Vitória de Lula deixa investidores apreensivos

Depois de abrir a cair mais de 2%, o Bovespa já está a negociar em terreno positivo, enquanto o Real afunda no mercado cambial. Os investidores estão apreensivos em relação ao plano económico de Lula.

As ações brasileiras cotadas na bolsa de São Paulo abriram a negociar em queda, como resposta à vitória de Lula da Silva nas eleições presidenciais. Pouco antes da abertura da bolsa, o Bovespa preparava-se para abrir a cair 2,5%, como resposta da negociação em queda da generalidade das ações das empresas brasileiras cotadas na bolsa norte-americana sob a forma de ADR (American Depositary Receipt) durante a pré-abertura de Wall Street. A petrolífera Petrobrás chegou a afundar 9% e a mineira Vale, depois de corrigir 5,5% na passada sexta-feira esteve a cair 3%.

O mesmo aconteceu com os principais fundos cotados (ETF – exchange-traded funds) que replicam o desempenho das ações brasileiras. O fundo cotado iShares MSCI Brazil, negociado em Londres, e o Amundi MSCI Brazil, negociado na bolsa de Paris, estiveram a negociar com perdas acima dos 4% durante toda a manhã.

Apesar de o Bovespa ter chegado a desvalorizar mais de 2%, pouco tempo depois de abrir a sessão o Bovespa já estava a negociar com ganhos. Atualmente, os títulos da petrolífera ensaiam uma desvalorização de 6,5% e os títulos da Vale já sobem 1,5% na praça de São Paulo. Os dois fundos cotados também já estão em terreno positivo, assim como o Bovespa.

No entanto, é no mercado cambial que os investidores estão a demonstrar maior preocupação em relação aos planos de Lula da Silva para a economia brasileira. Depois de na passada sexta-feira, após o anúncio de uma sondagem que dava a vitória a Lula, o Real brasileiro ter desvalorizado quase 1% face ao dólar, neste momento a moeda brasileiro alonga as perdas e está a negociar com uma perda de 1,3% face à moeda norte-americana. Desde que Jair Bolsonaro assumiu a presidência do Brasil a 1 de janeiro de 2019, a moeda brasileira acumula uma valorização média anual de 6,1% face ao dólar.

O Brasil apresenta uma curva de rendimentos invertida, o que Indica que o país apresenta um risco creditício maior no curto prazo do que no longo prazo, e sugere que investidores têm pouca confiança na economia.

O movimento as ações e do Real indica que os investidores estão apreensivos em relação à política económica de Lula da Silva e também “presos” à possibilidade de Jair Bolsonaro questionar os resultados eleitorais. Recorde-se que até ao momento Bolsonaro não fez qualquer declaração sobre a matéria.

Não há muito tempo, Bolsonaro chegou a fazer várias alegações sobre a possibilidade de vir a ocorrer fraude nestas eleições presidenciais, tendo inclusive discutido no ano passado a possibilidade de recusar os resultados finais. “Esperamos algum barulho dos apoiantes de Bolsonaro, mas não parece ameaçar as instituições”, referiu Ricardo Lacerda, fundador e diretor-geral do banco de investimento BR Partners, citado pela Reuters.

Os receios de que qualquer tensão política criada pelo ainda Presidente do Brasil (Lula só toma posse a 1 de janeiro de 2023) é vista pelos investidores e por vários analistas internacionais como um rastilho que poderá desencadear tumultos pela América Latina.

Em relação às políticas económicas de Lula, o mercado acredita que o plano de privatização de empresas lançado por Bolsonaro ficará guardado numa gaveta, afetando empresas como a Petrobras e o Banco do Brasil, que se posicionavam para serem alvos desta política.

No plano económico, o PIB brasileiro deverá crescer 2,7% este ano e a economia deverá encerrar o ano com uma dívida inferior a 90% do PIB (mantendo-se longe dos “loucos anos” da década de 1980 quando o país chegou a registar um nível de endividamento de 7800% do PIB).

No mercado acionista, o Bovespa destaca-se do resto do mundo, ao registar este ano uma valorização de 15% (em dólares), quando praticamente todos os mercados acumulam perdas de dois dígitos, antecipando-se que possa fecha o ano com ganhos, ao contrário dos restantes índices. Porém, nem tudo está bem do outro lado do Atlântico.

O Brasil está numa encruzilhada económica há algum tempo, que é bem visível pelo comportamento do mercado de dívida. Atualmente, o Brasil apresenta uma curva de rendimentos invertida, com a yield das obrigações de mais curto prazo a negociar a valores mais elevados do que os títulos de dívida de mais longo prazo: se para emprestar dinheiro ao Tesouro brasileiro a seis meses os investidores estão a cobrar 13,7%, a dez anos a yield das obrigações do Tesouro desce para 12%.

Fonte: Reuters.

Uma curva de rendimentos invertida está longe de ser comum. Indica que o país apresenta um risco creditício maior no curto prazo do que no longo prazo e sugere que investidores têm pouca confiança na economia. A leitura que os investidores fazem da situação económica do Brasil é que o país apresenta uma elevada probabilidade de entrar em recessão, e isso não é nada bom para o investimento nem para o futuro do país.

