CMVM aplica coima de 25.000 euros ao BPI por violação do dever de comunicação

  • Lusa
  • 29 Setembro 2021

Coima está parcialmente suspensa por dois anos. Em causa está a violação do dever de comunicação do registo de valores mobiliários de conta própria.

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) aplicou uma coima de 25.000 euros ao BPI, parcialmente suspensa por dois anos, por violação do dever de comunicação do registo de valores mobiliários de conta própria.

Segundo a informação remetida ao mercado, em causa está um “processo por violação de deveres dos intermediários financeiros, por o arguido não ter comunicado à CMVM informação relativa ao registo e depósito de valores mobiliários por conta própria”. A isto soma-se a receção de ordens por conta de outrem sobre instrumentos financeiros derivados, “negociados a prazo”.

Os dados deveriam ter sido prestados até ao terceiro dia útil do mês seguinte àquele a que a informação se refere. Perante esta violação, a CMVM aplicou uma coima de 25.000 euros, parcialmente suspensa por dois anos.

O regulador divulgou ainda mais duas decisões de contraordenação, uma delas em regime de anonimato, por um processo de violação dos deveres relacionados com “a suspensão dos organismos de investimento coletivo, em que a arguida, no âmbito da sua atividade de gestora de um fundo de investimento imobiliário”, que à data de entrada em vigor do Regime Geral dos Organismos de Investimento Coletivo (RGOIC), tinha em carteira dois imóveis cujos projetos de construção não tinham sido iniciados.

A CMVM adiantou que a arguida estava obrigada a vender aqueles imóveis em até 36 meses após a entrada em vigor do regime, não tendo agido “com o cuidado necessário a garantir essa alienação”. Neste sentido foi aplicada uma coima de 25.000 euros, com suspensão por 18 meses, “condicionada à alienação dos referidos imóveis”.

A comissão presidida por Gabriela Figueiredo Dias comunicou ainda uma contraordenação relacionada com a violação dos deveres de atuação dos auditores. “A arguida Cascais, Pêga Magro & Roque, SROC, Lda., ao ter-se feito representar pelo Arguido Fernando José Pêga Magro, como sócio responsável pela orientação ou execução direta da revisão legal de contas (certificação legal de contas) de uma Entidade de Interesse Público (EIP), por um período superior a sete anos consecutivos, violou o disposto no n.º 2 do artigo 54.º do EOROC”, explicou.

Por sua vez, Fernando José Pega Magro deu “um contributo causal” para a infração em causa. Neste caso, cada arguido foi condenado a pagar uma coima de 10.000 euros, suspensa por dois anos.

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BCP vai pagar juro de 1,75% na emissão de dívida sustentável

Operação ficou fechada esta quarta-feira e os fundos vão ser "aplicados prioritariamente no financiamento e/ou refinanciamento dos empréstimos concedidos ao abrigo das linhas Covid".

O BCP vai pagar uma taxa de juro acima de 2% na emissão de dívida sustentável, cujo montante é de 500 milhões de euros, de acordo com um comunicado enviado esta quarta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

“A emissão, no montante de 500 milhões de euros, terá um prazo de 6,5 anos, com opção de reembolso antecipado pelo banco no final de 5,5 anos, um preço de emissão de 99,527% e uma taxa de cupão [juro] de 1,75% ao ano, durante os primeiros 5,5 anos”, refere o documento. A partir do 5º ano e meio, a taxa de juro resultará da soma da Euribor a 3 meses com um spread de 2%.

A operação ficou fechada ainda esta quarta-feira e os fundos obtidos vão ser “aplicados prioritariamente no financiamento e/ou refinanciamento dos empréstimos concedidos pelo Banco ao abrigo das linhas Covid-19, nos termos do Green, Social and Sustainability Bond Framework”.

Esta emissão insere-se ainda “no plano de financiamento” definido pelo BCP “no âmbito do seu Plano Estratégico 2021-2024, visando designadamente o cumprimento dos requisitos MREL (Minimum Requirements for Own Funds and Eligible Liabilities) e da estratégia de reforço da sua presença nos mercados de capitais e de alargamento da sua base de investidores”.

O banco sondou o apetite do mercado na segunda-feira, num roadshow realizado nas praças europeias e que contou com a ajuda de seis bancos de investimento: Barclays, Credit Agricole, JPMorgan, Millennium BCP, Natixis e Unicredit. Os títulos sustentáveis vão contar um rating de Ba1, BB e BBBL pela Moody’s, Fitch e DBRS, respetivamente.

