Atividade económica manteve-se estável no início de novembro

  • Joana Abrantes Gomes
  • 11 Novembro 2021

Na primeira semana de novembro, a atividade económica em Portugal manteve uma taxa de variação estável face à semana anterior, de acordo com os dados do Banco de Portugal.

A atividade económica em Portugal manteve-se estável na primeira semana de novembro, apresentando uma taxa de variação “em linha” com a da semana anterior, de acordo com o indicador diário de atividade económica do Banco de Portugal.

“Na primeira semana de novembro, o indicador diário de atividade económica (DEI) aponta para uma taxa de variação da atividade em linha com a observada na semana anterior“, lê-se na nota divulgada pela instituição bancária.

Atividade económica mantém-se estável

Fonte: Banco de PortugalFonte: Banco de Portugal 11 novembro, 2021

Este indicador mede o pulso à evolução da economia portuguesa, estando “capacitado para identificar atempadamente alterações bruscas na atividade económica, dada a sua natureza diária e pelo facto de utilizar dados divulgados com um curto desfasamento temporal face ao período de referência”.

Na última avaliação referente à última semana de outubro, o DEI apontava para uma estabilização na atividade económica no país face à semana anterior. A data prevista para próxima divulgação do DEI é 18 de novembro.

Quanto à taxa bienal, que compara a atividade económica este ano com o mesmo dia de 2019 (ou seja, antes da pandemia), a leitura do DEI apresenta uma evolução positiva, mas mantendo-se em terreno negativo.

Taxa bienal do DEI

Fonte: Banco de Portugal

Este indicador é divulgado semanalmente à quinta-feira e sintetiza informação de natureza quantitativa e com frequência diária, nomeadamente o tráfego rodoviário de veículos comerciais pesados nas autoestradas, o consumo de eletricidade e de gás natural, a carga e correio desembarcados nos aeroportos nacionais e as compras efetuadas com cartões em Portugal por residentes e não residentes.

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SmartBus da Huawei percorre escolas portuguesas para fomentar utilização segura das TIC

A tecnológica estima que o SmartBus alcance entre quatro a cinco mil estudantes de duas dezenas de escolas, localizadas em cerca de 20 cidades de norte a sul de Portugal.

O SmartBus da Huawei já se fez à estrada. O autocarro educativo da tecnológica vai percorrer o país de norte a sul para promover, junto de crianças e adolescentes, entre os dez e os 14 anos, a utilização segura e responsável das novas tecnologias.

Sob o lema “Partilhar sem arriscar”, a iniciativa reforça o compromisso social e com a educação, que “são dos principais pilares da nossa empresa”, diz Tony Li, CEO da Huawei Portugal, em comunicado. A Huawei “está extremamente orgulhosa de poder dar este contributo à sociedade com um projeto que incentiva o desenvolvimento de ambientes digitais seguros e responsáveis, beneficiando jovens, famílias e escolas de todo o país”, acrescenta. “As crianças são o nosso futuro e, portanto, uma boa formação e educação no ecossistema tecnológico são essenciais para o seu desenvolvimento”, salienta.

Esta quarta-feira, o Huawei SmartBus esteve todo o dia no Externato Maristas, em Lisboa, onde foi apresentado, para esta quinta-feira iniciar a sua digressão, que vai passar por vários estabelecimentos escolares portugueses. As portas do autocarro estão abertas para receber crianças, pais e professores que pretendem aumentar os conhecimentos sobre o bom uso das tecnologias de informação e comunicação (TIC), através das sessões didáticas ministradas nesta sala de aula móvel.

“É tudo uma questão de partilhar sem arriscar, procurando formar e informar de uma perspetiva positiva, o que ajuda a construir os jovens talentos de Portugal”, defende Diogo Madeira da Silva, head of public affairs & communication da Huawei Portugal, recordando que o projeto SmartBus Huawei tem passado por vários países europeus desde o seu lançamento.

É tudo uma questão de partilhar sem arriscar, procurando formar e informar de uma perspetiva positiva, o que ajuda a construir os jovens talentos de Portugal.

Diogo Madeira da Silva

Head of public affairs & communication da Huawei Portugal

De acordo com o relatório “EU “Kids Online 20201, mais de 80% das crianças entre os nove e os 16 anos utiliza um smartphone para aceder à internet, enquanto 47% recorre a um PC ou laptop. Uma das conclusões deste estudo é que mais de 20% das crianças entre os nove e os 14 anos diz que já sofreu más experiências na web, sendo que 44% dos inquiridos procuraram aconselhar-se junto de amigos, 37% falaram com os pais de situações que os deixaram incomodados e apenas 7% falaram com professores sobre este tipo de situações.

“Com o projeto SmartBus, a Huawei procura contribuir para a educação dos mais jovens em Portugal, transmitindo os benefícios das TIC para aproveitar ao máximo e evitar os perigos que podem levar ao seu uso inadequado”, detalha a empresa.

A iniciativa estará ativa até ao início do mês de dezembro e inclui uma conferência sobre o tema, a levar a cabo na cidade do Porto e que fecha este roadshow nacional. A tecnológica estima que o SmartBus alcance entre quatro a cinco mil estudantes de duas dezenas de escolas, localizadas em cerca de 20 cidades de norte a sul de Portugal.