Porém, num relatório enviado no passado domingo aos seus clientes, o Goldman Sachs previa que os mercados e os investidores poderiam reagir positivamente aos sinais trazidos com a vitória de Lula no plano da paz social, da estabilidade política e das políticas e reformas, “que alavancariam o investimento e o crescimento”. Os analistas do Goldman Sachs salientam na sua análise que durante os últimos 11 anos não houve crescimento do Produto Interno Bruto real per capita.

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Concorrência multa empresa da Unilabs em cinco milhões de euros por cartel na telerradiologia

  • ECO e Lusa
  • 31 Outubro 2022

AdC multou uma filial do grupo Unilabs por "participação num cartel em concursos públicos para prestação do serviço de telerradiologia a hospitais e centros hospitalares". Multa é de 5.038.200 euros.

A Autoridade da Concorrência (AdC) anunciou esta segunda-feira ter sancionado uma filial do grupo Unilabs por “participação num cartel em concursos públicos para prestação do serviço de telerradiologia a hospitais e centros hospitalares no território nacional”. Multa supera os cinco milhões de euros.

“A investigação da AdC determinou que a Dr. Campos Costa e outras empresas implementaram, em conjunto, uma repartição do mercado e estratégias tendentes a um aumento generalizado dos preços dos serviços em apreço, neste caso prestados a hospitais públicos que são parte integrante do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, adianta o regulador, em comunicado.

Em causa está uma prática que decorreu entre “novembro de 2015 e agosto de 2021, com maior incidência e frequência entre os anos 2015 e 2018″, sendo, que, segundo a investigação, a Dr. Campos Costa, empresa do grupo Unilabs, desenvolveu contactos com outras empresas tendo em vista definir “quais as empresas que, em procedimentos de contratação pública para a prestação de serviços de telerradiologia, iriam apresentar as propostas vencedoras“, lê-se.

Nesses contactos, as empresas envolvidas no cartel “divulgaram entre si os preços que futuramente apresentariam a concurso”, de forma “a garantir que a melhor proposta seria a da empresa por elas definida”, explica a nota de imprensa. Além disso, as empresas acordaram que “as demais seriam excluídas como consequência da apresentação de propostas que incumpriam critérios do concurso de caráter eliminatório”. Em face desta investigação, a entidade liderada por Margarida Margarida Matos Rosa aplicou à filial do grupo Unilabs uma coima de 5.038.200 euros.

A entidade reforça ainda que as coimas são “determinadas pelo volume de negócios das empresas sancionadas nos mercados afetados nos anos da prática”, sendo que “de acordo com a Lei da Concorrência, as coimas não podem exceder 10% do volume de negócios da empresa no ano anterior à decisão de sanção e 10% da remuneração anual auferida no último ano da infração, no caso das pessoas singulares”. No entanto, a coima aplicada à Dr. Campos Costa foi reduzida, dado que a empresa “reconheceu a participação no cartel, colaborou com a AdC e abdicou da litigância judicial”.

Unilabs assegura que pôs fim a práticas de cartel em concursos para hospitais

O grupo Unilabs reagiu à coima aplicada pela Autoridade da Concorrência (AdC) a uma filial esclarecendo que práticas de cartel nos concursos públicos para telerradiologia a hospitais aconteceram só até a Dr. Campos Costa ser integrada no grupo.

Conforme reconhecido pela AdC, após a integração da Dr. Campos Costa na Unilabs, num processo que ficou concluído no final de 2017, foram sendo implementados procedimentos internos de ‘compliance’, incluindo um programa de ‘compliance’ em matéria de Direito da Concorrência”, destaca o grupo no comunicado.

A Dr. Campos Costa, acrescenta ainda, “reafirma o seu compromisso com o cumprimento” da lei e dos mais elevados padrões éticos aplicáveis à atividade empresarial, “conforme demonstra a sua postura de cooperação” com as autoridades.

Segundo o grupo, a Dr. Campos Costa “cooperou com a AdC no sentido de encerrar um processo relacionado com factos de natureza histórica, que não refletem o seu atual posicionamento” no mercado, mas defende que a coima, de 5,038 milhões de euros, não devia seja calculada com base no volume de negócios da empresa.

A Unilab destaca ainda no comunicado a “desproporcionalidade” das sanções aplicadas pelo regulador da concorrência à Dr. Campos Costa, criticando que sejam calculadas com base no volume de negócios global, “considerando atividades não incluídas no mercado relevante que ultrapassam o volume de negócios anual” obtido pela Dr. Campos Costa com a prestação de serviços de telerradiologia na generalidade do período da alegada infração”.

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MindAlliance chega a Portugal para promover saúde mental no local de trabalho

Santander, CTT, Accenture e Fidelidade são alguns dos membros fundadores.

