Parte das linhas da Cosec vai ser transferida para o Banco de Fomento

Nova administração vai oficialmente iniciar funções esta sexta-feira. Celeste Hagatong promete "rever todos processos internos para que as coisas sejam tão rápidas quanto possível”.

Linhas de seguro de crédito à exportação com garantias do Estado, que presentemente são geridas pela Cosec, vão ser transferidas para o Banco de Fomento, anunciou esta quinta-feira a nova chairwoman da instituição. Celeste Hagatong revelou ainda que a nova administração vai rever todos os processos internos de modo a agilizá-los.

Recorde-se que no despacho de 20 de junho, o Governo incumbia o “BPF de proceder, junto da Cosec, ao desenvolvimento de diligências tendentes à assunção plena da função de agência de crédito à exportação pelo Grupo BPF, estabelecendo o prazo final de 31 de dezembro de 2022 para o efeito”.

Em 2020, aquando da criação do Banco Portugal, o Estado português no documento entregue a Bruxelas no âmbito das ajudas de Estado admitia que BPF ia oferecer financiamento às exportações, “predominantemente fora do mercado interno” e de acordo com as regras da OCDE. O documento reconhecia contudo que este tipo de atividades de financiamento ainda não estavam totalmente definidas e assim que estivessem as autoridades portuguesas enviariam um relatório para Comissão com a delineação precisa da medida e a amplitude das atividades. Na altura o ECO questionou a Cosec sobre se isto iria esvaziar parte das suas funções, mas não obteve resposta.

“O modelo a desenvolver deve viabilizar a integração no BPF, na maior extensão possível, do know-how atualmente existente na Cosec em matéria de gestão do sistema de seguros de créditos com garantia do Estado, designadamente através da manutenção ou transferência para o BPF de recursos humanos e materiais associados ao exercício das competências em causa”, acrescentava o decreto.

Numa antecipação daquilo que será o seu mandato à frente da instituição gerida até agora por Beatriz Freitas, Celeste Hagatong disse, no 33.º Congresso da Hotelaria e Turismo, em Fátima, que ia “rever todos processos internos para que as coisas sejam tão rápidas quanto possível”.

Da parte do BPF, vamos rever todos processos internos pra que as coisas sejam tão rápidas quanto possível.

Celeste Hagatong

Chairwoman do Banco de Fomento

A nova administração vai oficialmente iniciar funções esta sexta-feira, numa cerimónia que vai contar com a presença do primeiro-ministro e do ministro da Economia, segundo comunicado da Porto Business School, anfitriã do evento. Beatriz Freitas despediu-se da equipa na sexta-feira passada e desde segunda que Celeste Hagatong e Ana Carvalho, a nova presidente executiva, marcam presença assídua nas instalações ainda que oficialmente ainda estivessem em “transição de pastas”, como disse António Costa Silva.

O ministro da Economia já tinha dito no Parlamento que não estava satisfeito com o desempenho do Banco de Fomento, porque os apoios não estavam a chegar a muitas empresas, numa referência específica aos programas de capitalização já anunciados. A demora entre o anúncio dos apoios e a chegada concreta ao terreno é outra das críticas que as empresas fazem à atuação do Banco. A operacionalização da linha de tesouraria de 600 milhões de euros anunciada pelo Executivo a 15 de setembro e sobre a qual não há detalhes ainda.

Do que depender do Banco de Fomento, garanto que quer eu, quer nova CEO, vamos olhar para o time to market dos produtos.

Celeste Hagatong

Chairwoman do Banco de Fomento

“Do que depender do Banco de Fomento, garanto que quer eu, quer a nova CEO, vamos olhar para o time to market dos produtos”, prometeu Celeste Hagatong, recordando que no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e do InvesteEU serão lançadas novas linhas de quase capital com garantia do Estado. “Vêm aí algumas linhas do PRR e do Investe EU que já estão previstas, mas ainda não estão desenhadas”, disse.

Em jeito de referência sobre a celeridade do processo de decisão desejado, a nova chairwoman sublinhou que quando saiu da Cosec os pedidos eram aprovados em cinco dias úteis.

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Sondagens chegam (finalmente) ao WhatsApp

Agora é mais fácil tomar decisões no WhatsApp. A aplicação disponibilizou uma funcionalidade de sondagens que permite indicar previamente até 12 respostas possíveis.

As sondagens chegaram ao WhatsApp. A aplicação do grupo Meta disponibilizou a nova funcionalidade aos utilizadores para facilitar a tomada de decisões em grupo. Mas a função também pode ser usada nas conversas individuais.

Esta novidade vai permitir aos utilizadores fazerem uma pergunta de escolha múltipla, dando até 12 respostas possíveis. Os resultados são atualizados em tempo real e a votação não é anónima. A app apresenta ainda uma listagem com as horas a que cada utilizador indicou o seu voto.