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Calzedonia, Salvador Caetano e Teleperformance vão estar “Speed Recruitment” no Porto. Inscrições estão abertas

O evento acontece dia 25 de novembro, em formato híbrido, sendo que há a possibilidade de escolher entre entrevistas presenciais ou virtuais.

Vem aí o “Speed Recruitment 2021”, uma iniciativa promovida pela Câmara do Porto, através da Cidade das Profissões, que tem como objetivo pôr empresas e candidatos em contacto, mediante entrevistas de apenas cinco minutos. Calzedonia Group, Teleperformance, Grupo Salvador Caetano e Egor são algumas das empresas presentes no evento de 25 de novembro, que decorre entre as 9h00 e as 18h00, em formato híbrido. Presencialmente, o evento decorre no Centro de Congressos da Alfândega, no Porto.

“Trata-se de um encontro entre empresas e candidatos a emprego mediante entrevistas de cinco minutos. Constitui uma solução de recrutamento eficiente, de baixo custo, sem sacrifício da qualidade, que permite à empresa concentrar-se exclusivamente no candidato e identificar facilmente competências que poderão não ser observadas no contexto de uma entrevista tradicional”, pode ler-se no site do evento, que decorre em formato presencial, mas também online.

No momento da inscrição, os interessados devem escolher que tipo de formulário preencher, se a inscrição formato presencial ou a inscrição formato online, sendo que essa escolha determina o modo como serão feitas as entrevistas de trabalho e as companhias a que os candidatos terão acesso.

O Grupo Calzedonia, a Egor e a Sodexo, por exemplo, estarão disponíveis para entrevistas presenciais, enquanto o Grupo Salvador Caetano, a Teleperformance e o El Corte Inglés farão o recrutamento de maneira virtual.

As inscrições estão abertas até ao dia do evento, 25 de novembro, e devem ser feitas no site do evento, onde os interessados podem consultar também a lista completa de empresas participantes, bem como os workshops disponíveis.

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Portugal adere à Aliança Behind Oil and Gas em Glasgow, rejeita nuclear como sustentável

  • Capital Verde e Lusa
  • 11 Novembro 2021

Na reta final da COP26, Portugal vai assinar também uma declaração que não considera a energia nuclear com sustentável", disse Matos Fernandes aos jornalistas presentes na COP26.

Na opinião do ministro do Ambiente e da Ação Climática, Matos Fernandes, o mais recente entendimento entre os EUA e a China para acelerarem a neutralidade carbónica “trouxe um ambiente muito positivo” à COP26.

“Temos de saber distinguir as economias emergentes, e a maior de todas é a China e a Índia também, e os países em desenvolvimento. Às economias emergentes não podemos nunca dar nenhuma escapatória para o acordo. Precisam de apoio técnico. Este acordo é essencial. São os dois países mais poluidores do mundo. Abre a porta para fazer bem esta diferença, de garantir um escrutínio. Não há nenhuma razão para que um país como a China não se comprometa completamente com o Acordo de Paris”, disse o ministro em declarações à RTP.

Esta quinta-feira foi lançada em Glasgow a Behind Oil and Gas Alliance (BOGA), à qual Portugal aderiu. O país deverá também assinar uma declaração que não considera a energia nuclear com sustentável”, disse o ministro aos jornalistas presentes na COP26.

Tal como tinha avançado ao ECO/Capital Verde em primeira mão, o âmbito da COP-26, Portugal vai duplicar, para quatro milhões de euros anuais, o apoio dedicado aos países mais necessitados no quadro do financiamento público internacional da ação climática. Desta forma, o país chegará a 2030 com um total de 35 milhões de euros numa década.

Portugal juntou-se assim a outros dez países e territórios numa declaração para acabar com a exploração de gás e petróleo, uma intenção por enquanto limitada, pois só um país com produção significativa, a Dinamarca, definiu um prazo.

Os fundadores da Aliança para Além do Petróleo e do Gás pretendem “marcar uma direção clara para os governos”, assumindo que “o objetivo não é pequeno e a ambição não é modesta”, afirmou o ministro do Ambiente dinamarquês, Dan Jorgensen, na apresentação da iniciativa.

O seu governo, cujo país é “um dos maiores produtores da União Europeia”, definiu 2050 como prazo para terminar de vez com a exploração de petróleo e gás natural e cancelou futuros licenciamentos para exploração.

Os fundadores do acordo são ainda Costa Rica, França, Irlanda, Suécia, Itália, Nova Zelândia, Gronelândia, País de Gales, Quebec e o estado norte-americano da Califórnia.

Os parceiros da declaração subscrevem-na com “níveis diferentes de ambição”: a Itália por exemplo, que também explora petróleo e gás, entra como “amiga”, e outros podem juntar-se como “associados”.

Numa declaração enviada aos jornalistas, o ministério português do Ambiente e Ação Climática afirmou que “ao assinar esta declaração Portugal assume que não irá prosseguir quaisquer políticas de exploração de hidrocarbonetos no seu território” e que irá continuar “a política já iniciada de eliminação de subsídios ao uso de combustíveis”.

A ministra do Ambiente da Costa Rica, Andrea Meza, assumiu que “não é uma viagem nem uma conversa fácil” e que, por enquanto, sem qualquer adesão dos maiores produtores de petróleo mundiais, a aliança pode apenas “continuar a abordar outros países” para que procurem acabar com o uso daquelas fontes poluentes “do lado da oferta, não apenas da procura”.

