BCE já é dono de quase metade da dívida portuguesa

  • ECO
  • 8 Agosto 2021

As aquisições de obrigações e bilhetes do Tesouro dispararam após a pandemia. Banco Central Europeu e Banco de Portugal já serão donos de 46% da dívida pública, segundo cálculos do jornal Público.

O impacto orçamental da pandemia fez disparar as necessidades de financiamento do Estado e as emissões de títulos de dívida no mercado. Mesmo assim, os juros de Portugal não subiram porque o BCE, através do Banco de Portugal, comprou mais do dobro do que foi emitido, segundo noticia o Público (acesso pago).

Entre Março de 2020 e o final de julho deste ano, as compras líquidas de títulos de dívida pública realizadas pelo Banco de Portugal atingiram 33,26 mil milhões de euros. Uma soma que é mais do dobro das emissões líquidas realizadas pelo Estado português no mesmo período.

De acordo com os cálculos feitos pelo jornal, com base em informação do BCE e do Tesouro português, o Banco de Portugal e o BCE serão detentores de 46,1% das obrigações e bilhetes do Tesouro emitidos pelo país. Em fevereiro de 2020 essa percentagem era de 28,1%. Considerando o valor investido em certificados do Tesouro e a dívida aos credores oficiais da União Europeia o peso no final de julho seria de 27,2%.

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Pandemia ajuda partidos a equilibrar contas. Só Bloco continua com “prejuízos”

Todos os partidos, à exceção do Bloco, conseguiram ter um resultado positivo em 2020, com a pandemia a permitir maior contenção de custos.

2020 foi um ano atípico para a política com congressos adiados e muito menos ações presenciais por causa da pandemia. Essa circunstância levou a uma melhoria das contas dos partidos com representação parlamentar, com quase todos, exceto o Bloco, a registar “lucro” no resultado operacional do ano passado. A angariação de fundos, porém, registou uma queda significativa, principalmente no PCP. O PSD continua a ser o partido com melhor saúde financeira e o PS com a pior, sendo notório avanço nos capitais próprios dos partidos pequenos.

Há várias formas de olhar para a situação financeira dos partidos, mas entre as variáveis observadas destacam-se os capitais próprios, ou seja, a situação líquida — a medida mais direta da saúde da empresa em determinado momento. Genericamente, esta corresponde à diferença entre os ativos e o passivo, neste caso dos partidos. Nesta ótica, o PSD está no topo com 20,8 milhões de capitais próprios, o que compara com a situação do PS de 3,3 milhões de euros de capitais próprios negativos.

Nível de capitais próprios (ativos – passivos) dos partidos com assento parlamentar

Fonte: Relatórios de contas dos partidos entregues à Entidade das Contas e Financiamentos Políticos (ECFP).

Segue-se o PCP com 17 milhões de euros e o BE com 2,4 milhões de euros, em contraste com o CDS que tem capitais próprios negativos de 212 mil euros (ainda assim, uma melhoria significativa face a 2019).

Há ainda o PAN com 368 mil euros, o PEV com 258 mil euros, a Iniciativa Liberal com 132 mil euros e o Chega com 90 mil euros — ressalve-se que o Livre não se encontra nesta análise uma vez que a deputada eleita desvinculou-se do partido. Mas há mais para analisar além da situação global acumulada de cada partido.

Focando apenas em 2020, qual foi o partido com melhor desempenho? Também nesta ótica o PSD mantém-se como o partido com as contas mais equilibradas ao registar um “lucro” de 854 mil euros em 2020. Segue-se o PS com um resultado positivo de 365 mil euros no ano passado, apesar de ter a saúde financeira acumulada pior entre os partidos, e o PCP com 351 mil euros.

O CDS registou um lucro de 244 mil euros e, apesar de continuar em “falência técnica”, registou uma melhoria significativa da sua situação desde que Francisco Rodrigues dos Santos assumiu a liderança no início de 2020. Isto apesar de o partido estar a descer drasticamente nas sondagens e a registar saídas de peso.

Segue-se o PAN com um resultado positivo de 130,7 mil euros, a Iniciativa Liberal com 100 mil euros, o PEV com 99 mil euros e o Chega com 52 mil euros. O único partido com um “prejuízo” foi o Bloco com um saldo negativo de 142 mil euros.

A maioria dos partidos viram as receitas com quotas aumentar, principalmente o PSD cuja receita total de quotas superou um milhão de euros, acima da receita do PS (977 mil euros). De notar também a subida das quotas nos partidos mais pequenos, principalmente a IL (65 mil euros), o dobro do ano passado, e o Chega (258 mil euros), dezasseis vezes o que tinha recebido no ano anterior.

No caso da angariação de fundos, houve uma redução significativa, mas mais acentuada no PCP porque este também é o partido que mais recorre a este tipo de financiamento: esta receita dos comunistas baixou dos 2,4 milhões de euros em 2019 para os 918 mil euros em 2020, o que também deverá ser explicado pela pandemia.

