do meio milhão nos Estados Unidos até ao final de fevereiro, alertou Joe Biden, explicando que a sua administração não será capaz de acelerar substancialmente o ritmo de vacinação. “Não nos metemos nesta confusão da noite para o dia. Vai levar meses para darmos a volta às coisas”, disse o novo Presidente, durante uma conferência na Casa Branca.

Leia a notícia completa no Financial Times (acesso livre, conteúdo em inglês).

The Guardian

Plataforma da OMS para farmacêuticas não foi utilizada desde o início da pandemia

O Covid-19 technology access pool (C-Tap), programa da Organização Mundial de Saúde (OMS) para as empresas farmacêuticas partilharem voluntariamente conhecimentos, tratamentos e tecnologia relacionados com o novo coronavírus para que possam ser amplamente distribuídos, atraiu zero contribuições desde que foi lançado em maio de 2020. Defensores deste, e de outros programas semelhantes, dizem que esta situação mostra o fracasso generalizado para enfrentar a pandemia de uma forma global.

Leia a notícia completa no The Guardian (acesso livre, conteúdo em inglês).

Financial Times

Preços na Amazon disparam com a pandemia

Um estudo que analisou 750 artigos, entre os quais máscaras, papel higiénico ou monitores de computador, comparou os preços pré-pandemia com os preços no final de 2020 e concluiu que houve aumentos de preços significativos na Amazon. A maioria (409) teve um aumento de 20%, 136 aumentaram mais de 50% e os aquecedores de exteriores (com maior procura nos novos confinamento de inverno) passaram de 150 dólares para 699, mais 366%.

Leia a notícia completa no Financial Times (acesso livre, conteúdo em inglês).

Business Insider

Elon Musk vai dar 100 milhões de dólares a quem criar melhor tecnologia de captura de carbono

O CEO da Tesla e da SpaceX, Elon Musk, lançou um concurso para incentivar tecnologias mais inovadoras de captura de carbono. “Vou doar 100 milhões de dólares para um prémio pela melhor tecnologia de captura de carbono”, escreveu Musk no Twitter, acrescentando que daria mais “detalhes na próxima semana”.

Leia a notícia completa no Business Insider (acesso livre, conteúdo em inglês).

TechCrunch

Alphabet fecha empresa de balões de Internet Loon

A empresa dona da Google, Alphabet, desistiu da ideia de usar uma frota de balões para transmitir Internet de alta velocidade em partes remotas do mundo. O grupo decidiu fechar a Loon, empresa formada há cerca de dois anos a partir de um projeto que explorava esta ideia, depois de não conseguir encontrar um modelo de negócios sustentável e parceiros para o projeto.

Leia a notícia completa no TechCrunch (acesso livre, conteúdo em inglês).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Guia para as Presidenciais: Quem são os candidatos e o que querem para o país

Em dois parágrafos, o ECO resume as principais ideias dos sete candidatos à Presidência da República e o que tendem a dizer os seus críticos. Saiba quem está na corrida e o que defende para o país.

As eleições Presidenciais estão quase a chegar e são sete os candidatos a assumir um mandato de cinco anos como Presidente da República. Os eleitores portugueses são chamados às urnas no domingo, 24 de janeiro, e, apesar do confinamento decretado pelo Governo em meados deste mês, a saída de casa para ir votar está salvaguardada na lei.

Também por causa da pandemia, a campanha foi diferente do habitual, com menos iniciativas nas ruas e maior aposta nas redes sociais. Para ajudar os leitores e eleitores nesta escolha, o ECO produziu um breve guia para as Presidenciais de 2021. Conheça os candidatos na corrida e o que defendem, pela ordem que aparecerão no boletim de voto.

Marisa Matias

Marisa Matias.MÁRIO CRUZ/LUSA

Idade: 44 anos

Profissão: Dirigente e eurodeputada do Bloco de Esquerda

Marisa Matias volta a ser candidata à Presidência da República, erguendo bandeiras como a da “transparência no combate à impunidade dos financeiros, à corrupção das portas giratórias” e “à fuga fiscal de quem mais tem”. Assegura que não é candidata “para fazer vénias ao sistema ou a poderes que são os responsáveis pelo atraso de Portugal”.

Enquanto dirigente do Bloco de Esquerda, é várias vezes criticada pela não viabilização do partido ao Orçamento do Estado para 2021, apesar de defender a urgência de medidas de apoio às famílias e empresas por causa da pandemia.