O BCP é o segundo banco português a avançar com uma emissão de dívida sustentável, depois de a Caixa Geral de Depósitos (CGD) ter conseguido a taxa mais baixa de sempre (0,375%) ao levantar 500 milhões de euros em obrigações sustentáveis a seis anos.

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Rutura nas cadeias de abastecimento preocupa bancos centrais

Os banqueiros centrais estão preocupados com o impacto dos problemas das cadeias de abastecimento na economia. Todos concordam que as pressões inflacionistas são temporárias.

O Fórum BCE reuniu esta tarde os líderes dos bancos centrais da Zona Euro, dos EUA, do Reino Unido e do Japão. Todos estão preocupados com o prolongamento dos problemas nas cadeias de abastecimento, que estão a inflacionar os preços. Constrangimentos deverão demorar mais alguns meses.

“Ao contrário do ano passado em que havia um mar de incerteza, esse mar recuou. Ainda temos incerteza e em alguns casos ela é uma ameaça ao crescimento”, começou por responder Christine Lagarde quando a moderadora lhe perguntou pelas perspetivas de crescimento. Um dos fatores de incerteza que mais a preocupa são “os constrangimentos nas cadeias de abastecimento que temos visto nos últimos meses meses e que em alguns casos aceleraram, como no caso do transporte marítimo de mercadorias”, afirmou a presidente do BCE. “Alguns países podiam ter exportado muito mais bens do que exportaram”, garantiu.

Do outro lado do Atlântico a preocupação é semelhante. Depois de mencionar a forte recuperação da economia americana, que está numa tendência de crescimento mais elevada do que antes da pandemia, Jerome Powell explicou que “são os constrangimentos na oferta que estão a travar a economia neste momento. A rutura das cadeias de abastecimento está a travar a produção em setores como o automóvel”.

O governador do Banco do Japão, Haruhiko Kuroda, referiu que na Ásia “a falta de semicondutores não está resolvida, mas está a melhorar”. Lembrou, no entanto, que alguns países do sudoeste asiático registam um novo recrudescimento no número de casos de covid-19 e implementaram medidas de confinamento que levaram ao encerramento de fábricas. Kuroda considera, ainda assim, que estas dificuldades “são temporárias e transitórias e vão diminuir durante os próximos meses”.

O mesmo se passa no Reino Unido, que enfrenta problemas de abastecimento globais, mas também locais, como a falta de combustível nas bombas devido à escassez de condutores de camiões cisterna, apontou o governador do banco de Inglaterra, Andrew Bailey, assinalando que “a política monetária não pode resolver problemas do lado da procura. Não pode produzir chips, vento e condutores de camiões.”

" “É frustrante ver que estes problemas nas cadeias de abastecimento não estão a melhorar. Na verdade, na margem, estão aparentemente a ficar piores.”

Jerome Powell

Presidente da Reserva Federal

A conjugação do rápido crescimento da procura com as dificuldades nas cadeias de abastecimento está a provocar pressões inflacionistas. “É frustrante ver que estes problemas nas cadeias de abastecimento não estão a melhorar. Na verdade, na margem, estão aparentemente a ficar piores. Vão continuar no próximo ano e manter a inflação elevada”.

A subida dos preços, e o caráter temporário ou permanente dessa subida, tem sido o grande tema de debate na política monetária. O mantra continua a ser que este período de inflação mais elevada será transitório. “Este salto não levará a um novo regime inflacionário que permanecerá ano após ano”, garantiu Jerome Powell. O que não significa que os banqueiros centrais não estejam a olhar para o fenómeno com particular atenção.

“Se for mais prolongado, será que muda a forma como as pessoas pensam sobre a inflação? Estamos a monitorizar de muito perto e neste momento não vemos isso”, afirmou o presidente da Reserva Federal. “Estamos a monitorizar a subida dos preços para garantir que as expectativas em relação à inflação estão bem ancoradas. Já subiram 15 pontos base, mas estão longe da nossa meta de 2%”, disse Christine Lagarde.

A presidente do BCE acrescentou que “na evolução dos salários e nas negociações salariais que estão a acontecer na Zona Euro não estamos a ver um contágio alargado desses aumentos de preço, que podiam produzir um efeito de segunda ordem. Mas vamos monitorizar com cuidado”.

A estas preocupações, Christine Lagarde juntou a subida dos preços da energia, liderado pelo gás, eletricidade e petróleo, considerando, no entanto, que elas acontecem devido a um efeito base derivado dos baixas cotações no ano passado. A pressão dos preços da energia “deverá aliviar no início do próximo ano”, avançou.

