5 coisas que vão marcar o dia

Este é um dia cheio no Parlamento com audições ao ministro das Finanças e à ministra da Saúde, além da audição a Hélder Rosalino, o administrador do Banco de Portugal que vai ser reconduzido.

É o dia da Comissão Europeia atualizar as suas previsões económicas, sendo expectável que haja uma revisão em alta do crescimento económico perante a aceleração da vacinação na União Europeia. Porém, o fator da variante Delta poderá complicar as contas dos técnicos de Bruxelas. Em Paris, a OCDE divulga um relatório anual sobre o estado do mercado de trabalho nos países da Organização.

Comissão Europeia atualiza as suas previsões económicas

A Comissão Europeia lança esta quarta-feira, às 9h30, as previsões económicas de Verão, atualizando as estimativas divulgadas a 12 de maio. Desde então, o processo de vacinação acelerou ainda mais na União Europeia e os países continuaram o desconfinamento, levando a uma melhoria dos indicadores económicos. Porém, nas últimas semanas a situação epidemiológica deteriorou-se em alguns países por causa da variante Delta. É neste caldo de fatores que Bruxelas atualiza as projeções, antecipando-se uma melhoria face ao crescimento de 4,3% para 2021 e 4,4% em 2022 previsto anteriormente.

Ministro das Finanças é questionado pelos deputados

João Leão irá esta quarta-feira à Assembleia da República para uma audição na comissão de Orçamento e Finanças. O ministro de Estado e das Finanças vai debater a política geral do Ministério e outros assuntos de atualidade, onde se poderá incluir as previsões económicas deste ano e do próximo assim como as medidas para amparar o impacto do recuo no desconfinamento. Além disso, a audição inclui um ponto autónomo requerido pelo PCP sobre “os bloqueios na contratação de trabalhadores e na realização de investimentos” no setor público.

Rosalino vai ao Parlamento para receber “luz verde”

Hélder Rosalino vai ser reconduzido como administrador do Banco de Portugal, tal como noticiou o ECO, mas primeiro precisa do parecer positivo da Assembleia da República. Esta quarta-feira é ouvido pelos deputados da COF, às 18h, sobre a sua indigitação para administração do banco central. Desde setembro de 2014 que Hélder Rosalino faz parte da administração do Banco de Portugal. Há mais de um ano que está a exercer funções para lá do limite do mandato.

OCDE revela relatório anual sobre o mercado de trabalho

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) divulga esta quarta-feira o relatório “Perspetivas de Emprego” 2021. Este é um relatório anual sobre o mercado de trabalho nos países que fazem parte da OCDE, incluindo a análise das tendências recentes, desenvolvimentos políticos e perspetivas. Neste caso, é expectável que haja uma análise sobre o impacto da pandemia no mercado de trabalho.

Ministra da Saúde ouvida no Parlamento

A ministra da Saúde, Marta Temido, tem esta quarta-feira, às 9h, uma audição regimental na comissão parlamentar de Saúde. Esta audição ocorre numa altura em que a situação epidemiológica está a deteriorar-se em Portugal com o número de casos a aumentar, ainda que a pressão no sistema de saúde não seja comparável com a de outros momentos de pressão. Em entrevista à TVI na segunda-feira, Temido previu que no pior cenário Portugal pode ter mais de quatro mil casos diários daqui a 15 dias.

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Casafari garante 135 milhões para se expandir na Europa

Um contrato de 120 milhões para uma nova carteira de imóveis e uma ronda que captou 15 milhões dão à Casafari oportunidade de se expandir pela Europa.

A Casafari, plataforma de dados imobiliários lançada em Lisboa em 2018, fechou um contrato de 120 milhões de dólares com um consórcio de fundos de capital privado europeu, incluindo o grupo de investimentos Suiço Stoneweg, “para criar uma carteira de imóveis residenciais e comerciais direcionada para investidores institucionais europeus”, anunciou a empresa em comunicado. Ao mesmo tempo, a Casafari captou 15 milhões de dólares através de uma ronda de financiamento Série A.

No negócio de 120 milhões, a Casafari “foi mandatada para identificar, selecionar e negociar a aquisição de mais de 700 imóveis residenciais e comerciais com potencial de arrendamento e valorização de longo prazo”.

Mas além do contrato milionário, a empresa captou 15 milhões de dólares “através de uma ronda de financiamento Série A liderada pela Prudence Holdings, sociedade de capital de risco norte-americana” que já financiou empresas como a Uber e o Spotify. Este valor contou com financiamentos da Armilar Venture Partners (sociedade de capital de risco portuguesa), Amavi Capital (fundo de capital de risco belga), a HJM Holdings, a 1Sharpe e a FJ Labs (Fabrice Grinda, fundador do grupo OLX), bem como o investidor atual Lakestar.

