Dona da Google com subida de 6% nas receitas, mas queda nos lucros

  • Lusa
  • 26 Outubro 2022

Holding que controla a Google viu as receitas subirem 6% no terceiro trimestre, mas os lucros caíram e ficaram abaixo do que era esperado pelos analistas.

A Alphabet, dona da Google, registou um volume de negócios de 69,1 mil milhões de dólares no terceiro trimestre, uma subida homóloga de 6%, a mais fraca desde 2013, tirando o período da pandemia. O lucro do grupo californiano foi de 14 mil milhões de dólares, nitidamente abaixo das expectativas dos analistas.

De julho a setembro, o número um mundial da publicidade online viu as suas receitas publicitárias subirem ligeiramente para 54,5 mil milhões de dólares. Mas as receitas da plataforma YouTube baixaram 2%, para os sete mil milhões de dólares, quando os analistas esperavam uma subida.

A Google sofreu com os cortes orçamentais dos anunciantes, confrontados com a inflação e a subida das taxas de juro. “Este foi um trimestre difícil para a publicidade digital. Os ventos macroeconómicos contrários foram fortes o suficiente para que a Google reduzisse as contratações de pessoal, para relançar os lucros”, apontou Evelyn Mitchell, analista da Insider Intelligence.

Os resultados do conglomerado da internet comparam mal com os dos anos 2021, uma vez que então a pandemia e as restrições sanitárias favoreciam as atividades digitais.

Por outro lado, a ascensão fulgurante da TikTok também relativizou o domínio da Google e da Meta (Facebook, Instagram) no mercado mundial de publicidade digital. Em 2022, esta aplicação de divertimento ultrapassou a Google enquanto sítio mais popular na rede, segundo a Cloudflare, empresa especializada em infraestruturas e serviços da internet.

A Google Cloud, a atividade de informática à distância do grupo, continuou, por seu lado, a crescer e alcançou um volume de negócios de 6,9 mil milhões de dólares, que compara com os cinco mil milhões homólogos.

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5 coisas que vão marcar o dia

Arranca o debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2023. Nos mercados, Jerónimo Martins e EDP Renováveis apresentam resultados.

No dia em que os deputados vão debater a proposta de Orçamento do Estado para 2023, elaborada pelo Governo, serão conhecidos os resultados da Jerónimo Martins e da EDP Renováveis para os primeiros nove meses do ano. Além disso, serão divulgados vários dados estatísticos, sobre o comércio internacional, as empresas em Portugal e os empréstimos e depósitos.

OE começa a ser debatido no Parlamento

Arranca esta quarta-feira a discussão na generalidade da proposta de Orçamento do Estado para 2023, depois de os deputados já terem ouvido o ministro das Finanças e a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. O debate em plenário estende-se até quinta-feira, quando o documento será votado na generalidade antes de seguir para a apreciação na especialidade.

Jerónimo Martins e EDP Renováveis apresentam contas

A divulgação de resultados das cotadas do PSI continua, chegando a vez da retalhista Jerónimo Martins, que vai apresentar das contas dos primeiros nove meses do ano após o fecho do mercado. Além disso, a EDP Renováveis também vai apresentar os resultados até setembro, um dia antes da “casa-mãe” EDP.

Eurostat divulga dados sobre comércio internacional

O gabinete de estatísticas europeu publica esta quarta-feira várias estatísticas sobre o comércio internacional de bens. Por um lado, divulga dados sobre a concentração do comércio em 2020, e por outro dá também a conhecer os números do comércio entre Mercosul e os países da União Europeia ao longo do ano passado.

INE faz retrato das empresas em Portugal

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga esta quarta-feira os dados provisórios das Estatísticas das Empresas em Portugal para 2021, obtidas a partir do Sistema de Contas Integradas das Empresas (SCIE). Estes dados vão permitir traçar um retrato do ecossistema empresarial português no ano passado.

Novos dados sobre empréstimos e depósitos bancários

O Banco de Portugal divulga esta quarta-feira as estatísticas de empréstimos e depósitos bancários de empresas e particulares atualizadas para setembro de 2022. Na última publicação, relativa ao mês anterior, os dados do departamento de estatísticas do banco central mostraram que o montante total de empréstimos para habitação era de 99,7 mil milhões de euros.

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Casas novas em Lisboa custam 44% mais do que as existentes

Preço mediano dos alojamentos novos é de 5.197 euros/m2, em comparação com os 3.587 euros/m2 que custaram os alojamentos existentes. Em nenhum outro local do país o diferencial é tão grande.