A responsável mantém que “até ao final do ano a economia da Zona Euro estará ao nível pré-pandemia e de volta à tendência de crescimento anterior”, naquela que chamou de uma “recuperação muito incomum e muito rápida”.

Olhando para os riscos financeiros mais prementes, os banqueiros centrais citam os ciberataques e, mais a longo prazo, as alterações climáticas. Haruhiko Kuroda desvalorizou o impacto de um possível colapso da chinesa Evergrande na economia global.

O Fórum BCE terminou por este ano. “Espero que no próximo ano seja em Sintra”, disse Christine Lagarde.

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PAN quer alargamento do prazo de consulta pública de avaliação ambiental sobre lítio

  • Lusa
  • 29 Setembro 2021

Inês Sousa Real referiu que a transição do poder autárquico “só deverá estar concluída por volta do dia 20 de outubro, o que deixará apenas um prazo de cerca de 12 dias úteis de pronúncia".

O PAN propôs esta quarta-feira o alargamento do prazo de consulta pública da avaliação ambiental do programa de prospeção e pesquisa de lítio, criticando o ‘timing’ do seu lançamento, na terça-feira, apenas dois dias depois das autárquicas.

Numa declaração política na Assembleia da República, a deputada e porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, anunciou a entrega de um projeto de resolução com o objetivo de alargar o prazo e para excluir em sede de concurso para a prospeção e pesquisa de lítio “as áreas protegidas de âmbito nacional, as áreas classificadas ao abrigo de instrumento de direito internacional e as áreas incluídas na Rede Natura 2000”.

Para grande surpresa de todos, o Governo lançou ontem o processo de consulta pública (…) precisamente quando há somente três dias os portugueses e as portuguesas foram chamados às urnas, o que implica que vamos ter durante as próximas semanas tomadas de posse a ocorrer, novos autarcas a tomar posse, o que necessariamente condiciona a sua oportunidade de participação”, criticou, numa crítica que foi secundada pela deputada do PSD Emília Cerqueira.

Inês Sousa Real referiu que a transição do poder autárquico “só deverá estar concluída por volta do dia 20 de outubro, o que deixará apenas um prazo de cerca de 12 dias úteis de pronúncia aos novos autarcas”, justificando o pedido do PAN de alargamento do prazo de consulta pública.

“Estaremos atentos para ver se o Governo irá excluir, efetivamente, em sede de concurso para a prospeção e pesquisa de lítio, as áreas protegidas de âmbito nacional, as áreas classificadas ao abrigo de instrumento de direito internacional e as áreas incluídas na Rede Natura 2000, consoante, aliás, afirmado pelo próprio Governo no programa que consta da consulta pública”, advertiu, por outro lado.

A deputada salientou que o PAN tem consciência “da importância do lítio para a transição energética e estará sempre do lado da descarbonização”.

“Mas não podemos permitir que a solução do presente seja o problema do futuro. É possível fazer uma transição energética sem comprometer os ecossistemas e a biodiversidade e é esse o caminho que tem que ser traçado pelo Governo”, defendeu.

Na resposta, o deputado do PS Hugo Pires afirmou que o PS “não recebe lições de ninguém em matéria ambiental” e, quanto ao momento da consulta pública, respondeu que “a democracia não está suspensa”.

A Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG) colocou na terça-feira em consulta pública o relatório de avaliação ambiental preliminar do Programa de Prospeção e Pesquisa de Lítio das oito potenciais áreas para lançamento de procedimento concursal.

No relatório de avaliação ambiental preliminar, foram analisadas oito áreas do Norte e Centro do país: Arga (Viana do Castelo), Seixoso-Vieiros (Braga, Porto e Vila Real), Massueime (Guarda), Guarda – Mangualde (quatro zonas espalhadas por Guarda, Viseu, Castelo Branco e Coimbra) e Segura (Castelo Branco).

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Norfin e Whitestar arrancam com condomínio no Porto e esperam 55 milhões em vendas

Condomínio com 182 apartamentos já começou a ser construído e 20% dos imóveis já estão vendidos. Norfin e Whitestar esperam 55 milhões em vendas.

Na zona do antigo estádio das Antas, no Porto, já está a nascer o condomínio privado “Antas Green”. O projeto, da responsabilidade da Norfin e da Whitestar, começou estes dias a ser construído e 20% dos 182 futuros apartamentos já estão vendidos. Ao ECO, a Norfin não quis revelar o valor do investimento, mas adiantou que espera encaixar cerca de 55 milhões de euros em vendas.