Gavin Mayers, co-fundador da Prudence Holdings, disse, citado em comunicado, que na Europa “os dados imobiliários nunca foram estruturados e organizados devido à falta de um Serviço de Listagens Múltiplas unificado” e que a Casafari “assumiu o protagonismo de agregar, verificar e distribuir estes dados aos mais importantes players do mercado, oferecendo uma única fonte de informação verdadeira de dados de imóveis e transações”.

Aliás, Stephen Nundy, parceiro da Lakestar, considera que a Casafari “não é apenas mais um agregador de dados – é todo um sistema operativo que ajuda os profissionais imobiliários em tempo real, que remove a desigualdade de conhecimento, que acelera transações e que abre novas oportunidades para iBuyers, promotores, investidores, e operadores de Q-commerce, entre outros, para alcançarem os seus objetivos de investimento”.

Também citada na nota, Mila Suharev, co-CEO e CPO da empresa, afirma que o sucesso alcançado deixa-os “seguros para dar o próximo passo na expansão para a Alemanha, Áustria, Suíça e Reino Unido” estabelecendo-se “como a principal rede pan-europeia de transações imobiliárias”.

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Lesados da Venezuela reclamam milhões em Lisboa com Novo Banco no centro da disputa

O que têm em comum um banco do Porto Rico, uma petrolífera americana e um dos maiores fabricantes de garrafas de vidro do mundo? Exigem milhões à Venezuela e vieram a Lisboa reclamar dinheiro.

Portugal está no centro da disputa entre empresas internacionais e a Venezuela. Porquê? Novo Banco guardará a resposta.

“Há anos que exploram os trabalhadores e levam o dinheiro dos venezuelanos”. Em 2010, o então presidente da Venezuela Hugo Chávez decretava assim a nacionalização de duas fábricas que a norte-americana Owens-Illinois tinha no país. Volvidos mais de dez anos, esta história tem agora um novo capítulo que passa por Portugal. Esta gigante mundial de embalagens de vidro avançou para um tribunal de Lisboa para receber 522 milhões de euros do governo venezuelano. Por que veio à capital portuguesa apresentar a reclamação? Sabe-se que não foi o único lesado daquele país sul-americano a fazê-lo.

Nos últimos meses, além da Owens-Illinois, um banco internacional e uma petrolífera norte-americana também se lançaram em processos judiciais em Lisboa reclamando várias dezenas de milhões de euros à Venezuela e à sua petrolífera estatal, a Petroleos da Venezuela SA (PDVSA), segundo as informações recolhidas pelo ECO.

Ainda que não se saiba ao certo por que razão escolheram os tribunais portugueses para uma disputa legal contra outras entidades estrangeiras, uma pista (mais ou menos óbvia) pode ajudar a explicar a razão pela qual o Banco San Juan Internacional, a petrolífera Conocophillips e a vidreira Owens-Illinois interpuseram ações no Tribunal da Comarca de Lisboa para tentarem recuperar da Venezuela mais de 600 milhões de euros.

O Novo Banco, é sabido, guarda depósitos pertencentes ao governo e empresas públicas da Venezuela no valor de mais de mil milhões de euros, aplicações financeiras que vêm desde o tempo do BES e das boas relações do antigo banco de Ricardo Salgado com o regime venezuelano.

Mesmo estando congelado por causa das sanções internacionais, este dinheiro continua a ser um ativo relevante de um governo que atravessa hoje dificuldades financeiras e está a chamar a atenção de investidores e empresas lesadas pela Venezuela nos últimos anos — e que procuram reaver os seus investimentos após decisões favoráveis nos tribunais internacionais.

A situação daquele país sul-americano é de fragilidade há anos, agravada pelas sanções, pela baixa do preço do petróleo, pela hiperinflação e, agora, pela pandemia de Covid-19. De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o produto interno bruto da Venezuela deverá afundar 10% este ano, enquanto a economia mundial deverá avançar 6%, em franca recuperação após o “Grande Confinamento” do ano passado.

Por outro lado, Caracas também tem sido visada em várias batalhas nos tribunais internacionais, com os investidores à procura de serem ressarcidos por nacionalizações e expropriações de empresas no país ou por causa de incumprimentos no pagamento de dívidas. E Lisboa parece estar a tornar-se o destino de oportunidade para estes lesados.