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Salgado quer restituir 10,7 milhões do GES para livrar-se do processo Marquês

  • ECO
  • 8 Agosto 2021

Ricardo Salgado dirigiu um requerimento ao juiz Carlos Alexandre para reaver cauções. Quer restituir 10,7 milhões do BES para tentar pôr fim ao julgamento da Operação Marquês, noticia o CM.

Ricardo Salgado quer pagar os 10,7 milhões de euros que alegadamente desviou do Grupo Espírito Santo (GES) para tentar livrar-se do julgamento por três crimes de abuso de confiança no âmbito da Operação Marquês, avança este domingo o Correio da Manhã (acesso pago).

Segundo aquele diário, o ex-presidente do BES dirigiu um requerimento ao juiz Carlos Alexandre para a revogação das cauções que prestou, em 2015, no âmbito dos processos Monte Branco e Universo Espírito Santo, de 1,5 milhões de euros cada. Ricardo Salgado pretende ainda utilizar o património arrestado pela Justiça: a pensão (1,5 milhões de euros), as contas bancárias na Suíça, (8,5 milhões de euros) e os bens móveis (726 mil euros).

O antigo banqueiro alega que já não subsistem os perigos — fuga e perturbação do inquérito — que justificaram as cauções e sublinha que “jamais se furtou a qualquer diligência judicial.” De acordo com o Correio da Manhã, o juiz Carlos Alexandre só irá apreciar o requerimento após as férias judiciais, em setembro. Mesmo que consiga restituir os 10,7 milhões, a decisão final caberá aos juízes da Operação Marquês.

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Salgado quer restituir 10,7 milhões do GES para se livrar do processo Marquês

  • ECO
  • 8 Agosto 2021

O antigo líder do BES pretende restituir os 10,7 milhões que é acusado de ter desviado do Grupo Espírito Santo (GES), para tentar assim livrar-se do julgamento de três crimes de abuso de confiança no âmbito da Operação Marquês, noticia este domingo o Correio da Manhã (acesso pago).

Segundo aquele diário, Ricardo Salgado dirigiu um requerimento ao juiz Carlos Alexandre a pedir a revogação das cauções que prestou em 2015 no âmbito dos processos Monte Branco e Universo Espírito Santo, de 1,5 milhões cada. Para chegar à soma necessária, pretende ainda utilizar o valor arrestado na Justiça na pensão (1,5 milhões de euros), nas contas bancárias na Suíça, (8,5 milhões de euros) e nos bens móveis (726 mil euros) .

O ex-presidente do BES alega que já não subsistem os perigos — fuga e perturbação do inquérito — que justificaram aquelas cauções e que “jamais se furtou a qualquer diligência judicial”. Ainda segundo o Correio da Manhã, o juiz Carlos Alexandre só vai decidir sobre o requerimento em setembro, após as férias judiciais. Mesmo que consiga restituir o valor ao GES, a decisão final caberá aos juízes da Operação Marquês.

Recorde-se que o Ministério Pública acusa Salgado de ter desviado 10,7 milhões do GES através de várias transferências da Espírito Santo Enterprises, dinheiro que alegadamente terá ido parar a contas do próprio presidente do BES, de Hélder Batáglia, Carlos Santos Silva (o amigo de José Sócrates) e Henrique Granadeiro.

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Vai de férias? Estas apps não podem faltar no seu telemóvel

  • Joana Abrantes Gomes
  • 7 Agosto 2021

Vai de férias e precisa de ajuda para preparar a mala, escolher a melhor praia e encontrar o livro ou podcast ideal? A solução pode estar nas apps que o ECO reuniu neste artigo.

Agosto é, por excelência, o mês de férias para muitos portugueses. E há que preparar tudo para melhor usufruir de uns dias de descanso, seja lá fora ou cá dentro. Para isso, o ECO reuniu um conjunto de aplicações que pode querer instalar no seu smartphone, e que lhe podem ser muito úteis: desde ajudar na preparação da mala ou a encontrar a leitura de verão ideal, a guiar a viagem sem se perder ou a usufruir das melhores praias e de Wi-Fi sem pagar.

Waze

Esta “rede social da estrada” tem-se tornado indispensável até para usar no dia-a-dia, pois funciona com recurso ao GPS, apresentando mapas, o trânsito e outros avisos em tempo real. Ou seja, vai alertando os utilizadores para os imprevistos da estrada, graças às partilhas de outros utilizadores que já passaram pelo local, e permite até saber quais os postos de abastecimento que praticam os preços mais competitivos.

A app é grátis e está disponível para iOS e Android.

Info Praia

Se férias, para si, são significado de “o que é nacional é bom”, esta app desenvolvida pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) vai ajudá-lo na hora de escolher uma praia portuguesa. A Info Praia disponibiliza informação atualizada, durante a época balnear, sobre a qualidade das águas balneares costeiras, de transição ou interiores de Portugal Continental e das ilhas da Madeira e dos Açores, bem como do estado de ocupação da praia, fundamental em altura de pandemia.

A app é grátis e está disponível para iOS e Android.