O Antas Green ocupa uma área de 4.180 metros quadrados e, em breve, terá 182 apartamentos destinados a famílias de classe média/alta. De T0 a T4 Duplex, as habitações terão áreas entre os 45 e os 200 metros quadrados, cujos preços irão dos 77.000 aos 712.000 euros.

O condomínio privado terá uma área bruta privativa com cerca de 16.300 metros quadrados, onde ficará o ginásio e uma sala com espaço de coworking. Haverá ainda quatro frações comerciais, um jardim privado com mais de 1.500 metros quadrados, um parque infantil exterior, arrecadações individuais e um parque de estacionamento com mais de 300 lugares e postos de carregamento para veículos elétricos.

Antas Green, no Porto, deverá ficar concluído no terceiro trimestre de 2023.D.R.

“O Antas Green é um empreendimento único, pois concilia a tranquilidade e os espaços verdes com a vida de uma cidade tão cosmopolita como é o Porto, além de estar numa das localizações mais procuradas da Invicta“, afirma Francisco Sottomayor, CEO da Norfin e responsável da área de imobiliário da Arrow Global em Portugal, citado em comunicado.

O projeto, desenvolvido pela Barbosa & Guimarães Arquitectos, deverá ficar concluído no terceiro trimestre de 2023 e, em declarações ao ECO, a Norfin adiantou que espera encaixar cerca de 55 milhões de euros em vendas.

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PSD quer ouvir com urgência ministro da Defesa sobre proposta de exoneração do CEMA

  • Lusa
  • 29 Setembro 2021

Os sociais-democratas entregaram um requerimento para ouvir o ministro da Defesa Nacional sobre a intenção do Governo de propor a exoneração do Chefe do Estado-Maior da Armada.

O PSD entregou esta quarta-feira um requerimento para ouvir com urgência no parlamento o ministro da Defesa Nacional sobre a intenção do Governo de propor ao Presidente da República a exoneração do Chefe do Estado-Maior da Armada.

O requerimento, entregue esta quarta-feira, é dirigido ao presidente da Comissão de Defesa Nacional, o socialista Marcos Perestrello, e assinado pelo líder parlamentar do PSD Adão Silva e os deputados Ana Miguel dos Santos e Carlos Eduardo Reis.

Considerando as recentes notícias que referem a intenção do Governo de demitir o Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), bem como as declarações de Sua Excelência o Presidente da República sobre esta matéria, vem o Partido Social Democrata requerer a audição urgente do senhor Ministro da Defesa Nacional, em reunião extraordinária da Comissão de Defesa Nacional, para prestar os necessários esclarecimentos sobre esta matéria”, lê-se.

Na terça-feira, fontes ligadas à Defesa Nacional disseram à agência Lusa que o Governo iria propor ao Presidente da República a exoneração do chefe do Estado-Maior da Armada, almirante Mendes Calado, cargo que ocupa desde 2018, tendo sido reconduzido para mais dois anos de mandato com início em março deste ano.

Fonte próxima do processo e ligada à Defesa Nacional adiantou à Lusa que o Governo iria propor o vice-almirante Gouveia e Melo para substituir o atual chefe do Estado-Maior da Armada.

Esta quarta-feira, o Presidente da República afirmou que a saída do chefe do Estado-Maior da Armada antes do fim do mandato está acertada, mas não acontecerá agora, escusando-se a adiantar qual será a data.

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Governo já emprestou mais de 1.000 milhões para a reabilitação de edifícios através do IFRRU 2020

Já foram assinados 340 contratos de reabilitação de edifícios e melhoria do desempenho energético em 81 municípios, através do IFRRU 2020.

O Governo já investiu mais de mil milhões de euros na reabilitação de edifícios e na melhoria do desempenho energético através do Instrumento Financeiro de Reabilitação e Revitalização Urbana (IFRRU 2020). Ao todo desde 2017, já foram assinados 340 contratos em 81 municípios espalhados pelo país, naquele que é o maior programa de incentivo à reabilitação urbana lançado em Portugal.

É um “valor histórico nunca antes alcançado por um instrumento financeiro para a reabilitação urbana integrado num quadro comunitário”, refere o Ministério da Habitação, em comunicado enviado esta quarta-feira. O IFRRU 2020 arrancou há três anos e, desde então, já assinou 340 contratos que visam a reabilitação de edifícios e a melhoria do seu desempenho energético.

