Preço máximo nas botijas de gás termina esta terça-feira

  • ECO
  • 31 Outubro 2022

ERSE não recomenda Governo a prolongar regime de preços máximos de venda ao público da botija de gás. Revendedores podem, assim, voltar a aumentar os preços.

Esta terça-feira, 1 de novembro, os revendedores das botijas de gás deixam de estar abrangidos pelo regime de preços máximos de venda ao público e está aberto o caminho para aumentos neste segmento, avança esta segunda-feira o jornal Expresso. Em causa está uma portaria que não foi prolongada e que esteve em vigor entre agosto e 31 de outubro.

Questionado quanto ao prolongamento do regime de preços máximos para o gás de botija, o Ministério do Ambiente remeteu a decisão para a avaliação da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), a quem cabe a monitorização e recomendação ao Governo. Já a ERSE confirmou não ter emitido qualquer recomendação ao Governo para prolongar a vigência do regime.

Os revendedores passam, assim, a poder fixar livremente os preços de venda ao público da botija de gás, conforme reivindicado pela Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis (Anarec). A associação exigiu a 20 de outubro a suspensão imediata dos limites dos preços da botija de gás, além de outras medidas de apoio ao setor.

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CCDR do Alentejo quer ver nascer “Sines II” na cimeira ibérica

  • Lusa
  • 31 Outubro 2022

O presidente da CCDR do Alentejo acredita que "tem de haver uma ‘Sines II’, atendendo à questão energética e do gás" e que este deve ser um tema da próxima cimeira ibérica.

O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo defendeu esta segunda-feira a criação de um projeto denominado “Sines II”, após o princípio de acordo entre Portugal, Espanha e França para as interconexões energéticas europeias.

“Eu acho que tem de haver uma ‘Sines II’, atendendo à questão energética e do gás, e eu não tenho dúvidas de que será uma temática que vai estar nesta cimeira [ibérica]”, disse o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo, António Ceia da Silva, em declarações à agência Lusa.

Para o responsável, as questões relacionadas com a transição energética e as novas energias devem marcar a próxima cimeira ibérica, que reunirá os executivos de Portugal e Espanha, em Viana do Castelo, na sexta-feira. O Governo está apostado em colocar Portugal na vanguarda da transição energética e o Complexo Industrial e Portuário de Sines, no distrito de Setúbal, vai exercer um papel crucial na área das energias verdes, como o hidrogénio, a nível internacional e europeu.

O Porto de Sines ganhou ainda maior relevância com a crise energética, devido à guerra na Ucrânia, podendo a infraestrutura portuária ajudar a suprimir a dependência energética da Europa ao fornecimento de gás da Rússia. De acordo com o presidente da CCDR do Alentejo, o Porto de Sines vai ser utilizado no futuro, a nível europeu, na travessia de transporte de gás, nomeadamente do continente americano para o europeu, e, desta forma, vai surgir “uma nova Sines”, com o consequente “crescimento” naquela região.

“A Europa central estava ligada por gasoduto à Rússia, agora tem de ficar ligada por gasoduto a Sines e é por isso que eu digo que tem de haver uma ‘Sines II’. Tem de haver ali um grande investimento, uma grande infraestruturação ligada a esta questão do gasoduto, à questão da energia e à questão da alternativa ao fornecimento de gás à Europa”, disse.

Isto passa por Sines, passa por Espanha, passa por este grande acordo europeu, mas passa claramente pela cimeira luso-espanhola, eu não tenho dúvidas sobre isso, que há um acordo entre Portugal e Espanha sobre essa matéria”, acrescentou.

Os Governos de Portugal, França e Espanha alcançaram, este mês, um acordo para acelerar as interconexões energéticas, que prevê um gasoduto por mar entre Barcelona e Marselha (BarMar). Os líderes de Portugal, Espanha e França decidiram avançar com um “Corredor de Energia Verde” para as interligações energéticas entre os países, apostando nessa ligação por mar em detrimento de uma travessia pelos Pirenéus (MidCat), discutida há vários anos, mas que não era apoiada por França.

Sobre a cimeira de sexta-feira, António Ceia da Silva disse ainda que as expectativas do Alentejo em relação ao encontro são “extremamente positivas e interessantes”, face ao que “está proporcionado” e que está “praticamente concretizado” na região. O responsável recordou, entre outros projetos, que a ligação ferroviária que ligará Sines a Madrid (Espanha) está “praticamente concretizada”, nomeadamente no troço entre Évora e Badajoz.