PackPoint

É daquelas pessoas que, na hora de fazer a mala, nunca sabe que roupa levar? Ou esquece-se sempre de levar alguma coisa? Esta app pode ajudar: basta indicar dados da viagem, como o destino, o dia de chegada e a quantidade de dias, o propósito da ida, e até se deseja praticar desportos ou outras atividades. O PackPoint sugere depois os itens a levar, inclusive a quantidade, com base na previsão do tempo para o local.

A app é grátis e está disponível para iOS e Android.

Goodreads

Férias significam, muitas vezes, colocar em dia a leitura que não se conseguiu fazer durante o ano de trabalho. A Goodreads ajuda a escolher que livro ler através das recomendações de outros utilizadores, permitindo também classificar as suas leituras e escrever as suas próprias recomendações.

A app é grátis e está disponível para iOS e Android.

Castbox

Se prefere ouvir em vez de ler, esta app de podcasts não pode faltar no seu smartphone durante as férias. A Castbox oferece reprodução contínua com listas de reprodução personalizadas, capacidade de fazer download de episódios para ouvir offline e opções de assinatura através de um único toque.

A app é grátis e está disponível para iOS e Android.

Citymapper

Para quem prefere usar os transportes públicos quando viaja, a Citymapper tem um serviço de mapeamento que exibe opções de transporte, geralmente com cronometragem ao vivo, entre quaisquer dois locais de uma cidade com suporte. Ainda que o Google Maps seja a opção preterida neste contexto, a Citymapper é uma boa escolha para quem visita grandes cidades.

A app é grátis e está disponível para iOS e Android.

WiFi Magic

Usar o smartphone fora de casa pode significar grandes consumos de dados móveis, normalmente limitados. Porém, esta app dá uma ajuda e mostra as senhas de redes Wi-Fi públicas localizadas, por exemplo, em restaurantes, hotéis, bares e cafés, etc. Funciona como uma rede contributiva, em que os próprios utilizadores colocam as palavras passe pela primeira vez e toda a comunidade da WiFi Magic tem acesso às mesmas. Nota para o facto de a app não aceder às suas senhas pessoais nem do seu router.

A app é grátis e está disponível para iOS e Android.

Happy Cow

Se é vegan ou vegetariano, a Happy Cow é o guia ideal para encontrar restaurantes no seu local de férias para este tipo de alimentação. Os próprios utilizadores da app podem avaliar os restaurantes que visitam. A Veond, uma app vegan portuguesa, também serve o mesmo propósito, mas garante ainda descontos, experiências, produtos, ofertas last-minute, receitas e conteúdos para uma vida mais amiga dos animais e do planeta.

Ambas as aplicações são grátis, mas enquanto a Happy Cow estão disponível para iOS e Android, a Veond está disponível apenas em iOS.

TripAdvisor

Esta app já é bem conhecida pelo mundo fora, mas é sempre uma ótima escolha na hora de encontrar informação e opiniões sobre tudo o que é conteúdo relacionado ao turismo: desde voos, hotéis e restaurantes a atividades locais, cruzeiros e até aluguer de automóveis.

A app é grátis e está disponível para iOS e Android.

Adobe Lightroom

Se é daquelas pessoas que não dispensa ter um “álbum” de fotografias para mais tarde recordar as férias, esta app é um bom editor de fotos. O Adobe Lightroom permite uma edição rápida, organização e armazenamento de fotos e até partilha entre dispositivos.

A app é grátis e está disponível para iOS e Android.

SNS 24

A app SNS 24 é fundamental durante este verão, pois a partir dela pode consultar e guardar o Certificado Digital Covid-19 da União Europeia, indispensável para aceder ao interior de inúmeros estabelecimentos, desde restaurantes a hotéis. No entanto, também disponibiliza acesso a serviços como marcar uma teleconsulta no médico de família, pedir medicação habitual ou consultar o boletim de vacinas.

A app é grátis e está disponível para iOS e Android.

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Sorteio da Amazon oferece carros, férias e 500 mil dólares a trabalhadores vacinados

  • ECO
  • 7 Agosto 2021

Os incentivos financeiros têm sido comuns nos EUA para levar os mais reticentes a levarem a vacina da covid-19. A tecnológica americana eleva a fasquia num sorteio aos trabalhadores.

A Amazon.com Inc vai sortear prémios em dinheiro até 500 mil dólares, carros e viagens de férias aos trabalhadores da linha da frente — que trabalham nos armazéms e lojas de retalho alimentar — que comprovem ter a tomado a vacina, noticia a Bloomberg (acesso condicionado).

Com a Max Your Vax, a tecnológica espera convencer parte dos cerca de 1,3 milhões de colaboradores que ainda não foram imunizados a tomarem a vacina. O anúncio foi feito aos trabalhadores acompanhado da informação de que a partir de segunda-feira regressa a obrigatoriedade de utilização de máscaras dentro das instalações logísticas.

A Amazon já tinha oferecido 80 dólares a cada colaborador com vacina. Agora, para convencer os mais céticos, avança com um concurso onde oferece 18 prémios, num valor global de 2 milhões de dólares: dois prémios de 500 mil dólares, seis de 100 mil, cinco automóveis e cinco pacotes de férias.