De todos os contratos assinados, que já ultrapassam os mil milhões de euros emprestados, 151 são contratos para habitação, 170 para atividades económicas e os restantes destinados a equipamentos de utilização coletiva ou de apoio social e cultural e na área da saúde, incluindo equipamentos públicos para residência de estudantes. Do total, cerca de 80 têm já os seus projetos concluídos.

Os projetos inscritos no IFRRU são promovidos por empresas, mas também por particulares, IPSS e câmaras municipais. As operações localizam-se nas Áreas de Reabilitação Urbana definidas pelos respetivos municípios. “Apesar dos efeitos económicos causados pela situação excecional da pandemia COVID-19, o IFRRU 2020 continua a prosseguir o objetivo de revitalizar os centros urbanos”, diz o Ministério de Pedro Nuno Santos.

O IFRRU 2020 foi criado no âmbito do Portugal 2020 e é o maior programa de incentivo à reabilitação urbana lançado no país. O programa foi prorrogado até 2023 e tem uma capacidade de financiamento de 1.400 milhões de euros (cerca de 70% já está esgotada) depois de a dotação ter sido reforçada em dez milhões de euros.

IFRRU 2020 oferece “empréstimos em condições excecionalmente vantajosas”

Na altura do lançamento do Instrumento Financeiro para a Reabilitação e Revitalização Urbanas (IFRRU), em novembro de 2017, criado no âmbito do Portugal 2020, João Pedro Matos Fernandes, ministro do Ambiente, afirmou que o objetivo do Governo era “criar as condições para que a reabilitação” fosse “a principal forma de intervenção ao nível do edificado e do desenvolvimento urbano”.

E o caminho tem sido trilhado desde então. O IFRRU 2020 disponibiliza 1,4 mil milhões de euros para intervenções que se destinem à reabilitação integral de edifícios com idade igual ou superior a 30 anos, de espaços e unidades industriais abandonadas e ainda a intervenções em frações privadas inseridas em edifícios de habitação social, que sejam alvo de reabilitação integral.

Nas palavras do ministro, o IFRRU 2020 permite “empréstimos em condições excecionalmente vantajosas” face às existentes no mercado (em termos de taxas de juro, maturidades e períodos de carência), com verbas vindas de diversas fontes, em que 700 milhões são fundos públicos e comunitários e os outros 700 milhões colocados por quatro bancos.

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Procura de camionistas no Reino Unido faz salários dispararem

  • Lusa
  • 29 Setembro 2021

Carphone Warehouse, Asda, Tesco, Veolia e Arla são apenas algumas das empresas que estão a oferecer prémios aos novos camionistas que chegam às 2.000 libras (2.300 euros).

A procura elevada por motoristas de veículos pesados no Reino Unido já está a fazer subir os salários e empresas estão a oferecer prémios superiores a 2.000 euros para atrair profissionais.

Este mês, o sindicato Unite deu conta de uma negociação com o grupo Argos, que vende desde mobiliário a eletrodomésticos, o que resultou num aumento de 30%, fazendo o salário disparar de cerca de 2.200 libras (2.500 euros) mensais para 2.900 libras (3.350 euros).

Carphone Warehouse, Asda, Tesco, Veolia e Arla são apenas algumas das empresas que estão a oferecer prémios aos novos camionistas que chegam às 2.000 libras (2.300 euros) e recompensas monetárias aos funcionários que consigam atrair um amigo.

No caso do português Leandro Louro, o aumento foi de 50%, tendo passado de 12 libras por hora (14 euros) para 18 libras (21 euros), embora em empresas diferentes, disse à agência Lusa.

“Foram obrigados a pagar melhor para aguentar o pessoal porque muitos europeus foram-se embora durante a pandemia”, explicou.

No entanto, em vez de culpar o ‘Brexit’ pelo êxodo de milhares de camionistas europeus, sobretudo de países do leste, como Roménia, Hungria ou Polónia, justifica a situação com a mudança das regras fiscais.

Em abril, os camionistas contratados através de agências de recrutamento deixaram de poder receber como trabalhadores por conta própria e têm de ser pagos como funcionários, uma medida da autoridade tributária britânica HMRC para combater a evasão fiscal.

Para muitos motoristas, conta Louro, no Reino Unido há oito anos, isto resultaria numa grande redução na remuneração, o que pesou quando milhares de profissionais regressaram aos seus países durante a pandemia.

A falta de camionistas no país, que tem sido alvo de alertas por diferentes setores económicos há vários anos, ficou exposta pelas falhas no abastecimento de combustíveis nos últimos dias, causando pânico entre automobilistas.