Os 11 membros fundadores comprometem-se a “acabar com novas concessões ou concursos de licenciamento para a exploração e produção de gás e petróleo e definir uma data alinhada com o Acordo de Paris para acabar com a produção de gás e petróleo nos territórios sobre os quais têm jurisdição”.

A associação ambientalista Zero mostrou-se satisfeita por Portugal se juntar à Beyond Oil & Gas Alliance, a primeira iniciativa diplomática para eliminar a extração e produção de combustíveis fósseis, assinalando que a adesão do país é perfeitamente compatível com a Lei de Bases do Clima portuguesa aprovada há menos de uma semana no Parlamento, e “por isso esta adesão, sendo de saudar, era expectável, pois não implica esforços adicionais por parte do país na luta climática”.

Já tarde, na quarta-feira, a China e os Estados Unidos concluíram uma “declaração conjunta sobre o fortalecimento da ação climática”, anunciou o enviado chinês para o clima, Xie Zhenhua, em Glasgow, na COP26.

“Ambos os lados reconhecem o fosso entre os esforços atuais e as metas do Acordo de Paris, por isso vamos fortalecer em conjunto a ação climática”, afirmou o funcionário chinês à imprensa.

O comunicado bilateral diz que ambos os lados “reconhecem a seriedade e urgência da crise climática” e que vão trabalhar para resolver o problema juntos.

Ambos os lados comprometem-se a cooperar em normas regulatórias, transição para energia limpa, descarbonização e “design verde e utilização de recursos renováveis”.

Prometem também combater as emissões de metano, um gás com forte efeito de estufa que outros 100 países prometeram reduzir, num acordo que não incluía a China.

Em resposta a esta Declaração, o diretor executivo do centro de estudos sobre o clima E3G, Nick Mabey, disse que este acordo tem um grande significado geopolítico e que põe fim à guerra de palavras que marcaram os últimos dias.

“Este compromisso de alto nível põe pressão sobre ambos os países para mudarem de posição para fazer da COP 26 um sucesso”, disse Nick Mabey em comunicado.

Decisores políticos têm até sexta-feira para chegar a um acordo sobre medidas e compromissos de combate e adaptação às alterações climáticas.

Pouco antes, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, tinha apelado para que os líderes mundiais dessem às suas equipas negociais reunidas em Glasgow “margem de negociação”.

A COP26 decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.

Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 ºC.

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Vacinação dos profissionais de saúde com terceira dose começa segunda-feira

  • Lusa
  • 11 Novembro 2021

Os profissionais de saúde começaram a receber a terceira dose da vacina contra a Covid na próxima segunda-feira, revelou o secretário de Estado Adjunto e da Saúde. 

A vacinação dos profissionais de saúde com a terceira dose da vacina contra a covid-19 terá início na próxima segunda-feira, anunciou esta quinta-feira o secretário de Estado Adjunto e da Saúde.

Segundo António Lacerda Sales, as vacinas estão a ser distribuídas esta quinra-feira pelas instituições de saúde do país.“A partir do próximo dia 15 vão começar a ser administradas as vacinas aos profissionais de saúde”, anunciou o governante à margem da cerimónia do 100.º aniversário da descoberta da Insulina, uma iniciativa da Sociedade Portuguesa de Diabetologia.

Os sindicatos médicos e a Ordem dos Médicos já tinham apelado ao Governo para administrar a terceira dose da vacina aos profissionais de saúde, lembrando que foram dos primeiros a ser vacinados no final de dezembro de 2020 e em janeiro deste ano.

Fazendo um balanço da vacinação da gripe e da terceira dose da vacina contra a Covid-19, António Lacerda Sales avançou que, provavelmente, esta quinta ou sexta-feira será atingido o valor de um milhão de vacinas de gripe e das 500 mil doses de vacinas da terceira toma contra a Covid-19.

Relativamente à toma conjunta das duas vacinas, adiantou que andarão em torno das 300 mil.“Há aqui um esforço de planeamento estratégico por parte do núcleo de coordenação em juntar todos estes processos” que são “processos complexos”, disse o governante, explicando que as pessoas podem sempre optar por levar uma ou as duas vacinas.

Lacerda Sales explicou que o espaço que estava normatizado de 14 dias entre a toma da vacina da gripe e o reforço da Covid pode diminuir com a nova norma da Direção-Geral da Saúde.“Se a pessoa entender que passados cinco, seis dias quer ser vacinado com uma ou outra vacina pode vir a ser vacinado”, afirmou.

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde reforço que a preocupação neste momento é vacinar as faixas etárias mais idosas. Para chegar a esta população, as autoridades de saúde pediram ajuda às autarquias locais, nomeadamente as juntas de freguesia através da ANAFRE, para localizarem idosos que estejam “em situações mais isoladas, mais sozinhos e que não se apercebam deste fenómeno”.

O pedido é no sentido de que os possam identificar e obter transporte para possam deslocar-se aos centros de vacinação e dar-lhes as respetivas orientações. “Mais uma vez temos esta extraordinária colaboração como foi na primeira fase com as autarquias locais”, disse, considerando “fundamental neste caso” o apoio das autarquias.

Segundo o relatório semanal da DGS, divulgado na quarta-feira, estão totalmente vacinadas, contra o vírus SARS-CoV-2, 8.904.253 pessoas, mais 18.471 do que na última semana, e 9.039.364 já receberam uma dose, o que representa mais 12.609 vacinados.