Marcelo Rebelo de Sousa

Marcelo Rebelo de Sousa.PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA/MIGUEL FIGUEIREDO LOPES/LUSA

Idade: 72 anos

Profissão: Presidente da República de Portugal

Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente incumbente, recandidata-se ao cargo em Belém, prometendo ser “exatamente o mesmo” que os portugueses elegeram em 2016. Defende a estabilidade política do país, sobretudo num período de crise como a que o país enfrenta por causa da pandemia. Surge como favorito nas diferentes sondagens que têm sido divulgadas, reunindo apoio da esquerda à direita.

É várias vezes criticado pela decisão de não reconduzir Joana Marques Vidal no cargo de Procuradora-Geral da República e alguns candidatos consideram que está demasiado “preocupado” com a própria popularidade. É ainda criticado em algumas frentes por estar demasiado “colado” ao Governo de António Costa. Não tem site nem redes sociais e não publicou uma declaração de campanha.

Tiago Mayan Gonçalves

Tiago Mayan Gonçalves.JOSÉ FERNANDES/SIC/LUSA

Idade: 43 anos

Profissão: Advogado e cofundador da Iniciativa Liberal

Tiago Mayan Gonçalves assume-se como “o primeiro candidato genuinamente liberal a Presidente da República”. Candidata-se contra o aumento da dependência do Estado, dizendo que os portugueses são “cada vez menos livres para escolherem” o seu “caminho”. Carrega ainda as bandeiras do combate às “teias de interesses e clientelismo”, às “portas giratórias” e ao “controlo pelo Governo do aparelho de Estado, da economia e dos media”.

Era desconhecido do grande público até se apresentar a estas eleições e os mais críticos duvidam do seu liberalismo durante uma crise em que o Estado é chamado a apoiar empresas e famílias.

André Ventura

André Ventura.Hugo Amaral/ECO

Idade: 38 anos

Profissão: Presidente e deputado do Chega

Diz ser o candidato “da direita”, mas muitos acusam-no de ser da “extrema-direita”. André Ventura defende o reforço e melhoria das condições das forças de segurança e apoia fervorosamente o regresso da prisão perpétua. Como tal, defende a revisão da Constituição para a instituição de uma “República Presidencialista”, a que chama de “IV República”.

Tem atraído condenação pelas posições inflamatórias contra minorias, como os ciganos, e é acusado de populismo, ou mesmo de “ameaça à Democracia”. É ainda criticado por alegadas posições incoerentes, como o facto de ter votado a favor e contra no Parlamento na votação do travão às transferências do Fundo de Resolução para o Novo Banco.

Vitorino Silva

Vitorino Silva.PEDRO PINA/RTP/LUSA

Idade: 49 anos

Profissão: Calceteiro

Popularmente conhecido por “Tino de Rans”, Vitorino Silva candidata-se em representação “do povo”, expressão que repetiu diversas vezes nos debates e na campanha. Quer ser o candidato de todos os portugueses e assume que “a rua” é o seu gabinete.

A atitude coloquial rende-lhe acusações de populismo e há quem veja nele uma ausência de ideias concretas.

João Ferreira

João Ferreira.Tiago Petinga/Lusa

Idade: 42 anos

Profissão: Membro do comité central e eurodeputado do PCP

João Ferreira quer protagonizar uma candidatura de “espaço de luta comum”, pela “juventude”, pelos “trabalhadores” e pelo “povo”. “É uma candidatura a um órgão de soberania unipessoal, apoiada num grande, generoso e combativo coletivo, o Partido Comunista Português”, assume João Ferreira. Luta pela valorização do trabalho e dos trabalhadores e um “outro rumo” para dar resposta aos problemas do país.

A ideologia comunista tem-lhe valido críticas, assim com o posicionamento do partido, tipicamente crítico em relação à Europa, numa altura em que Portugal espera milhões de euros de ajuda vinda de Bruxelas.

Ana Gomes

Ana Gomes.PAULA NUNES / ECO

Idade: 66 anos

Profissão: Embaixadora jubilada, comentadora e ex-eurodeputada do PS

Não reuniu o apoio do seu próprio partido, o PS, mas nem por isso Ana Gomes aceitou ficar de fora da corrida. Considera que “importa, claro, a estabilidade”, mas aponta que a estabilidade “não equivale” nem “pode equivaler” a “um país conformado”. “Como Presidente da República dedicar-me-ei a promover a liberdade e direitos humanos, integridade, boa governação e segurança”, diz.

