5 coisas que vão marcar o dia

Cheque de 125 euros começa a ser pago esta quinta-feira. Primeiro-ministro em Bruxelas para encontro do Conselho Europeu. Ministro da Economia com Paddy Cosgrave na apresentação da Web Summit.

O “cheque” de 125 euros para amparar o impacto da subida dos preços nas finanças dos portugueses começa a ser pago esta quinta-feira. Enquanto isso, o primeiro-ministro, António Costa, vai estar em Bruxelas para mais um encontro do Conselho Europeu. Estes são alguns dos assuntos que prometem marcar o dia.

Apoio de 125 euros pago a partir de hoje

O apoio de 125 euros prometido pelo Governo no mês passado começa a chegar esta quinta-feira às contas bancárias dos portugueses abrangidos pela medida. O Ministério das Finanças estima que meio milhão de cidadãos recebam já hoje o “cheque” a fundo perdido, esperando processar todos os pagamentos via Autoridade Tributária ou Segurança Social em dez dias. No geral, vão estar abrangidos todos os contribuintes não pensionistas que recebem menos de 2.700 euros por mês, contando para o cálculo os rendimentos do ano passado. Está ainda previsto o pagamento adicional às famílias de 50 euros por cada dependente até aos 24 anos.

Conselho Europeu discute crise energética

Ucrânia, energia, economia e relações externas são os quatro grandes temas na agenda do Conselho Europeu, que começa esta quinta-feira. O encontro decorre numa altura em que uma crise energética continua a ameaçar as perspetivas da União Europeia para este inverno, pelo que, esta semana, a Comissão apresentou mais medidas para reduzir o consumo de energia na região e reformar o mercado de gás natural. Uma das propostas principais é a compra conjunta de, pelo menos, 15% do gás, à semelhança do que aconteceu com a compra de vacinas na pandemia.

Juros do crédito da casa continuam a subir

O Instituto Nacional de Estatística (INE) publica às 11h as taxas de juro implícitas no crédito à habitação referentes a setembro. O indicador mais relevante vai mostrar como evoluíram os juros dos novos créditos para a compra de casa, aqueles que foram contratados nos últimos três meses. Em agosto, a taxa de juro implícita na totalidade dos créditos subiu para 1,011%, um máximo de quase três anos e o quinto mês consecutivo de amentos. Nos contratos mais recentes, os juros aumentaram 23,4 pontos base, para 1,523%. As taxas estão a subir porque os bancos centrais continuam a apertar a política monetária para combater a inflação.

Juros implícitos no crédito à habitação até agosto

Fonte: INE

Costa Silva e Paddy apresentam Web Summit

A pouco mais de uma semana do arranque da Web Summit, o fundador da conferência, Paddy Cosgrave, e o ministro da Economia, António Costa Silva, promovem uma apresentação sobre a cimeira deste ano, que decorrerá de 1 a 4 de novembro nas redondezas da Altice Arena, em Lisboa. Vai ter lugar às 15h, no Hub Criativo do Beato, e é a primeira vez que Costa Silva participa numa Web Summit enquanto governante (o cargo era ocupado por Pedro Siza Vieira no ano passado).

Bankinter mostra resultados

O Bankinter apresenta esta quinta-feira os resultados do terceiro trimestre. Nos primeiros seis meses de 2022, o banco lucrou 271 milhões de euros, mais 10,8% do que no ano anterior. Os balcões em Portugal contribuíram com 30 milhões de euros para o negócio do banco espanhol.

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Apoio de 125 euros chega hoje. Já confirmou se tem o IBAN correto?

Apoios de 125 euros e de 50 euros às famílias, anunciados pelo Governo para compensar o impacto do aumento dos preços, serão pagos por transferência bancária a partir desta quinta-feira.

A partir desta quinta-feira, começa a ser pago o cheque de 125 euros para os cidadãos não pensionistas com rendimentos até 2.700 euros mensais brutos, para ajudar a atenuar os efeitos do aumento dos preços. Pagamento é feito por transferência bancária.

O Ministério das Finanças veio esclarecer que o apoio é individual, mas os casais que entreguem o IRS em conjunto e só tenham o IBAN do reembolso deste imposto confirmado nas Finanças recebem o apoio nessa conta bancária. Além disso, o Governo sinalizou que caso não seja possível avançar com o pagamento a partir desta quinta-feira por insuficiência de informação ou invalidade do IBAN, a Autoridade Tributária (AT) repetirá mensalmente as transferências durante seis meses.