A Covid-19 já matou Em Portugal, desde março de 2020, 18.222 pessoas e foram contabilizados 1.100.961 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

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Xi Jinping ganha apoio para terceiro mandato e fica mais perto de se eternizar no poder

Resolução histórica abre caminho a um terceiro mandato, que assegurará a Xi Jinping 15 anos de poder. Mas o líder chinês pode ficar mais tempo.

Só Mao Zedong e Deng Xiaoping tinham conseguido a aprovação de resoluções doutrinárias históricas pelo Partido Comunista Chinês. Quatro décadas depois, Xi Jinping alcança o mesmo feito, abrindo caminho a um inédito terceiro mandato como Presidente da China e para se manter no poder até à sua morte.

“Uma reunião de alto nível do Partido Comunista da China (PCC) adotou uma resolução histórica sobre as principais conquistas e experiência histórica dos 100 anos de esforços do PCC, de acordo com um comunicado divulgado na quinta-feira”, noticia a agência de notícias estatal chinesa Xinhua.

“Xi Jinping, secretário-geral do Comité Central do PCC, fez um importante discurso na sessão. A sessão ouviu e discutiu um relatório de trabalho entregue por Xi em nome do Gabinete Político do Comité Central do PCC. A resolução foi revista e aprovada na sexta sessão plenária do 19º Congresso do Comité Central do PCC, realizada em Pequim entre 8 a 11 de novembro”, acrescenta.

O Comité Central pediu ao país para se “unir à volta do partido, com Xi Jinping no centro”, implementar a sua doutrina e levar a cabo “o grande rejuvenescimento da nação chinesa”. A ação política em relação a um Hong Kong foi também elogiada, permitindo acabar com o “caos” na ilha.

O atual Presidente da China comparou-se no passado a Mao Zedong, que foi líder incontestado do país durante mais de três décadas, até falecer em 1976. Aos 68 anos, Xi Jinping consegue um passo decisivo para ver aprovado um terceiro mandato de cinco anos, que o manterá no poder até 2028. O novo estatuto, ao lado dos que são hoje as figuras de proa no passado do PCC, pode garantir-lhe ainda mais tempo na liderança, possivelmente até morrer, na perspetiva de vários órgãos de comunicação internacionais, como a Bloomberg ou o Financial Times.

“Mao é a referência para Xi”, afirmou Steve Tsang, diretor do Soas China Institute, em Londres, em declarações ao diário britânico. “A resolução provavelmente cobrirá toda a duração dos 100 anos do partido e projetará uma avaliação muito mais positiva do partido”, notou.

Nesse sentido, “Xi está a preparar o cenário para um terceiro mandato que é também o início de um mandato por tempo indeterminado”, acrescentou.

O reforço do poder do Presidente chinês acontece numa altura de tensão crescente com os EUA, em matérias tão diversas como o comércio internacional, o domínio da tecnologia e a soberania de Taiwan.

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Presidente da República promulga “direito ao esquecimento” para quem superou doenças graves

  • Lusa
  • 11 Novembro 2021

Foi promulgado o decreto da AR que reforça o acesso ao crédito e contratos de seguros por pessoas que tenham superado ou mitigado situações de risco agravado de saúde ou de deficiência.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou hoje o decreto da Assembleia da República que consagra o direito ao esquecimento, impedindo que pessoas que tenham superado doenças graves, como cancro, sejam discriminadas no acesso ao crédito ou seguros.

“O Presidente da República promulgou o decreto da Assembleia da República que reforça o acesso ao crédito e contratos de seguros por pessoas que tenham superado ou mitigado situações de risco agravado de saúde ou de deficiência, proibindo práticas discriminatórias e consagrando o direito ao esquecimento, alterando a Lei n.º 46/2006, de 28 de agosto, e o regime jurídico do contrato de seguro”, lê-se numa nota publicada no sítio da internet da Presidência da República.

A Assembleia da República aprovou em 22 de outubro em votação final global, o diploma que consagra o chamado “direito ao esquecimento”, impedindo que pessoas que tenham superado doenças graves, como cancro, sejam discriminadas no acesso ao crédito ou seguros.

O texto final, apresentado pela Comissão de Orçamento e Finanças com base num diploma do PS, foi aprovado apenas com a abstenção da Iniciativa Liberal e com votos favoráveis das restantes bancadas e deputados, e “reforça a proteção da pessoa segurada, proibindo práticas discriminatórias, melhorando o acesso ao crédito e contratos de seguros por pessoas que tenham superado riscos agravados de saúde, consagrando o ‘direito ao esquecimento’”.

No diploma, garante-se que estas pessoas não podem ser sujeitas a um aumento de prémio de seguro e/ou exclusão de garantias de contratos de seguro e que nenhuma informação de saúde relativa à situação médica que originou o risco agravado de saúde ou a deficiência pode ser recolhida ou objeto de tratamento pelas instituições de crédito ou seguradores em contexto pré-contratual.

Por outro lado, nenhuma informação de saúde pode ser recolhida pelas instituições de crédito ou seguradores em contexto pré-contratual desde que tenham decorrido, de forma ininterrupta dez anos desde o término do protocolo terapêutico, no caso de risco agravado de saúde ou deficiência superada; ou cinco anos desde o término do protocolo terapêutico, no caso de a patologia superada ter ocorrido antes dos vinte e um anos de idade; ou dois anos de protocolo terapêutico continuado e eficaz, no caso de risco agravado de saúde ou deficiência mitigada.