A MindForward Alliance, uma ONG global com mais de dez anos de experiência na promoção da saúde mental nos locais de trabalho, sob a marca MindAlliance, chega a Portugal com a missão de promover a saúde mental nos locais de trabalho. Santander, CTT, Accenture e Fidelidade são alguns dos membros fundadores. A MindAlliance é apresentada a 8 de novembro, na conferência “Mental Health Alliance: A saúde mental nos locais de trabalho”, às 16h30, no Museu do Oriente em Lisboa.

A MindAlliance em Portugal é liderada por Anabela Figueiredo, que conta com mais de 20 anos de carreira, nacional e internacional, em posições de liderança no setor financeiro. Foi no Reino Unido que a profissional iniciou a sua jornada em prol da promoção da saúde mental nos locais de trabalho, por considerar que esta é um “fator crítico para as empresas alcançarem os seus objetivos estratégicos e garantirem a sua sustentabilidade”.

Assim, a MindAlliance traz para Portugal um “modelo único de aliança entre a liderança de topo, as áreas de recursos humanos e os especialistas e parceiros das indústrias da saúde mental e organizacional”, lê-se em comunicado. Esta aliança apoia os seus membros a nível executivo e operacional, oferecendo-lhes ferramentas para desenvolver locais de trabalho onde a saúde mental dos colaboradores é uma realidade.

Banco Santander, CTT, Critical Software, Accenture, Fidelidade, Multicare, Banco Angolano de Investimentos, Linklaters e novobanco são já alguns dos membros fundadores, que partilham o propósito de colocar a saúde mental no topo das suas prioridades estratégicas.

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Altice Portugal vai aumentar preços a partir de fevereiro

  • Lusa
  • 31 Outubro 2022

Clientes que têm apenas voz fixa e reformados com plano reformados estão excluídos deste aumento. Atualização média pode ser de mais quatro euros mensais para clientes com pacote M4.

A Altice Portugal vai proceder à atualização dos preços a partir de fevereiro, sendo que os clientes que têm apenas voz fixa e os reformados com plano reformados estão excluídos deste aumento, disse à Lusa a presidente executiva.

“Vamos proceder a uma atualização dos preços da Meo a partir de fevereiro de 2023 porque é quando nós sabemos qual é efetivamente o Índice de Preços no Consumidor (IPC)”, adiantou Ana Figueiredo.

A presidente executiva da Altice Portugal referiu que são expurgados desta atualização “os clientes que só têm voz fixa e os reformados que têm o plano de reformados”.

De acordo com a empresa, o universo de clientes que apenas têm voz fixa e plano de reformados é de 100 mil.

A atualização de preços “está definida nos contratos com os nossos clientes”, que prevê que esta seja ajustada à taxa de inflação (IPC) no valor mínimo de 50 cêntimos.

“Como a taxa de inflação tem sido muito baixa, no ano passado atualizámos só em 50 cêntimos”, adiantou a gestora.

O Governo prevê uma taxa de inflação de 7,4% para este ano.

Por exemplo, no segmento de consumo, se fossem aplicado os 7,4%, isso corresponderia a uma atualização média num cliente móvel pós-pago da Meo, com 5G incorporado, de um euro por mês, de acordo com as simulações da Altice Portugal.

Já no caso do pacote residencial M3 (TV+Net+Voz), tal daria uma atualização média de dois euros por mês e, no caso de um cliente convergente, um pacote M4, a atualização média seria de quatro euros mensais.

“Entendemos o contexto que o país está a viver, que as famílias portuguesas estão a viver, e sabemos que é um contexto difícil e a nossa maior preocupação é com os nossos clientes e ter o máximo de transparência”, prosseguiu Ana Figueiredo, apontando que a indústria das telecomunicações “não tem concorrido para o incrementar de preços”.

Pelo contrário, “tem tido alguns impactos na sua rentabilidade”, referiu, sendo que nos últimos dois anos o tráfego de Internet fixo subiu 51%, o de móvel 83% no mesmo período, o que “é relevante”.

Isto porque com mais tráfego “tenho de ter mais capacidade nas minhas redes, tenho de ter investimentos permanentes”, sublinhou.

A Altice Portugal tem vindo a monitorizar a conjuntura atual, mas o “contexto macroeconómico, sobretudo internacional devido a vários fatores, alterou-se, agravou-se e intensificou-se”, nomeadamente depois da guerra na Ucrânia.

Havia uma componente de inflação que já existia antes do conflito que foi “acelerada”, sublinha Ana Figueiredo.

Entretanto, “estávamos a lidar com a disrupção da cadeia de abastecimento e com incremento de algumas matérias-primas, por exemplo, os ‘microchips’ que impactam a nossa indústria, como também outras matérias-primas que impactam também equipamentos que colocamos em casa dos clientes”.

Agora “tenho de fazer uma previsão de abastecimento dos meus materiais e matérias-primas com uma antecedência muito superior ao do passado”. Ou seja, no passado “encomendava a seis meses ou um ano, agora tenho de fazer a mais de um ano, até para garantir que eu tenho o ‘stock’ no momento quando preciso”, explicou a gestora.

