Trabalhadores da CP em greve no dia 30 com serviços mínimos de 25%

  • Lusa
  • 17 Novembro 2022

Os sindicatos e a CP chegaram a acordo para o cumprimento de serviços mínimos de 25% para a greve prevista para o dia 30 de novembro. Paralisação dura 24 horas.

Os trabalhadores da CP cumprem no dia 30 uma greve de 24 horas, em conjunto com os trabalhadores da Infraestruturas de Portugal, reivindicando um prémio financeiro para mitigar os efeitos da inflação e o cumprimento do Acordo de Empresa.

De acordo com uma ata disponível no site da DGERT – Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho, os sindicatos e a CP chegaram a acordo para o cumprimento de serviços mínimos de 25%.

Nos termos do pré-aviso de greve, divulgado esta quinta-feira, os trabalhadores “lutam pela atribuição de um prémio financeiro anual que compense a perda de [poder de] compra verificada no ano de 2020, pela atualização do subsídio de alimentação, pelo fim da discriminação entre sindicatos, pelo cumprimento do Acordo de Empresa em vigor e pela realização do processo de avaliação de desempenho em falta, referente ao período de maio de 2021 a abril de 2022”.

O protesto foi convocado pela Associação Sindical das Chefias Intermédias de Exploração Ferroviária (ASCEF), Sindicato Independente Nacional dos Ferroviários (SINFB), Sindicato Nacional de Ferroviários e Afins (SINFA), Sindicato Independente dos Operacionais Ferroviários e Afins (SIOFA), Sindicato Nacional Democrático da Ferrovia (SINDEFER) e Sindicato Nacional dos Transportes Comunicações e Obras Públicas (FENTCOP).

A greve abrange todos os trabalhadores da CP – Comboios de Portugal e decorrerá entre as 00h00 e as 24h00 do dia 30 de novembro.

De acordo com o pré-aviso divulgado, de hoje até dia 29 decorre ainda uma greve dos trabalhadores da CP a partir da oitava hora de serviço do seu período normal de trabalho diário e uma greve “a todo o período de trabalho” do pessoal fixo das estações (trabalhadores afetos às bilheteiras, chefias diretas e ao serviço comercial e marketing”.

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Casa do Impacto arranca com nova edição do fundo +Plus. Há 500 mil euros para investir

"O potencial de impacto social e ambiental das soluções, a sua exequibilidade, a consistência do modelo de negócio e o perfil da equipa/candidato serão os principais critérios de seleção."

A Casa do Impacto tem 500 mil euros para investir em projetos de impacto ambiental e social. As candidaturas para a 3.ª edição do fundo +Plus decorrem até 30 de novembro.

“O +Plus revelou ser uma ferramenta de investimento fundamental para os projetos de impacto conseguirem dar os primeiros passos ou escalarem os seus negócios. Para além do apoio financeiro, através de um mecanismo de pagamento por resultados, os projetos investidos têm acesso a acompanhamento não-financeiro e a um hub que nos últimos anos reuniu todas as condições para terem sucesso no ecossistema de impacto”, diz Inês Sequeira, diretora da Casa do Impacto da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, citada em comunicado.

Na terceira edição, metade do orçamento do fundo será para soluções de impacto ambiental e outros 50%, ou seja 250 mil euros, para soluções inovadoras de impacto social. Será apoiado o mesmo número de projetos.

O que oferece o fundo

Os interessados podem candidatar-se à vertente de +Testing — visando startups numa fase early stage que ainda não tenham ou estejam em processo de implementar as suas soluções. “É importante que consigam mostrar que produzem impacto e que o modelo de negócio pode ser ajustado durante o programa”, sendo concedido um montante de até 50 mil eurosou de +Scaling. A esta última devem “candidatar-se projetos já implementados e com tração no mercado que precisem de até 100 mil euros para escalar, aumentar o seu impacto comprovado e expandir para outras geografias ou públicos.”

Para além do apoio financeiro, realizado por parcelas mediante a apresentação de resultados ao longo de dois anos, o programa também oferece apoio não financeiro, como “acompanhamento individualizado pela equipa da Casa do Impacto, experts e parceiros, para a implementação no mercado, escalabilidade e demonstração do impacto.”