A prática de qualquer ato discriminatório referido nesta lei por pessoa singular constitui contraordenação punível com coima entre 5 e 10 vezes o valor da retribuição mínima mensal garantida (ou seja, entre os 3.325 e os 6.650 euros), sem prejuízo da eventual responsabilidade civil ou da aplicação de outra sanção.

Se a contraordenação for cometida por pessoa coletiva de direito privado ou de direito público a coima será de entre 20 e 30 vezes o valor da retribuição mínima mensal garantida, ou seja, entre os 13.300 e os 19.950 euros.

O diploma prevê ainda que o Estado celebre e mantenha um acordo nacional relativo ao acesso ao crédito e a contratos de seguros por parte de pessoas que tenham superado ou mitigado situações de risco agravado de saúde ou de deficiência entre este e as associações setoriais representativas de instituições de crédito, sociedades financeiras, sociedades mútuas, instituições de previdência e empresas de seguros e resseguros, bem como organizações nacionais que representam pessoas com risco agravado de saúde, pessoas com deficiência e utentes do sistema de saúde.

O Diploma abrange também “pessoas que tenham superado situação de deficiência”, ou seja, aquelas que “comprovadamente tenham estado em situação de deficiência igual ou superior a 60% e que tenham recuperado as suas estruturas ou funções psicológica, intelectual, fisiológica ou anatómicas, reduzindo a sua incapacidade abaixo desse limiar”.

Finalmente, o diploma ainda se aplica a “pessoas que tenham mitigado situações de risco agravado de saúde ou de deficiência”, ou seja, que se encontrem a realizar tratamentos comprovadamente capazes de limitar significativa e duradouramente os efeitos da sua situação de risco agravado de saúde ou de deficiência.

O diploma aprovado prevê a sua entrada em vigor no dia 1 de janeiro de 2022.

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Eurodeputados aprovam legislação que obriga multinacionais a declararem impostos na UE

  • Lusa
  • 11 Novembro 2021

O Parlamento Europeu aprovou a legislação que exige que as multinacionais declarem os impostos que pagam em cada Estado-membro, a fim de combater a elisão fiscal.

O Parlamento Europeu (PE) aprovou esta quinta-feira a legislação, negociada durante a presidência portuguesa do Conselho da UE, que exige que as multinacionais declarem os impostos que pagam em cada Estado-membro, a fim de combater a elisão fiscal.

As novas regras requerem que as empresas multinacionais com receitas superiores a 750 milhões de euros, e que operem em mais de um país da União Europeia (UE), divulguem publicamente, num relatório específico, o imposto sobre o rendimento que pagam em cada Estado-membro, bem como nos países terceiros enumerados na lista da UE de jurisdições não cooperantes para efeitos fiscais (os países nas chamadas “lista negra” e “lista cinzenta”).

Pela primeira vez, as multinacionais não europeias que exercem atividades na UE, através das respetivas filiais e sucursais, terão também de cumprir as mesmas obrigações de apresentação de relatórios que as multinacionais europeias.

O texto aprovado esta quinta-feira tinha sido já acordado entre o PE e a presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE) em 01 de junho e tem por objetivo combater a elisão fiscal e o planeamento fiscal agressivo, práticas que, estima-se, privam os países da UE de mais de 50 mil milhões de euros de receitas por ano.

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Volume de negócios nos serviços cresce 13% em setembro

  • Lusa
  • 11 Novembro 2021

O índice de volume de negócios nos serviços registou uma subida homóloga nominal de 13% em setembro, mas 1,8% abaixo de setembro de 2019, avança o INE.

O índice de volume de negócios nos serviços registou uma subida homóloga nominal de 13% em setembro, superior em 2,1 pontos percentuais (p.p.) a agosto, mas 1,8% abaixo de setembro de 2019, revelou esta quinta-feira o INE.

“Esta evolução reflete em larga medida um efeito de base, dado que a comparação incide em meses de 2020 ainda afetados pela pandemia, muito em particular nas atividades de transportes e alojamento e restauração”, explica o Instituto Nacional de Estatística (INE), na publicação divulgada esta quinta-feira.

Todas as secções contribuíram positivamente para a variação do índice total em setembro mas o comércio por grosso, comércio e reparação de veículos automóveis e motociclos destaca-se pela variação homóloga de 11,4% (7,6% em agosto).

O comércio por grosso subiu 16,2%, mais três p.p. do que mês anterior, enquanto o comércio, manutenção e reparação de veículos automóveis e motociclos caiu 3,3% (-8,4% em agosto) e os transportes e armazenagem subiram 15,4% (20,1% em agosto).

O INE destaca ainda o desempenho dos transportes aéreos, que continuaram o processo de recuperação, registando uma taxa de variação homóloga de 70,5% (84% no mês anterior) mas, ainda assim, o índice desta divisão é 43% inferior a setembro de 2019.

O alojamento, restauração e similares aumentou 25,6%, mas abaixo do aumento de 30,6% em agosto.

O alojamento subiu 79,6% (65% no mês precedente) e a restauração e similares 16,4% (23,3% em agosto).