O mercado imobiliário em Lisboa continua a destacar-se dos demais. A capital é o sítio mais caro para se comprar casa em Portugal, mas é também aquele em que a diferença entre uma casa nova e uma casa existente foi maior, contando só com os municípios mais populosos, acima dos 100 mil habitantes, nos 12 meses até ao final do segundo trimestre de 2022.

A diferença pode chegar aos 44%, se for contabilizado um preço mediano dos alojamentos novos de 5.197 euros/m2, em comparação com os 3.587 euros/m2 que custaram os alojamentos existentes. Ou seja, quem compra casa nova em Lisboa arrisca pagar mais 1.610 euros/m2 do que se comprasse uma casa existente, montante superior ao preço mediano dos alojamentos no conjunto do país, que se fixou em 1.494 euros/m2 nesse mesmo trimestre.

A tendência não é exclusiva de Lisboa – naturalmente, em todos os 24 municípios mais populosos, as casas novas foram mais caras do que as existentes. Mas o diferencial é bastante inferior nos demais municípios, mesmo em Cascais, que foi o segundo sítio mais caro. No outro extremo está Vila Nova de Famalicão, onde foi menor essa diferença, não superando os 71 euros/m2.

Lisboa registou o maior diferencial entre o preço mediano dos alojamentos novos em comparação com os existentesHugo Amaral/ECO

Mas há mais nos dados trimestrais divulgados terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que mostraram que o preço mediano de alojamentos familiares desacelerou em Lisboa (isto é, que a subida homóloga dos preços no segundo trimestre foi inferior à subida verificada no primeiro trimestre de 2022). Duas das 24 freguesias de Lisboa registaram, nos 12 meses acabados em junho, preços medianos de habitação superiores a 5.000 euros/m2: Santo António (5.547 euros/m2) e Marvila (5.297 euros/m2).

Além destas, o INE salienta que três outras freguesias de Lisboa registaram um preço mediano superior aos 3.704 euros/m2 registados no conjunto do concelho. Foram as freguesias de Parque das Nações (4.525 euros/m2), Campo de Ourique (4.366 euros/m2) e Alvalade (4.103 euros/m2). Nas três, observaram-se também taxas de variação homóloga superiores à de 10,7% do próprio município.

O instituto destaca ainda Marvila por outro motivo. Esta freguesia de Lisboa viu o preço mediano no segundo trimestre disparar 79,3% em termos homólogos. “Este aumento expressivo do preço mediano de habitação na freguesia de Marvila resultou, sobretudo, da venda de alojamentos novos”, que representaram 61% das transações, e “cujo valor mediano foi de 5.721 euros/m2”.

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Investimento em “tech” climática em Portugal dispara 520%, mas ainda “longe do grau de maturidade dos países europeus”

O disparo de 520% resulta da "maior ronda de financiamento de sempre em tecnologia climática em Portugal". Net Zero Insights pede que país estimule investimentos e crie mais incentivos para startups.

O ecossistema de startups que desenvolvem tecnologia para responder às alterações climáticas em Portugal tem registado um crescimento significativo nos últimos meses, mas ainda se encontra “longe” do mercado de startups a nível europeu.

Segundo um relatório da Net Zero Insights, uma base de dados de startups e PME (pequenas e médias empresas) de tecnologia climática na Europa, sediada em Lisboa, durante o primeiro semestre de 2022, “o financiamento climático em Portugal foi superior a todos os anos anteriores combinados”, tendo atingindo os 292 milhões de euros. Parte desse valor foi resultado da “maior ronda de financiamento de sempre em tecnologia climática em Portugal”, depois de a empresa de carregamento de carros elétricos Power Dot ter recebido 150 milhões de euros — isto é, 51,3% do investimento total em startups “verdes” portuguesas captado este ano.

Apesar da valorização do setor, a Net Zero Insights indica que ainda existe um longo caminho a percorrer. Em termos comparativos, o Reino Unido somou 491 milhões de dólares (cerca de 498,73 milhões de euros) só em agosto de 2022. “Isto pode significar que o ecossistema português de startups de tecnologia climática, embora ainda muito longe da maturidade, mostra sinais positivos de crescimento”, lê-se no relatório.