O portal da AT criou um atalho onde poderá confirmar rapidamente o IBAN e, em caso de necessidade, registar e atualizar o número da sua conta bancária. Se o IBAN estiver “confirmado” então será válido para receber o cheque com o apoio ou então pode optar por mudar o número. Nesta página podem existir dois tipos de IBAN, um usado para recebimento e reembolso de IRS e outro para quem tem atividade por conta própria, “a utilizar na relação financeira com a AT, nomeadamente para recebimento de reembolsos e restituições de IVA e IRC”.

A medida consta no pacote de apoio às famílias anunciado pelo Governo no início de setembro avaliado em 2,4 mil milhões de euros, numa altura em que a inflação atinge os 9,3%. Em causa está um cheque de 125 euros para os cidadãos elegíveis, independentemente da sua situação familiar, com rendimentos até 2.700 euros mensais brutos, o que corresponde a 37.800 euros por ano.

Na prática, este apoio aplicar-se-á “a todos os que são contribuintes em IRS, àqueles que em função dos seus rendimentos estão isentos de pagar IRS ou de apresentar declaração de IRS“, bem como aos beneficiários de prestações mínimas sociais, como o subsídio de desemprego, subsídio de doença, o rendimento social de inserção, entre outros, segundo explicou o primeiro-ministro, a 5 de setembro.

Paralelamente, o Governo avançou também com um apoio extraordinário de 50 euros por cada dependente a cargo, até aos 24 anos (sem limite de idade para dependentes com deficiência). Assim, e considerando as duas medidas, no caso de um casal com dois filhos e em que ambos tenham rendimento individual até 2.700 euros mensais recebem agora um pagamento extra de 350 euros, segundo explicou ainda António Costa.

O pagamento é feito de forma automática, de uma só vez e feito por transferência bancária através da Autoridade Tributária (AT) ou da Segurança Social (no caso de quem recebe prestações mínimas sociais). De sublinhar que no caso dos titulares de rendimentos, cujo apoio é pago pela AT, o ministro das Finanças tinha adiantado que o pagamento será feito a um ritmo de 500 mil pagamentos por dia, a partir desta quinta-feira, sendo que Fernando Medina estima que o processamento da medida fique concluído em 10 dias.

no caso de beneficiários de algumas prestações sociais, o pagamento é feito na segunda-feira pela Segurança Social. Estes apoios não serão tributados, sendo os montantes apresentados já líquidos.

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Preço da couve quase triplicou desde o início da guerra na Ucrânia. Só a laranja e o tomate recuaram

Governo lançou esta quarta-feira o observatório "Nacional é Sustentável" com o intuito de acompanhar os custos e preços na cadeia de valor agroalimentar. Preço da couve quase triplicou com a guerra.

Com a invasão russa à Ucrânia, os custos de produção de vários alimentos agravaram-se à boleia do aumento dos preços da energia, transportes e de algumas matérias-primas. Só o valor pago aos produtores de couve quase triplicou, enquanto o preço da alface, carne de porco e cenoura registam subidas iguais ou superiores a 50%, de acordo com as contas feitas pelo ECO, tendo por base o observatório de preços, lançado pelo Governo. Em contrapartida, a laranja e o tomate já registam descidas.

Em causa está o observatório “Nacional é Sustentável”, anunciado em maio, e cujo site e respetiva regulamentação foi lançado e publicado em Diário da República esta quarta-feira. Em comunicado, o Ministério da Agricultura e o Ministério da Economia e Mar, adiantam que o objetivo é “contribuir para uma maior transparência em toda a cadeia de valor agroalimentar, acompanhar a sua evolução e dotar as entidades competentes de um instrumento que permita monitorizar, avaliar e definir melhores políticas públicas nesta matéria”.

Numa altura em que a taxa de inflação atinge os 9,3% em Portugal, o nível mais elevado em quase 30 anos, uma das principais missões deste novo observatório é “eventualmente, ir fazendo a denúncia de movimentos especulativos que existam nas várias etapas da cadeia de valor”, segundo explicou Maria do Céu Antunes, em declarações ao Observador, aquando do anúncio da medida.

Nesse sentido, o site lançado esta quarta-feira disponibiliza dados sobre a evolução dos preços médios na produção, relativos aos dois últimos anos, e diagramas de fluxos e circuitos comerciais das cadeias de valor para os vários produtos considerados no cabaz alimentar. Posteriormente, serão também lançados dados relativos aos preços no consumidor, bem como “informação sobre estrutura de custos e proveitos nas diversas fases da cadeia de valor”, adianta ainda o Executivo, na nota de imprensa.

Perante a análise dos dados feita pelo ECO, entre os 14 alimentos analisados para os quais há dados disponíveis, é possível constatar que a couve foi o produto que mais subiu de preço no que toca ao preço médio pago ao produtor, desde o início da guerra na Ucrânia. Se na semana 8 (entre 21 a 28 de fevereiro), a couve custava 0,26 euros/kg, na semana 40 (entre 3 a 9 de outubro) já custava 0,74 euros/kg. Contas feitas, trata-se de um aumento de 184,6% (quase o triplo do valor praticado antes da guerra).