O INE conclui que, em setembro, ainda existiam secções que permaneciam em patamares inferiores a fevereiro de 2020, o último mês pré-pandemia, destacando o alojamento, restauração e similares e as atividades administrativas e dos serviços de apoio, com reduções superiores a 20%.

Já os transportes e armazenagem situavam-se cerca de 10% abaixo.

O comércio por grosso, reparação de veículos automóveis e motociclos e as atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares registaram níveis de atividade semelhantes ao período anterior à crise pandémica, enquanto as atividades de informação e comunicação mantiveram-se em patamares superiores ao período pré-pandemia.

Os negócios nos serviços, em todo o terceiro trimestre deste ano, registaram uma subida de 11,7% face ao mesmo período de 2020, comparando com o aumento de 30,4% no trimestre anterior, taxa influenciada pela comparação com um período de 2020 fortemente afetado pela pandemia.

Os índices de emprego, de remunerações e de horas trabalhadas, ajustados de efeitos de calendário, apresentaram variações homólogas de 1,8%, 2,6% e nula, respetivamente (1,1%, 3,2% e 2% em agosto, pela mesma ordem).

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Mega centrais solares “são mais difíceis de licenciar” e “não têm viabilidade”, diz setor das renováveis

Na conferência anual da Apren, todos concordaram que Portugal precisa de muito mais capacidade solar. A questão é como, já que as mega centrais que estão para nascer não reunem muitos fãs.

Quando o assunto são as mega centrais solares que se construirão em Portugal na sequência dos leilões de 2019 e 2020 e se essa é a melhor forma de impulsionar o aumento de potência renovável em Portugal, as opiniões dividem-se.

Mas a verdade é que a fotografia do solar fotovoltaico de grande escala em 2030 no país não parece ter muitos adeptos, como ficou ontem provado nos dois últimos painéis conferência anual da APREN, repletos de pesos-pesos da indústria das renováveis.

Um dos mais críticos em relação às mega centrais solares foi Tiago Barata, da Generg, que defende leilões mais pequenos e canalizados para empresas locais.

“Vamos ver quando vão sair realmente do papel os projetos dos leilões de 2019 e 2020. Fomos a leilão com uma realidade que já não existe. Não nos devíamos focar só nas grades centrais, porque são mais difíceis de licenciar”, defendeu.

Outra voz bastante crítica foi a de João Manso Neto, CEO da Greenvolt, que argumenta mesmo queas centrais de grande dimensão não têm viabilidade”, já que o acesso às redes demora muito tempo, e defende leilões graduais, de média dimensão com rendimentos previsíveis.

Para o futuro, o modelo que vê como mais viável para aumentar a capacidade renovável é o do autoconsumo e das comunidades de energia. Quanto ao offshore flutuante, diz que “exige leilões dedicados, com elevados custos de entrada”.

Na visão de Manuel Silva, da Aquila, a forma de aumentar as renováveis em Portugal “passa pelo solar e por muito solar”. O problema é a a “grande avalanche de pedidos na sequência dos leilões, que está agora na ser tramitados a conta-gotas”.

“Precisamos de toda a capacidade solar que conseguirmos. Pequena, grande. A questão é que o grande solar tem custos mais baixos, mas com grandes capacidades instaladas vêm também grandes responsabilidades dos projetos – biodiversidade, preservação dos solos. O novo regulamento do setor elétrico em consulta pública já prevê isso”, diz Manuel Silva.

Por seu lado, Miguel Lobo da Lightsource BP, que entrou no mercado em 2019, garante que “o país está subdesenvolvido na energia solar” face a outros países europeus, com apenas 1,3 GW de projetos instalados, 3% do total.

“Vimos mercado em Portugal para podermos investir. A indústria solar tem vindo a sofrer com o preço das matérias-primas, que estão hoje 20% acima. E esta crise não é temporária”, refere. No entanto, há que investir e fazer crescer o solar: “Com mais projetos a entrarem no sistema, as centrais a gás não vão ser tão chamadas para produzir eletricidade e o último preço a entra será solar, baixando o valor nos mercados grossistas”.

Para Álvaro Brandão Pinto, da Generg, faltam interligações de potência renovável. “Com os preços elevados de eletricidade temos de criar um sistema que as instalações são remuneradas no preço da produção, e que o preço da eletricidade é adequado”.

Quanto à meta de 9 GW de solar em 2030, diz que que em 2027 podemos chegar aos 5 GW, mas “temos de criar condições para que não desapareçam”.

Pedro Norton, da Finerge, não esconde que vê com bons olhos acordos entre os promotores dos projetos solares e os operadores de redes “para acelerarmos” o processos demasiados complexo de licenciamento. “Este é um problema grave e que agravou durante a pandemia, Precisamos de estabilidade regulatória, confiança. Como se vão financiar esses 9GW?”, questionou.

Quanto à Finerge, garante, “tem capacidade”, mas “o mercado dos PPA não é assim tão dinâmico” e os players têm acessos diferentes ao financiamento. A empresa que lidera está agora de olho no armazenamento e no hidrogénio e na internacionalização, sobretudo para o mercado espanhol.

Sobre o solar flutuante, Miguel Patena, da EDP, puxou dos galões para dizer que agora é novidade mas é algo que a empresa já tem vindo a fazer desde 2015.