“Nesta cimeira deve ser acimentada a necessidade, que eu acho que é premente, da terceira ponte sobre o rio Tejo, que ligue Chelas ao Barreiro e que será fundamental para que fiquemos muito mais próximos de Madrid, muito mais próximos da Europa. Será fundamental do ponto de vista estrutural”, disse.

Uma outra obra que espera ver concretizada em breve e que espera que seja debatida na cimeira ibérica é a construção da ponte que vai ligar Cedillo (Espanha) a Montalvão, no concelho de Nisa (Portalegre), permitindo aos dois países ficarem “mais próximos”. Entre outras matérias, o presidente da CCDR do Alentejo alertou que “falta fazer” uma promoção turística conjunta, entre o Alentejo e a Extremadura espanhola, nos países mais longínquos.

A seca é outro dos assuntos que gostaria de ver abordados no encontro ibérico. “Nós temos uma ITI – Investimentos Territoriais Integrados, que está a ser trabalhada entre o Alentejo e o Algarve, cuja principal temática é, efetivamente, a água. Essa intervenção territorial integrada pretende também conjugar-se com a Andaluzia”, explicou.

Este projeto visa, depois, permitir que sejam desenvolvidas ações e iniciativas direcionadas para a poupança da água, restruturação da forma como a água é pensada e as ligações que se fazem entre os rios ou as ligações transfronteiriças. Segundo António Ceia da Silva, este projeto já se encontra financiado pelo programa comunitário Portugal 2030, contando com um montante de “cerca de 100 milhões de euros”.

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Sindicatos propõem aumentos de 9,5% no grupo Altice e um mínimo de 90 euros

  • Lusa
  • 31 Outubro 2022

Sindicatos pedem a marcação da primeira reunião com os administradores, recordando a "necessidade imperiosa de fazer face à elevada falta de liquidez das pessoas, dos trabalhadores e das famílias".

Os sindicatos representativos dos trabalhadores da Altice apresentaram ao grupo uma proposta de atualização salarial de 9,5%, com um aumento mínimo de 90 euros, de acordo com um comunicado divulgado esta segunda-feira.

Na nota, três estruturas sindicais, o TENSIQ – Sindicato Nacional dos Quadros das Telecomunicações, o SINDETELCO – Sindicato Democrático dos Trabalhadores dos Correios, Telecomunicações, Media e Serviços e o SICOMP – Sindicato das Comunicações de Portugal justificaram as suas reivindicações com os resultados da empresa e com a inflação.

Assim, “querendo minimamente mitigar os efeitos colaterais das crises ora vivenciadas, que passa obrigatoriamente por valorizar salários e outras matérias pecuniárias, no que às obrigações das entidades empregadoras diz respeito, as associações sindicais, signatárias deste documento, vêm propor à Altice Portugal que proceda a alterações ao Instrumento de Regulação Coletiva de Trabalho”, indicaram.

A proposta inclui “um acréscimo na Tabela Salarial e nos vencimentos base de todos os trabalhadores (no ativo, em suspensão de contrato e em situação de pré-reforma) em 9,5%”, sendo que o “aumento mínimo a verificar deverá ser no valor de 90,00 euros”.

Além disso, os sindicatos pediram um “acréscimo de todas as restantes matérias de expressão pecuniária em 9,5%”, incluindo no “subsídio de turno, subsídio de refeição, diuturnidades, subsídio especial de refeição, chamada acidental, abonos de prevenção, subsídio de trabalho a grande altura, e prémio de reforma/aposentação”, segundo a mesma nota.

A proposta prevê ainda “o pagamento em dobro do prémio de reforma/aposentação até 31 de dezembro de 2026”, a “atualização, em percentagem igual à taxa de inflação, dos complementos de reforma, aos reformados que a eles tenham direito” sendo que todas estas alterações têm efeitos “a 01 de janeiro de 2023”. Os sindicatos querem também “garantia de acréscimos salariais anuais, até 2026, no mínimo de 85,00 euros” e “restantes matérias pecuniárias de 8,5%, a ajustar, ano a ano, se as taxas de inflação a observar forem superiores às de 2022”.