640 milhões pedidos em Lisboa

A Owens-Illinois foi a última a dar entrada com a ação de execução na Justiça portuguesa. Através da sua subsidiária europeia, esta fabricante de embalagens de vidro, com sede no estado americano do Ohio, reclama mais de 522 milhões de euros à República Bolivariana da Venezuela, de acordo com a petição submetida na Comarca de Lisboa no mês passado.

Esta iniciativa surge depois de o Centro Internacional para Resolução de Disputas sobre Investimentos (ICSID) do Banco Mundial ter dado razão em 2015 à Owens-Illinois no conflito com Caracas pela expropriação e nacionalização das duas fábricas no país em 2010. Foi determinado o pagamento de um prémio 372,5 mil milhões de dólares de principal acrescidos juros, numa decisão que o tribunal de Washington veio a confirmar em 2019.

Foi também o ICSID a condenar o governo venezuelano numa outra ação movida pela Conocophillips Gulf of Paria, no valor de oito mil milhões de dólares pela expropriação de ativos petrolíferos no país em 2007. Em Lisboa, a petrolífera apresentou em março passado uma reclamação de 47,8 milhões de euros à PDVSA e também à Corporación Venezolana del Petróleo.

O facto de Portugal ser membro da Convenção de Washington, que estabeleceu o ICSID, faz com que estas condenações possam ser reconhecidas em Lisboa, possibilitando que a Owens-Illinois e a Conocophillips tragam a litigação para a jurisdição portuguesa ao abrigo desta convenção de 1965 e que tem 162 Estados signatários e contratantes.

Antes da gigante do vidro e da petrolífera, o Banco San Juan Internacional também “viajou” até à capital portuguesa para avançar com um processo no tribunal lisboeta. Em fevereiro, o banco com sede em Porto Rico colocou uma ação de execução exigindo cerca de 70 milhões de euros à petrolífera estatal venezuelana. Em causa estarão dois acordos de empréstimos feitos em 2016 (48 milhões de dólares) e 2017 (38 milhões) que a petrolífera deixou por pagar. Com o default, o banco avançou para o tribunal comercial de Londres, que lhe veio a dar razão no ano passado.

Neste caso, nos argumentos apresentados ao tribunal, a PDVSA referiu que não conseguiu reembolsar os financiamentos devido às sanções impostas à Venezuela e indicou mesmo que tem 1,3 mil milhões dólares (1,1 mil milhões de euros) congelados no Novo Banco, em contas que eram usadas para pagar o serviço da dívida.

Ao todo, estes três “lesados” reclamam mais 640 milhões de euros em Lisboa, mas mais ações poderão estar a caminho da capital portuguesa. Isto porque há mais disputas por resolver contra a Venezuela. Por exemplo, as empresas de minas canadianas Rusoro Mining Ltd e Crystallex International Corp também reclamam mil milhões de dólares.

Segundo a agência Reuters, a vaga de nacionalizações da Venezuela da era Chávez levou a mais de duas dezenas de disputas de arbitragem nos tribunais internacionais, a maioria das quais ainda por pagar.

Novo Banco notifica políticos e gestores da Venezuela

A relação entre a Venezuela e o banco português tem sido tudo menos tranquila, sobretudo depois da falência do antigo BES, em 2014. A PDVSA, por exemplo, reclama quase dois mil milhões ao falido banco.

Recentemente, o regime de Nicolás Maduro pediu o desbloqueio dos depósitos com o argumento de que o dinheiro servirá para financiar a compra de vacinas para a Covid-19 e a combater a pandemia no país, de acordo com o Jornal Económico. Um pedido que surge depois de, no ano passado, nove empresas públicas venezuelanas terem avançado para tribunal contra o Novo Banco para recuperar os 1.353 milhões de euros em depósitos e títulos adquiridos ao banco falido em 2014.

A sede do Novo Banco, em Lisboa.Paula Nunes / ECO

Entretanto, no mês passado, o Novo Banco deu entrada com um processo de consignação de depósito em que surgem como requeridos mais de oito dezenas de políticos venezuelanos e responsáveis de empresas públicas, incluindo dirigentes do governo, gestores da PDVSA, Petroquímica da Venezuela e de bancos venezuelanos, entre outros.

A lei permite a um devedor (neste caso, o Novo Banco), através do tribunal, libertar-se da dívida ao fazer uma consignação em depósito de determinado valor quando tem dúvidas em relação ao credor. Como regra, o depósito é feito na Caixa Geral de Depósitos (CGD) e o dinheiro apenas é libertado quando tudo for esclarecido.