Ao contrário das votações noutras plataformas, para já, o WhatsApp não permite indicar uma data para o encerramento da votação. Além disso, os utilizadores podem votar em mais de uma opção e alterar o voto a qualquer momento.

O lançamento das sondagens no WhatsApp acontece numa altura em que a plataforma está a implementar uma nova estrutura chamada Comunidades. O WhatsApp explica que as Comunidades vão permitir que condomínios, escolas e empresas possam ter vários grupos de conversação numa página única.

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PRR

Presidente do PPE diz que Portugal usa o PRR para “compensar o défice”

  • Lusa
  • 17 Novembro 2022

Manfred Weber criticou ainda o executivo socialista dizendo que se vê "muito envolvimento, muitas disputas internas e, por vezes, comportamentos caóticos do Governo”.

O Presidente do Partido Popular Europeu (PPE) entrou esta quinta-feira no debate sobre a execução do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) português, pedindo ao Governo que o use para o que foi criado e não para compensar o défice.

Manfred Weber falava na abertura da Assembleia Política do PPE, em Lisboa, e sublinhou que o dinheiro do PRR é para criar “uma Europa verde e digital” e que não é isso que está a acontecer em Portugal. Olhando para o investimento português, disse, “devo dizer que vemos que é mais para compensar o défice e orçamento nacional. Não é esse o objetivo deste fundo”.

“Por favor usem o dinheiro para investimento, para criar esperança para as futuras gerações”, pediu o Presidente do PPE. Esta questão vem sendo debatida desde que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e outros responsáveis políticos alertaram sobre a existência de atrasos na execução de fundos europeus por parte de Portugal, sobretudo ao nível do PRR.

Sobre a situação interna, Manfred Weber criticou ainda o Governo socialista dizendo que se vê “muito envolvimento, muitas disputas internas e, por vezes, comportamentos caóticos do Governo” mas “não se veem as reformas necessárias aqui no país”.

Manfred Weber está em Lisboa para participar na Assembleia Politica do PPE, que reúne os eurodeputados dos partidos de centro-direita e é o maior grupo do Parlamento Europeu.

Além do Presidente do PPE, na abertura da Assembleia discursaram também Luis Montenegro, Presidente do PSD, Alberto Núñez Feijóo, Presidente of Partido Popular(PP) de Espanha, e Nuno Melo, do CDS-PP.

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Montenegro quer explicações de Costa e pede “transparência” às instituições europeias sobre Banif

  • Lusa
  • 17 Novembro 2022

Uma coisa é o que o primeiro-ministro tem para dirimir com o ex-governador – isso podem fazer nos tribunais –, mas há a questão política que não temos de esperar pelos tribunais”, disse Montenegro.

O presidente do PSD insistiu esta quinta-feira que o primeiro-ministro deve explicações políticas ao país sobre as acusações de “intromissão política” no Banco de Portugal e pediu “transparência” às autoridades europeias para que se saiba a verdade sobre o Banif.

Na sua intervenção na Assembleia Política do Partido Popular Europeu, que decorre entre hoje e sexta-feira em Lisboa, Luís Montenegro fez questão de referir-se à “polémica dos últimos dias em Portugal”, explicando que António Costa foi acusado pelo ex-governador do banco central de “intromissão política” e de “atentar contra a independência” do Banco de Portugal.

“O senhor primeiro-ministro limitou-se a negar essa intromissão e a remeter para processo judicial o dirimir desse diferendo. Uma coisa é o que o primeiro-ministro tem para dirimir com o ex-governador – isso podem fazer nos tribunais –, mas há a questão política que não temos de esperar pelos tribunais”, defendeu.

Em primeiro lugar, defendeu, é preciso saber “se houve ou não intromissão”. Por outro lado, e numa mensagem que disse dirigida às instituições europeias, Luís Montenegro aludiu também a outro episódio relatado no mesmo livro sobre os mandatos de Carlos Costa, sobre a venda do Banif.

“O ex-governador, com documentação, denuncia que, em 2015, perante o processo de venda de uma instituição bancária em curso, estava já a dialogar com as instituições europeias com vista à resolução dessa instituição”, relatou. O presidente do PSD acrescentou que, segundo o livro, essas diligências na Europa “fizeram com que o valor do banco tivesse caído de forma abrupta e, em vez de vendido, tivesse sido quase oferecido”.

“Nas instituições europeias, é preciso que haja transparecia e colaboração para todos sabermos a verdade e que não aconteça que os dirigentes governativos terem uma verdade quando falam dentro dos territórios nacionais e outra quando vão a Frankfurt e a Bruxelas”, apelou.

Para além do presidente do PSD, Luís Montenegro, discursaram na abertura da Assembleia Política o presidente do PPE, Manfred Weber, o líder do PP Espanhol, Alberto Núñez Feijóo, e o presidente do CDS-PP, Nuno Melo.