Este é um sinal claro de que apesar do progresso, o ecossistema ainda está longe de atingir o grau de maturidade de outros países europeus

Net Zero Insights

Outro sinal da falta de maturidade do ecossistema é o tipo de financiamento predominante. Segundo o documento, o investimento proveniente de fundos comunitários — como o Portugal 2020 ou o Horizonte 2020 — representam 60% do dinheiro que chega às startups. Estes fundos “representam geralmente rondas de financiamento inferiores a um milhão de euros”, o que, por sua vez, refletem apenas 8% do valor total investimento nestas startups.

Em termos absolutos, existem 346 startups climáticas com nacionalidade portuguesas — a maioria localizada em Lisboa e no Porto — bem abaixo da média europeia de 628 startups por país. No entanto, quando analisados os países com um Produto Interno Bruto (PIB) semelhante — Finlândia, Roménia, República Checa, Grécia e Hungria –, Portugal consegue destacar-se. Estes países têm, em média, 165 startups dedicadas à causa ambiental. Só a Finlândia ultrapassa o ecossistema português, ao contabilizar 553 startups “verdes”.

Apesar de a Power Dot ter concretizado a maior ronda de investimento de sempre em tecnologias climáticas em Portugal, os setores da agricultura e têxtil e moda são os que atraem mais atenção por parte dos investidores. Segundo o relatório, a agricultura é o setor que mais investimento conseguiu acumular este ano (27 milhões de euros), ao passo que o setor do têxtil conta com maior número de startups até ao momento (71). E, em tanto num como noutro, o capital é, tendencialmente, direcionado a startups que desenvolvem software para melhorar a eficiência geral do setor.

Assim, a Net Zero Insights alerta que “aumentar o interesse geral na tecnologia climática não é suficiente” e defende que Portugal “precisa de criar um ecossistema com incentivos gerais para investimento e criar incentivos governamentais estimular a criação de startups“.

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Crédito à habitação: 90% dos novos contratos têm taxa de esforço inferior a 27%

Os dados do Banco de Portugal revelam que o diploma que o Governo está a trabalhar para levar os bancos a renegociarem os contratos com as famílias terá muito pouco impacto nos contratos após 2019.

Qual é a taxa de esforço dos particulares que celebraram novos créditos à habitação? Segundo os dados do Banco de Portugal, 90% dos créditos realizados desde 2019 foram contratualizados com uma taxa de esforço inferior a 27%. Além disso, os dados compilados pelo supervisor liderado por Mário Centeno apontam para que um milhão de famílias (cerca de 304 mil contratos) que compraram casa nos últimos quatro anos tenham-no feito com uma taxa de esforço inferior a 17%. Assim, para estas famílias, o Banco de Portugal antecipa que a subida das taxas de juro, antecipada pelo mercado até julho de 2023, possa provocar uma subida de apenas seis pontos percentuais na taxa de esforço.

Isto significa que, no pior dos cenários, a taxa de esforço das famílias que compraram casa desde 2019 deverá ficar muito abaixo dos 40%, uma meta definida no diploma que o Governo levará esta quinta-feira a Conselho de Ministro e que “obriga” os bancos a renegociarem os contratos de crédito à habitação para evitarem que as famílias entrem em incumprimento.

É certo que os contratos de crédito à habitação com taxas de esforço abaixo dos 27% representam pouco mais de um quarto do total de contratos que a banca detinha em carteira no final do ano passado, mas são sobre estes novos créditos (realizados após 2019) que o aumento da prestação mais se faz sentir. Os outros, particularmente os mais antigos, não só o montante pedido ao banco foi mais reduzido como hoje apresentam também um saldo em dívida bastante mais baixo.

O montante dos novos contratos disparou 60% desde 2013

Fonte: Banco de Portugal.

Essa realidade foi também exposta por Mário Centeno na conferência “O impacto da nova ordem mundial na economia europeia”, realizada pelo ECO no final de setembro. No decorrer da sua intervenção, o governador revelou que 10% das prestações da casa são de valor inferior a 106 euros e que, tendo em conta as perspetivas de evolução da Euribor até julho de 2023, vão ter um agravamento de apenas quatro euros. Além disso, referiu ainda que apenas 10% têm prestações acima dos 470 euros, as quais vão sofrer mais com a subida dos juros.

A confiança do governador de que o efeito das taxas de juro não criará uma onda de incumprimento no crédito à habitação é sustentada por duas variáveis: elevado nível de poupança das famílias e baixa taxa de desemprego da economia.