As candidaturas decorrem até 30 de novembro no site da Casa de Impacto. Os pré-selecionados passam para uma fase de bootcamp (dois dias) e depois para a fase final onde fazem o pitch perante um painel de jurados, a acontecer em janeiro de 2023.

“O potencial de impacto social e ambiental das soluções, a sua exequibilidade, a consistência do modelo de negócio e o perfil da equipa/candidato serão os principais critérios de seleção.”

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Comissão de Trabalhadores da Volkswagen na Alemanha apoia Autoeuropa

Autoeuropa inicia esta quinta-feira uma greve parcial de dois dias, que terá início com o turno das 15h20, mas a Comissão de Trabalhadores queria suspender a greve. Sindicatos não aceitaram.

A Comissão de Trabalhadores da Volkswagen na Alemanha manifestou apoio à congénere portuguesa na tentativa de encontrar uma solução negocial com a administração da Autoeuropa para obter um aumento salarial extraordinário, para fazer face ao agravamento do custo de vida.

“Enquanto comissão de trabalhadores do grupo europeu e mundial, compreendemos as preocupações atuais dos trabalhadores e estamos convencidos de que estas podem ser resolvidas pela Comissão de Trabalhadores num diálogo construtivo com a empresa”, pode ler-se na carta enviada à estrutura liderada por Rogério Nogueira.

A fábrica da Autoeuropa, em Palmela, inicia esta quinta-feira uma greve parcial de dois dias, que terá início com o turno das 15h20, mas a Comissão de Trabalhadores queria suspender a greve, já que a administração aceitou voltar a sentar-se à mesa das negociações no dia 25 de novembro. Uma abertura que os sindicatos dizem ser exclusivamente motivada pela tentativa de travar a greve e que, por isso, optaram por não a desconvocar.

Na mesma missiva, a Comissão de Trabalhadores do grupo europeu sublinhou compreender “as preocupações atuais dos trabalhadores” e garantem estar convencida “de que estas podem ser resolvidas pela Comissão de Trabalhadores num diálogo construtivo com a empresa”. “Do nosso ponto de vista, está é a forma correta de resolver cooperativamente os conflitos do nosso tempo e de encontrar para todas as partes envolvidas, os trabalhadores e a empresa, a melhor solução possível”, lê-se na carta assinada por Dariusz Dabrowski.

“Nesta altura entendemos que, estando aberta a porta do diálogo, não faz sentido manter a greve até ouvir a proposta da empresa para um aumento salarial extraordinário”, reforça ao ECO a Comissão de Trabalhadores através de uma declaração por escrito.

Os trabalhadores da Autoeuropa exigem um aumento salarial extraordinário de 5% em dezembro, para compensar a perda do poder de compra devido à inflação, mas a empresa decidiu atribuir um prémio único de 400 euros, posição que levou os trabalhadores a decidirem avançar para a greve nos plenários realizados na semana passada.

Esta é a segunda paralisação por questões laborais em três décadas de atividade da fábrica de automóveis da Volkswagen em Palmela. A primeira – excetuando as que ocorreram no âmbito de greves gerais a nível nacional – teve lugar a 30 de agosto de 2017, quando os trabalhadores cumpriram uma paralisação de um dia contra a obrigatoriedade de trabalharem ao sábado, o que obrigou a uma paragem de toda a produção.

(Notícia atualizada às 12h09 com declaração da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa)

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Colapso da FTX tem riscos “limitados” para o sistema financeiro, diz supervisor europeu

ESMA diz que, apesar de o "colapso" da FTX ser um "acontecimento significativo" para a indústria das criptomoedas, acarreta riscos "limitados" para o sistema financeiro global. Mas pede vigilância.

O supervisor europeu dos mercados financeiros (ESMA) considera que o colapso da corretora de criptomoedas FTX acarreta riscos “limitados” para o sistema financeiro global, apesar de reconhecer que foi um “acontecimento significativo para a indústria cripto”.