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Governo quer alta velocidade nas 10 maiores cidades até 2050

Plano Ferroviário Nacional entra em consulta pública nesta quinta-feira com o cenário da construção da ponte Chelas-Barreiro e a possibilidade de ligar Lisboa e Porto a Madrid em cerca de três horas.

Comboios de alta velocidade nas 10 maiores cidades portuguesas, uma nova ponte ferroviária sobre o rio Tejo, ligações sobre carris em todos os distritos e Lisboa e Porto a três horas de de comboio de Madrid. Estes são alguns dos principais objetivos para cumprir até 2050 do Plano Ferroviário Nacional (PFN), que a partir desta quinta-feira entra em consulta pública e que irá a aprovação pela Assembleia da República em meados de 2023. Avião e automóvel são nomeados como os principais concorrentes do comboio, segundo o documento, que não inclui os serviços de autocarros como rivais.

O documento parte do pressuposto que serão cumpridas todas as obras do Ferrovia 2020 – que já devia estar concluído mas que apenas tem 15% das obras completas – e também do Programa Nacional de Investimentos para 2030. Com estes trabalhos concluídos, o documento propõe um novo eixo Intercidades entre Lisboa e Valença “com serviços frequentes”, novos serviços entre Porto e Lisboa com passagem pelas beiras e a Linha o Oeste, o regresso do comboio Intercidades direto entre Lisboa e Beja e ainda o prolongamento do comboio Intercidades até à cidade de Portalegre.

A azul, mapa da rede de alta velocidade. A verde escuro, rede de Intercidades; a verde claro, rede de comboios interregionais.

O PFN também deixa propostas de construção de novas linhas a nível regional e suburbano, além da reabertura de troços em vários pontos do país. Há ainda uma menção ao transporte de mercadorias. Com este plano, são estabelecidas quatro categorias de serviço, que poderão ter horários cadenciados ou vários serviços por hora.

Novas linhas nacionais

O documento em consulta pública foi redigido por um grupo de trabalho, que recolheu um total de 318 contributos entre 18 de abril e 30 de setembro de 2021. Além de membros do Ministério das Infraestruturas, o grupo de trabalho conta com dirigentes do Instituto da Mobilidade e dos Transportes, Infraestruturas de Portugal, CP, Direção-Geral do Território e Associação Portuguesa de Empresas Ferroviárias.

Um dos pressupostos do PFN é que o comboio regresse aos distritos de Viseu, Vila Real e Bragança. Para que Viseu volte a ter comboios, o documento propõe a construção de uma linha entre Aveiro e Vilar Formoso, com passagem pelas cidades de Viseu e da Guarda. Esta linha serviria como alternativa à atual Linha da Beira Alta, que está a ser modernizada ao abrigo do Ferrovia 2020. Em 2016, a Comissão Europeia chumbou a construção do troço Aveiro-Mangualde, no valor de 675,3 milhões de euros, por causa da avaliação custo-benefício negativa.

Vila Real e Bragança também poderão voltar a ter serviços de comboio com a construção da nova Linha de Trás-os-Montes. O documento diz que a linha, “para ser competitiva com o automóvel”, tem de permitir a viagem Porto-Vila Real em menos de uma hora e do Porto a Bragança em menos de duas horas.

Linhas a verde marcam novos troços ou reaberturas.

 

Contudo, em 2022, um autocarro expresso já faz a viagem entre o Porto e Vila Real em uma hora; entre Porto e Bragança, o tempo mínimo são duas horas e 20 minutos. Por causa disso, a Associação Vale d’Ouro propôs, em 2021, uma ligação ferroviária Porto-Vila Real em 43 minutos e entre Porto-Bragança em 1h14 (alta velocidade) ou 1h30 (serviço Intercidades). O ponto de partida era o aeroporto Francisco Sá Carneiro e não a estação de Caíde, como pressupõe o PFN. Este estudo também previa que a ligação Porto-Madrid via Zamora (e não via Salamanca) fosse feita em menos de três horas.

O documento também prevê a construção da terceira ponte sobre o rio Tejo em Lisboa. A ponte Chelas-Barreiro reduz em “pelo menos, 30 minutos”, a ligação de Lisboa ao Alentejo e ao Algarve e também beneficia a conexão ferroviária do Barreiro e da Moita à capital.

Linhas a verde marcam construção e reabertura de troços.

Com a terceira ponte, será possível ligar Lisboa a Évora, com um comboio Intercidades, no espaço de uma hora e a capital a Beja em 1h25. A prazo, também será possível pôr Lisboa a 1h45 da fronteira (Elvas). Entre Lisboa e Faro, a viagem sobre carris passaria a durar duas horas e 25 minutos – podendo demorar ainda menos 30 minutos se houver intervenções no troço Torre Vã-Tunes.