Se, por um lado, os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística revelam que, no segundo trimestre, a taxa de desemprego situava-se nos 5,7%, o valor mais baixo dos últimos 10 anos, por outro, a taxa de poupança das famílias mantém-se acima da média observada na última década (8%), revela o Banco de Portugal no Relatório de Estabilidade Financeira.

A margem de renegociação dos contratos será muito limitada

Os dados do Banco de Portugal apontam para que, de uma forma geral, as famílias com crédito à habitação não apresentem uma taxa de esforço do seu crédito muito preocupantes. Além disso, mesmo nos casos das famílias que possam apresentar taxas de esforço mais elevados, espera-se que daí não venham a nascer problemas estruturais nem para a banca nem para a economia, assumindo que os bancos seguiram os trâmites da política macroprudencial do Banco de Portugal.

Entre os vários indicadores recomendados pelo Banco de Portugal para a concessão prudente de crédito está a exigência de os clientes apresentarem um DSTI (debt service-to-income ratio) não superior a 50%. Isto significa que para uma família obter um crédito, o total das prestações mensais de todos os empréstimos detidos pelo agregado familiar não pode ser superior a 50% do seu rendimento mensal líquido. E, para efeitos do cálculo do DSTI nos empréstimos à habitação de taxa variável a mais de 10 anos, os bancos devem considerar um aumento de três pontos percentuais da taxa Euribor – algo que não acontece nos contratos de taxa fixa, porque nestes casos não há lugar a alterações da taxa de juro ao longo do contrato.

Apesar dos dados do Banco de Portugal, é incontornável o preço que a subida das taxa de juro está a ter no orçamento das famílias. Por exemplo, os créditos à habitação indexados à Euribor a 12 meses, com um spread de 1,2% e maturidade de 30 anos que serão revistos em novembro contarão com um aumento de 51% na prestação da casa. Isto significa um acréscimo de 158 euros por cada 100 mil euros de financiamento. (Faça aqui a simulação do seu caso).

Para muitas famílias, a pressão das taxa de juro está a levar a um estrangulamento do orçamento familiar. A Deco revela que desde setembro o pedido de apoio das famílias não tem parado de aumentar, como consequência do aumento do custo de vida e da subida das prestações do crédito à habitação. E o pior é que as soluções para aliviar o orçamento destas famílias são cada vez mais escassas.

A solução mais imediata para baixar a prestação da casa passa por alargar o prazo do contrato, reduzindo assim a prestação mensal. Porém, a maturidade dos contratos de crédito à habitação é já muito elevada, mesmo em comparação com a média da Europa, e está perto dos limites definidos pela politica macroprudencial do Banco de Portugal. Segundo o Relatório de Acompanhamento do Mercado de Crédito, publicado em julho, o prazo médio dos créditos à habitação na carteira das instituições financeiras era de 33,5 anos no final do ano passado.

Esta realidade deixa pouca margem de renegociação por parte dos bancos para alargarem o prazo do contrato, na tentativa de evitar que um contrato entre em incumprimento.

Assim, se o contrato não permitir um alargamento do prazo e o banco também não se mostrar disponível a rever o spread, resta a renegociação dos seguros e dos produtos financeiros associados ao contrato. A não ser que o diploma que o Governo está a preparar traga na manga uma medida engenhosa que permita contornar temporariamente algumas das barreiras até agora dadas como intransponíveis.

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Fundo de Resolução abre caminho a reforço do Estado no Novobanco para mais de 5%

O Fundo de Resolução abdicou dos direitos de conversão de créditos fiscais do Novobanco, permitindo ao Estado aumentar a sua posição no banco para mais de 5%.

O caminho está livre para o aumento da participação do Estado no capital do Novobanco para mais de 5%. O Fundo de Resolução (FdR) decidiu não comprar os direitos de conversão dos créditos fiscais atribuídos em 2016 e 2017 por conta dos prejuízos, pelos quais teria de pagar quase 250 milhões de euros, assumindo que o montante é elevado.

“O FdR deliberou não exercer o direito potestativo de aquisição dos direitos de conversão atribuídos ao Estado, relativos aos exercícios de 2016 e de 2017″, informou o fundo liderado por Luís Máximo dos Santos, em resposta às questões colocadas pelo ECO.

A justificação? “O eventual exercício do direito potestativo implicaria […] o pagamento de um preço desalinhado de referenciais razoáveis de valorização do capital do Novobanco”, assume a instituição.