“Para que se lance mão deste instituto e o devedor fique livre da obrigação que lhe é exigível, é obrigatório enquadrar-se numa das seguintes situações: quando, sem culpa sua, não puder efetuar a prestação ou não puder fazê-lo com segurança, por qualquer motivo relativo à pessoa do credor; ou quando o credor estiver em mora”, explicou Márcia Martinho da Rosa, advogada e vice presidente da JALP ao ECO.

“Ou seja, em qualquer uma destas situações, o devedor pode lançar mão deste instituto e ‘livrar-se’ de uma dívida“, acrescentou. O ECO contactou o banco sobre este processo, mas não obteve uma resposta.

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Binance suspende transferências bancárias em euros a partir desta quarta-feira

A corretora de criptomoedas que gere o maior volume de transações suspendeu as transferências bancárias em euros. Contudo, os utilizadores podem continuar a usar o cartão de crédito ou de débito.

Caso seja cliente da Binance e faça depósitos em euros, através de transferências bancárias (SEPA), saiba que essa funcionalidade vai ser “temporariamente suspensa”, de acordo com um e-mail enviado aos clientes da corretora de criptomoedas esta terça-feira, como avançou o Jornal de Negócios e o ECO confirmou.

Devido a eventos alheios à nossa vontade, vamos temporariamente suspender os depósitos em euros via transferências bancárias SEPA a partir das 9h do dia 7 de julho de 2021“, anuncia a empresa chinesa que gere o maior volume de transações de criptomoedas em todo o mundo.

Porém, há uma alternativa em que continua a ser possível enviar dinheiro em euros para a corretora: depositar euros ou comprar criptomoedas através de cartões de crédito ou de débito.

A empresa diz que está a “trabalhar arduamente” para encontrar uma solução e avisa que durante esta suspensão qualquer depósito via SEPA será devolvido dentro do prazo de sete dias úteis.

Em todo o mundo, os reguladores financeiros estão a apertar o cerco à volta da Binance, deixando alertas aos investidores por esta ser uma atividade não regulada e que envolve risco. Em sua defesa, a corretora queixou-se de “ações unilaterais” em alguns mercados, após o Barclays ter bloqueado transferências para a Binance, e assegurou que leva “muito a sério” as suas obrigações de compliance. Em investigação estão casos de lavagem de dinheiro, no caso da subsidiária da Binance nos Estados Unidos, e os problemas registam-se também noutros países como o Canadá ou o Japão.

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S&P 500 desce após sete sessões a quebrar recordes

O S&P 500 esteve a bater recordes sete dias seguidos até sexta-feira, o maior ciclo de máximos desde junho de 1997. Depois do feriado, desceu esta terça-feira.

O Dow Jones e o S&P 500 deslizaram esta terça-feira com os investidores a venderem as suas posições para retirar lucros em alguns setores mais cíclicos, de acordo com a Reuters, enquanto o Nasdaq subiu para mais um recorde.

O Dow Jones desceu 0,6% para os 34.577,37 pontos e o S&P 500 — que esteve a bater recordes sete dias seguidos até sexta-feira, o maior ciclo de máximos desde junho de 1997 — desvalorizou 0,2% para os 4.343,54 pontos. Já o Nasdaq valorizou 0,17% para os 14.663,64 pontos. Na semana passada, os três índices fecharam mais um trimestre com ganhos, acumulando cinco trimestres consecutivos de valorização.

Em Wall Street, as cotadas do setor da banca desceram num dia em que as obrigações norte-americanas valorizaram, levando a uma queda da yield (taxa de juro) a 10 anos para o valor mais baixo desde 24 de fevereiro. Esta descida dos juros soberanos reflete a perspetiva de que o melhor do crescimento económico pós-pandemia possa já estar no passado.

Os investidores regressaram de um fim de semana prolongado e o foco desviou-se logo para a China. As autoridades chinesas proibiram a distribuição da app da empresa chinesa Didi (semelhante à Uber ou Bolt), dias depois de esta se ter estreado na bolsa de Nova Iorque, levando à queda abrupta das ações. No final da sessão, as ações fecharam com uma queda de 19,52% para os 12,49 dólares.

Outra das notícias que influenciou a negociação bolsista foi a decisão do Departamento da Defesa norte-americano de cancelar um contrato de 10 mil milhões de euros com a Microsoft. Em alternativa, abriu um novo concurso solicitando propostas tanto da Amazon como da Microsoft. As ações da Amazon subiram 4,7% e os títulos da Microsoft estabilizaram.

Neste momento, os investidores aguardam por pistas das minutas da última reunião de política monetária da Reserva Federal norte-americana sobre a desaceleração do quantitative easing. O receio é que a subida da inflação e o sobreaquecimento da economia leve a uma retirada dos estímulos mais precoce do que o esperado anteriormente.