Reaberturas nacionais

Além do regresso da ligação Pocinho-Barca d’Alva (Linha do Douro), o PFN contempla a reabertura do troço Beja-Funcheira, encerrado em 1 de janeiro de 2012. Em 2015, estimava-se que as obras de modernização e eletrificação do troço entre Casa-Branca e Beja (63,5 quilómetros) poderiam custar entre 68 e 94 milhões de euros, de acordo com um estudo publicado na altura pela Refer, a antiga gestora da rede ferroviária nacional. A versão mais económica permitiria que os comboios atinjam uma velocidade máxima de 140 km/h. A versão mais cara traria mais benefícios para os passageiros, com os comboios a poderem atingir os 200 km/h.

Para modernizar e eletrificar o troço Beja-Funcheira (63,7 quilómetros), seriam necessários mais 77 ou 86 milhões de euros, conforme a velocidade máxima pretendida seja de 140 km/h ou de 200 km/h, respetivamente. Com 27 milhões de euros, seria possível ligar a Linha do Alentejo à Linha do Sul – através da Concordância de Casa Branca – permitindo comboios Lisboa-Faro via Évora e Beja sem inversão de marcha.

Obras no Grande Porto

Até 2050, também estão previstas algumas mudanças na rede ferroviária do Grande Porto, através da reabertura da Linha de Leixões, da ligação entre Campanhã e Aeroporto Francisco Sá Carneiro, da construção da Linha do Vale do Sousa (Paços de Ferreira-Felgueiras) e da ligação ferroviária até Amarante com a Linha de Trás-os-Montes. Também está prevista a inclusão da Linha do Vouga (em bitola métrica) na rede suburbana, por Aveiro e por Espinho. Em Espinho, a Linha do Vouga está fora da estação principal desde 2008.

Com estes pressupostos, será possível ter comboios diretos entre Leixões e Ovar e entre o aeroporto do Porto e Aveiro. A partir da estação de Porto-São Bento será possível apanhar comboios suburbanos para Felgueiras e para Barcelos. Do centro do Porto para Leixões, Aeroporto, Ovar e Aveiro será necessário mudar de comboio em Porto-Campanhã, que vai dar acesso a todas as linhas do Grande Porto. Fica ainda em aberto a criação de um comboio direto entre Braga e Viana do Castelo.

Ao PFN fica a faltar a ligação direta entre Felgueiras e Amarante, com valor estimado de investimento no traçado de 37,9 milhões de euros, segundo estudo preliminar de 2018 da Infraestruturas de Portugal (IP). Entre Felgueiras e Amarante seriam construídas as estações de Lixa e Hospital (de Amarante), garantido o fecho da rede e uma redundância nesta região.

Obras na Grande Lisboa

O PFN também propõe uma nova estrutura de serviços, pressupondo a ligação entre as estações de Alcântara-Terra e Alcântara-Mar, assim como a construção da terceira ponte sobre o rio Tejo. O plano fala na criação de dois novos eixos: Sintra-Setúbal e Cascais-Azambuja. No entanto, a partir da estação do Oriente os comboios terão como destino a estação de Oeiras, o que obriga a um transbordo para quem quiser chegar a Cascais.

A Linha do Oeste seguirá apenas de Torres Vedras até ao Rossio, ignorando os passageiros com destino a Sete-Rios, Entrecampos e Roma-Areeiro, as três estações principais do centro da capital, porque Santa Apolónia deixa de ser terminal desta linha. Prevê-se ainda a abertura de estações como Alvito e Beato, além do regresso do apeadeiro de Chelas, futuramente designado de Chelas-Olaias.

Apesar de não estar incluído no novo mapa de rede, o documento prevê a construção de um novo acesso da Linha do Oeste a Lisboa, com passagem por Loures, “reduzindo tempos de viagem em cerca de 20 a 30 minutos”. Pelo mapa, percebe-se que o troço começa perto da Malveira e que termina junto à Linha de Cintura.

Sistemas ligeiros

O documento em consulta pública também abre a porta à criação de mais dois sistemas ligeiros de transporte de passageiros. Partindo do exemplo de Coimbra, do Sistema de Mobilidade do Mondego, o PFN sugere a criação de uma rede de autocarros em via dedicada para o Norte e para o sul do país.

No norte, este sistema de autocarros pretende ligar Guimarães a Braga, Fafe, Felgueiras e Famalicão. Também se pretende colocar autocarros entre Fafe e Felgueiras e entre Famalicão e Póvoa de Varzim, segundo a proposta. O PFN diz que o sistema “pode ter uma solução evolutiva”, podendo passar para um sistema de metropolitano (ferrovia ligeira).

No Algarve, prevê um conjunto de autocarros ao longo da costa: Vila do Bispo-Lagos, Portimão-Faro (passagem em Albufeira e Quarteira) e ainda Loulé-Faro.