Numa curta declaração publicada no Twitter, a ESMA aponta, contudo, que os efeitos da insolvência da corretora “requerem uma monitorização próxima”. Isto porque o organismo entende que a “falta de transparência e de dados disponíveis, incluindo das empresas com exposição à FTX, fazem com que a avaliação seja desafiante”.

Na semana passada, a FTX declarou falência depois de a perda de confiança dos clientes ter provocado uma corrida aos levantamentos e atirado a empresa para a insolvência. O caso afundou o mercado das criptomoedas, com a bitcoin a regressar a preços que não eram vistos desde 2020.

Alguns investidores temem que as ondas de choque deste tipo de eventos possam causar estragos no sistema financeiro global, nomeadamente nos mercados regulados, como o das ações e obrigações. A ESMA, que tem funções regulatórias e de proteção dos investidores, acredita que o impacto, para já, é limitado.

Segundo a plataforma CoinMarketCap, o mercado das criptomoedas estava avaliado em mais de 825 mil milhões de dólares, uma fração dos mais de 2,8 biliões que chegou a valer no ano passado. Em contrapartida, o mercado de ações mundial vale mais de 100 biliões de dólares, com quase metade (46,2%) a corresponder ao mercado dos EUA, segundo dados trimestrais da Sifma, uma associação do setor financeiro, publicados em outubro.

Numa altura em que muitos investidores lambem as feridas após a queda da FTX, que foi fundada pelo jovem Sam Bankman-Fried, vão sendo conhecidos mais efeitos secundários deste incidente.

Na quarta-feira, o The Wall Street Journal noticiou que a BlockFi, um banco de criptomoedas, suspendeu os levantamentos de fundos aos clientes e pode estar a preparar-se para declarar falência. Em simultâneo, a Gemini, outra empresa cripto desenvolvida pelos irmãos Winklevoss, também suspendeu os levantamentos a alguns clientes, segundo a Bloomberg.

Em Portugal, o ECO noticiou que o fundo Alameda, do mesmo dono da FTX, participou na ronda de capital que tornou a Anchorage Digital no sétimo unicórnio com ADN nacional. O fundador do banco de criptomoedas, Diogo Mónica, mostrou interesse em adquirir as ações próprias que estejam na massa falida.

Esta quinta-feira, o Jornal de Negócios avançou que há portugueses entre os “lesados” da FTX, que “perderam milhares de euros” com a queda do império de Sam Bankman-Fried. Não é evidente que consigam recuperar os fundos perdidos.

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Portugal teve terceiro maior aumento de novas empresas na UE no 3.º trimestre

  • Joana Abrantes Gomes
  • 17 Novembro 2022

O registo de novas empresas em Portugal aumentou 6,8% entre julho e setembro, tendo assistido também a um recuo de 2,9% no número de insolvências.

O número de negócios forçados a iniciar um processo de insolvência na União Europeia (UE) disparou no terceiro trimestre deste ano, na comparação em cadeia. De acordo com os dados publicados esta terça-feira pelo Eurostat, as declarações de falência aumentaram 16,3% entre julho e setembro face ao segundo trimestre. Este cenário, no entanto, não se verificou em Portugal, que assistiu a um recuo de 2,9% nos processos de insolvência, ao mesmo tempo que registou o terceiro maior aumento no registo de novas empresas (+6,8%)

Este é o quinto trimestre consecutivo em que se observou um aumento das falências, depois da queda em cadeia de 9,6% no segundo trimestre de 2021. O aumento foi ainda mais significativo na Zona Euro (19,3%), segundo o gabinete de estatísticas europeu.

Fonte: Eurostat

Apenas o setor dos transportes escapou a este aumento, ao registar um decréscimo de 5,4% nas falências no terceiro trimestre. Alojamento e serviços alimentares (+24,0%), atividades financeiras e de seguros (+17,8%) e indústria (+16,2%) tiveram as maiores subidas.

Entre os Estados-membros, a Roménia foi o país onde os processos de insolvência mais encolheram, com um recuo de 36,1%, sendo seguida pelo Chipre (-32,7%) e a Estónia (-21,3%). Importa sublinhar que em 11 dos 16 Estados-membros com dados disponíveis o número de falências reduziu. Em sentido inverso, o maior aumento de falências verificou-se na Hungria (+110,6%), país ao qual se seguem a Espanha (+66,1%) e a Lituânia (+4%).