Prometeu que, se for eleita, pedirá ao Ministério Público que pondere a ilegalização do partido Chega, apesar de garantir que é Marcelo Rebelo de Sousa o seu principal “adversário”. A promessa valeu-lhe apoios, mas também várias críticas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Este é o boletim de voto das presidenciais. Tem um candidato a mais

Existem oito nomes no boletim de voto para as eleições presidenciais este ano, mas apenas sete correspondem a candidaturas válidas.

As eleições presidenciais vão realizar-se já neste domingo, dia 24 de janeiro. São sete os candidatos que se encontram na corrida para Belém, mas no boletim de voto vai encontrar oito. Isto porque que um dos candidatos, que é logo o primeiro da lista, não se qualificou acabou por ser incluído na versão final do documento.

Os boletins foram impressos antes de estar finalizada a regularização da situação dos candidatos, o que acabou por não acontecer no caso de Eduardo Baptista, que não entregou assinaturas suficientes. Assim, este encabeça o boletim, mas se fizer uma cruzinha junto da sua fotografia vai contar como voto nulo.

A primeira candidata válida a surgir no boletim — a ordem dos nomes no boletim é escolhida de forma aleatória através de um sorteio feito pelo Tribunal Constitucional — é então Marisa Matias, apoiada pelo Bloco de Esquerda. Segue-se o atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que se recandidata ao cargo.

A lista continua com Tiago Mayan Gonçalves, apoiado pela Iniciativa Liberal, André Ventura, líder do Chega e Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans. O candidato apoiado pelo PCP, João Ferreira, é o penúltimo da lista, que fica completa com Ana Gomes.

Este é o boletim que irá encontrar quando, este domingo, se deslocar às secções de voto que foram reforçadas para as eleições presidenciais de 2021 por causa da pandemia.

Se não souber onde vota, pode obter essa informação através do site www.recenseamento.mai.gov.pt, ou através de um SMS gratuito para 3838, com a mensagem «RE (espaço) número de CC/BI (espaço) data de nascimento no formato AAAAMMDD».

De recordar que há alguns objetos que não se pode esquecer quando for votar. Este ano, para evitar o contágio nas urnas, é recomendado que leve a própria caneta para fazer a cruz no candidato escolhido. Para além disso, tem também de levar máscara, manter o distanciamento físico, seguir os circuitos recomendados e desinfetar as mãos à entrada e à saída do estabelecimento.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Onde votar? Três formas de encontrar a sua secção de voto

Se não sabe ao certo onde pode depositar o seu voto nas eleições de domingo, existem três formas de obter essa informação. O ECO mostra-lhe quais, mas dê preferência à internet e ao SMS.

Dia 24 de janeiro, os portugueses são chamados às urnas para escolherem o próximo Presidente da República. Os locais da votação abrem às 8h00 e encerram às 19h00 e é importante que saiba previamente, com exatidão, o local onde pode votar.

O ECO explica-lhe três formas de obter essa informação.

1. Internet

Com a ameaça da pandemia, todo o cuidado é pouco. Por isso, dê preferência à consulta de informação por meios remotos, como é o caso da internet.

Para saber onde pode votar este domingo, aceda ao site do recenseamento eleitoral do Ministério da Administração Interna, clicando aqui.

De seguida, preencha o primeiro campo com o seu número do cartão de cidadão. Preencha também o segundo campo com a sua data de nascimento, no seguinte formato: imaginando que nasceu a 5 de abril de 1960, deve introduzir “19600405”, ou seja, AAAAMMDD, em que AAAA = Ano, MM = mês e DD = dia).

Deve ainda introduzir o código de confirmação que surge na imagem. Ao clicar em pesquisar, será informado do local de voto, com a respetiva morada e o número de secção.

2. SMS grátis

Outra forma segura de saber em que local pode votar é enviando uma mensagem de texto para o número “3838” com a mensagem “RE XXXXXXXX AAAAMMDD”, em que XXXXXXXX é o número do seu cartão de cidadão e AAAAMMDD é a sua data de nascimento.

Se for maior de 18 anos e estiver recenseado para as eleições Presidenciais, receberá de volta a informação do local onde pode votar e respetiva secção de voto.

3. Junta de Freguesia ou Câmara Municipal

Pode ainda saber o local de voto e secção da forma mais tradicional: consultando o edital afixado na sua Junta de Freguesia ou Câmara Municipal.

Segundo a Comissão Nacional de Eleições, “os editais indicam também o número de eleitores inscritos”.