Os EUA, que iniciaram a campanha maciça de vacinação mais cedo do que a Europa, atingiram na sexta-feira a marca de 50% da população totalmente vacinada, de acordo com os dados dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças. Segundo cálculos da NBC, o número de novos casos de Covid-19 cresceu 142% nas últimas duas semanas, acompanhando a disseminação da variante Delta.

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Depois de um hospital em 10 dias, chineses constroem prédio em 29 horas

Broad Group construiu um prédio de 10 andares em Changsha, na China, em exatamente 28 horas e 45 minutos. Edifício está pronto a ser habitado.

Depois do tão falado hospital construído em 10 dias, a China volta a dar que falar ao construir um prédio de 10 andares em menos de 29 horas. Para o processo de construção foram usados módulos de andares pré-fabricados, que foram sobrepostos uns sobre os outros com a ajuda de uma grua. Apesar deste tempo recorde, os promotores avisam que não há perigo de desabamento.

Foram precisas apenas 28 horas e 45 minutos para o Broad Group construir na província de Changsha, na China, um prédio feito a partir de módulos pré-fabricados — contentores — com 12,19 metros de comprimento por 2,44 metros de largura

Os módulos foram transportados até ao local com todos os acabamentos elétricos e internos já completos. “A instalação é extremamente simples e feita no local: basta apertar os parafusos e ligar a água e a eletricidade. Até dez andares podem ser construídos num dia”, diz o Broad Group. De acordo com a promotora, este é o “período de construção mais curto do mundo” para uma obra desta dimensão.

O Broad Group é especialista neste tipo de construções, afirmando que também pode ser utilizado em obras de prédios públicos ou arranha-céus. “É perfeitamente adequado para residências de luxo, arranha-céus de 200 andares e vários edifícios públicos e residenciais”, refere.

A empresa chinesa é fabricante de unidades de ar condicionado, mas expandiu-se para a construção modular. Em 2012, revelou planos para construir um arranha-céu de 220 andares, que seria o edifício mais alto do mundo, a partir de componentes modulares em apenas sete meses. No entanto, a construção parou logo após o início, devido a receios de segurança e falta de aprovação do Governo.

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Contas da Berkshire Hathaway põem Buffett de novo a sorrir

  • ECO
  • 7 Agosto 2021

Os resultados líquidos da Berkshire Hathaway cresceram 7% no segundo trimestre, com a maioria dos negócios a registarem uma evolução positiva. O grupo já aplicou 12,6 mil milhões na recompra de ações.

Os lucros da Berkshire Hathaway cresceram 7% no segundo trimestre para 28,1 mil milhões de dólares, face ao mesmo período do ano passado, com quase todos os negócios a melhorarem os resultados operacionais. A holding, liderada por Warren Buffett desde 1965, revelou ainda que aplicou mais 6 mil milhões na recompra de ações entre abril e junho, elevando para 12,6 mil milhões a soma despendida desde o início do ano.

Os resultados operacionais, que excluem o efeito da valorização das participações acionistas, melhoraram 21% para 6,7 mil milhões. Quase todos os negócios cresceram em relação ao período homólogo, embora o negócio segurador continue bastante aquém do ano anterior.

A contribuição da subscrição de seguros para o resultado operacional caiu 53%, bem como a da carteira de investimento do setor. Já os negócios de caminhos de ferro, utilities e energia cresceram 28% para 2,26 mil milhões. Nas restantes atividades da holding a tendência é ainda mais expressiva, saltando de 1,45 mil milhões para 3 mil milhões.

A BNSF Railroad, a empresa de jatos de luxo NetJets e a Berkshire Hathaway Automotive, uma das maiores retalhistas do setor automóvel dos EUA, destacaram-se nas contas do segundo trimestre.

Contabilizando todo o semestre, os resultados líquidos foram de 39,8 mil milhões de dólares, contra um prejuízo de 23,5 mil milhões nos primeiros seis meses de 2020. A Berkshire Hathaway tinha, no final de junho, 144 mil milhões de dólares em cash no balanço, menos 1,4 mil milhões que um ano antes.

A empresa acompanha assim a tendência de melhoria dos resultados das empresas dos EUA, à boleia da retoma. Os lucros das empresas do S&P500 crescem 93% no segundo trimestre, face ao mesmo período do ano passado, de acordo com dados da Refinitiv, citados pelo Financial Times.

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Um quarto dos bebés nascidos no Algarve são filhos de mãe estrangeira

  • Lusa
  • 7 Agosto 2021

Tendência já é antiga na região sul, segundo o Centro Hospitalar Universitário do Algarve, mas Índia, Nepal e Paquistão estão a ganhar maior peso. A maioria dos bebés são de mães brasileiras.

Um quarto dos bebés nascidos no Algarve são filhos de mães estrangeiras, na sua maioria do Brasil, mas também de países como a Índia, Nepal e Paquistão, disse à Lusa fonte do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA).

“Nós temos um historial no Algarve, que já vem desde há longa data, em que, percentualmente, cerca de 25% dos partos são de mulheres estrangeiras, o que é muito representativo”, afirmou Fernando Guerreiro, responsável pelo departamento de Ginecologia, Obstetrícia e Reprodução do CHUA.