Ao mesmo tempo, o registo de novas empresas no bloco comunitário aumentou 2,6% no terceiro trimestre deste ano face aos três meses anteriores, depois de um ligeiro recuo nos dois primeiros trimestres. Aliás, o número de novas empresas nos primeiros nove meses do ano ultrapassou o número de registos no mesmo período de 2019, antes da pandemia.

Comparando com o segundo trimestre de 2022, os maiores aumentos nos registos de novas empresas observaram-se na Roménia (+13,8%), Hungria (+8,0%) e Portugal (+6,8%), enquanto a Irlanda (-44,0%), a Eslováquia (-8,7%) e a Estónia (-5,4%) registaram os maiores recuos.

No período em análise, os registos de novas empresas aumentaram principalmente nos setores da indústria, da informação e comunicação e do transportes e armazenamento (+8,1%, +2,3% e +1,8%, respetivamente).

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Semana de quatro dias de trabalho é “vergonha nacional”, diz CEO do Grupo Pestana

CEO do Grupo Pestana diz que implementar uma semana de quatro dias de trabalho, mantendo a carga horária de 40 horas, é um "desastre" e um "tiro nos pés".

O projeto-piloto da semana de quatro dias de trabalho que o Governo preparou não conquista o setor do turismo. O CEO do Grupo Pestana diz que aplicar isso mantendo as 40 horas de trabalho seria um “desastre”, sobretudo tendo em conta que o turismo tem falta de mão-de-obra e que a qualidade dos serviços hoteleiros piorou desde a pandemia. “É impensável”, diz José Theotónio.

“Se for um horário de trabalho em que as 40 horas são trabalhadas em apenas quatro dias, isso obriga a uma flexibilidade e, para algumas unidades, até poderia ser produtivo“, começa por assumir o CEO do Grupo Pestana, durante o 33.º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo, organizado pela Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), que decorre até esta sexta-feira em Fátima.

Mas “na indústria [do turismo] é impensável trabalhar mais do que 40 horas”, afirma José Theotónio, notando que faltam 1,5 milhões de trabalhadores em todo o mundo no setor e cerca de 45 mil em Portugal.

“Numa indústria em que sentimos que há uma redução da qualidade de serviço, nesta fase do campeonato, passar para quatro dias [de trabalho] e manter a carga horária é um desastre, um tiro nos pés”, afirma. “Depois da questão do novo aeroporto, é a segunda maior vergonha nacional”, diz.

No mesmo congresso, o presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP) mostrou ter a mesma opinião. “Já sabemos como estas experiências acabam”, disse Francisco Calheiros, sublinhando: “Temos de estar todos contra este problema.”

O projeto-piloto da semana de quatro dias arranca em junho de 2023 em empresas privadas voluntárias, com uma duração de seis meses e sem incentivos financeiros públicos, estendendo-se posteriormente ao setor público, se tiver uma “evolução satisfatória”.

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PSD pede suspensão do processo de descentralização até junho

PSD pede suspensão do processo de descentralização de competências na ação social até junho, alegando que autarcas devem ter tempo para fazer o levantamento das necessidades.

Em declarações à Renascença, o deputado social-democrata Luís Gomes defende que não há condições para as autarquias assumirem as competências na área da ação social em janeiro de 2023.

A RR avança que o PSD pede, em sede de discussão do Orçamento do Estado 2023 (OE2023), a suspensão deste processo transferência de competências por seis meses. O deputado social-democrata justifica que “os autarcas devem ter tempo para fazer o levantamento das necessidades, e por isso, o processo deve ser suspenso por seis meses”.

Luís Gomes acusa ainda o Governo de não cumprir prazos, não chegar a acordo com a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) no que toca à descentralização de competências.

O deputado explicou à RR que “o acordo, que foi assinado com a ANMP, previa que as portarias pudessem ser publicadas no final de outubro e isso não aconteceu”. E acrescenta ainda que “numa altura em que os municípios já têm fechado o orçamento para 2023, não faz sentido o Governo vir com mais uma proposta de descentralização que tem um impacto muito importante”.