Além disso, “pode, também, conhecer o local de voto através da sua Junta de Freguesia, aberta para esse efeito no dia da eleição, para além de outras formas de acesso à referida informação disponibilizadas pela administração eleitoral”, explica a Comissão Nacional de Eleições.

Acima de tudo, não se esqueça de que o tradicional número de eleitor foi abolido há já vários anos, pelo que, antes de votar, basta indicar ao presidente da mesa o seu nome, apresentando o seu cartão de cidadão. E, por causa da pandemia, não se esqueça de levar máscara, álcool-gel e, se possível, caneta própria.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Lisboa segue quedas da Europa. BCP e Galp Energia pesam no PSI-20

O dia começa com perdas pela Europa, numa altura em que a pandemia não dá tréguas. Por Lisboa, BCP e Galp Energia pressionam o índice de referência.

A bolsa nacional arranca a última sessão da semana em queda. A praça lisboeta segue assim a tendência sentida também pelas congéneres europeias, numa altura em que a evolução da pandemia motiva novas restrições. A pesar no desempenho do índice de referência nacional encontra-se o BCP e a Galp Energia.

O PSI-20 perde 0,72% para os 5.019,42 pontos. Entre as 18 cotadas do índice de referência nacional, a grande maioria encontra-se a negociar abaixo da “linha de água”.

Nas quedas, o destaque vai para os “pesos pesados” da bolsa nacional, o BCP, que recua 1,94% para os 12,10 cêntimos, bem como para a Galp Energia, que perde 1,47% para os 8,82 euros. A EDP Renováveis encontra-se também em “terreno” negativo, ao cair 1,02% para os 24,30 euros.

Nota ainda para as cotadas do setor da pasta do papel, que registam também um desempenho negativo. A Navigator cai 1,25% para os 2,532 euros, enquanto a Altri recua 0,95% para os 5,19 euros.

Por outro lado, nos ganhos do índice de referência nacional, encontra-se apenas a EDP, que avança 0,19% para os 5,332 euros.

Pela Europa, o dia arranca com perdas. O índice pan-europeu Stoxx 600, bem como o francês CAC 40 e o alemão DAX, registam quedas de 0,40% no início desta sessão. Já o espanhol IBEX 35 recua 0,7%.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Políticos ganham prioridade no acesso à vacinação contra a Covid-19

  • ECO
  • 22 Janeiro 2021

Revisão da prioridade está a ser estudada. Aos políticos juntam-se bombeiros, Forças Armadas e forças de segurança.

Figuras soberanas do Estado, e outros políticos, ficaram de fora no acesso prioritário à vacinação, mas a decisão está a ser revista, disse Francisco Ramos, coordenador do plano de vacinação contra a Covid-19 em Portugal, em entrevista ao Expresso. A proposta inclui não só os principais líderes, mas também o Governo. “É essencial estarem protegidos”, reconheceu.

Francisco Ramos indicou que não sabia quando será tomada a decisão final, mas que a Direção-Geral da Saúde (DGS) já fez uma proposta e que a task force está a trabalhar nela.

“Os titulares de altos cargos inserem-se aqui. Mas não só”, disse, revelando que se podem incluir ainda bombeiros que trabalham com doentes (cerca de 16 mil pessoas), Forças Armadas (que estejam na primeira linha da luta contra a pandemia) e forças de segurança. Quanto aos professores, assunto que tem gerado alguma polémica, o coordenador explicou que há “não há vacinas disponíveis e temos de fazer escolhas”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Já estamos a antecipar fundos de recuperação”, diz o ministro do Planeamento

  • ECO
  • 22 Janeiro 2021

Os primeiros fundos europeus a chegar vão servir para financiar apoios de emergência, nomeadamente no programa Apoiar, bem como para pagar as vacinas.

O ministro do Planeamento adianta que o país já está a “antecipar fundos de recuperação”, em entrevista ao Expresso (acesso pago). Os primeiros fundos deverão chegar no primeiro semestre e cerca de mil milhões serão para financiar apoios de emergência no programa Apoiar, enquanto outros mil milhões “pagarão as vacinas e outros apoios de emergência”.

“Em causa está um mecanismo de antecipação dos fundos europeus pelo Tesouro português que depois é refinanciado pelos fundos que chegarem do React-EU”, explicou Nelson de Souza, Apesar de as verbas em causa ainda não tenham “chegado formalmente a Portugal, podemos dizer que os fundos de recuperação já estão no terreno a ajudar as empresas e os portugueses, em geral”, defende o ministro.