Perante este cenário, o Novobanco realizará um aumento de capital para emitir as novas ações que resultam da conversão dos referidos créditos fiscais, uma operação que, previsivelmente, deverá ocorrer ainda este ano. E, no final, o Estado, através da Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF), verá a sua posição direta no Novobanco aumentar dos atuais 1,56% — conseguidos depois de uma decisão semelhante do FdR no ano passado — para 5,69%. Já o FdR terá a sua posição reduzida para menos de 20%.

Com isto, a estrutura acionista do banco passará a estar distribuída da seguinte forma: o fundo americano Lone Star (75%), o Fundo de Resolução (19,31%) e o Estado (5,69%).

O eventual exercício do direito potestativo implicaria […] o pagamento de um preço desalinhado de referenciais razoáveis de valorização do capital do Novobanco.

Fundo de Resolução

Na prática, o FdR podia travar o avanço da posição do Estado por via da compra dos direitos de conversão dos créditos fiscais. Tal implicaria:

  • O pagamento de 0,9292 euros por cada direito referente a 2016, no total de 109 milhões de euros;
  • E o pagamento de 0,4408 euros por cada direito referente a 2017, no total de 140 milhões de euros.

Em ambos os casos, o preço dos direitos seria inferior aos títulos convertidos no ano passado, que assumiam um valor unitário de 1,0904 euros. Mas dinheiro é algo que não abunda numa entidade que apresenta um “buraco” de mais de sete mil milhões de euros e vive das contribuições da banca para pagar as dívidas.

Em 26 de setembro, o ECO noticiou que o FdR tinha entre 10 e 24 de outubro para deliberar sobre esta matéria.

“O FdR tem vindo a publicar nos seus relatórios e contas, todos os anos, informação sobre os efeitos da aplicação do referido regime especial na participação que detém no Novobanco. Sobre as implicações, para o FdR, decorrentes da aplicação do regime especial aplicável aos ativos por impostos diferidos, a informação disponível neste momento encontra-se já disponível no Relatório e Contas do Fundo de Resolução, referente a 2021, nomeadamente nas notas 7 e 22 às demonstrações financeiras”, acrescenta o fundo.

Fundo arrisca perder mais 55 milhões

O Fundo de Resolução já teve de assumir uma perda de mais de 20 milhões de euros com a diluição da sua participação no Novobanco para 23,44% no ano passado, na sequência da conversão dos chamados DTA (deferred tax assets) em favor do Estado.

Foi uma imposição de Bruxelas, em 2017, que a conversão dos créditos fiscais do Novobanco se fizesse sempre à custa da posição do Fundo de Resolução, deixando intacta a participação da Lone Star.

Assim sendo, o fundo, que é financiado pela banca e foi responsável pelas injeções de 3,4 mil milhões de euros no Novobanco nos últimos anos, arrisca uma nova perda com a conversão dos DTA, que poderá ascender agora a cerca de 55 milhões.

Para o Fundo de Resolução, a redução da sua posição no Novobanco significa que irá receber menos dinheiro quando o banco for vendido no futuro. É também com o dinheiro da venda da instituição que o fundo conta pagar os empréstimos ao Estado e aos bancos.

Contudo, por causa dos créditos fiscais já atribuídos à instituição financeira até 2020, a perspetiva é de que a posição do Fundo de Resolução se reduza ainda mais, para apenas 9,05%, com o Estado a ficar com uma participação de 15,95%.

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Musk tenciona fechar compra do Twitter na sexta-feira

  • ECO
  • 25 Outubro 2022

Elon Musk revelou aos banqueiros que vão financiar a compra do Twitter que tenciona fechar o negócio na sexta-feira. Bancos deverão contribuir com 13 mil milhões de dólares em financiamento de dívida.

O multimilionário Elon Musk revelou aos banqueiros, que vão financiar a compra do Twitter, que tenciona fechar o negócio na sexta-feira, avança a Bloomberg (acesso condicionado, conteúdo em inglês).

A garantia foi dada pelo fundador da Tesla numa conferência realizada na segunda-feira com os financiadores da operação, de acordo com fontes próximas do processo. Segundo a agência de notícias, os bancos vão contribuir com 13 mil milhões de dólares em financiamento de dívida para o negócio, sendo que este processo está já na fase de assinatura da documentação, um das últimas etapas para a concessão de crédito.