“É um tipo de hibridização que fazia todo o sentido do ponto de vista ambiental, das infraestruturas. Avançámos mesmo sem haver legislação. Depois houve vontade de inovar da parte do legislador, em 2019”, conta.

Quanto ao leilão que será anunciado em breve, diz que não há qualquer exclusividade da EDP, nas barragens, imperando a livre concorrência, já que os pontos de rede que são um bem público. No Alqueva, a EDP está já a instalar 4 MW de solar flutuantes, mas se vários operadores de juntassem, podia ser 1 GW num ano”. Para Já, MIguel Patena admitiu que o solar flutuante tem um custo mais alto em relação ao solar onshore.

Ainda sobre as mega centrais solares e o risco de atapetar Portugal de painéis fotovoltaicos, Teresa Ponce de Leão, do LNEG, diz que “esse limite está dependente do uso do solo”.

Já sobre o hidrogénio, matéria a que o LNEG se tem dedicado, com a elaboração de um Atlas do Hidrogénio, a responsável revela que há 20 GW de capacidade pedidos e que está “muito otimista”, tendo em conta “o interessa da indústria”

“Não é por acaso que se fala tanto de hidrogénio. Era a peça do puzzle que faltava. Os projetos vão-se fazer de certeza e são passíveis de ser acomodados. O calcanhar de Aquiles é que não avaliamos tudo e esbarramos nas dificuldades, daí o Atlas que estamos a elaborar”, remata.

A APREN realizou nos dias 9 e 10 de novembro, a sua conferência anual, subordinada ao tema “Renováveis, motor da recuperação económica”, no Grande Auditório da Culturgest, em Lisboa.

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Lembra-se do “apagão da cegonha”? ERSE aprova novo mecanismo anti-apagões a partir de 2022

O Mercado de Banda de Reserva de Regulação funcionará sob o formato de um leilão competitivo e está aberto a consumidores de energia elétrica habilitados. 

O Serviço de Interruptibilidade, que contribuía para evitar “apagões” no país — ou seja, para assegurar a regularidade e estabilidade no fornecimento de eletricidade no Sistema Elétrico Nacional (SEN) –, vai acabar no final deste ano.

No seu lugar vai nascer o mercado de Banda de Reserva de Regulação, operado pelo operador da rede de transporte, informou esta quinta-feira a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), que aprovou a Diretiva n.º14/2021 que cria este mesmo mercado.

O Mercado de Banda de Reserva de Regulação estará operacional a partir de 1 de janeiro de 2022 e, na prática, funciona sob o formato de um leilão competitivo e está aberto a consumidores de energia elétrica habilitados.

“São elegíveis à prestação do serviço de Banda de Reserva de Regulação os agentes de mercado consumidores
em Muito Alta Tensão (MAT), Alta Tensão (AT) ou Média Tensão (MT)”, diz a ERSE, a quem caberá efetuar a convocatória para a realização do leilão do Mercado de Banda de Reserva de Regulação com, pelo menos, dez dias úteis de antecedência da data da sua concretização.

De acordo com o regulador, a correta exploração do SEN — do ponto de vista da garantia do abastecimento e segurança da operação no curto e médio prazo — exige que haja uma quantidade mínima de reserva terciária, por forma a fazer face a incertezas associadas à produção e ao consumo de eletricidade.

“Tendo em conta as profundas alterações que se têm vindo a verificar no SEN, designadamente a desclassificação das centrais termoelétricas a carvão, que se completará em 2021, e o fim do serviço de interruptibilidade, há necessidade de complementar a reserva operacional do sistema elétrico nacional com banda de reserva de regulação, a fornecer ao sistema por consumidores habilitados para esse efeito, por forma a salvaguardar a segurança de abastecimento do SEN”, refere ainda a ERSE.

O fim do mecanismo de interruptibilidade foi avaliado pelo Governo em 100 milhões de euros por ano, convertidos numa das “almofadas” do Governo para travar os preços da luz para 2022. Estes 100 milhões anuais eram pagos aos Industriais Grandes Consumidores de Energia Elétrica para que abdicassem de parte (ou mesmo da totalidade) do seu consumo durante um certo espaço de tempo para compensar a rede sempre que fosse necessário.

Tal como aconteceu recentemente quando houve um acidente com um avião em França, que queixou metade da Europa às cegas. Em Portugal o incidente quase não foi sentido precisamente devido ao Serviço de Interruptibilidade em vigor.

Com esta mudança para a Banda de Reserva de Regulação”, estima a APIGCEE que o novo mecanismo renderá à indústria entre 100 e 120 milhões de euros por ano.

“O fim do regime da interruptibilidade é uma exigência europeia que Portugal prolongou muito para além do que devia, com a aceitação da Comissão Europeia. Está a ser criado um produto específico, por leilão, para a prestação de um serviço de flexibilidade prestado pelos eletrointensivos, num valor fixo por capacidade que pode acender a 20 milhões de euros por ano”, tinha já dito o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Matos Fernandes, esta semana.

Portugal já teve apagões históricos. Concretamente, o “apagão da cegonha”, que foi uma falha no fornecimento de energia elétrica a 9 de maio de 2000, que deixou a metade sul do país sem eletricidade. O apagão foi provocado pela eletrocussão de uma cegonha que embateu contra uma linha de alta tensão em Lavos, na Figueira da Foz. Nesta altura Portugal não dispunha ainda de um Serviço de Interruptibilidade.