Por outro lado, “o euro face ao dólar desvalorizou-se, a maior parte dos equipamentos e das matérias-primas que têm um impacto na nossa indústria estão indexados ao dólar, logo aí impactam um acréscimo, quer dos custos operacionais como de custos de investimento”, apontou.

Além disso, os custos de energia impactam, nomeadamente porque “somos uma indústria que também é forte consumidora de energia”.

No âmbito do 5G, a Altice Portugal está a fazer o roll out [desenvolvimento] e é preciso comprar equipamento.

Por exemplo, “um dos materiais onde o preço mais subiu foi o aço. O próprio aço valorizou-se em 40% a 60%”, material que é necessário na construção de torres, disse Ana Figueiredo.

“As obrigações 5G são o que são e estamos comprometidos a cumprir essas regras”, asseverou a presidente executiva.

Além do referido anteriormente, a gestora aponta ainda a “inflação salarial” de algumas competências que são críticas à organização, pois “tem havido muita procura e há uma escassez de mão-de-obra”.

Isso “leva necessariamente ao incremento de custos laborais e depois, mais para a frente, para o ano, prevê-se também um aumento salarial mínimo” e, “apesar de não termos ninguém na nossa estrutura a ganhar o salário mínimo, subcontratamos empresas que automaticamente vão refletir os incrementos do salário mínimo na nossa estrutura”, salienta.

Os efeitos da inflação, continuou, começaram-se a sentir fundamentalmente em março, mas já vinham desde há algum tempo e a empresa procurou “sempre não refletir isso” nos clientes, “mantendo o nível de serviços” e “esperando que o contexto se pudesse alterar”.

Ou seja, “estivemos a absorver na totalidade este incremento de custos. Consideramos que agora é uma fase que, face a toda a incerteza, temos de fazer esta atualização”, enfatizou.

“Vamos continuar a garantir a qualidade de serviços aos nossos clientes e manter os compromissos que temos com o 5G e as metas que estão traçadas”, reforçou Ana Figueiredo.

Os clientes da operadora começam a receber a partir de esta segunda-feira a informação da atualização tarifária em 2023.

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Privatização da SATA Internacional prevista no Orçamento dos Açores de 2023

  • Lusa
  • 31 Outubro 2022

Orçamento Regional para 2023 prevê a constituição de uma comissão especial para acompanhamento do processo e elaboração de “plano de prevenção de riscos de corrupção”.

A privatização da maioria do capital da SATA Internacional está prevista na proposta de orçamento dos Açores para 2023, a que a Lusa teve acesso e que foi entregue esta segunda-feira no parlamento regional.

A proposta de Decreto Legislativo Regional do Orçamento da Região Autónoma dos Açores para 2023 autoriza a “alienação da maioria da participação social indireta” da região na SATA Internacional – Azores Airlines, a companhia aérea do grupo SATA responsável pelas ligações com o exterior do arquipélago.

O “desinvestimento de uma participação de controlo (51%) na Azores Airlines” está previsto no plano de restruturação da companhia aérea açoriana aprovado em junho pela Comissão Europeia.

O Orçamento Regional para 2023 estipula que, no âmbito da alienação da SATA Internacional, deve ser “constituída uma comissão especial para acompanhamento do respetivo processo, que se extinguirá com o seu termo”, bem como a elaboração de um “plano de prevenção de riscos de corrupção”.

Através do decreto legislativo, o Governo regional fica também “autorizado a alienar as participações sociais que detém em entidades participadas, à exceção das de setores considerados estratégicos para a Região Autónoma dos Açores e de primeira necessidade para as populações”.

A Comissão Europeia aprovou em junho uma ajuda estatal portuguesa para apoio à reestruturação da companhia aérea açoriana SATA, de 453,25 milhões de euros em empréstimos e garantias estatais.

A verba aprovada divide-se em empréstimos diretos de 144,5 milhões de euros e assunção de dívida de 173,8 milhões de euros, num total de 318,25 milhões de euros a converter em capital próprio, e em garantias estatais de 135 milhões de euros concedidas até 2028 para financiamento facultado por bancos e outras instituições financeiras.

As dificuldades financeiras da SATA perduram desde pelo menos 2014, altura em que a companhia aérea detida na totalidade pelo Governo Regional dos Açores começou a registar prejuízos, agravados pelos efeitos da pandemia de Covid-19, que teve um enorme impacto no setor da aviação.

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Passadiços do Mondego abrem ao público num investimento de quatro milhões de euros

  • ECO e Lusa
  • 31 Outubro 2022

A Câmara Municipal da Guarda abre ao público os Passadiços do Mondego, que envolvem um investimento de quatro milhões de euros, numa aposta no turismo e crescimento económico da região.

Os Passadiços do Mondego, no concelho da Guarda, integrados no Parque Natural da Serra da Estrela e no Estrela Geopark Mundial da UNESCO, vão abrir ao público a 6 de novembro, num investimento na ordem dos quatro milhões de euros, cofinanciados a 85% por fundos europeus, no âmbito do Centro 2020, FEDER, anunciou a Câmara Municipal da Guarda.