Petrolíferas queixaram-se da falta de condutores para levar o combustível até aos postos, situação que replica os problemas encontrados por supermercados, restaurantes e outras empresas, e que tem resultado em prateleiras vazias, falta de produtos ou portas fechadas.

Para os que ficaram, no entanto, a situação está a melhorar.

Em alguns casos, garantiu o ministro dos Transportes, Grant Shapps, num artigo para o jornal Daily Mail, a remuneração mensal já está perto das 6.000 libras (7.000 euros).

Os melhores salários e condições de trabalho são uma “correção do mercado”, causada em parte pela “dependência estrutural de condutores da Europa”, alegou, no artigo publicado no sábado.

Shapps quer mais jovens candidatos para esta carreira, caracterizada por uma mão-de-obra envelhecida, e escreveu a cerca de um milhão de profissionais inativos para regressarem ao ofício.

Júlio Silva, que trabalhou seis anos no Reino Unido para uma empresa portuguesa, mas que entretanto regressou ao país de origem, disse à Lusa que os britânicos precisam de melhorar outras condições, como as zonas de estacionamento nas auto-estradas e as zonas de espera para descargas.

“É o país europeu com piores condições. Há roubos constantes e às vezes temos de andar quilómetros para encontrar um sítio para estacionar enquanto aguardamos pela hora de descarregar”, recordou.

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VW, Atlântico Europa e Banco CTT lideram nas queixas à banca

Queixas encolheram, com os créditos ao consumo a destacarem-se. VW domina nas reclamações nestes empréstimos, mas nos da casa o alvo principal é o Banco CTT. Atlântico domina nas contas.

O Banco de Portugal recebeu 9.646 reclamações de clientes bancários nos primeiros seis meses do ano. Muitas queixas, ainda que menos que no mesmo período do ano passado, com alguns bancos a serem mais visados do que outros. No ranking dos mais reclamados, Banco CTT, Atlântico Europa e VW destacam-se.

Segundo os dados do Relatório de Supervisão Comportamental do Banco de Portugal, houve uma redução do número de queixas — tinham sido 10.184 reclamações na primeira metade do ano –, havendo um novo alvo preferencial das queixas. Em vez das contas de depósito, desta vez são os créditos ao consumo a destacarem-se.

Os financiamentos ao consumo, que incluem os concedidos para a compra de automóveis, por exemplo, foram responsáveis por 30,3% das queixas, sendo que nestes créditos há uma financeira que se destaca, de acordo com dados do supervisor.

O Volkswagen Bank recebeu um total de 1,77 queixas por cada mil contratos desta natureza, o que compara com uma média de 0,23 por cada mil destes contratos. Ficou à frente de outra financeira do setor automóvel, o RCI Banque, com 1,48 queixas, seguida da FCA, com 0,85 queixas.

A seguir aos créditos ao consumo, surgem as queixas associadas às contas de depósito, que durante muito tempo lideraram as reclamações dos clientes bancários. Estão, agora, em segundo lugar, com o Banco Atlântico Europa a ser o que mais queixas recebeu dos seus clientes nos primeiros seis meses de 2021.

O Atlântico Europa recebeu 0,43 queixas por cada mil contratos, sendo a média de 0,13 reclamações. O ActivoBank, que liderava as reclamações no final de 2020, passou para a segunda posição, com 0,35 queixas por cada mil contas, seguido do BBVA que aparece no último lugar do “pódio” com 0,32 queixas.

Por fim, surgem os empréstimos para a compra de casa. Nestes créditos, o Banco CTT volta a ser o mais reclamado, contabilizando o Banco de Portugal um total de 3,17 queixas por cada mil contratos. Este número compara negativamente com a média do sistema financeiro nacional que era, no final do semestre, de 0,58 queixas.

A seguir ao Banco CTT surgem o Montepio e o Banco BPI, com 0,75 e 0,74 queixas por mil contratos, respetivamente. Estes dois bancos trocaram de posições no “ranking”, com o Montepio a ascender à segunda posição, que pertencia ao BPI no final do ano passado.

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Menos queixas à banca, mas mais reclamações no crédito ao consumo

Primeiro semestre ficou marcado por uma quebra nas queixas dos clientes bancários, mas também por uma mudança no alvo das reclamações. Foco está no crédito ao consumo.

Depois de mais de 10 mil queixas na primeira metade do ano passado, até junho chegaram ao supervisor do sistema financeiro nacional um total de 9.646 reclamações de clientes bancários. Reduziu-se o número de queixas, mas aumentou a proporção daquelas em que os clientes tinham, efetivamente, razão. E as contas de depósito perderam a liderança das reclamações para os empréstimos ao consumo.