Quanto ao Plano de Recuperação e Resiliência, este só poderá ser apresentado provavelmente no final de fevereiro. Mas também aqui estão ser estudados “mecanismos de antecipação de aprovação de projetos públicos e privados para que eles possam arrancar ainda antes destes fundos de recuperação chegarem”. Desta forma, os primeiros concursos no âmbito deste plano poderão ser abertos no próximo trimestre.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Novas regras para PPP municipais e regionais chumbam no Parlamento

As autarquias e as regiões não vão ser excluídas do atual regime das PPP. PS e PSD não se entenderam no Parlamento.

As autarquias e regiões do País não vão ser excluídas do atual regime de Parcerias Público-Privadas (PPP), por falta de consenso entre os deputados socialistas e social-democratas. Os dois projetos de lei do PSD e do PS, que previam mudanças nas PPP regionais e municipais, foram rejeitados esta quarta-feira na Comissão de Orçamento e Finanças. Um terceiro projeto de lei, da autoria do PAN, também foi chumbado, encerrando por agora o que começou por ser uma tentativa do Governo de mudar o atual quadro legal das Parcerias Público-Privadas.

“Esta matemática da representatividade parlamentar levou ao chumbo de todos os diplomas”, disse o deputado socialista, Fernando Anastácio, ao ECO. Já o deputado do PSD, Afonso Oliveira, classificou de “estranho” o facto de a proposta social-democrata não ter passado, uma vez que o projeto socialista também defendia a retirada das regiões do regime de PPP. “O PS também defendia isso [autonomia das regiões], mas como queria mais não aprovou o nosso [projeto de lei]. Acho muito estranho”, disse.

Os três projetos de lei surgiram depois do Decreto de Lei sobre o regime das PPP ter sido chamado ao Parlamento e chumbado por uma maioria negativa em março de 2020. Este diploma mexia nas regras de definição e acompanhamento das PPP, retirava poder de decisão ao ministro das Finanças e incluía uma “norma interpretativa” que clarificava que as regras das PPP não se aplicavam aos municípios, nem às regiões autónomas. Para salvar uma parte da lei do executivo, tanto o PSD como o PS apresentaram, então, projetos focados nas câmaras e regiões.

A proposta do PS queria que o regime das PPP não se aplicasse nem às autarquias, nem às regiões autónomas, podendo ambas continuar a fazer acordos com os privados, mas sem ser abrangido pelas regras mais rígidas. Segundo Fernando Anastácio, quer a Associação de Municípios, quer os órgãos das regiões autónomas estavam de acordo com o PS, mas não chegou para haver consenso.

o PSD queria excluir do regime das PPP apenas as ilhas. O vice-presidente da bancada do PSD explicou ao ECO que os social-democratas pretendem “dar autonomia aos governos regionais” para não terem de “trazer às Finanças” os acordos que fazem com os privados. No entendimento do PSD, uma coisa é dar autonomia a duas regiões autónomas, outra é dar autonomia a 308 municípios. Afonso Oliveira relembra que “o atual regime não é perfeito”, mas “libertar do aperto que é necessário ter nestas decisões não é a intenção” do partido. “Tem de haver mais transparência, mais rigor, e uma avaliação do custo benefício”, acrescentou.

Por outro lado, o PAN gostaria de envolver o Conselho de Finanças Públicas no processo de decisão de futuras PPP, por forma a haver uma avaliação do impacto das mesmas nas contas públicas. Esta proposta foi avaliada como “positiva” pelo PSD, que acabou por votar a favor.

“Não houve entendimento nas forças políticas sobre uma compatibilização destes projetos, porque havia perspetivas diferentes”, disse o socialista ao ECO. Com as faltas do Chega e do CDS, o projeto do PS teve os votos contra do PSD, BE, PCP, PAN e IL. O projeto do PSD teve os votos contra do PS, PCP, BE e PAN. E o projeto do PAN teve os votos contra do PS, PCP, BE e IL.

Ao fim de mais de um ano desde que o Executivo aprovou o diploma, mantêm-se assim o regime das PPP anterior, que data de 2012. Ambos os deputados, com quem o ECO falou, concordam que este regime não é o ideal. Mas o deputado socialista afirmou que não está “previsto nenhuma iniciativa legislativa desta matéria” na agenda do partido. O social-democrata também indicou que, “de momento não”, mas “vale a pena voltar a olhar no futuro para a legislação e ver de que forma se pode melhorar”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.