Estudos e mercadorias

Em cenário de estudo são deixadas duas opções: a criação de uma ligação de alta velocidade entre Lisboa e Faro ‘– já chumbada por especialistas contactados pelo ECO – e ainda a possibilidade de se construir um acesso norte a Lisboa pela margem esquerda ou pela margem direita, “com flexibilidade para se adaptar à decisão sobre a localização do novo aeroporto”, seja no Montijo, em Alcochete ou até em Santarém.

Sobre os comboios de mercadorias, o PFN prevê a criação de novos corredores ferroviários pela Linha de Trás-os-Montes e pela Linha do Algarve, a partir de Tunes. Fica ainda em aberto a hipótese de um corredor piloto entre Sines e Elvas para permitir a circulação de comboios com 1,5 quilómetros de comprimento, criando desafios ao nível do tempo de carga do material para os vagões.

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Maria Luís Albuquerque nomeada para a subsidiária europeia do Morgan Stanley

  • ECO
  • 17 Novembro 2022

Antiga ministra das Finanças anunciou no LinkedIn que começou um novo cargo como membro do Conselho de Supervisão e Comissões de Auditoria, Risco e Nomeações do banco Morgan Stanley Europe.

Maria Luís Albuquerque, antiga ministra das Finanças do Governo de Passos Coelho, anunciou no LinkedIn que iniciou um novo cargo como membro do Conselho de Supervisão da subsidiária europeia do gigante financeiro americano Morgan Stanley.

A economista e atual membro do conselho nacional do PSD iniciou funções em setembro, de acordo com o que indica no seu perfil naquela rede social.

Em concreto, Maria Luís Albuquerque integra o Conselho de Supervisão (equivalente à administração executiva) das instituições Morgan Stanley Europe Holding SE – MSEHSE, Morgan Stanley Europe SE – MSESE e do Morgan Stanley Bank AG – MSBAG, as três com sede em Frankfurt.

Ao mesmo tempo, a portuguesa passou a integrar as comissões de auditoria, risco e nomeações daquelas três sociedades.

Segundo o perfil no LinkedIn, Maria Luís Albuquerque exerce ainda funções na Universidade Lusíada de Lisboa (comissão de aconselhamento estratégico da direção), no Indeg-ISCTE (conselho consultivo) e na sociedade de private equity Horizon (equipa operacional).

Em 2021, a antiga ministra deixou o grupo Arrow – que em Portugal detém a Whitestar, sociedade que gere malparado e ativos imobiliários – para regressar à Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP), de onde tinha saído em 2011.

(Notícia atualizada às 17h26)

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Impacto da greve da função pública começa a sentir-se esta noite

  • Lusa
  • 17 Novembro 2022

A Frente Comum de Sindicatos indica que o impacto da greve vai começar a sentir-se esta quinta à noite em áreas “como a recolha de resíduos sólidos e nos hospitais”.

Os efeitos da greve nacional da administração pública marcada para sexta-feira começam a sentir-se já esta noite na recolha do lixo e nos hospitais, antecipa a Frente Comum de Sindicatos, que convocou a paralisação.

A greve foi convocada para dia 18, a uma semana da votação final global da proposta de Orçamento do Estado para 2023 (OE2023), que prevê aumentos salariais de um mínimo de cerca de 52 euros ou de 2% para a administração pública no próximo ano.

Segundo disse à Lusa o coordenador da Frente Comum, Sebastião Santana, os efeitos da greve vão começar a sentir-se ao final do dia de hoje em áreas “como a recolha de resíduos sólidos e nos hospitais”, uma vez que a greve começa no início dos turnos destes trabalhadores.

Na sexta-feira, a paralisação vai afetar serviços da educação, saúde, finanças, segurança social e autarquias, mas também áreas com menor visibilidade por não terem atendimento ao público, como “centros de processamento, serviços centrais ou o centro nacional de pensões, disse o sindicalista.

Vai haver com certeza escolas encerradas em todo o país e perturbações nas consultas nos hospitais” na sexta-feira, afirmou Sebastião Santana, realçando que os pré-avisos de greve são entregues com 10 dias da antecedência para garantir em determinados serviços um menor impacto para a população.

A Frente Comum espera “uma grande adesão” à greve perante o “descontentamento” face às negociações com o Governo sobre os aumentos salariais para 2023. “O Governo entrou nas negociações com um aumento de massa salarial em 5,1% e um aumento médio das remunerações de 3,6% e anda dois meses a dizer que negoceia para acabar com os mesmos montantes com que começou, portanto, não resolve problema nenhum”, acusou o líder sindical.

Sebastião Santana disse que praticamente todas as 30 estruturas da Frente Comum entregaram pré-avisos de greve para sexta-feira, realçando no entanto que “todos os trabalhadores da administração pública, sindicalizados ou não, podem aderir” ao protesto.

Entre as estruturas da Frente Comum que emitiram pré-avisos de greve estão a Federação Nacional de Sindicatos dos Trabalhadores da Administração Pública, a Federação Nacional dos Professores (Fenprof), a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL).