Segundo o Banco de Portugal, foram registadas 9.646 reclamações “contra instituições supervisionadas acerca de matérias sujeitas à sua supervisão”. “A média mensal de reclamações entradas caiu 1,9% quando comparada com a média mensal de 2020”, refere, explicando que esta redução “é, sobretudo, explicada pela quebra nas reclamações relacionadas com a implementação das moratórias de crédito adotadas no contexto da pandemia”.

Encolheram as queixas, mas aumentou aquelas em que os clientes tinham razão. Das “8.903 reclamações encerradas no primeiro semestre de 2021, não se observaram indícios de infração por parte da instituição reclamada em 59,8% dos casos (61,1% em 2020), enquanto em 40,2% dos casos se verificou a resolução da situação reclamada pela instituição, por sua iniciativa ou na sequência da atuação do Banco de Portugal (38,9% em 2020)”.

“Em resultado da análise realizada às reclamações encerradas neste período, o Banco de Portugal instaurou 54 processos de contraordenação a 21 instituições, envolvendo 230 reclamações, e emitiu 17 determinações específicas a sete instituições”, salienta o supervisor, liderado por Mário Centeno, no Relatório de Supervisão Comportamental.

Depósitos perdem o lugar cimeiro do pódio

Nos últimos tempos, o grosso destes milhares de reclamações recebidas pelo Banco de Portugal tinham como alvo as contas de depósito. Neste primeiro semestre, a mira dos clientes bancários mudou-se para os financiamentos ao consumo.

“As reclamações sobre crédito aos consumidores foram as mais frequentes no primeiro semestre de 2021, tendo o seu número relativo aumentado de 20, em 2020, para 23, no primeiro semestre de 2021, por cada 100 mil contratos de crédito aos consumidores”, diz o Banco de Portugal.

“Foram recebidas 2.916 reclamações sobre crédito aos consumidores no primeiro semestre, o que representa um aumento de 18,6% face à média mensal de reclamações entradas em 2020 sobre este produto de crédito”, diz o regulador. “Este aumento é sobretudo explicado pelo crescimento do número de reclamações sobre cartões de crédito, em particular sobre a cobrança de valores em dívida e sobre o reporte de informação à Central de Responsabilidades de Crédito”.

A seguir aos financiamentos ao consumo surgem então os depósitos bancários. “Foram o segundo produto com mais reclamações por parte dos clientes bancários, tendo o seu número relativo diminuído de 17, em 2020, para 14, no primeiro semestre de 2021, por cada 100 mil contratos de contas de depósito”.

“As reclamações sobre depósitos bancários diminuíram 15,7%”, diz o supervisor, explicando que “a generalidade das reclamações sobre depósitos bancários (91,4%) continuou a incidir sobre depósitos à ordem”.

Crédito para a casa fecha o pódio

Por fim, surgem as queixas por causa dos créditos para a compra de casa, que tal como aconteceu com os depósitos, também registou uma quebra no total de reclamações.

As reclamações sobre crédito à habitação e hipotecário, o terceiro produto com maior número de reclamações no primeiro semestre de 2021, diminuíram de 59 para 58 reclamações por 100 mil contratos de crédito”, lê-se no Relatório de Supervisão Comportamental.

“O número de reclamações sobre crédito à habitação e hipotecário diminuiu 4,1%, face à média mensal de 2020, tendo sido recebido um total de 1.181 reclamações no primeiro semestre de 2021. Esta redução deve-se maioritariamente à diminuição das reclamações sobre a moratória pública. Apesar desta diminuição, a moratória pública continuou a ser a matéria mais reclamada neste produto de crédito”, remata.

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Banco de Portugal recebeu quase 400 queixas por causa das moratórias

Atraso ou recusa na aplicação das moratórias ou cobrança de prestações durante a moratória foram alguns dos motivos que levaram os clientes a queixarem-se da atuação dos bancos junto do supervisor.

O Banco de Portugal recebeu 388 reclamações de clientes bancários sobre medidas de mitigação do impacto da pandemia no primeiro semestre do ano, relacionadas na sua grande maioria com a aplicação das moratórias de crédito. Ainda assim, as queixas sobre matérias Covid-19 representaram apenas 3% das reclamações recebidas pelo supervisor na primeira metade do ano.