Perante esta notícia, as ações do Twitter valorizaram 2,41% para 52,78 dólares por ação, isto é, um valor próximo do acordado para o negócio (54,20 dólares por ação). No início de outubro, o Twitter aceitou vender a rede social ao empresário Elon Musk por 44 mil milhões de dólares, como tinha sido acordado inicialmente.

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Governo de Giorgia Meloni recebe voto de confiança da Câmara dos Deputados

  • Lusa
  • 25 Outubro 2022

Governo de coligação italiano teve 235 votos a favor e 154 contra em voto de confiança. Meloni sublinhou que “a Itália faz parte do Ocidente, o berço da liberdade e da democracia”.

O novo governo italiano liderado por Giorgia Meloni, dos ultranacionalistas Irmãos de Itália, ganhou por uma margem confortável o primeiro de dois votos de confiança exigidos no Parlamento.

A votação na Câmara dos Deputados, no final de uma sessão em que Meloni apresentou as suas prioridades, foi de 235 a favor do seu governo de coligação, que inclui a Liga (extrema-direita) e Força Itália (conservadores), e 154 contra. Eram necessários 195 votos favoráveis para aprovação.

Na quarta-feira, o novo governo enfrentará uma votação na câmara alta, o Senado, onde também detém uma maioria sólida na sequência das eleições de há exatamente um mês (25 de setembro). No seu discurso perante o parlamento, Meloni sublinhou que “a Itália faz parte do Ocidente, o berço da liberdade e da democracia”.

Por isso, adiantou, a Itália vai continuar a ser “um parceiro confiável da NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte]”, que apoia a Ucrânia com formação e equipamento na guerra contra a Rússia. Apesar de liderar um partido eurocético – o Irmãos de Itália –, Giorgia Meloni assegurou que a intenção “não é impedir ou sabotar a integração europeia”, mas sim fazer funcionar melhor a máquina comunitária.

A nova primeira-ministra avisou ainda os deputados que a situação em Itália não “permite perder tempo”, agradecendo ao seu antecessor, Mario Draghi, por possibilitar uma rápida passagem do poder, apesar de o Irmãos de Itália ter sido a única força de oposição do Governo anterior.

No seu discurso, Meloni agradeceu também ao Presidente, Sergio Mattarella, por tê-la escolhido como primeira-ministra, na sequência da vitória do partido Irmãos de Itália, nas eleições de 25 de setembro, afirmando que “este é um momento fundamental para a democracia”.

Meloni agradeceu também aos seus parceiros de coligação, Liga e Força Itália, por permitirem formar um Governo num tempo quase recorde. A nova líder do executivo italiano admitiu ao parlamento que sente nos seus ombros “o peso de ser a primeira mulher no cargo de primeira-ministra em Itália”, mas garantiu que irá manter as promessas que fez na campanha “mesmo que algumas pessoas possam não gostar”.

Meloni, que começou a sua carreira política nas alas jovens do partido pós-fascista Movimento Social, considerou que as leis raciais contra os judeus, aprovadas pelo regime de Benito Mussolini, “foram o ponto mais baixo” da história italiana. Numa entrevista dada quando tinha 19 anos, Meloni defendeu que Benito Mussolini foi “um bom político” e que “tudo o que fez, fez pela Itália.

No entanto, desde então, a nova primeira-ministra italiana tem tentado afastar-se dessa afirmação, tendo mesmo publicado, durante a campanha eleitoral para as eleições de setembro, um vídeo no qual proclamava a sua distância face ao fascismo do ditador Benito Mussolini, aliado de Hitler na II Guerra Mundial.

“Lutaremos contra qualquer forma de racismo, antissemitismo, violência política e discriminação”, acrescentou, num discurso de hoje, que durou mais de uma hora e foi interrompido por aplausos da maioria governamental, composta pelo seu partido e pelos dois parceiros da coligação, o Liga e o Força Itália.

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Seguradoras ainda não sabem como sanções do G7 sobre as cargas de petróleo bruto russas vão funcionar

  • ECO Seguros
  • 25 Outubro 2022

Sanções da União Europeia sobre o petróleo russo devem entrar em vigor daqui a seis semanas mas as seguradoras ainda não têm a certeza de como serão aplicadas.

Apenas seis semanas antes da entrada em vigor das sanções da União Europeia contra o petróleo russo, as seguradoras ainda não estão esclarecidas sobre o seu funcionamento exato.

No centro da incerteza está uma falta de detalhes em torno dos planos liderados pelos EUA, endossados por outros membros do Grupo dos Sete, para limitar o preço das exportações petrolíferas russas.