A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, já recusou um novo adiamento da passagem das competências na área da ação social para as autarquias, a 1 de janeiro.

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Euribor caem a três, a seis e a 12 meses

  • Lusa
  • 17 Novembro 2022

A taxa Euribor a seis meses recuou para 2,294%, menos 0,017 pontos do que na quarta-feira. A Euribor a três meses foi fixada em 1,802% e a 12 meses em 2,834%.

As taxas Euribor desceram esta quinta-feira a três, a seis e a 12 meses face a quarta-feira.

  • A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno positivo em 06 de junho, recuou hoje, para 2,294%, menos 0,017 pontos do que na quarta-feira e depois de ter subido em 14 de novembro para 2,337%, um novo máximo desde janeiro de 2009. A média da Euribor a seis meses subiu de 1,596% em setembro para 1,997% em outubro. A Euribor a seis meses esteve negativa durante seis anos e sete meses (entre 06 de novembro de 2015 e 03 de junho de 2022).
  • A Euribor a três meses, que entrou em 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, também baixou hoje, ao ser fixada em 1,802%, menos 0,001 pontos, contra um novo máximo desde março de 2009, de 1,803%, verificado na quinta-feira. A taxa Euribor a três meses esteve negativa entre 21 de abril de 2015 e 13 de julho último (sete anos e dois meses). A média da Euribor a três meses subiu de 1,011% em setembro para 1,428% em outubro.
  • No mesmo sentido, no prazo de 12 meses, a Euribor desceu hoje, ao ser fixada em 2,834%, menos 0,009 pontos do que na quarta-feira, contra 2,874% em 09 de novembro, um novo máximo desde janeiro de 2009. Após ter disparado em 12 de abril para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 05 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril. A média da Euribor a 12 meses avançou de 2,233% em setembro para 2,629% em outubro.

As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 04 de fevereiro, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro.

Em 27 de outubro, com o objetivo de travar a inflação, o BCE subiu as três taxas de juro diretoras em 75 pontos base, o terceiro aumento consecutivo deste ano, depois de em 21 de julho ter subido em 50 pontos base as três taxas de juro diretoras, a primeira subida em 11 anos, e em 08 de setembro em 75 pontos base.

A evolução das taxas de juro Euribor está intimamente ligada às subidas ou descidas das taxas de juro diretoras do BCE. As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Analistas aplaudem aposta na continuidade com escolha de Filipe Silva para CEO da Galp

  • ECO
  • 17 Novembro 2022

Jefferies e RBC elogiam aposta num gestor que já fazia parte da administração e continuidade da estratégia num momento exigente para o setor. Ações sobem em contraciclo com o PSI.

Os analistas reagiram de forma positiva à escolha de Filipe Silva para liderar a Galp a partir do final do ano, quando Andy Brown deixará a presidência executiva da empresa. Aposta num gestor que já fazia parte da administração é elogiada.

A escolha não é uma surpresa e é um “sinal de continuidade estratégia” que deve ser bem recebido pelos investidores, afirma a Jefferies, citada pela Bloomberg. O analista Giacomo Romeo mantém a perspetiva positiva para a Galp, com a próxima fase de crescimento da empresa a ganhar visibilidade.

O banco de investimento RBC considera que o cargo ser ocupado por alguém que já está na administração reduz a possibilidade de mudanças transversais na estratégia da Galp. Um cenário macroeconómico incerto e o ritmo da evolução da transição energética nos próximos anos significam que uma equipa de gestão estável é “mais importante agora do que nunca para as empresas do setor”, diz o analista Biraj Borkhataria, também citado pela agência norte-americana.

A Galp anunciou na quarta-feira a escolha de Filipe Silva, o atual administrador financeiro (CFO), para suceder ao britânico Andy Brown. A proposta partiu do maior acionista, a Amorim Energia, que quer ver Filipe Silva eleito na assembleia geral de abril para um mandato de três anos.

“É um executivo com uma vasta experiência na empresa e nos mercados de energia, e estou certa de que esta sucessão é a que melhor permite à Galp continuar o seu percurso de crescimento e transformação, de acordo com as orientações estratégicas definidas. Desejo ao Filipe as maiores felicidades nas suas novas funções”, afirmou Paula Amorim, presidente da Galp.