“Garanto-vos que haverá um antes e um depois dos Passadiços do Mondego. Este é um investimento fundamental para o turismo da Guarda e para toda a região. Esta obra será a referência para o turismo e lazer do nosso concelho e de todo o nosso território”, assegurou o presidente da autarquia, Sérgio Costa.

Segundo Sérgio Costa, a Guarda “está pronta para começar uma viagem para o sucesso na atração do turismo e da atividade económica a nível nacional e internacional”.

Com um percurso pelas margens do rio Mondego e os seus afluentes de cerca 12 quilómetros, os passadiços começam junto à barragem do Caldeirão, estendendo-se depois pelo vale do Mondego, nos territórios das localidades de Trinta, Vila Soeiro e terminando já na montanha, em Videmonte.

“O percurso aproveita cinco quilómetros de caminhos já existentes e integra uma zona de sete quilómetros de travessias, passadiços e três pontes suspensas com paisagens de cortar a respiração e onde abundam as veredas, açudes, cascatas, levadas e moinhos”, descreve o município.

Garanto-vos que haverá um antes e um depois dos Passadiços do Mondego. Este é um investimento fundamental para o turismo da Guarda e para toda a região. Esta obra será a referência para o turismo e lazer do nosso concelho e de todo o nosso território.

Sérgio Costa

Presidente da Câmara Municipal da Guarda

O itinerário compreende geossítios, como o Miradouro do Mocho Real, escombreiras e cascalheiras do Alto Mondego, além de vestígios de património industrial de antigas fábricas e engenhos de lanifícios ou de produção de eletricidade, na aldeia de Trinta. Segundo a autarquia, são “testemunhos de um passado ligado à indústria têxtil deste território, onde teve origem o afamado cobertor de papa”.

O município acrescenta ainda que o percurso abrange “vestígios mais antigos, como uma ponte medieval que se acredita ter surgido sobre uma ponte já existente da época romana”. De acordo com a autarquia, “esta é uma obra de valorização do património natural da Guarda que pretende mostrar a importância deste rio para a região e para o país, destacando o valor cultural e paisagístico das aldeias de montanha que atravessa”.

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Governo abre 2.054 vagas para formar médicos especialistas em 2023

O Governo vai abrir 2.054 vagas para formação de médicos especialistas em 2023. Destas, 574 vagas são destinadas à formação de médicos de família (quase 28% do total). 

O Governo vai abrir 2.054 vagas para formação de médicos especialistas em 2023, o que representa um aumento de 6% face ao registado este ano. Deste total, 574 vagas são destinadas à formação de médicos de família (quase 28% do total).

“Portugal vai contar, em 2023, com um total de 2.054 vagas para formação médica especializada, o maior mapa de vagas de sempre, o que representa um crescimento de 115 vagas (+6%) face a 2022, quando foram abertas 1.939 vagas“, adianta o Ministério da Saúde, em comunicado enviado às redações.

Este anúncio foi feito um dia depois de o ministro da Saúde ter revelado que o número de vagas abertas para formar médicos no próximo ano seria “bastante superior” às anteriores e de ter garantido que “todos os médicos que fizeram a formação geral no ano de 2022 terão acesso até com folga”, disse Manuel Pizarro, na sessão de encerramento da IX ª edição do Congresso Nacional de Estudantes de Medicina (CNEM), citado pela Lusa.

Numa altura em que há mais de um milhão de portugueses sem médico de família, o Ministério da Saúde sinaliza ainda que destas mais de duas mil vagas abertas, “a especialidade de Medicina Geral e Familiar é a área com maior número de vagas” contando com 574 vagas, isto é, um aumento de 10% face ao registado este ano e “o maior número de vagas de sempre nesta especialidade central para o sistema de saúde”.

Neste âmbito, haverá “200 vagas para formar futuros médicos de família na região de Lisboa e Vale do Tejo, mais 24 do que no último concurso de acesso ao internato médico e também o maior número de sempre na região”, destaca o Governo.

Já no que toca a outras especialistas, o Ministério da Saúde realça que a especialidade de Anestesiologia vai contar com 85 vagas (mais cinco face a 2022), a especialidade de Ginecologia/Obstetrícia conta com 54 vagas (mais seis), a especialidade de medicina intensiva terá 70 vagas e radiologia contará com 38 vagas.

Este concurso será dirigido aos médicos interno que vão iniciar a formação especializada a partir de 1 de janeiro de 2023, sendo que “do total de 2.343 médicos inscritos, 1.819 são candidatos pela primeira vez”, dado que estão a terminar o ano de formação geral.

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Alto Minho compromete-se a atingir neutralidade carbónica até 2050

  • Lusa
  • 31 Outubro 2022

Alto Minho quer atingir neutralidade carbónica até 2050 com “aposta na expansão das energias renováveis, eficiência energética e redução da dependência dos combustíveis fósseis importados".

No âmbito da iniciativa europeia Pacto de Autarcas, a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho compromete-se a atingir a neutralidade carbónica até 2050, através de uma “forte aposta na expansão das energias renováveis, na eficiência energética e na redução da dependência dos combustíveis fósseis importados”, avançou esta segunda-feira esta comunidade.