Por fim, a proposta prevê o “alargamento do âmbito de aplicação, destas matérias pecuniárias vertidas no ACT [acordo coletivo de trabalho], a todos os trabalhadores de todas as empresas do grupo Altice Portugal” e a “manutenção dos atuais planos de saúde até 31 de dezembro de 2024”.

“Os sindicatos signatários, dada a necessidade imperiosa de fazer face à elevada falta de liquidez das pessoas, dos trabalhadores e das famílias, ao empobrecimento verificado e cada vez mais sentido, solicitam à empresa que seja marcada para tão breve quanto possível a primeira reunião de negociações”, disseram ainda, para que os trabalhadores possam “aceder aos novos vencimentos, e novos valores pecuniários nas remunerações de janeiro do próximo ano”.

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Audi apoia bónus único em vez de aumentos salariais

Fabricante alemã considera que responder a aumentos de custos com aumentos salariais prejudica a economia no longo prazo. Trabalhadores rejeitam proposta de 3 mil euros distribuídos por 30 meses.

A fabricante automóvel Audi defende um pagamento único, isento de impostos, em vez de um aumento salarial permanente, avançou esta segunda-feira o diretor de recursos humanos da empresa alemã.

Segundo noticia a Reuters, o sindicato alemão, IG Metall, convocou greves dos trabalhadores da indústria metalúrgica e elétrica para a passada noite de sábado, reivindicando aumentos salariais na ordem dos 8%, afetando 3,8 milhões de funcionários. A convocação surge após o sindicato rejeitar uma oferta de pagamento de 3.000 euros distribuídos ao longo de 30 meses, enquanto solução temporária para o aumento do custo de vida.

O diretor de recursos humanos da Audi, Xavier Ros, considera que responder a uma subida de custos com aumentos salariais significativos prejudica a economia no longo prazo. “O que temos de discutir é a questão do quão sustentável é um aumento salarial tão significativo quando estamos a falar de um problema temporário“, acrescentou, admitindo que estas negociações são “mais complicadas que o normal”.

A Audi pertence ao grupo Volkswagen e embora não seja participante direta nas negociações salariais, a empresa adota os resultados das negociações nos seus acordos coletivos de trabalho. A inflação na Alemanha já acelerou para os 11,6% em outubro, no entanto, os fabricantes não vêm margem para aumentos salariais devido ao aumento dos custos das matérias-primas e da energia.

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Ex-presidente da Câmara de Montalegre fica em prisão preventiva

  • Lusa
  • 31 Outubro 2022

Os restantes arguidos do processo – o ex-vice-presidente David Teixeira e o chefe de gabinete da divisão de obras municipais – saíram em liberdade.

O ex-presidente da Câmara de Montalegre, Orlando Alves, ficou hoje em prisão preventiva no âmbito das investigações da operação Alquimia, após decisão do Tribunal de Instrução Criminal do Porto, sendo o único com a medida de coação mais gravosa.

De acordo com um comunicado do Juízo de Instrução Criminal do Porto, os restantes arguidos do processo – o ex-vice-presidente David Teixeira e o chefe de gabinete da divisão de obras municipais – saíram em liberdade.

David Teixeira terá de pagar uma caução de 100 mil euros, fica suspenso de funções públicas e tem a “obrigação de não permanecer, ou não permanecer sem autorização, no concelho de Montalegre”.

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Autoridade Tributária já pagou 85% dos cheques de apoio às famílias

A Autoridade Tributária (AT) já pagou cerca de 85% dos apoios às famílias criados pelo Governo no contexto da inflação. Foram mais de quatro milhões de apoios processados.

A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) já ultrapassou a fasquia dos quatro milhões de pagamentos ao abrigo dos apoios extraordinários do Governo, onde se inclui o cheque dos 125 euros para todos os cidadãos não pensionistas e o pagamento de 50 euros por cada dependente até aos 24 anos.

Num comunicado divulgado esta segunda-feira, a AT diz já ter feito “cerca de 85%” dos pagamentos que prevê pagar no âmbito da medida. Estes dados não incluem os pagamentos processados pela Segurança Social aos beneficiários de prestações sociais. (Pode consultar aqui o estado do seu pagamento, no Portal das Finanças.)