As ações da Galp seguiam, pelas 10h00, a subir 0,18% para os 11,42 euros por ação enquanto o índice PSI recuava 0,65%.

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Estado financia obras na encosta do forte de São Filipe em mais de um milhão de euros

  • Joana Abrantes Gomes
  • 17 Novembro 2022

Foi publicada esta quinta-feira a portaria que autoriza a Direção-Geral do Tesouro e Finanças a assumir, em 2022 e 2023, encargos orçamentais plurianuais até 1.022.218,07 euros.

A Direção-Geral do Tesouro e das Finanças (DGTF) vai financiar as obras de estabilização da encosta onde está implantado o Forte de São Filipe, em Setúbal, em 1.022.218,07 euros até ao próximo ano, de acordo com uma portaria publicada esta quinta-feira em Diário da República.

Os encargos orçamentais previstos para este ano são de 252.150,29 euros, enquanto para 2023 estão designados 770.067,78 euros. “O montante fixado para cada ano económico pode ser acrescido do saldo apurado no ano antecedente”, indica a portaria assinada pelo ministro das Finanças, Fernando Medina.

A intervenção de reforço da encosta do Forte de São Filipe decorre de um protocolo de colaboração celebrado entre várias entidades, incluindo a DGTF e a Câmara Municipal de Setúbal, através do qual a DGTF se comprometeu a financiar até a um montante máximo correspondente a 25 % do custo total estimado da operação, tendo em vista assegurar a contrapartida nacional.

Já os restantes 75 % são suportados através de fundos europeus, nomeadamente do POSEUR – Programa Operacional da Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos.

As despesas serão suportadas por verba inscrita e a inscrever no Orçamento do Estado, no capítulo 60 (“Despesas excecionais”), gerido pela DGTF, sendo que a portaria produz efeitos já a partir desta quinta-feira.

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Inflação na Zona Euro atinge 10,6% em outubro. Portugal está alinhado

A inflação registada em Portugal (10,6%) fica em linha com a média dos países do euro, mas abaixo da média da União Europeia (11,5%). Eurostat reviu valores ligeiramente em baixa.

A inflação na Zona Euro acelerou para 10,6% em outubro, um valor que corresponde a uma ligeira revisão em baixa do Eurostat, segundo os dados divulgados esta quinta-feira. A taxa registada em Portugal (10,6%) fica em linha com a média dos países do euro, mas abaixo da média da União Europeia (11,5%).

O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) na Zona Euro, o indicador utilizado para comparações europeias, avançou para 10,6% em outubro de 2022, acima dos 9,9% registados em setembro. Já a inflação anual da União Europeia foi de 11,5% em outubro de 2022, o que compara com 10,9% em setembro.

Portugal encontra-se assim entre as médias europeias, registando uma taxa de inflação de 10,6% (medida pelo IPHC), uma aceleração face aos 9,8% registados no mês anterior.

As taxas anuais mais baixas registaram-se em França (7,1%), Espanha (7,3%) e Malta (7,4%). Já no extremo oposto, com as maiores variações encontra-se a Estónia (22,5%), Lituânia (22,1%) e Hungria (21,9%). Em comparação com setembro, a inflação anual caiu em onze Estados-Membros, manteve-se estável em três e aumentou em treze.

Apesar de seguirem a mesma tendência, a inflação média na União Europeia tem atingido níveis mais elevados do que na Zona Euro.

Na Zona Euro, o maior contributo para a taxa de inflação anual em outubro veio da “energia (+4,44 % pontos percentuais), seguindo-se a alimentação, álcool e tabaco (+2,74 p.p.), serviços (+1,82 p.p.) e bens industriais não energéticos (+1,62 p.p.)”, indica o gabinete de estatísticas europeu.

(Notícia atualizada às 10h30)

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Gap de competências? Mentoria pode ser a solução, mas são poucas as empresa que os têm

Metade dos empregados admite mesmo que a pandemia da Covid-19 teve um impacto positivo sobre estes programas. Hoje é o Dia Internacional do Estudante.