Em comunicado enviado às redações, a CIM do Alto Minho, que agrega os dez concelhos do distrito de Viana do Castelo, adiantou que o compromisso assumido integra um plano de ação integrado para a “transição energética”.

A CIM do Alto Minho aponta “três objetivos gerais”, como a redução do consumo de energia e, concomitantemente, a redução das emissões de carbono, o aumento da produção local de energia renovável e, portanto, aumentar as fontes de energia de baixo carbono e equilibrar a produção e o consumo de energia para alcançar o estatuto de território com balanço energético nulo”.

Para a CIM “o caminho para que o Alto Minho se torne num território com balanço energético nulo ficou mais claro com a aprovação, na sexta-feira, em reunião do Conselho Intermunicipal do Alto Minho, daquele plano de ação”.

Naquele documento, os autarcas dos dez concelhos do Alto Minho acordam “trabalhar numa ação conjunta, coerente, concertada, consistente e integrada com a prioridade a ser colocada no aumento da eficiência energética, na diversificação e intensificação da produção de energia de base renovável, no incremento da produção de energia descentralizada (seja individual ou coletivamente, através do autoconsumo ou através de comunidades de energia)”.

Comprometem-se ainda a “modernizar os transportes públicos e de mercadorias” e a “apostar”, cada vez mais, “numa mobilidade progressivamente integrada e sustentável, no reforço e modernização de infraestruturas, na investigação (incluindo deteção e monitorização), experimentação, inovação e competitividade, na promoção de processos, produtos e serviços de baixo carbono, na melhoria dos serviços de energia e, a apostar na capacitação, sensibilização e partilha de informação”.

A “estratégia global que permitirá ao Alto Minho tornar-se um território com balanço energético nulo antes de 2050, em linha com o compromisso do Governo e com o Plano Estratégico de Desenvolvimento do Alto Minho (Alto Minho 2030)” é apoiada por medidas destinadas a salvaguardar a segurança energética, garantir uma transição justa e promover a sensibilização e o envolvimento dos cidadãos”.

“Cada um, individual e coletivamente, terá de contribuir para reduzir o consumo energético no território, de modo a que as necessidades residuais de energia possam ser satisfeitas por energia verde e sustentável, produzida e entregue localmente”, apela a CIM do Alto Minho.

A “participação no projeto URB EN PACT – together towards net-zero energy cities permitiu ao território do Alto Minho, através de um processo de cocriação, utilizando uma abordagem participativa e com o apoio de um diversificado conjunto de agentes locais e regionais, tanto públicos como privados, planear a ação”, lê-se. no documento.

Com sede instalada no edifício Villa Moraes, em Ponte de Lima, a CIM do Alto Minho foi constituída em outubro de 2008 e engloba os municípios que correspondem à Unidade Territorial Estatística de Nível (NUT) III do Minho-Lima.

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Preços da energia subiram em toda a UE no primeiro semestre

Na primeira metade do ano, os preços do gás e da eletricidade subiram em toda a União Europeia. Em Portugal, embora o preço do gás tenha subido quase 10%, a luz ficou 1% mais barata.

Os preços energéticos aumentaram em toda a União Europeia no primeiro semestre deste ano, quando comparado com o do ano anterior. Enquanto a eletricidade subiu de 22 euros por 100 kWh para 25,3 por 100 kWh, o preço do gás escalou de 6,4 euros por 100 kWh para 8,6 euros na primeira metade de 2022. De acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pelo Eurostat, a escalada dos preços energéticos no bloco europeu foi, em grande parte, potenciada pela invasão russa da Ucrânia.

Apesar de os preços terem vindo a aumentar, os 27 Estados-membros, em colaboração com o executivo comunitário, têm desenhado medidas que visam mitigar os impactos nos orçamentos das famílias, o que permitiu reduzir também o peso dos impostos e taxas nas contas finais da luz e do gás na primeira metade do ano, quando comparado com o ano anterior. Em comparação com o primeiro semestre de 2021, a participação dos impostos na conta de luz caiu “acentuadamente” de 39% para 24% (-15,5%) e na conta de gás de 36% para 27% (-8,6%), revela o gabinete de estatísticas europeu.

Portugal entre os países onde a eletricidade ficou mais barata. Gás subiu 10%

Mas mesmo com as ajudas, houve países que sentiram mais custos do que outros. Por exemplo, na República Checa o aumento no preço da eletricidade foi de 62%, situando-se à frente da Letónia (+59%) e a Dinamarca (+57%).

Em sentido contrário, os dados revelam que as maiores quedas verificaram-se nos Países Baixos (-54%), Eslovénia (-16%), Polónia (-3%) e Portugal e Hungria, ambos com uma queda de 1%. “As quedas nos Países Baixos, Eslovénia e Polónia estão relacionados com a subsídios e concessões governamentais, enquanto na Hungria os preços são regulados”, explica o Eurostat.