Segundo dados da PORDATA analisados pela agência Lusa, enquanto os nascimentos em Portugal diminuíram 25,1% nas últimas duas décadas, com todas as outras regiões a acompanharem essa tendência, o Algarve aumentou 3,8%, sendo a única a aumentar o número de bebés, de 4.164 em 2001 para 4.323 em 2020 (3,8%).

Nas três maternidades da região – nos hospitais públicos de Faro e Portimão e num hospital privado, em Faro -, nascem por ano, aproximadamente, 4.500 bebés, um quarto dos quais de mãe estrangeira e, dentro deste grupo, cerca de 30% filhos de mães de nacionalidade brasileira.

“Em primeiro lugar continua a estar a nacionalidade brasileira, mas enquanto há uns anos tínhamos Roménia, Ucrânia e Moldávia, com cerca de 8 a 9%, verificamos, agora, um decréscimo ligeiro nessas nacionalidades e um aumento, sobretudo, da Índia, Nepal e Paquistão”, explicou Fernando Guerreiro.

Segundo o diretor do serviço de Ginecologia e Obstetrícia do hospital de Portimão, o aumento de nascimentos entre estas comunidades asiáticas explica-se pelo facto de se tratar de “uma população jovem, já com um peso significativo na região” e que ali encontrou “condições para procriar” e constituir família.

“Na sua maioria, esta população trabalha fundamentalmente na agricultura, nas ditas estufas”, sobretudo nos concelhos do barlavento (oeste) algarvio, embora também vão nascer a Portimão muitos bebés de mães estrangeiras residentes no concelho de Odemira, em Beja, onde se concentram boa parte das grandes explorações agrícolas a sul do país.

Segundo aquele responsável, Portimão recebe muitas grávidas da zona de Odemira, “que teoricamente deveriam parir em Beja”, mas que recorrem à unidade de Portimão “porque as vias de comunicação e o acesso são mais rápidos”, procura que se reflete também nas consultas de Interrupção Voluntária da Gravidez, assim como noutras especialidades.

Na unidade de Portimão (barlavento), 10% dos nascimentos são de mães que residem em Aljezur, Vila do Bispo e Odemira e, na unidade de Faro (sotavento), Vila Real de Santo António e Castro Marim representam igualmente 10% dos nascimentos, quantificou Fernando Guerreiro.

De acordo com a distribuição geográfica dos nascimentos registados na região nas últimas duas décadas, Aljezur é o concelho com o maior aumento, passando de 31 nascimentos em 2001 para 57 em 2020 (mais 83,8%), seguido de Vila do Bispo (mais 58,0%), Silves (mais 36,0%) e Albufeira (mais 16,5%).

Presidente da Câmara de Aljezur fala em “mudança de paradigma”

Em declarações à Lusa, o presidente da Câmara de Aljezur, José Gonçalves, considerou que o aumento de nascimentos no concelho, que é também acompanhado de uma subida nos residentes, segundo dados preliminares dos Censos2021, são sinal de “uma mudança de paradigma”, que leva as populações e jovens casais a procurar qualidade de vida em zonas de baixa densidade.

“Registamos com agrado este aumento dos nascimentos, que é sinal de que o paradigma está a mudar, acima de tudo porque hoje procura-se qualidade de vida e muitas vezes consegue-se essa qualidade nas zonas mais recatadas, de baixa densidade, e a pandemia veio potenciar esta questão.

Segundo o autarca, há “jovens casais que se estão a fixar em Aljezur, muitos estrangeiros, mas também alguns portugueses”, que escolheram aquele território do noroeste algarvio para “criar o seu próprio negócio e se estabelecerem”.

José Gonçalves atribuiu a fixação de jovens casais no concelho do distrito de Faro a atividades como a agricultura ou o ‘surf’, ambas com uma expressão significativa na zona, mas também às políticas de incentivo para atrair de jovens a Aljezur.

“Este tipo de incentivos, que têm tido nos últimos anos mais expressão, cativa os jovens casais”, considerou o autarca, dando como exemplos a aquisição de lotes a custos controlados para autoconstrução ou a disponibilização gratuita de manuais escolares em todos os níveis de ensino.

Entre as pessoas que se fixam no concelho estão as que “fugiram da grande cidade à procura de melhor qualidade de vida”, jovens que “saíram para estudar e trabalhar e estão a regressar”, mas também “quadros de empresas ligadas à agricultura” ou “nómadas do trabalho”, que com a pandemia e o teletrabalho procuram locais afastados das grandes cidades para se estabelecerem.

Contudo, avisou o autarca, há também “desafios” que surgem com este aumento populacional, como os preços das casas para arrendamento ou a falta de trabalhadores em áreas como a restauração, hotelaria ou construção civil.

“Temos de procurar soluções de casas com rendas a preços acessíveis para poder fixar todo um conjunto de pessoas de várias áreas, porque há uma dificuldade grande de conseguir gente para trabalhar”, concluiu.