Embora a maioria das organizações (82%) esteja preocupada com a escassez e o desalinhamento de competências, apenas 39% dos empregadores dizem ter um esquema de mentoria em vigor. E, entre os profissionais, só 21% afirma que a sua organização conta com programas de mentoria implementados, revela o “Hays Learning Mindset Report 2022”. Esta quinta-feira, 17 de novembro, é o Dia Internacional do Estudante.

“As organizações devem aproveitar ao máximo o conhecimento e a experiência dos seus trabalhadores seniores, uma vez que podem ajudar outros membros da equipa a melhorar as suas capacidades”, começa por dizer Mário Rocha, senior manager na Hays.

“A mentoria é particularmente útil para os profissionais mais juniores, ao emparelhar pessoas que trabalham em funções semelhantes ou dentro do mesmo departamento, permitindo aos mais novos identificar lacunas de competências ao mesmo tempo que estão a ser apoiados no cumprimento dos seus objetivos de carreira”, acrescenta em comunicado, comentando os resultados do inquérito.

O relatório, que envolveu mais de 20.000 respostas, tanto de empregadores como de profissionais, de 26 países — incluindo Portugal –, conclui ainda que os sistemas de mentoria não foram, contudo, negativamente afetados pela pandemia. Na verdade, metade dos empregadores admite mesmo que a pandemia da Covid-19 teve um impacto positivo sobre estes programas. Já apenas 18% dos profissionais tem a mesma opinião e 20% das organizações diz que a Covid teve um efeito negativo nos programas de mentoria.

Tal como a Hays, a Adecco Portugal também considera que os programas de mentoria são um método de aprendizagem altamente eficaz, sobretudo para desenvolver as soft skills dos millennials, que querem aprender e trabalhar de forma diferente das gerações anteriores: “procuram empresas que estejam alinhadas com os seus valores e interesses”, indica a recrutadora.

“Este é um fator quase tão importante como um bom salário ao considerar uma oferta de emprego. Em troca, os recrutadores terão um colaborador empenhado e leal a longo prazo.”

A mentoria – a par do desenvolvimento das capacidades (aprendizagem e aperfeiçoamento das competências necessárias), um propósito em que acreditar e os sistemas de reforço (estruturas, gestão, processos operacionais e procedimentos de medição que promovem e recompensam a utilização das competências e comportamentos corretos) – é “essencial para a aquisição de competências necessárias que os ajudarão a enfrentar os desafios do mundo empresarial”, defende a Adecco Portugal.

Sistema de mentoria bidirecional

Estudos recentes confirmam mesmo que os millennials querem ser treinados no local de trabalho. “Querem um mentor, uma interação mais pessoal e ver o seu líder de equipa como um ‘par’ e não como um ‘chefe’”, salienta.

Segundo um artigo publicado pelo The Harvard Business Review, intitulado “Make Yourself an Expert”, deve existir uma aprendizagem partilhada entre os trabalhadores mais experientes e a geração millennial, visto que estes têm um maior conhecimento sobre áreas como a tecnologia e as redes sociais, o que se pode tornar bastante enriquecedor.

Haverá provavelmente casos em que os colaboradores mais jovens possuem competências que os mais velhos não possuem. Estas competências são tão valiosas e úteis como as que os profissionais mais velhos têm a transmitir aos seus colegas menos experientes. Criar um ambiente de aprendizagem em que as pessoas são encorajadas a aprender umas com as outras pode ser a chave para reter e obter competências dentro das organizações.

Mário Rocha

Senior manager na Hays

“O sistema de mentoria bidirecional em que colegas seniores e juniores se formam mutuamente com competências relevantes é uma forma eficaz de partilhar conhecimentos. Haverá provavelmente casos em que os colaboradores mais jovens possuem competências que os mais velhos não possuem. Estas competências são tão valiosas e úteis como as que os profissionais mais velhos têm a transmitir aos seus colegas menos experientes. Criar um ambiente de aprendizagem em que as pessoas são encorajadas a aprender umas com as outras pode ser a chave para reter e obter competências dentro das organizações”, finaliza Mário Rocha.

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