Além disso, há outro evento importante à porta: a época de resultados do segundo trimestre vai arrancar na próxima semana com os grandes bancos norte-americanos.

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Governo Regional da Madeira rejeita redução da taxa de IVA na região

  • Lusa
  • 6 Julho 2021

Depois dos Açores terem reduzido o IVA, Miguel Albuquerque diz que é mais "muito mais razoável" a redução dos impostos sobre o rendimento.

O presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, rejeitou esta terça-feira uma redução da taxa de IVA na região, considerando ser muito mais importante reduzir os impostos sobre os rendimentos.

É muito mais razoável, do nosso ponto de vista, a redução dos impostos sobre o rendimento, como aconteceu na Madeira. Já fizemos a última redução quer do IRC, quer do IRS e ainda da derrama, que significou uma redução de 49 milhões de euros, do que estarmos a fazer uma redução do IVA […], que foi essa a redução dos Açores”, afirmou Miguel Albuquerque, em declarações aos jornalistas à margem da inauguração da obra “Coroa do Ilhéu”, em Câmara de Lobos.

Em 23 de junho, o Governo Regional dos Açores anunciou que a taxa normal de IVA nos Açores ia passar de 18% para 16% a partir de 1 de julho.

O presidente do executivo madeirense, de coligação PSD/CDS-PP, salientou ainda que uma “redução de forma progressiva [dos impostos] em função do rendimento das pessoas é muito mais importante do que um imposto sobre o consumo”.

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Operação comercial da TAP ainda está a 50% da capacidade

A operação comercial da TAP ainda está a 50% da capacidade total da transportadora aérea, em comparação com os níveis de 2019, segundo refere a nova CEO numa comunicação aos clientes.

A nova presidente executiva da TAP, que assumiu o cargo a 25 de junho, revela numa mensagem enviada aos clientes esta terça-feira que a operação comercial da transportadora aérea ainda está “aproximadamente” a 50% da capacidade total que tinha em 2019. Na mensagem, a gestora francesa diz ainda estar “honrada pela confiança” depositada para gerir a TAP.

Neste momento, estamos a retomar a nossa operação comercial com aproximadamente 50% da nossa capacidade, comparativamente aos níveis de 2019“, escreve Christine Ourmières-Widener no texto enviado aos clientes da empresa que agora gere. O desejo da nova CEO da TAP é que a pandemia “seja contida muito em breve” graças à vacinação e que “as fronteiras sejam plenamente abertas”.

Aos clientes, agradece o “apoio e lealdade” num período de dificuldade em que sentiram o impacto dos “muitos voos cancelados”. “Desde o início desta crise, a TAP respondeu a mais de 93% do total dos pedidos dos seus clientes, entre os quais pedidos de reembolso“, garante a CEO, assegurando que o foco é responder aos pedidos “o mais rápido possível”.

A TAP aguarda há seis meses pela “luz verde” da Comissão Europeia ao seu plano de reestruturação. Questionada recentemente pelo ECO, a Comissão Europeia mantém que “continua a contactar as autoridades portuguesas sobre o plano de reestruturação da empresa” e que “a avaliação está em curso”. Também não se compromete com qualquer calendário: “Não podemos antecipar o momento ou o resultado da nossa avaliação”.

Entretanto, a redução de pessoal está em curso com acordos individuais e posteriormente um despedimento coletivo de cerca de 200 trabalhadores e o novo conselho de administração, com o chairman Manuel Beja e a CEO Christine Ourmières-Widener, já tomou posse.

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Acidentes de Trabalho caem 20% no 1º trimestre

  • ECO Seguros
  • 6 Julho 2021

Apesar do confinamento, a percentagem de sinistros no local de trabalho mantém-se quase igual a período pré-Covid. Acidentes de Trabalho já custaram 155,25 milhões aos seguros até março deste ano.

Os Trabalhadores qualificados da Indústria, Construção e os Artífices, com 31% da sinistralidade, seguidos dos Trabalhadores não qualificados (21%) e dos Trabalhadores de Serviços Pessoais, Proteção e Segurança e Vendedores (12%) compõem o Top 3 de profissões com mais sinistralidade, indica análise da Associação Portuguesa de Seguradores (APS) às participações de Acidentes de Trabalho reportadas até março de 2021.

Comparando os dados com os de igual período em 2020, boa parte do qual ainda sem as restrições da pandemia, a distribuição por grupos profissionais resulta praticamente sem alteração.