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34 títulos, 672 golos e… muitos milhões de euros. Assim é Lionel Messi em números

Passados mais de 20 anos, o internacional argentino está de saída do Barcelona. Na história, ficam os títulos conquistados, os golos marcados e os muitos milhões movimentados.

Decorria o ano 2000, quando aterrava em La Masia, a célebre escola de formação do FC Barcelona, um atleta franzino e com um sotaque argentino que inesperadamente iria acabar por mudar o futebol “blaugrana” para sempre. O seu nome era Lionel “El Pulga” Messi. Passados mais 20 anos e muitas glórias, o jogador de 34 anos está oficialmente de saída do emblema catalão.

“Apesar de ter sido encontrado um acordo entre o FC Barcelona e Leo Messi (…), este não poderá ser formalizado devido a obstáculos económicos e estruturais (regulamentos da Liga espanhola). Devido a esta situação, Lionel Messi não continuará ligado ao FC Barcelona”, foi assim que o clube revelou ao mundo que o seu melhor ativo iria abandonar a família “culé”.

Enquanto se aguardam notícias sobre o futuro de um dos melhores jogadores da história do desporto rei, é tempo de relembrar os recordes e números de “El Pulga”.

20 anos de carreira: um clube, uma paixão

Numa era em que o futebol é cada vez mais global, nos dias de hoje é raro um futebolista permanecer num só clube durante tantos anos, mas Lionel Messi tinha até então sido uma das poucas exceções.

Com mais de 20 anos a representar as cores do emblema catalão, o astro argentino esteve perto de se juntar a nomes emblemáticos como Francesco Totti (AS Roma), Ryan Giggs (Manchester United) ou até Carles Puyol (Barcelona) que ficaram na história do desporto rei como jogadores de um só clube. Porém, os “deuses do futebol” decidiram mudar o rumo da sua carreira desportiva.

778 jogos e 672 golos no Barcelona

Nas duas décadas que passou na equipa principal, o futebolista disputou 778 jogos e marcou um total de 672 golos, sendo atualmente o jogador que mais vezes atuou pelo Barcelona, superando assim o seu antigo colega de equipa Xavi Hernández. O avançado sul-americano também entrou para a história como o atleta que mais remates certeiros tem ao serviço de uma única equipa, ultrapassando os expressivos números de Pelé no Santos (467 tentos).

34 troféus conquistados e seis Bolas de Ouro

Os números de Messi no Barcelona não são expressivos apenas em jogos e em golos, a carreira do craque argentino também está repleta de títulos coletivos e prémios individuais. Aliás, o camisola 10 é o atleta da história do emblema “culé” que mais troféus conquistou. No total foram 34, como pode ver na imagem abaixo.

Com 60 títulos individuais no seu palmarés, as seis Bolas de Ouro são os seus prémios de maior relevo, não só pela importância que têm na esfera futebolística mas também por ter sido o primeiro atleta de sempre a acumular tantas. Em segundo lugar, surge Cristiano Ronaldo com cinco Bolas de Ouro conquistadas.

Último contrato recheado em mais de 555 milhões de euros

O último vínculo contratual entre Lionel Messi e FC Barcelona foi tornado público em janeiro passado através do El Mundo, em que a publicação espanhola revelou na altura que o atleta recebeu um valor astronómico de 555.237.619 euros brutos por quatro temporadas. Neste valor estão incluídos salários, direitos de imagem, prémios por objetivos e outras variáveis desconhecidas publicamente.

Se analisarmos estes montantes, o internacional argentino recebeu por temporada cerca de 139 milhões de euros por temporada, ou seja, 11,6 milhões por mês. Valores que serão muito difíceis de igualar no futuro por parte dos clubes.

Cláusula de rescisão capaz de comprar clubes de topo

Para além dos mais de 555 milhões de euros, o passe de Lionel Messi estava protegido por uma irrisória cláusula de rescisão de 700 milhões de euros. Para ter uma ideia, de acordo com dados do Transfermarket, com estes 700 milhões é possível comprar clubes de top mundial, como o Arsenal (600 milhões), Borussia Dortmund (582 milhões) ou até mesmo o AC Milan (380 milhões).

Por fim, Lionel Messi será um jogador que ficará eternizado em Camp Nou, não só pelo seu extraordinário talento para o futebol mas por todo o legado que deixou no Barcelona. Agarrando na mítica expressão “blaugrana” e adaptando-a a Messi, podemos dizer que o número 10 será sempre “més que un jugador” para a massa associativa “culé”.

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Menos de metade dos jovens com 16 e 17 anos agendaram vacinação contra a Covid-19

O autoagendamento da vacinação contra a Covid-19 para os jovens desta faixa etária só estava disponível até sexta-feira. Cerca de 101.900 fizeram a marcação, avança a task force.

Cerca de 101.900 jovens de 16 e 17 anos propuseran o autoagendamento da sua vacinação contra a Covid-19 até às 23h59 desta sexta-feira, indicou a task force. Em causa está um universo total de cerca de 212 mil jovens.