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Administrador de insolvência da FTX arrasa gestão de Sam Bankman-Fried

John J. Ray III, designado administrador de insolvência da FTX, e que geriu a insolvência da Enron em 2001, diz que nunca viu uma falha tão grande de governação como a que encontrou na corretora.

O homem designado para administrar a insolvência da FTX, conhecido por também ter comandado o processo de insolvência da Enron, diz que nunca se deparou com “uma falha tão grande” de governação como a que viu na corretora de criptomoedas falida este mês.

Num documento submetido ao abrigo da insolvência da FTX, John J. Ray III alega que a situação que encontrou na FTX é ainda pior do que a da Enron. A Enron era uma empresa de energia norte-americana que colapsou em 2001 num escândalo de fraude contabilística, cujo processo também foi comandado por este administrador.

“Desde a integridade de sistemas comprometida à supervisão regulatória deficiente no exterior, à concentração e controlo nas mãos de um grupo muito pequeno de indivíduos inexperientes, não sofisticados e potencialmente comprometidos, a situação não tem precedentes”, escreveu o responsável, citado pelo The New York Times.

John J. Ray III vai ainda mais longe e fala em “práticas de gestão inaceitáveis” e “falta de governação independente” entre a FTX e a Alameda, esta última detida por Sam Bankman-Fried, que também geria a corretora. “O Grupo FTX não mantinha livros e registos apropriados, ou controlos de segurança, em respeito aos seus ativos digitais”, afirma o administrador de insolvência.

Na semana passada, a FTX declarou falência depois de a perda de confiança dos clientes ter provocado uma corrida aos levantamentos e atirado a empresa para a insolvência. O caso afundou o mercado das criptomoedas, com a bitcoin a regressar a preços que não eram vistos desde 2020. A gestão de Sam Bankman-Fried está agora a ser passada a pente fino pelas autoridades.

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PSD decide “nos próximos dias” se avança para inquérito potestativo ao caso Isabel dos Santos

  • Lusa
  • 17 Novembro 2022

“Não iremos conversar com o Chega sobre isso, iremos tomar uma posição nossa”, disse Joaquim Miranda Sarmento.

O líder parlamentar do PSD afirmou esta quinta-feira que o partido decidirá “nos próximos dias” se avança sozinho para uma comissão parlamentar de inquérito ao caso Isabel dos Santos, e assegurou que os sociais-democratas não irão conversar com o Chega.

À margem da Assembleia Política do Partido Popular Europeu (PPE), Joaquim Miranda Sarmento foi questionado se o PSD avançará para uma comissão parlamentar de inquérito sobre as declarações do ex-governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, que acusou o primeiro-ministro de intromissão política no afastamento da empresária angolana Isabel dos Santos do BIC, com António Costa a anunciar que irá processá-lo por declarações falsas e ofensivas.

“Nós sobre isso tomaremos uma posição a breve trecho”, afirmou o líder parlamentar do PSD. Questionado se o PSD já conversou com o Chega, partido que já anunciou que irá avançar para essa iniciativa, Miranda Sarmento respondeu negativamente.

Não iremos conversar com o Chega sobre isso, iremos tomar uma posição nossa”, afirmou, recordando que PSD e PS são os únicos partidos que dispõem de deputados suficientes para avançar para um pedido de inquérito potestativo (obrigatório), ou seja, pelo menos 46 parlamentares (um quinto). Instado a clarificar quando irá ser tomada essa posição, o líder parlamentar do PSD respondeu: “A breve trecho, no decorrer dos próximos dias”.

Na terça-feira, o presidente do Chega anunciou que vai propor a realização de um inquérito parlamentar às “relações obscuras” entre o primeiro-ministro, António Costa, e a famílias do ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos.

“Quer o PSD venha connosco, quer o PSD não venha connosco, o Chega não vai desistir que seja investigado até às ultimas consequências aquilo que aconteceu nas relações obscuras entre António Costa e a família dos Santos. Quero anunciar que vamos propor uma comissão de inquérito parlamentar a esta relação entre António Costa e a família dos Santos neste episódio do Banco de Portugal”, afirmou André Ventura, na Assembleia da República.

No entanto, esta proposta do Chega, que tem apenas 12 deputados, teria de ser aprovada por maioria para avançar.

Na terça-feira, na apresentação do livro “O Governador”, da autoria do jornalista do Observador Luís Rosa, Carlos Costa acusou o primeiro-ministro de intromissão política sobre o Banco de Portugal, instituição que liderou entre 2010 e 2020.

Carlos Costa referiu que António Costa o “contactou por chamada” para o telemóvel no dia 12 de abril de 2016 à tarde, depois de uma reunião que o antigo governador teve com a empresária angolana Isabel dos Santos, com o seu sócio Fernando Telles, enquanto acionistas do BIC, e com o diretor do departamento de supervisão do banco central Carlos Albuquerque.