Segundo estatística da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) para o primeiro trimestre de 2021 (seguradoras nacionais e sucursais fora da União Europeia), os custos com sinistros de Acidentes de Trabalho (seguro direto) ascenderam a cerca de 155,25 milhões de euros, representando um decréscimo de 1,73% face a igual período de 2020.

Os custos com sinistros dos Acidentes de Trabalho representaram 21,5% do custo total dos sinistros Não Vida, pesando cerca de 0,54% no total combinado de sinistros nos ramos Vida e não Vida. O novo portal de estatística da ASF, com base em números reportados pelas seguradoras, contabiliza mais de 2,351 mil milhões de euros de custos totais em sinistros de seguro direto até março, mais 22,8% do que um ano antes, uma subida que se deveu a incremento de 33,7% na despesa com sinistros Vida.

Os dados da APS para o trimestre (janeiro a março de 2021) – janela temporal que em grande parte correspondeu a estado de emergência e confinamento no país – indicam 13 634 participações de Acidentes de Trabalho em janeiro, 11 721 em fevereiro e outros 12 709 em março, parcelas que conduzem a total de 38 064 participações. Contando os 90 dias inteiros do trimestre, as seguradoras receberam cerca de 422 participações de sinistros por dia.

Um ano antes, registaram-se cerca de 19,35 mil participações em janeiro, 16,88 mil em fevereiro e cerca de 11,5 mil em março. Dado que os meses homólogos do ano passado somaram cerca de 47,7 mil participações às seguradoras, o primeiro trimestre de 2021 evidenciou quebra aproximadamente 20% no total diário de acidentes de trabalho notificados aos seguros.

Também se verifica que o confinamento quase não alterou o número de sinistros ocorridos no estabelecimento (local de trabalho), comparando 66% de março de 2021 com os 68% um ano antes. Embora o teletrabalho se tornasse regra com a calamidade de saúde pública, as profissões mais representadas nas participações de sinistro não são exercidas em casa.

Pois, de acordo com o resumo estatístico da APS para os primeiros 90 dias de 2021, a distribuição das participações por local de ocorrência indica que 66% dos sinistros aconteceram no estabelecimento, 29% em serviço no exterior do estabelecimento e no tempo de trabalho, enquanto os restantes 5% ocorreram no trajeto (de percurso habitual) de ou para o local de trabalho.

Na análise às CAE (classificação de atividade económica), as Indústrias Transformadoras (27%), Comércio por Grosso (17%) e Construção (14% da sinistralidade) são as mais acidentadas, revela a amostragem da APS cujos resultados pouco se afastam da situação um ano antes.

Com 7 860 à segunda-feira e 6 886 à quarta-feira, estes foram os dois dias da semana mais ativos em número de participações, enquanto domingo (1 108) foi o menos ativo em número de participações às seguradoras.

A distribuição geográfica das participações (por NUTs II) mostra o Norte a concentrar 38% do total de participações, Centro com 29% e Área Metropolitana de Lisboa com 24%.

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BBVA Allianz Seguros quer 50 mil apólices PME no primeiro ano

  • ECO Seguros
  • 6 Julho 2021

Com seis meses de atividade, a empresa de bancassurance controlada pela seguradora alemã já conta mais de um milhão de clientes em carteira.

No final do primeiro semestre de 2021, a parceria BBVA Allianz Seguros, cuja operação arrancou em dezembro de 2020, já contava nove produtos no mercado não Vida, entre os quais seguros multirriscos para empresas e PME, seguro funerário, responsabilidade ambiental e ciber-riscos.

A sociedade conjunta está a operar no mercado espanhol há cerca de seis meses e segundo Miguel Pérez Jaime, diretor-geral da BBVA Allianz Seguros: “Estamos muito satisfeitos com o desempenho da empresa neste primeiro semestre, especialmente tendo em conta que nascemos a meio da pandemia”.

Contando já com mais de um milhão de clientes em carteira, a empresa estabeleceu para si própria o objetivo de vendas fixado em 50.000 apólices PME (Pequenas e Médias Empresas) no final do ano, noticiou o site Aseguranza. “Estou convencido de que os marcos alcançados nestes primeiros seis meses são o início da história de sucesso da nossa empresa,” acrescentou Miguel Pérez.

O operador bancassurance controlado pela Allianz foi anunciado em abril de 2020 e iniciou atividade operacional em meados de dezembro do mesmo ano, um compromisso de distribuição exclusiva para 15 anos ancorado na combinação da capacidade inovadora da companhia germânica em soluções do ramo não Vida, com a experiência bancária e capacidade de distribuição física e digital do espanhol BBVA.