Esse mecanismo poderia anular as limitações previstas pela UE – que entrarão em vigor em 5 de dezembro – que irão impedir o acesso a serviços financeiros, incluindo seguros, que são vitais para o transporte global de petróleo bruto.

Uma peça chave no seguro de cargas é o Grupo Internacional de Clubes P&I que cobre 90% dos navios do mundo contra riscos, incluindo acidentes.

Muitos dos setores do grupo estão sediados em Londres, mas têm entidades europeias ou têm acesso a resseguro europeu, o que significa que confiam fortemente nos regulamentos da UE.

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“É minha firme convicção que a educação financeira funciona”, diz Margarida Corrêa de Aguiar

  • ECO Seguros
  • 25 Outubro 2022

A Presidente da ASF, no contexto da 11.ª edição do Concurso Todos Contam, parte da Semana da Formação Financeira, estabeleceu a sua convicção na educação financeira.

A Presidente da Autoridade de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), Margarida Corrêa de Aguiar, destacou, na ocasião da Sessão Solene da Semana da Literacia Financeira, a confirmação da relevância social da estratégia nacional de formação financeira lançada pelos três supervisores financeiros.

A Sessão Solene decorreu esta terça-feira, no Museu do Dinheiro, em Lisboa, e teve a presença do Senhor Ministro da Educação, João Costa, do Presidente do CNSF e Governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, da Administradora do Banco de Portugal, Ana Paula Serra e do Administrador da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, Rui Pinto.

A presidente afirmou que os “cidadãos informados e preparados asseguram uma melhor sociedade, e constituem-se, eles próprios, agentes ativos de regulação dos mercados”.

Margarida Corrêa Aguiar referiu ainda que “a parceria com o Ministério da Educação tem sido fundamental para percorrer este caminho e implementar de forma sólida e integradora a educação financeira nas escolas“.

Também as matérias relacionadas com a poupança de longo prazo estão no topo das preocupações dos supervisores que integram a organização da Semana da Literacia Financeira.

“O aumento da longevidade, que nos permite viver mais tempo, e a pressão que a
sociedade tem colocado à volta do tema do rendimento na reforma são temas de
atualidade que exigem atenção no domínio, justamente, da literacia financeira“, disse a presidente. “É minha firme convicção que a educação financeira funciona. Acredito que os presentes e aqueles que nos acompanham à distância partilhem desta convicção”, declarou.

 

 

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Deputados com covid-19 vão poder votar por via remota

  • Lusa
  • 25 Outubro 2022

A conferência de líderes decidiu “que os deputados únicos podem intervir e votar por via remota e os restantes deputados podem votar por via remota” se tiverem Covid-19.

Os deputados únicos com covid-19 vão poder intervir e votar no debate orçamental por via remota e os restantes parlamentares poderão também exercer o direito de voto dessa forma, decidiu esta terça-feira a conferência de líderes.

A informação foi transmitida no final desta reunião pela deputada socialista Palmira Maciel, depois de a questão ter sido colocada à conferência de líderes pelo Livre, uma vez que o deputado único Rui Tavares está de baixa com covid-19 e encontra-se impedido de participar na discussão e votação na generalidade do Orçamento do Estado para 2023, quarta e quinta-feira. “Ficou combinado que os deputados únicos podem intervir e votar por via remota e os restantes deputados podem votar por via remota”, disse Palmira Maciel, que hoje transmitiu aos jornalistas as conclusões da conferência de líderes.

Na última reunião deste órgão, em 12 de outubro, tinha sido decidido terminar o regime excecional – que vigorara durante a pandemia – e que permitia aos deputados em isolamento profilático participar nas sessões plenárias e nas reuniões das Comissões, através de videoconferência, uma vez que o isolamento profilático deixou de ser obrigatório desde 1 de outubro de 2022.

Em declarações aos jornalistas no parlamento, Isabel Mendes Lopes, dirigente do Livre e candidata ‘número dois’ nas legislativas ao círculo de Lisboa, adiantou que Rui Tavares está com “sintomas bastante fortes” e só regressará ao parlamento fisicamente quando tiver alta.

“Acatamos e respeitamos as decisões médicas e as decisões da conferência de líderes, mas esta questão suscita-nos um facto: os deputados únicos não podem adoecer. Vamos ter um deputado que está doente, que está de baixa e mesmo assim participará no debate do OE e isto leva-nos – e vamos levar isto às próximas conferências de líderes – a questionar as regras de substituição dos deputados únicos”, salientou a dirigente.