Segundo as Finanças, a primeira fase das transferências vai terminar com o processamento de mais 700 mil pagamentos, um trabalho “que se encontra em curso”. “Há, ainda, cerca de 120 mil ordens de pagamento que foram rejeitadas por terem IBAN inválidos no Portal das Finanças, um número inferior ao do início desta operação”, avança a AT.

Sobre os IBAN, a AT indica já terem sido “atualizados cerca de 2,1 milhões de IBAN no Portal das Finanças desde o início de setembro”.

“A AT continuará a fazer sucessivas tentativas de transferência destes apoios extraordinários ao rendimento ao longo dos próximos seis meses, pelo que os contribuintes que ainda não o fizeram deverão verificar e/ou atualizar o seu IBAN no cadastro do Portal das Finanças”, recomenda.

(Notícia atualizada pela última vez às 17h51)

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Musk planeia aumentar a subscrição do Twitter Blue para 19,99 dólares

Twitter Blue pode passar dos atuais 4,99 dólares para 19,99 além de se tornar num requisito para os utilizadores que pretendam ter o visto de utilizadores verificados na plataforma.

Elon Musk, o mais recente CEO do Twitter, anunciou que a rede social vai rever o seu processo de verificação de utilizadores e planeia aumentar o preço da subscrição ao Twitter Blue para os 19,99 dólares, avança esta segunda-feira a Bloomberg.

Caso o plano se concretize, os utilizadores já verificados passam a ter um prazo de 90 dias para subscreverem ao Twitter Blue, uma subscrição opcional cujo preço se situa atualmente nos 4,99 dólares. Chegando ao fim desse período, os utilizadores que não aderirem à subscrição perdem o seu estatuto de utilizadores verificados.

Desde a aquisição do Twitter por Elon Musk, pelo valor de 44 mil milhões de dólares, os planos do novo CEO já passaram pelos cortes na equipa, bem como uma revisão da moderação de conteúdo na rede social, até à erradicação dos bots, ou contas falsas, presentes na plataforma.

Os funcionários que se encontram a trabalhar na revisão do processo de verificação foram ainda notificados que serão despedidos caso não cumpram com a meta de lançamento, a 7 de novembro, avançou a Bloomberg. Até ao momento, nenhum porta-voz do Twitter comentou o novo plano.

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Portugal e Espanha vão apresentar “guia do trabalho transfronteiriço” na cimeira ibérica

  • Lusa
  • 31 Outubro 2022

O documento vai apresentar "de forma simples os direitos e serviços disponíveis para os trabalhadores transfronteiriços de Portugal e Espanha".

Portugal e Espanha apresentam na próxima sexta-feira um “guia do trabalho transfronteiriço”, depois de terem assinado há um ano o protocolo para criar o Estatuto do Trabalhador Transfronteiriço, disse esta segunda-feira à Lusa fonte do Governo português.

Segundo a mesma fonte oficial do Ministério do Trabalho, “trata-se de um documento que apresenta de forma simples os direitos e serviços disponíveis para os trabalhadores transfronteiriços de Portugal e Espanha”, assim como “os direitos que lhes são concedidos ao abrigo dos quadros jurídicos nacionais e do quadro comum do direito da União Europeia”.

Este “Guia do Trabalho Transfronteiriço” vai ser apresentado na cimeira entre os governos dos dois países prevista para a próxima sexta-feira, 4 de novembro, em Viana do Castelo. O novo documento tem como objetivo “contribuir para o cumprimento dos compromissos assumidos por ambos os países”, referiu ainda o Ministério do Trabalho, em resposta a questões da agência Lusa sobre o protocolo assinado há um ano, na cimeira anterior, para a criação do Estatuto do Trabalhador Transfronteiriço.

O Estatuto do Trabalhador Transfronteiriço foi acordado na cimeira ibérica de outubro de 2020, na Guarda, e avançou na cimeira do ano passado, que decorreu em Trujillo, Espanha, com a assinatura de um protocolo “que define as regras” para acesso a este estatuto, explicou então à Lusa a ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho. A ministra disse, na altura, que “a operacionalização” do estatuto e dos termos do protocolo iria ser feita, de seguida, “por parte dos vários organismos de Espanha e Portugal” e os dois países esperavam que estivesse “em vigor a partir do início de 2022”.