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Nasce em França gigante europeu da corretagem em seguros

  • ECO Seguros
  • 6 Julho 2021

Ambição e estratégia do novo grupo europeu da corretagem de seguros são representadas pelo Ontario Teachers’ Pension Plan, investidor que terá 30% da empresa resultante da fusão.

A administração do grupo Siaci Saint-Honoré (SSH) e Christian Burrus (grupo Burrus), acionista maioritário da Diot e da LSN, assinaram um acordo de fusão para criar uma nova entidade, apresentada como “primeira corretora europeia e independente de envergadura internacional”.

Nos termos do acordo, a Charterhouse Capital (acionista principal da SSH desde 2018) cede a sua posição na estrutura da nova companhia, que será maioritariamente detida (em capital e direitos de voto) pelo duo Siaci Saint Honoré e grupo Burrus.

O novo gigante francês terá o poderoso fundo de pensões canadiano OTPP (Ontario Teachers’ Pensions Plan) como principal acionista institucional, detendo 30% do capital e a liderar um consórcio de investidores institucionais entre os quais estão o Bpifrance (banco público de investimento) e a Cathay Capital, que terão 10% e 5%, respetivamente, de participação na nova companhia com ambição (e estratégia) internacional.

Segundo anunciado em comunicado, para assegurar “independência e perenidade” no management do grupo emergente, a nova sociedade terá Pierre Donnersberg como chairman e Christian Burrus assumirá a direção-geral.

Numa altura em que a soberania económica das empresas, particularmente em França e na Europa, está a tornar-se “uma questão cada vez mais estratégica, a fusão destes dois grupos representa uma importante alternativa aos grandes corretores mundiais,” assume o management da nova sociedade.

Com a fusão prevista para concluir ainda em 2021, “o novo Grupo reforçará a sua posição em França e internacionalmente no mercado das grandes empresas, PME e muito pequenas empresas em seguros pessoais, mobilidade internacional, seguros de propriedade e responsabilidade civil, seguros marítimos e de transporte, seguros de crédito e resseguros. Será um dos 10 principais agentes globais do setor, com um volume de negócios próximo de 700 milhões de euros e quase 5 000 empregados em mais de 40 países,” detalha o comunicado.

Citado no comunicado Pierre Donnersberg afirmou: “Esta fusão irá gerar novos desafios e a implementação de planos de crescimento ambiciosos construídos sobre sinergias comerciais incríveis e complementares para servir os nossos clientes”.

Reforçando, Christian Burrus declarou: “Os valores familiares que me motivam enquanto acionista permanecem no centro deste projeto: preservam a nossa independência e garantem-na a longo prazo no interesse das nossas equipas, dos nossos clientes e dos nossos investidores”.

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OMS recomenda dois medicamentos contra a Covid que reduzem risco de morte em doentes graves

  • Lusa
  • 6 Julho 2021

Os medicamentos 'tocilizumab' e 'sarilumab' permitem reduzir a necessidade de ventilação mecânica e o risco de morte, defende a OMS.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou esta terça-feira o tratamento de doentes com casos graves de covid-19 com os medicamentos ‘tocilizumab’ e ‘sarilumab’, considerando que permitem reduzir a necessidade de ventilação mecânica e o risco de morte.

“Em pacientes com covid-19 gravemente doentes, o sistema imunológico reage de forma exagerada, gerando citocinas como a interleucina-6. Os ensaios clínicos têm testado se os medicamentos que inibem os efeitos da interleucina-6, como ‘tocilizumab’ e ‘sarilumab’, beneficiam os doentes hospitalizados. Esses estudos relataram benefícios”, refere a OMS em comunicado.

A recomendação da OMS surge na sequência de uma investigação publicada no Journal of the American Medical Association, que analisou 27 estudos em 28 países envolvendo cerca de 11 mil doentes, concluindo que o tratamento com os medicamentos que bloqueiam os efeitos da interleucina-6 diminui o risco de morte e a necessidade de ventilação mecânica em doentes hospitalizados.

A investigação, coordenada pela OMS em parceria com as instituições britânicas King’s College London, University of Bristol, University College London e Guy’s e St Thomas NHS Foundation Trust, concluiu ainda que o ‘tocilizumab’ e o ‘sarilumab’, habitualmente indicados para a artrite reumatoide, foram mais eficazes quando administrados com corticosteroides.

“Em pacientes hospitalizados, a administração de um desses medicamentos, além dos corticosteroides, reduz o risco de morte em 17%, em comparação ao uso de corticosteroides isoladamente. Em pacientes sem ventilação mecânica, o risco de necessidade de ventilação mecânica ou morte é reduzido em 21%, em comparação com o uso de corticosteroides isoladamente”, adiantou a OMS.