Isabel Mendes Lopes salientou que “o que acontece na verdade é que se um deputado único do partido adoecer, se não puder ser substituído, esse partido deixa de estar representado na AR e o voto de tantas pessoas deixa de estar representado, e isso não pode ser”.

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Divergências entre PS e PSD sobre gasoduto são “a democracia” a funcionar, diz Marcelo

  • Lusa
  • 25 Outubro 2022

O chefe de Estado salientou ainda que Portugal não perdeu “ligações elétricas: uma está feita e a outra vai ser feita”.

O Presidente da República considerou esta terça-feira, em Leiria, que as divergências entre o PS e o PSD sobre o princípio de acordo entre Portugal, Espanha e França para as interconexões energéticas europeias traduzem “a democracia” a funcionar.

O debate sobre o gasoduto resume-se a isto: quem está no Governo tinha como alternativa o nada ou aquilo a que se chegou. Quem está na oposição tem como alternativa muito mais do que aquilo a que se chegou, porque acha que isso era melhor, era mais ideal e que no futuro é para aí que devemos apontar. Isso é a democracia. A democracia é feita desses dois pontos de vista”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, quando confrontado com as críticas do PSD ao acordo anunciado pelo Governo.

Falando à margem do Encontro Nacional da ENIPSSA – Estratégia Nacional para a Integração das Pessoas em Situação de Sem-Abrigo, o chefe de Estado salientou que Portugal não perdeu “ligações elétricas: uma está feita e a outra vai ser feita”.

Alterou-se o tipo de ligação que estava prevista em termos de gasoduto. Passa a ser para gás e para hidrogénio verde, mas passa a ser em condições diferentes para além da fronteira portuguesa. Até à fronteira portuguesa é muito semelhante”, explicou. Marcelo Rebelo de Sousa constatou ainda que a situação alterou-se em relação àquilo que “estava pensado e sonhado com outra presidência francesa, noutro contexto europeu”.

“A posição francesa era o que era, não é o que tinha sido há uns anos. Várias vezes digo aquilo que se diz muito no Minho: ‘dança quem está na roda’. Quer dizer, faz-se política, omeletas com os ovos que existem. E quando é preciso fazer omeletas sem ovos, faz-se omeletas praticamente sem ovos”, disse.

O Presidente da Republico admitiu que esta não seria a solução “para a qual se inclinaria o próprio Governo, ou outro Governo”. “O Governo inclinava-se para uma solução que era os Pirenéus. Não há Pirenéus. Querem em Barcelona-Marselha ou não querem? Apesar de tudo, entendeu-se que é melhor querer Barcelona-Marselha. Entendeu Espanha e entendeu Portugal”, concretizou.

Segundo o Governo português, o acordo permite ultrapassar definitivamente o antigo projeto, o chamado MidCat, e desenvolver um novo projeto, designado Corredor de Energia Verde, que permitirá complementar as interconexões entre Portugal e Espanha, entre Celorico da Beira e Zamora, e também fazer uma ligação entre Espanha e o resto da Europa, ligando Barcelona e Marselha, por via marítima”.

Em causa, segundo o primeiro-ministro, António Costa, está “um gasoduto vocacionado para o hidrogénio ‘verde’ ou outros gases renováveis e que, transitoriamente, pode ser utilizado para o transporte de gás natural até uma certa proporção”. A questão para Portugal, de acordo com o primeiro-ministro, é que a ligação prevista para transportar exclusivamente gás natural “possa servir sobretudo para o transporte de uma energia que Portugal pode produzir”.

O presidente do PSD assegurou na segunda-feira que não assinaria o acordo sobre interconexões energéticas “nos termos em que foi anunciado”. Luís Montenegro recorreu aos mesmos argumentos que os utilizados por Paulo Rangel para criticar o acordo, enfatizando que este “não garante as interligações elétricas” que estavam previstas no anterior entendimento, assinado em 2015 entre Portugal, França, Espanha, Comissão Europeia e Banco Central Europeu.

“Estas são as mais decisivas para o interesse nacional, para que todo o investimento que vimos fazendo ao longo dos últimos anos possa ser de molde a criar uma capacidade exportadora”, afirmou, dizendo que tal seria “bom para Portugal, para a União Europeia e para os consumidores”, disse o líder do PSD.

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