Desde terça-feira que o auto agendamento está disponível para os jovens da referida faixa etária, tendo, em paralelo, a entidade liderada por Henrique Gouveia e Melo decidido suspender temporariamente a possibilidade de marcação da vacina para os demais grupos etários, entretanto reativada. A partir deste sábado, os utentes com 18 anos e idades superiores voltam a poder fazer o autoagendamento da sua vacinação, ficando vedada, em contrapartida, essa possibilidade aos mais jovens.

Ou seja, o autoagendamento para os jovens de 16 e 17 anos terminou esta sexta-feira (a partir de sábado, já não conseguirão fazer marcações) e a task force indica que 101.900 calendarizaram a sua vacinação. Tendo em conta que o INE contabiliza este universo em 212 mil jovens, apenas 48% fez a marcação. A vacinação destes utentes irá decorrer no fim de semana de 14 e 15 de gosto.

Na sexta-feira, o coordenador da task force reconheceu que aquelas datas podem ser “inconvenientes” para quem está de férias, mas salientou que “não se está a pensar noutra janela de oportunidade“. Ainda assim, Gouveia e Melo admitiu que, se não for possível vacinar os 200 mil jovens elegíveis, terá de ser encontrar “outra estratégia”, nomeadamente “contacta-los através das bases de dados”.

De acordo com o Ministério da Saúde, Portugal atingiu, na sexta-feira, a meta de ter 70% da população vacinada com, pelo menos, uma dose da vacina.

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“Uber das lavandarias” cresceu com a pandemia. Nasceu em Lisboa e agora chega ao Porto

  • Carolina Bento
  • 7 Agosto 2021

Dona Rosa nasceu com a pandemia. Tem crescido para os concelhos à volta de Lisboa, mas agora quer expandir-se para o Porto. Mais tarde, quer entregar roupa lavada além fronteiras.

A Dona Rosa podia ser sua avó, tia, ou a vizinha simpática que lhe dá as melhores dicas sobre como tirar nódoas complicadas da roupa. Podia ser todas essas coisas mas, neste caso, a Dona Rosa é a alcunha que Tomás Noronha deu ao amigo Rodrigo Ruiz, quando ambos eram adolescentes. Anos depois, ambos ressuscitaram a velha alcunha para dar nome ao projeto que estavam a formar: a app Dona Rosa, de entrega e recolha de roupa para lavandaria, engomadoria e limpeza a seco que, agora, planeia expandir-se para o Porto.

Já lhe chamam o “uber das lavandarias”. A ideia surgiu em 2019, numa conversa entre amigos, com o objetivo de “melhorar um setor que estava bastante imutável” como o das lavandarias, “que nunca foram evoluindo muito tecnologicamente”, afirmam os criadores da startup, em entrevista ao ECO. “Um dia, um amigo nosso disse que a forma como as lavandarias faziam as entregas e recolhas [de roupa ao domicílio] não era compatível com a maior parte dos horários das pessoas porque só faziam entregas um dia por semana até às 19h00 e, quem chegasse mais tarde, só na semana seguinte tinha direito a que a lavandaria voltasse a passar lá”, explica Tomás Noronha.

Assim nasceu a ideia de negócio: uma aplicação que permite aos clientes encomendarem o serviço que desejam e agendarem o dia e hora para a entrega e recolha da roupa ao domicílio. Após algum tempo de ponderação sobre o nome da app, Dona Rosa pareceu o ideal: “Tem uma história por de trás, é um nome tradicionalmente português e que transmite também cheiro e limpeza”, diz Rodrigo Ruiz.

Entrega de roupa da ‘Dona Rosa’Dona Rosa 04 Agosto, 2021

O serviço existe desde janeiro de 2020 e funciona das 16h00 à meia-noite, tentando ser “compatível com as horas de trabalho das pessoas” que trabalham até mais tarde e, “na verdade, eventualmente serão aqueles que terão menos tempo para cuidar da própria roupa”, refere Tomás. O valor mínimo para recolha é de 20 euros, mas, segundo a empresa, o valor médio por encomenda ronda os 36 euros. O ECO questionou a empresa sobre os valores de faturação e resultado líquido de 2020, mas a startup tem por política não revelar esses números.

Agendada a recolha da roupa e escolhido o serviço pretendido, a Dona Rosa entrega-a a lavandarias locais, numa lógica de outsourcing do serviço. “Ou entramos em contacto com lavandarias para saberem se estão interessadas ou então as próprias lavandarias é que entram em contacto connosco. Todos os meses recebemos pedidos de lavandarias que gostavam de fazer parceria”, explica Tomás. Para trabalhar com as lavandarias, a empresa apresenta o preçário e exige requisitos de controlo de qualidade, como a filmagem de todas as peças de cada cliente, para que nada se perca e tudo seja localizado. Quando a encomenda estiver pronta, o cliente agenda a entrega. E pode até acompanhar o percurso da sua roupa a partir da aplicação.

De Lisboa para o Porto. Depois, para o resto do mundo

Inicialmente, a Dona Rosa só funcionava em Lisboa, do Parque das Nações até Belém e Restelo. Hoje, já se encontra em Lisboa, Cascais, Oeiras, Amadora, Odivelas, Loures, Almada e Sintra. Os criadores da startup querem expandir para zona Norte, principalmente para o Porto, no último trimestre deste ano.