Em euros, a entidade revela que os preços médios da eletricidade doméstica no primeiro semestre de 2022 foram mais baixos na nos Países Baixos (5,9 euros por 100 kWh), Hungria (9,5 euros) e Bulgária (10,9 euros) e mais altos na Dinamarca (45,6 euros), Bélgica (33,8 euros), Alemanha (32,8 euros) e Itália (31,2 euros).

Os preços do gás natural também pressionaram 23 dos 24 Estados-membros para os quais existem dados disponíveis. Na Estónia, a escalada foi de 154%, ao passo que na Letónia e Bulgária, os preços subiram 110% e 108%, respetivamente. Em Portugal, a subida foi de 9,8%. Só na Hungria, onde os preços são regulados, é que o gás ficou mais barato para os consumidores domésticos (-0,5%).

Expressos em euros, os preços médios do gás doméstico no primeiro semestre de 2022 foram mais baixos na Hungria (2,9 euros por 100 kWh), Croácia (4,1 euros) e Letônia (4,6 euros) e mais altos na Suécia (22,2 euros), Dinamarca (16,0 euros) e Holanda (12,9 euros).

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Portugal com os preços de gás e eletricidade abaixo de Espanha e da média da UE

Os preços da luz portugueses ficaram mesmo entre 38 a 48% abaixo dos espanhóis, referindo, respetivamente, aos domésticos e não-domésticos, aponta a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE)

Os preços da eletricidade e do gás em Portugal, tanto para clientes domésticos como para empresas, ficaram abaixo dos de Espanha e dos da média da União Europeia nos primeiros seis meses de 2022.

Os preços da luz portugueses ficaram mesmo entre 38 a 48% abaixo dos espanhóis, referindo, respetivamente, aos domésticos e não-domésticos, aponta a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), num boletim lançado esta segunda-feira.

Foram os países do centro da Europa, dos quais se destacam Alemanha, Bélgica e Dinamarca, mas também Espanha e Itália, que apresentaram os preços de eletricidade mais elevados para os clientes domésticos. O leste da Europa e os Países Baixos destacam-se com os preços da eletricidade mais baixos neste segmento. Olhando para as empresas, os países nórdicos conseguiram os preços mais baixos enquanto Chipre, Eslováquia, Grécia, Itália e Roménia registaram os preços mais elevados.

A ERSE divide os preços da eletricidade em quatro grupos. No caso dos preços domésticos, Portugal encaixa-se no segundo grupo com os preços mais baratos, apesar de ter registado uma subida de 5,5% nestes preços, face ao semestre homólogo de 2021. No que diz respeito às empresas, Portugal está mesmo no grupo dos nórdicos, integrando a banda de preços mais baixos, apesar da subida de 18,2% face ao mesmo período do ano anterior, já que nas restantes regiões analisadas — Espanha, Zona Euro e UE — a subida foi de entre 40% a 74%.

Os preços da luz em Portugal já são mais baixos que os de Espanha, UE e Zona Euro desde o primeiro semestre de 2019, e a descida das tarifas de acesso às redes em janeiro de 2022 permitiu acentuar esse efeito, indica o regulador.

Já no que toca ao gás natural, Espanha apresentou, no primeiro semestre, preços 17% e 11% superiores aos preços de Portugal, para os segmentos doméstico e não-doméstico, respetivamente.

Em Portugal, 73% do preço doméstico diz respeito a energia e redes e 27% refere a taxas e impostos. Nos preços não-domésticos, a entidade reguladora deixa de fora a carga fiscal, afirmando que, sendo esta dedutível, a comparação mais fiel com os outros países não a inclui.

Para os clientes domésticos, Suécia, Dinamarca, Chéquia e os Países Baixos registaram os preços de gás natural mais elevados da União Europeia. Os preços mais baixos praticaram-se no leste europeu. Já para as empresas, os preços mais baixos registaram-se na Hungria, Alemanha, Bélgica e Croácia, e os mais elevados na Dinamarca, Finlândia e Suécia.

Numa comparação mais alargada dos preços para as empresas, nota-se contudo que os preços de gás natural assumiram no primeiro semestre de 2022 o preço mais elevado dos últimos cinco anos, destacando-se aumentos entre os 150% e os 220%, face ao semestre homólogo de 2021, em Espanha (a subida mais elevada), UE, Portugal e Zona Euro (a subida mais contida). No caso dos consumidores domésticos, os últimos cinco anos apresentam “uma certa estabilidade no preço de gás natural, com um ligeiro aumento no primeiro semestre de 2022”.

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Turismo registou quase 7,7 milhões de dormidas em setembro. Turistas estrangeiros abaixo do nível pré-pandemia

Turismo registou quase 7,7 milhões de dormidas em setembro, das quais 2,4 milhões provenientes do mercado interno e 5,2 milhões do mercado externo. Turistas estrangeiros abaixo do nível pré-Covid.

Em setembro, o turismo português acolheu 2,9 milhões de hóspedes e registou quase 7,7 milhões de dormidas, de acordo com a estimativa rápida divulgada esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Nesse mês, o mercado interno contribuiu com 2,4 milhões de dormidas e o mercado externo com 5,2 milhões, o que representa um aumento de 10% face a igual período de 2019 em termos de mercado interno, mas um recuo de 3,2% no mercado externo, face ao período pré-pandemia.