“Um telefonema em que me comunicou que não se pode tratar mal a filha do presidente de um país amigo de Portugal”, disse. Segundo o livro “o Governador”, esta frase de António Costa seria um pedido para que o Banco de Portugal não afastasse Isabel dos Santos da administração do BIC.

Na apresentação do livro, Carlos Costa acrescentou que, esta semana, “no mesmo dia em que anunciava um processo judicial” recebeu uma mensagem do primeiro-ministro. “Enviou-me uma mensagem escrita em que reconhece que me contactou para me transmitir a inoportunidade do afastamento da engenheira Isabel dos Santos. Ou seja, é o próprio primeiro-ministro a confirmar a tentativa de intromissão do poder político junto do Banco de Portugal”, disse o antecessor de Mário Centeno, na sua intervenção.

O primeiro-ministro, António Costa, tem acusado Carlos Costa, por várias vezes, de fazer afirmações “falsas e ofensivas” e já anunciou que irá processar o ex-governador do Banco de Portugal por ofensa à sua honra.

Na quarta-feira, o Presidente da República não comentou diretamente as trocas de palavras entre Carlos Costa e António Costa, mas considerou que as autoridades portuguesas atuaram em nome do “interesse nacional” quando o Governo avançou com um diploma de desblindagem dos estatutos do BPI (que levou à saída de Isabel dos Santos), depois promulgado por si.

O presidente do PSD, Luís Montenegro, desafiou no passado fim de semana o primeiro-ministro a dar esclarecimentos, mas, no final da apresentação do livro, na qual esteve presente, juntamente com muitas figuras do PSD, escusou-se a prestar mais declarações à comunicação social.

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Próxima Geração volta a formar os próximos cidadãos políticos. Candidaturas abertas

Entre 27 de janeiro e 30 de abril de 2023, os participantes deste programa terão oportunidade de adquirir competências de liderança, comunicação política, ética e conhecimentos da estrutura do poder.

O programa intensivo de 12 semanas da Próxima Geração, que desafia jovens dos 16 aos 30 anos a aprender como responder às necessidades dos cidadãos e encontrar soluções para os desafios atuais da sociedade, está de volta. As candidaturas para a segunda edição do programa estão abertas até 28 de novembro, aqui.

“É muito importante que exista na política e na sociedade civil transparência, debate de ideias e pensamento crítico. A governação democrática de um país não se faz sozinha, é necessária uma engrenagem que complemente vários ideais e um grande equilíbrio para que tudo funcione correta e naturalmente. É a pensar nisto que, depois de uma primeira edição muito bem-sucedida, seguimos agora para a segunda edição da Academia Próxima Geração, com o objetivo de preparar os participantes para o dia a dia de um cidadão ativo, consciente e com um pensamento crítico”, afirma Ricardo Marvão, diretor executivo da Próxima Geração – Apolitical Academy.

“O nosso programa irá fornecer a este novo grupo de participantes as ferramentas necessárias e mostrar-lhes como podem ser usadas para poderem contribuir positivamente para a prosperidade da democracia e para o bem-estar da sociedade”, acrescenta, em comunicado.

Entre 27 de janeiro e 30 de abril de 2023, através de diferentes ferramentas e módulos de educação não-formais, os participantes deste programa terão oportunidade de adquirir competências de liderança, comunicação política, ética e conhecimentos da estrutura do poder local, governo central e instituições europeias e mundiais.

Numa vertente prática, os alunos serão colocados perante vários desafios, incluindo atividades como a criação de políticas públicas, a escrita de um manifesto, a organização de uma campanha de angariação de fundos por uma causa, entre outros. Uma vertente de reflexão levará também os participantes a colaborar e discutir temáticas atuais (globais e locais), sempre com um especial foco nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável definidos pela ONU para implementação da Agenda 2030.

As candidaturas para a segunda edição da Academia Próxima Geração estão abertas para todos os cidadãos entre os 16 e 30 anos, de diferentes realidades socioeconómicas, regiões do país e com diferentes ideologias. Esta edição conta ainda com o apoio do IPDJ – Instituto Português da Juventude, Agência Nacional Erasmus+ Educação e Formação, das Câmaras Municipais parceiras e de donativos pessoais.

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Marcelo promulga novas regras da banca, mas critica Governo e Parlamento (com maioria PS)

Marcelo Rebelo de Sousa aprovou 2 novos diplomas para a banca, para superar "indesejável compasso de espera" num processo em que Portugal era o único país em falta. Mas critica Governo e Parlamento,

O Presidente da República promulgou dois novos diplomas sobre o setor financeiro que transpõem para a lei portuguesa duas diretivas europeias, mas lançou críticas ao Governo e Parlamento (de maioria PS). Marcelo Rebelo de Sousa diz que apenas deu luz verde aos diplomas para “ultrapassar um indesejável compasso de espera” num processo em que Portugal era o único país em falha e já levava quase dois anos de atraso.