Depois da entrada em vigor, um trabalhador poderá “inscrever-se na Segurança Social” e ficar com este estatuto, “com o reconhecimento como trabalhador transfronteiriço, quer na Segurança Social portuguesa, quer na Segurança Social espanhola”, segundo afirmou Ana Mendes Godinho em 2021. Estes trabalhadores passarão, então, a ter acesso a equipamentos sociais, como escolas ou creches, ou aos centros de emprego nos dois países, assim como “aos regimes de segurança social”, explicou ainda.

Fonte oficial do Governo disse no ano passado à Lusa que o estatuto vai aplicar-se aos trabalhadores que regressem ao respetivo país de “residência habitual” pelo menos “uma vez por semana”, desde que estejam em causa residências e locais de trabalho nos “territórios transfronteiriços” de Portugal e Espanha. Autarcas e autoridades regionais de Portugal e Espanha têm pedido que se avance com o estatuto do trabalhador transfronteiriço.

O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-Norte), António Cunha, disse no passado dia 21 de setembro esperar que não persistam “muros administrativos” e que o Estatuto do trabalhador transfronteiriço possa “ver luz do dia” e ser “consumado” na cimeira ibérica deste ano.

Em declarações aos jornalistas no decorrer de um encontro com os representantes dos governos regionais espanhóis da Galiza e de Leão e Castela para definir as propostas a apresentar na Comissão Luso-Espanhola de Cooperação Transfronteiriça, António Cunha afirmou que cerca de 15 mil pessoas atravessam diariamente a fronteira para trabalhar e que o estatuto “faz falta”.

“Seria muito bom que os muros da fronteira que já foram destruídos há muito tempo não persistissem hoje em alguns muros administrativos e que as pessoas pudessem ter um efetivo mercado de emprego conjunto”, referiu. “Gostaríamos muito que ele [estatuto] visse a luz do dia”, acrescentou. O Estatuto do Trabalhador Transfronteiriço faz parte da Estratégia Comum de Desenvolvimento Transfronteiriço de Portugal e Espanha.

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Biden avalia aplicar taxa sobre lucros extraordinários no setor energético

Biden considera lucros recorde da Exxon Mobil e Chevron como "inaceitáveis" e acusa-as de "pagarem aos seus acionistas ricos em vez de investirem na produção e reduzirem os custos para os americanos".

Os Estados Unidos deverão seguir o exemplo da União Europeia e aplicar uma taxa sobre os lucros extraordinários das empresas do setor energético.

De acordo com a notícia avançada esta segunda-feira pelo Associated Press, o presidente Joe Biden deverá dirigir-se ao país esta tarde para reagir às notícias “dos últimos dias que dão conta de grandes empresas petrolíferas a obterem lucros recorde, mesmo quando se recusam a ajudar a baixar os preços nas bombas para o povo americano”, respondeu fonte oficial da Casa Branca à agência noticiosa.

O anúncio segue-se à publicação deste sábado na rede social Twitter, onde Biden alertava que “as petrolíferas fizeram milhares de milhões em lucros neste trimestre”, acusando-as de usarem os “lucros recorde para pagar aos seus acionistas ricos em vez de investir na produção e reduzir os custos para os americanos. É inaceitável. É hora dessas empresas reduzirem os preços nas bombas”, escreveu o inquilino da Casa Branca.

Esta não é a primeira vez que Biden se manifesta contra os lucros das petrolíferas. Em junho, o presidente norte-americano criticou a Exxon Mobil por ter “ganho, este ano, mais dinheiro do que Deus”. A adoção de uma nova taxa requeria a aprovação no Congresso, cujo Senado está sob o controlo dos Republicanos e a Câmara dos Representantes dos Democratas.

As petrolíferas norte-americanas ExxonMobil e Chevron anunciaram na semana passada terem terminado o terceiro trimestre com fortes aumentos de lucros, que no caso da primeira atingiram perto de 20 mil milhões de dólares e na segunda situaram-se nos 11 mil milhões de dólares. O volume de negócios da ExxonMobil cresceu 51,9%, para 112.070 milhões de dólares, enquanto as receitas da Chevron aumentaram 49% para 66.644 milhões de dólares.

“Os investimentos que temos feito, mesmo durante a pandemia, permitiram-nos aumentar a produção para atender às necessidades dos consumidores”, destacou Darren Woods, presidente da ExxonMobil. Por seu lado, Mike Wirth, que lidera a Chevron, considerou que se trata de um “sólido desempenho financeiro” no trimestre ao mesmo tempo que a empresa está a aumentar os investimentos e o fornecimento de energia.