“A nossa expansão para o Porto vai requerer que nós façamos a gestão à distância e tenhamos uma equipa local. Queremos fazer parcerias e temos muitas lavandarias do Porto a entrar em contacto connosco e queremos ver quais é que são as melhores opções para expandirmos para lá”, explica Rodrigo. Além do Porto, a aplicação já tem “vários registos” de moradores em Coimbra, Braga, Leiria e Évora. “É muito importante para nós que as pessoas se registem na aplicação para sabermos quais os códigos postais que devemos abranger a seguir”, explica Rodrigo.

App da Dona RosaDona Rosa 04 Agosto, 2021

A equipa, composta por oito elementos incluindo os criadores, não descarta a hipótese de expandir a app além fronteiras. “Esta expansão para o Porto é uma pequena escala daquilo que queremos fazer a nível internacional”, explica Tomás, “o modelo que vamos fazer no Porto terá de ser aplicado por vários países ou várias cidades fora de Portugal”.

Esta ambição tomou ainda mais forma quando a startup foi uma das escolhidas para estar presente na WebSummit, em 2020. Os criadores concordam que esta experiência foi “ótima” e permitiu que aprendessem “quais são os passos que uma empresa nacional deve ter em conta quando quer escalar para o mercado internacional”. “Muitos dos contactos que fizemos acabaram por nos dizer que o nosso negócio era muito interessante, que seria mais interessante quando conseguíssemos torná-lo internacional porque o mercado português é muito pequeno para qualquer investidor, seja de cá, seja estrangeiro”, diz Tomás.

Montar um negócio em tempos de pandemia

Tendo começado no início do ano passado, Tomás e Rodrigo não conhecem outra realidade do que a de começar uma empresa durante o novo coronavírus. Remando contra a maré do que tem sido a situação da generalidade dos negócios afetados pela Covid-19, a empresa tem crescido, tendo tido apenas dois meses de estabilidade, durante ano e meio de funcionamento. No último mês de julho, a aplicação ganhou 200 novos utilizadores. Atualmente, a app conta com cerca de 9.000 clientes registados e sensivelmente 1.500 já usufruíram dos seus serviços.

"A nossa expansão para o Porto vai requerer que nós façamos a gestão à distância e tenhamos uma equipa local. Queremos fazer parcerias e temos muitas lavandarias do Porto a entrar em contacto connosco e queremos ver quais é que são as melhores opções para expandirmos para lá.”

Rodrigo Ruiz

Dona Rosa

Ainda assim, a empresa perdeu alguns acordos que conseguira fechar com restaurantes, cabeleireiros, ginásios, entre outros negócios antes do Sars-CoV-2 entrar em Portugal, devido às medidas impostas para travar a transmissão da Covid-19, que levaram muitos destes estabelecimentos a encerrarem durante os confinamentos. Por esse motivo, alguns acordos só regressaram em meados de 2021. Para além disso, como o público-alvo são famílias em teletrabalho, alguns serviços não foram tão usados, como a limpeza a seco de roupa executiva.

Mais do que um desafio, a Dona Rosa viu a pandemia como uma oportunidade de ajudar. A empresa criou duas campanhas para profissionais de saúde, no início da pandemia e um ano depois, para que quem esteve na linha da frente do combate ao novo coronavírus usufruísse de um plafond para usar no tratamento da sua roupa. “Mais do que qualquer pessoa, [os profissionais de saúde] tiveram o seu tempo reduzido a quase nada”, explica Tomás.

Tomás Noronha e Rodrigo Ruiz, criadores da aplicação Dona RosaDona Rosa 03 Agosto, 2021

Mas a startup não se ficou por aqui. Os clientes podem juntar à roupa para lavar, brinquedos, utensílios ou outra roupa que já não usam para a Dona Rosa entregar na associação Dona Ajuda. Entre as várias campanhas e vertentes da instituição lisboeta, a Dona Ajuda tem uma loja onde vende artigos em segunda mão, em bom estado e a preços baixos, desde roupa a eletrodomésticos doados. O dinheiro reverte para a ajuda aos necessitados mas, quem se dirigir à loja e estiver referenciado, pode levar o que necessita de forma gratuita. A campanha “tem tido muita adesão”, referem, “temos tido imensas coisas que os nossos clientes nos dão para deixarmos lá”.

Para além de uma preocupação social, a empresa tenta ser sustentável da forma que sabe e consegue. A startup substituiu os sacos de plástico por reutilizáveis, reduziu a utilização de papel, consciencializa os clientes a escolherem a opção de não receberem a sua roupa com plástico e exige que as lavandarias utilizem produtos eco-friendly nas limpezas.

Para além disso, a startup otimizou as rotas de entrega, isto é, passou a ter a opção de escolha de um horário alargado de quatro horas, em vez de apenas uma hora, quando o cliente tiver essa disponibilidade, para reduzir as viagens e, assim, as emissões de CO2. “Somos uma startup que acabou de começar e ainda não nos podemos dar ao luxo de fazermos grandes eventos, mas, o que pudermos, nós tentamos fazer para ajudar”.

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