Marcelo Rebelo de Sousa lamenta que não se tenha “aproveitado” a transposição das duas diretivas para se proceder com “uma revisão integral e codificadora do Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras e legislação conexa, de leitura particularmente complexa”, segundo adianta na nota publicada esta quinta-feira no site da Presidência.

Isto era algo que o Banco de Portugal pretendia quando avançou com o anteprojeto do Código da Atividade Bancária – que substituiria o histórico Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras (RGICSF), de 1993, criando e condensando as novas e velhas regras para a banca num manual mais simples – no final de 2020, mas que continua na gaveta à espera do Ministério das Finanças.

Por outro lado, o Presidente da República faz questão de sublinhar que o resultado final da transposição das duas diretivas se afastou “em alguns aspetos de forma muito significativa” daquilo que era a opinião das autoridades ouvidas no processo, como os reguladores financeiros.

Nota Marcelo que as “opções subjacentes se distanciam, em alguns aspetos significativos, dos pareceres emitidos no âmbito do processo legislativo”.

Um dos “aspetos” que mais distanciou as partes que intervieram neste processo teve a ver com os limites ao investimento por pequenos investidores em produtos financeiros complexos como são os instrumentos de MREL. O Banco de Portugal pretendeu uma abordagem mais conservadora do que aquela que acabou por singrar, que foi a proposta do PS: o investimento não ultrapassar 10% do total da carteira de instrumentos financeiros que seja inferior a 500 mil euros. Apenas os socialistas (em maioria) votaram a favor, sendo que Chega, Iniciativa Liberal, PAN e Livre abstiveram, e os outros partidos votaram contra.

Apesar dos reparos, Marcelo Rebelo de Sousa diz que teve de promulgar os dois diplomas “atendendo à necessidade de ultrapassar um indesejável compasso de espera”. Portugal era o único país que ainda não tinha transposto para a legislação nacional as regras europeias, levando já quase dois anos de atraso em relação ao prazo limite.

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Galp alerta para “dívida muito significativa” de Estado moçambicano

  • Lusa
  • 17 Novembro 2022

Ao não haver atualizações de preço nos postos de abastecimento, muito abaixo do valor de compra, acumula-se uma "dívida muito significativa" do Estado junto dos distribuidores, como a Galp.

O presidente da Galp Moçambique, Paulo Varela disse esta quinta-feira esperar resultados do diálogo do setor com o Governo para sanar a dívida quase insustentável aos distribuidores de combustíveis no país. Em causa está o facto de não haver atualizações de preço nos postos de abastecimento, que estão muito abaixo do valor de compra, acumulando-se uma “dívida muito significativa” do Estado junto dos distribuidores, como a Galp, referiu.

“É um tema da indústria, não de uma empresa em particular e a Associação das Empresas Petrolíferas (Amepetrol) tem tido um diálogo próximo com o Governo no sentido de se encontrar uma solução”, referiu Paulo Varela, num encontro com jornalistas a propósito dos 65 anos da Galp em Moçambique. “De facto, as empresas continuam a suportar esse custo que está a atingir valores muito significativos”, numa situação que “não é sustentável durante muito mais tempo”, afirmou.

Para Varela, “é um tema em que, com diálogo e colaboração entre todas as partes, se vai encontrar uma solução”, remetendo para a associação detalhes sobre os valores em causa. “No fim do dia, o custo terá de ser pago de alguma forma“, referiu, ou os consumidores suportam uma atualização de preços ou o Estado subsidia os distribuidores ou há outra forma, dependendo de uma “decisão de política económica” em que cada Governo “é soberano”.

Apesar de haver “esforços do Governo” para controlar o preço de venda ao público, através do corte de carga tributária, “o problema de Moçambique e de muitos outros países é o elevado custo internacional” dos combustíveis, que no país são totalmente importados. Os preços têm-se mantido elevados, apesar de alguma baixa “em agosto e setembro”, ou seja, “a pressão mantém-se”, referiu.

Em conjugação com o Ministério da Energia moçambicano, trabalha-se em busca de “um mecanismo que permita haver continuidade do fornecimento e não haver situações como no Maláui, em que há uma escassez enorme de combustíveis, decorrente de fatores de perturbação de abastecimento”, disse.

Moçambique, felizmente, tem tido um abastecimento estável, totalmente à custa das empresas distribuidoras que estão a suportar essa diferença”, concluiu. A Amepetrol tem alertado desde o início do ano que as dívidas do Estado às gasolineiras podem paralisar a distribuição. No total, segundo informação avançada em abril pela Amepetrol, o Governo moçambicano devia na altura às gasolineiras acima de 110 milhões de dólares (106 milhões de euros).

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