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Lucro do BCP sobe 63% para 97 milhões até setembro apesar dos problemas na Polónia

BCP fechou os primeiros nove meses do ano com lucros de 97,2 milhões de euros, uma subida de 63% em relação ao mesmo período do ano passado. Problemas na Polónia continuam a pesar no resultado.

O BCP registou lucros de 97,2 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, o que representa uma subida de 63% em relação ao mesmo período do ano passado, apesar das dores de cabeça que o negócio na Polónia continua a dar.

Em Portugal, o banco liderado por Miguel Maya teve um lucro de 295,7 milhões de euros, mas o grupo continua a ser muito penalizado pelo polaco Bank Millennium, que enfrenta mais de 15 mil processos em tribunal por causa dos empréstimos concedidos em francos suíços na primeira década de 2000.

Em conferência de imprensa, o CEO explicou que o resultado positivo tem sobretudo a ver com a “subida dos proveitos core” em quase 25% e com “uma gestão rigorosa dos custos”. A grande fatura veio da Polónia:

  • encargos de 393,1 milhões de euros associados à carteira de créditos hipotecários em francos suíços;
  • provisões para moratórias de crédito de 304,6 milhões de euros;
  • contribuição de 59,1 milhões de euros para o Fundo de Proteção Institucional (IPS);
  • registo da imparidade do goodwill do Bank Millennium de 102,3 milhões de euros.

Sem o impacto do Bank Millennium, o grupo BCP teria um resultado de 536 milhões de euros, traduzindo um aumento de 125% face ao mesmo período de 2021. Miguel Maya disse que, apesar dos problemas, a venda do banco polaco “não é o caminho”, sobretudo numa altura de enorme incerteza e porque o mercado polaco é “muito interessante”. “Quem é que compra com esta incerteza? Não se consegue marcar um preço, quando não se consegue perceber o que está por trás”, afirmou.

O gestor frisou que o resultado ainda não satisfaz. O REO (rentabilidade do capital próprio) está nos 2,5%. “Continua muito abaixo do que pretendemos, abaixo do custo de capital. Não temos a rentabilidade necessária para o custo de capital do banco”, disse. 10% é o rácio de referência para o setor.

Margem dispara 32% à boleia da subida dos juros

Beneficiando da subida das taxas de juro do mercado, sobretudo na Polónia, o banco registou uma margem financeira de 1,54 mil milhões de euros, uma subida de 32,7%. As comissões avançaram 7,3% para 573,8 milhões, com o aumento da atividade económica (devido ao alívio das restrições da pandemia) a impulsionar as transações bancárias.

Tudo somado, os proveitos core ascenderam a 2,1 mil milhões entre janeiro e setembro, mais 24,7% comparado com os primeiros nove meses do ano passado.

Por seu turno, os custos operacionais subiram ligeiros 2,6% para 781 milhões, o que atira o resultado operacional para 1,3 mil milhões (subida de 42%). O rácio cost-to-income já está abaixo da meta de 40% prevista para a estratégia até 2024, atingindo os 38% em setembro.

Depósitos a prazo aumentam cinco mil milhões

Em termos de balanço, os recursos de clientes aumentaram 3,5% para 91,1 mil milhões de euros, destacando-se os depósitos à ordem de 48,1 mil milhões e os depósitos a prazo de 25,7 mil milhões (mais cinco mil milhões em relação a setembro de 2021). Miguel Maya ainda não abriu o jogo sobre quando é que o banco vai começar a subir os juros dos depósitos. “Não comentamos a nossa política comercial”, disse aos jornalistas, sublinhado que vai ter em conta a “leitura do mercado, a posição competitiva e necessidade de financiar os recursos do banco”.

Já o crédito cresceu a um ritmo inferior, apenas 1,1%, para 58,6 mil milhões de euros (mais 600 milhões). A carteira de crédito à habitação subiu 400 milhões para 27,9 milhões e das empresas aumentou 300 milhões para 24,8 mil milhões. Já o consumo caiu 100 milhões para 5,9 mil milhões.

Quanto aos rácios, apesar do impacto extraordinário da Polónia, o rácio total atingiu os 15,1% e o CET1 os 11,4%, acima das exigências regulamentares. “Continua-se a exigir ao BCP uma gestão rigorosa do capital e alocação rigorosa do capital no negócio”, sublinhou Miguel Maya.