“Reunir os resultados de estudos realizados em todo o mundo é uma das melhores maneiras de encontrar tratamentos que ajudarão mais pessoas a sobreviver à covid-19. Atualizamos a nossa orientação de tratamento de cuidados clínicos para refletir este desenvolvimento mais recente”, adiantou Janet Diaz, responsável da gestão clínica das emergências de saúde da OMS.

Para Manu Shankar-Hari, médico e professor de cuidados intensivos no King’s College London, esta investigação comprovou que os “antagonistas da interleucina-6 reduzem as mortes por covid-19, ou seja, salvam vidas e evitam a progressão para doença grave que requer suporte respiratório com um ventilador”.

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Negócio de barragens é “questão de opções políticas”, diz PCP

  • Lusa
  • 6 Julho 2021

"O Governo sabia o que estava a fazer”, defende o PCP, para o qual a venda de barragens pela EDP teve como consequência um “negócio ruinoso para o país".

O PCP defendeu esta terça-feira que o negócio da venda de barragens no rio Douro e que envolve a EDP é “acima de tudo uma questão de opções políticas”, e que o Governo “sabia o que estava a fazer”.

Interpelado à margem de uma mesa-redonda sobre o desenvolvimento do aparelho produtivo e do setor marítimo-portuário, promovida pelo partido, em Lisboa, o deputado comunista Bruno Dias explicitou que “esta é uma questão de investigação, uma questão judiciária, mas é, acima de tudo, uma questão de opções políticas”.

“Nós estamos aqui porque houve opções políticas que foram assumidas pelos responsáveis”, prosseguiu.

Na opinião de Bruno Dias, “o Governo sabia o que estava a fazer”, por isso, “mais do que uma questão de Estado”, este processo é o “resultado de opções políticas” e cuja consequência foi um “negócio ruinoso para o país”.

“Não apenas o de seis barragens em concreto, mas todo um processo que tem que ver com o sistema elétrico nacional e com o sistema eletroprodutor, e os negócios bilionários que têm vindo a ser feitos em favor de grupos económicos e de interesses privados, prejudicando o interesse nacional. E essa é uma questão incontornável”, sustentou Bruno Dias.

Questionado também sobre se o partido exige responsabilidades políticas dos ministros das Finanças, João Leão, e do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, o parlamentar respondeu que as responsabilidades políticas são “de todo o Governo” e de PS, PSD e CDS-PP, que “optaram por ignorar essas consequências”.

Em causa está a venda por 2,2 mil milhões de euros de seis barragens da EDP na bacia hidrográfica do Douro (Miranda, Bemposta e Picote Foz Tua, Baixo Sabor e Feiticeiro) a um consórcio de investidores formados pela Engie, Crédit Agricole Assurances e Mirova, concluída em 17 de dezembro.

O Bloco de Esquerda (BE) tem defendido que, à luz deste negócio, deviam ter sido pagos 110 milhões de euros em Imposto do Selo, o que é contestado pela EDP.

A EDP considerou, em abril, que a venda da concessão das barragens ao consórcio da Engie não beneficiou de isenção do Imposto do Selo prevista na lei desde 2020, porque a forma como a operação decorreu não está sujeita ao imposto.

“A operação não está sujeita ao Imposto do Selo [IS] por não enquadrar na previsão normativa da verba 27.2 da TGIS [Tabela Geral do Imposto do Selo]”, referiu a EDP, apontando que, “não havendo incidência, não se aplicarão as normas de isenção”.

O entendimento da empresa presidida por Miguel Stilwell d’Andrade consta das respostas da EDP às 17 questões do Bloco de Esquerda e de outras consensualizadas pela comissão parlamentar de Ambiente, num total de 21, sobre o negócio da venda da concessão de seis barragens no Douro.

A diretora-geral da Autoridade Tributária (AT), Helena Borges, afirmou, em 14 de abril, perante os deputados da Comissão do Orçamento e Finanças, que, independentemente da discussão pública, a AT teria sempre analisado a operação de venda de barragens pela EDP à Engie.

Em resposta ao deputado do Partido Socialista João Paulo Correia, Helena Borges referiu que “sim, a Autoridade Tributária e Aduaneira está a tratar deste tema nas etapas que são próprias” e que “sim”, teria “sempre tratado esta operação independente da sua discussão pública”.

O ministro de Estado e das Finanças, João Leão, também ouvido pelos deputados, em março, afirmou que “o tempo de intervenção em matéria fiscal do lado do Estado começa agora”, e reiterou que a AT tem “total autonomia” para atuar, sublinhando que “o Governo não interfere na atividade inspetiva da AT”.

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