Em concreto, mais de 90% das reclamações sobre matérias Covid-19 deveram-se às moratórias públicas (65%) e privadas (29%), sendo que também houve um pequeno conjunto de clientes a reclamar junto do regulador por causa linhas de crédito às empresas com garantia pública (3%), detalha o Relatório de Supervisão Comportamental, divulgado esta quarta-feira pelo Banco de Portugal.

Foram vários motivos que levaram as famílias e empresas a queixarem-se junto do supervisor em relação ao processamento das moratórias: não cumprimento do prazo de implementação da moratória por parte do banco, recusa de acesso à moratória ou atraso na sua implementação ou cobrança de prestações durante a moratória foram algumas das razões que estiveram na origem das reclamações.

Por outro lado, o Banco de Portugal revela que aplicou cinco contraordenações aos bancos entre janeiro e junho por incumprimento do dever de aplicação da moratória dentro do prazo (5 dias após a receção de todos os documentos) e por recusa da moratória apesar de o cliente preencher os requisitos legais.

No que diz respeito às linhas de crédito, as queixas deveram-se sobretudo ao excesso de burocracia para a apresentação de candidatura, a demora no tratamento dos pedidos e a recusa do crédito, nomeadamente com fundamento na análise de risco da operação.

Ainda no âmbito das medidas Covid-19, a instituição liderada por Mário Centeno adianta que foram encerradas 460 reclamações até final de julho, com a maioria (52%) dos casos resolvidos por não se ter observado indícios de infração por parte do banco reclamado. Os outros 48% de queixas resolveram-se por iniciativa do próprio banco ou na sequência da atuação do Banco de Portugal.

Ao todo, chegaram ao supervisor mais de 9.600 queixas na primeira metade do ano, uma redução de quase 2% face ao mesmo período do ano passado devido ao menor número de reclamações por causa da aplicação de moratórias.

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EDP livra-se de mais três chaminés poluentes. Central do Carregado entra na fase final de desmantelamento

  • Capital Verde
  • 29 Setembro 2021

A EDP vai dar início à demolição das três chaminés da central termoelétrica do Carregado. A operação vai ser realizada ao longo de dois meses, através de um sistema robótico.

Uma a uma, as enormes chaminés que no século XX se tornaram símbolo da produção de energia elétrica através de fontes fósseis e poluentes estão a desaparecer do mapa de Portugal. No ano passado, a EDP mandou abaixo, com recurso a explosivos, as duas chaminés com 200 metros de altura da central de Setúbal e agora é a vez de outras três chaminés serem demolidas, marcando assim a transição energética no país. Trata-se da central termoelétrica do Carregado, que entrou na fase final do seu desmantelamento.

Desativada já desde 2010, a central vai então vai perder as suas três icónicas chaminés, com cerca de 100 metros de altura e que serão demolidas por um robô controlado à distância.

O processo deverá durar cerca de dois meses e vai realizar-se com uma “tesoura multifunções” que, agarrada a um braço hidráulico de longo alcance, irá partir e deitar por terra, uma a uma, as três chaminés que durante 42 anos queimaram fuelóleo para produzir energia.

De acordo com a EDP, esta operação representa mais um passo na estratégia de descarbonização do grupo e segue-se a uma primeira fase em que o mesmo robô, suspenso numa grua a cerca de 110 metros de altura, já removeu os materiais no interior das chaminés ao longo dos últimos três meses e meio.

A manipulação deste mecanismo robótico é feita de forma totalmente remota, através de uma câmara colocada no topo da grua, que permite monitorizar todos os seus movimentos. “Esta operação, além de reforçar a segurança dos trabalhadores e diminuir o impacto ambiental, também substituiu os tradicionais métodos com recurso a explosivos (como aconteceu no derrube das duas chaminés da central da EDP em Setúbal) ou intervenções mecânicas”, explica a elétrica.

Depois de concluída a demolição das três chaminés da antiga central do Carregado, está previsto que se avance com o derrube dos restantes edifícios e se faça a regularização do terreno, que será depois avaliado para ver o estado do solo.

O fim da Central do Carregado surgiu num contexto em que a produção de eletricidade já começava a depender cada vez mais de fontes de energia renovável e se procuravam alternativas mais sustentáveis. Com isto, a EDP pretende cumprir os seus objetivos de sustentabilidade, que consistem em abandonar a produção a carvão até 2025, reduzir as emissões específicas de CO2 em 98% e em ser totalmente verde até 2030.

Os materiais que resultarem destes trabalhos de desmantelamento da central, desde os metais aos plásticos, entre outros, terão a reciclagem como destino, à semelhança do que tem sido feito em anteriores operações.

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