(Notícia atualizada às 19h19)

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Câmara de Lisboa destina 200 casas ao Programa de Arrendamento Apoiado

  • Lusa
  • 31 Outubro 2022

"200 famílias das mais carenciadas do município poderão receber casa nos próximos meses”, indica, em comunicado, a Câmara de Lisboa.

Duzentas casas, que já estão a ser reabilitadas, vão ser destinadas ao Programa de Arrendamento Apoiado (PAA) pela Câmara de Lisboa, prevendo-se que as primeiras habitações sejam entregues ainda este ano, de acordo com o município.

“Tendo em conta a lista de espera por habitação no âmbito do PAA, 200 famílias das mais carenciadas do município poderão receber casa nos próximos meses”, lê-se num comunicado da Câmara de Lisboa. De acordo com a autarquia, a afetação das casas aos munícipes candidatos ao PPA decorreu na sexta-feira, na plataforma Habitar Lisboa, prevendo-se “iniciar a entrega das habitações ainda este ano”.

Das casas disponibilizadas, que estão já em processo de reabilitação pela empresa de gestão da habitação municipal, a Gebalis, 28 são de tipologia T3 e 12 de tipologia T4, tratando-se de “um conjunto maior do que o total afeto desde o início do programa”, segundo a Câmara de Lisboa.

Até agora, indica, foram atribuídos 18 T3 e três T4, procurando-se assim “aumentar a capacidade de resposta para as famílias de maior dimensão”. Citada no comunicado, a vereadora com o pelouro da Habitação, Filipa Roseta, salienta que esta “é a maior afetação de que há memória em Lisboa” e representa “o enorme esforço” que a Câmara está a fazer para colocar os fogos do município a uso.

A Câmara de Lisboa acrescenta que, de acordo com a Gebalis, “estão concluídas as obras em 25 habitações” e está prevista a conclusão das obras em cerca de 100 casas até ao final de 2022 e nas restantes durante o primeiro semestre de 2023.

Por outro lado, está a ser preparada a proposta de uma nova edição do Programa de Renda Acessível (PRA) dirigido às famílias com baixos rendimentos que não conseguem obter casa por via do PAA, nem por via do PRA normal. Para este novo programa foram já destinadas 50 casas, lê-se no comunicado.

Na nota é ainda recordado que, até setembro, a Câmara Municipal de Lisboa, liderada pelo social-democrata Carlos Moedas, entregou 549 casas, das quais 279 em regime de renda acessível e 270 em regime de arrendamento apoiado, e foi aprovada a atribuição de cerca de 250 subsídios municipais ao arrendamento acessível.

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Dona da Iberia e da British Airways admite apresentar proposta para a TAP

  • ECO
  • 31 Outubro 2022

Grupo IAG tem 13 mil milhões de euros em tesouraria e admite que está à procura de empresas para reforçar a consolidação na Europa.

A TAP é uma das companhias de aviação que pode estar na mira da dona da Iberia e da British Airways. O cenário foi assumido nesta segunda-feira pelo presidente executivo do grupo IAG, Luis Gallego. A easyJet é a outra empresa no horizonte do grupo anglo-espanhol.

“Somos uma plataforma para consolidação. Só vamos fazer o que fizer sentido mas vemos que há oportunidades para sermos mais fortes. Somos um grupo que quer consolidar a indústria”, referiu o executivo da IAG, citado pelo jornal inglês The Times. Para este responsável, o mercado de aviação europeu vai seguir o modelo dos Estados Unidos, que está concentrado em três companhias de aviação.

O interesse na TAP deve-se às ligações com a América do Sul, sobretudo com o mercado brasileiro, refere a mesma publicação. No caso da easyJet, as ações desta empresa estão a negociar a 25% do valor da pré-pandemia e estão previstas perdas anuais de 180 milhões de libras (209,7 milhões de euros).

Com o Governo português a abrir a porta à privatização da TAP – mesmo não se sabendo em que moldes –, aumenta a especulação sobre quem pode assumir uma participação na companhia portuguesa. Na semana passada, o grupo Air France KLM afirmou que a empresa poderia ser “uma outra opção”, pois o grupo está “muito familiarizado com a Península Ibérica”.

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