“O setor do alojamento turístico registou 2,9 milhões de hóspedes e [quase] 7,7 milhões de dormidas em setembro de 2022″, adianta o gabinete de estatísticas salientando que se trata de um crescimento de 41,3% e 37,4%, respetivamente, face ao igual período do ano passado. Já face a setembro de 2019, o número de hóspedes e de dormidas aumentou 0,2% e 0,7%, respetivamente.

A impulsionar a recuperação da atividade turística em Portugal estiveram, sobretudo, os turistas estrangeiros. Das quase 7,7 milhões de dormidas registadas nesse mês, 5,2 milhões foram de turistas estrangeiros, o que representa um aumento de 70,7% face a igual período de 2021, enquanto os turistas nacionais contribuíram com 2,4 milhões de dormidas, (-3,1% face ao período homólogo).

Contudo, comparativamente com setembro de 2019, “as dormidas de residentes aumentaram 10% e as de não residentes diminuíram 3,2%”, sinaliza o INE.

Em termos de tipo, de alojamento, os hotéis continuam a ser responsáveis pelo maior número de dormidas (80,2% do total em setembro), o que representa um aumento de 38% face ao período homólogo e de 0,8% face a igual período de 2019. Seguem-se os estabelecimentos de alojamento local (13,6% do total) e o turismo no espaço rural e de habitação (quota de 3,9%).

Já no acumulado do ano, isto é, entre janeiro e setembro, houve um aumento de 113% nas dormidas em alojamentos turísticos em Portugal (+27,3% nos residentes e +222,3% nos não residentes). No entanto, face ao período pré-pandémico, as dormidas caíram 2,4% devido à “diminuição das dormidas de não residentes (-7%)” e dado que as dormidas de residentes cresceram 8%, explica o gabinete de estatísticas.

Dormidas no Algarve e Centro continuam abaixo dos valores pré-pandemia

Os dados do INE também revelam ainda que todas as regiões registaram aumentos de dormidas, sendo que o Algarve continuou a concentrar a preferência dos turistas (30,4%), seguida pela Área Metropolitana de Lisboa (24,5%) e pelo Norte (16,2%).

Já comparativamente com o período pré-pandemia, apenas o Algarve e o Centro registaram decréscimos, com quebras de 9,2% e 3,3% nas dormidas em setembro deste ano, face a setembro de 2019. Já os maiores aumentos de dormidas foram registados na Região Autónoma da Madeira (+17%), seguida pelo Norte (+8,7%) e pela região Autónoma dos Açores (+8,2%).

(Notícia atualizada pela última vez às 12h00)

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Taxas médias das Euribor sobem cerca de 0,4 pontos de setembro para outubro

  • Lusa
  • 31 Outubro 2022

Três prazos da Euribor voltaram a subir esta segunda-feira: a seis meses, a taxa fixou-se em 2,130%, enquanto a três e a 12 meses avançaram para 1,704% e 2,630%, respetivamente.

As taxas médias da Euribor a três, seis e 12 meses voltaram a subir em outubro, para 1,428%, 1,997% e 2,629%, mais cerca de 0,4 pontos do que em setembro. Em setembro, as taxas médias a três, seis e 12 meses tinham sido respetivamente de 1,011%, 1,596% e 2,233%.

  • A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno positivo em 6 de junho, subiu esta segunda-feira para 2,130%, mais 0,096 pontos, contra um novo máximo desde fevereiro de 2009, de 2,132%, verificado em 24 de outubro. A Euribor a seis meses esteve negativa durante seis anos e sete meses (entre 6 de novembro de 2015 e 3 de junho de 2022).
  • A Euribor a três meses, que entrou em 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, avançou esta segunda-feira, pela nona sessão consecutiva, ao ser fixada em 1,704%, mais 0,063 pontos do que na sexta-feira e um novo máximo desde março de 2009. A taxa Euribor a três meses esteve negativa entre 21 de abril de 2015 e 13 de julho último (sete anos e dois meses).
  • No prazo de 12 meses, a Euribor também avançou esta segunda-feira, pela sexta sessão consecutiva, ao ser fixada em 2,630%, mais 0,063 pontos do que na sexta-feira, depois de ter subido em 21 de outubro para 2,778%, um novo máximo desde dezembro de 2008. Após ter disparado em 12 de abril para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 5 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril.

As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 4 de fevereiro, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia aumentar as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na Zona Euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro.

Na quinta-feira, 27 de outubro, com o objetivo de travar a inflação, o BCE subiu as três taxas de juro diretoras em 75 pontos base, o terceiro aumento consecutivo deste ano, depois de em 21 de julho ter subido em 50 pontos base as três taxas de juro diretoras, a primeira subida em 11 anos, e em 8 de setembro em 75 pontos base. A evolução das taxas de juro Euribor está intimamente ligada às subidas ou descidas das taxas de juro diretoras do BCE.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021. As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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