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Cooperativismo de plataforma

  • BRANDS' ECO
  • 11 Novembro 2021

Uma forma de empreender coletivamente em negócios promissores, explica Lajyárea Barros Duarte, Coordenadora de Inteligência de Mercado do Sescoop/SP.

O que há em comum entre um banco de vídeos e imagens, uma plataforma de streaming de música, uma plataforma de locação de imóveis e uma base de dados em pesquisas de saúde centradas no paciente? Estamos a falar respetivamente de Stocksy United, Resonate, Fairbnb e Savvy, que são plataformas constituídas em formato de cooperativas.

O cooperativismo de plataforma está a emergir como alternativa empresarial de economia social e solidária ao modelo de plataforma tradicional – Uber, Airbnb e outras que surgiram nos últimos anos.

Para entender o funcionamento de uma cooperativa de plataforma precisamos antes de abordar o conceito de efeito rede. Ou seja, qual o impacto e interação de produtores e consumidores na plataforma. Um bom exemplo para entender este conceito é pensar nas redes sociais, em que o efeito rede é bastante percetível. Quanto mais elevado o número de usuários ativos, maior o interesse de empresas anunciarem seus produtos e serviços. Assim, o que gera valor para a plataforma é o efeito rede que é gerado e está baseado em pilares como escala, base tecnológica, adaptação a diferentes realidades e geração de um grande volume de dados.

Lajyárea Barros Duarte, Coordenadora de Inteligência de Mercado do Sescoop/SP (Serviço Nacional do Cooperativismo do Estado de São Paulo).

A partir dessa visão, nasceram as plataformas tradicionais como conhecemos na atualidade. Geralmente, originadas por meio de uma startup, que desenvolve um produto ou serviço com aporte financeiro de investidores e mentoria. Estes investidores esperam por bons retornos dos valores aportados. E as startups passam a depender cada vez mais deles para ampliar a base de clientes, investir em tecnologia e conseguir o efeito rede. Uma das consequências é a pressão por resultados, sobrando cada vez menos recursos para os produtores e prestadores de serviços.

"O efeito rede é um aspeto essencial no cooperativismo. Aliás, o relacionamento da cooperativa com a comunidade, a preocupação dela com a população local, foi transformada em princípio universal, o que demonstra o vanguardismo do cooperativismo”

Lajyárea Barros Duarte

Coordenadora de Inteligência de Mercado do Sescoop/SP

É neste cenário que surge a oportunidade para a criação de plataformas baseadas nos princípios do cooperativismo. Assim como o cooperativismo que conhecemos – surgido em 1844, em Rochdale, Inglaterra –, o cooperativismo de plataforma nasce, a partir de 2014, também com os valores de igualdade, equidade, responsabilidade e justiça, sendo uma alternativa às desigualdades sociais e económicas associadas à economia digital. A cooperativa é constituída com os focos de propriedade e governança compartilhadas.

O professor Trebor Scholz, criador da expressão ‘cooperativismo de plataforma’, explica que o cooperativismo de plataforma envolve uma mudança estrutural, uma mudança de propriedade. Pois tem a essência da base tecnológica das plataformas tradicionais, mas coloca o trabalho num modelo proprietário coletivo, com valores democráticos. E, também, é construída na ressignificação de conceitos como inovação e eficiência, tendo em vista o benefício para todos.

Com a visão de gerar valor para a sociedade, Trebor Scholz propõe os dez princípios para o cooperativismo de plataforma:

Fonte: Adaptado pela autora do E-book Cooperativismo de Plataforma – Sistema OCB, 2020

De forma geral, estes princípios referem-se à maneira como as pessoas se relacionam com a Internet, remuneração digna para os cooperados, transparência na gestão dos dados, reconhecimento aos trabalhadores, proteção jurídica e social, não cometer erros conhecidos como uma disciplina arbitrária e preservar o direito de se desconectar, estimulando um tempo para relaxamento, aprendizado e outras atividades.

Para a expansão do cooperativismo de plataforma, temos alguns desafios, como a falta de compreensão sobre o que é o cooperativismo, o desconhecimento de que existem plataformas cooperativas e a dificuldade de ter acesso a capital para cooperativas. Especificamente o acesso a capital de investidores é mais complicado porque tem impactos na legislação. No Brasil, por exemplo, ainda não é permitida a participação de sócios-investidores com o único objetivo de ter retornos financeiros do negócio. No entanto, noutros países já é comum cooperativas de plataforma com uma parcela da propriedade destinada aos investidores. São cooperativas multi-stakeholders, que permitem a associação de diversos grupos de interesse.

Mesmo com estes desafios, as cooperativas de plataforma apresentam-se como alternativa ao modelo já amplamente difundido. Visam à governança e propriedade compartilhada da plataforma e, assim, podem melhorar a distribuição de riqueza e geração de renda. Em suma, o efeito rede é um aspeto essencial no cooperativismo. Aliás, o relacionamento da cooperativa com a comunidade, a preocupação dela com a população local, foi transformada em princípio universal, o que demonstra o vanguardismo do cooperativismo.

Para mais informações e detalhes sobre o Cooperativismo de Plataforma, poderá aceder ao e-book do Sistema OCB.

Texto de Lajyárea Barros Duarte, Coordenadora de Inteligência de Mercado do Sescoop/SP (Serviço Nacional do Cooperativismo do Estado de São Paulo)

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