Segue-se a alface, que custava 0,53 euros/kg na semana em que se iniciou a guerra e cujo último balanço aponta para 0,94 euros/kg, o que representa um aumento de 77,4%. Com aumentos a rondar os 50% está ainda o valor médio pago aos produtores de carne de porco (+56,5% face à semana de 21 a 28 de fevereiro) bem como de cenoura (50%) e da maçã (48,4%). Feitas as contas, o custo de produção da carne de porco aumentou, em média, 83 cêntimos/kg no período em análise, a cenoura subiu 15 cêntimos/kg e 31 cêntimos/kg.

Ao mesmo tempo, os custos de produção de uma dúzia de ovos classe M aumentou 44%, passando de 1,18 euros (na semana 8) para 1,70 euros na semana 39 (entre 26 de setembro a 2 de outubro). Já o preço no produtor de pêra situava-se nos 0,73 euros/kg e aumentou 24 cêntimos (32,9%) para 0,97 euros/kg na semana entre 3 a 9 de outubro. Já o frango e o leite de vaca aumentaram 25,90% e 18,80%, respetivamente, enquanto o azeite ficou-se pelos 5,40%, de acordo com as contas realizadas pelo ECO.

E se o preço médio pago ao produtor de batata não sofreu alterações (tendo em conta o preço praticado na primeira semana de guerra e o valor praticado atualmente), a laranja e o tomate são os únicos que registam descidas.

Na semana entre 21 a 27 de fevereiro, o preço pago aos produtores de laranja era de 0,57 euros/kg, enquanto na semana entre 3 a 9 de outubro era de 0,45 euros/kg, o que representa um recuo de cerca de 21% (menos 12 cêntimos). Já o tomate custava 1,04 euros/kg e custa atualmente 0,98 euros/kg, o que representa uma quebra de 5,8%, isto no mesmo período de referência.

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Agricultura precisa de 4.000 trabalhadores estrangeiros para campanha de 2023, diz CAP

O setor procura todo o tipo de perfis, mas a maior escassez ocorre no trabalho pouco qualificado. Depois de Marrocos, estão previstos novos acordos com o Nepal e Índia.

A agricultura portuguesa vai precisar de quatro mil trabalhadores estrangeiros para a campanha de 2023, adianta a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) à Pessoas. Depois de Marrocos, estão previstas acordos com Índia, Nepal e Bangladesh para a atração de trabalhadores de mercados terceiros para a agricultura nacional.

A agricultura é um dos setores que se debate com a escassez de pessoas e há muito que a CAP tem defendido a necessidade de atrair trabalhadores estrangeiros para fazer face às necessidades dos produtores nacionais. Para a campanha do próximo ano, a CAP estima – depois de feito o levantamento junto dos associados – que o setor necessite de 4.000 trabalhadores estrangeiros, ainda assim, abaixo dos 5.000 que apontava serem necessários para a campanha deste ano.

“O levantamento efetuado baseou-se numa previsão de necessidades feitas pelas empresas relativamente à contratação de trabalhadores provenientes de Estados terceiros e este ano foi realizada com dois meses de antecipação relativamente ao anterior (2021). Alguns trabalhadores permanecem em Portugal de um ano para o outro solicitando o visto de residente, o que pode explicar a menor necessidade de contratação de mais trabalhadores”, justifica fonte oficial da CAP à Pessoas.

O setor procura todo o tipo de perfis, mas a maior escassez ocorre no trabalho pouco qualificado. “A escassez de mão-de-obra tem maior expressão no trabalho pouco qualificado, como por exemplo para tarefas indiferenciadas, como a colheita de frutos e hortícolas”, refere fonte oficial da CAP.

Há também défice de recursos para algumas profissões qualificadas, como operadores de máquinas modernas, novos tratores, máquinas de aplicação de fitofármacos, etc., embora não sejam propriamente funções que sejam colmatadas por trabalhadores migrantes”, acrescenta.

Depois de Marrocos, acordos com novos países

Para fazer face às necessidades de mão-de-obra para o setor, a CAP, juntamente, com Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), fecharam com a ANAPEC (Agência Nacional de Promoção do Emprego e de Competência, serviço público de emprego do Reino de Marrocos) um memorando para o recrutamento de 400 trabalhadores marroquinos para a campanha agrícola do próximo ano.

No âmbito desse acordo, as empresas agrícolas comprometem-se a participar no processo de seleção dos trabalhadores, assim como, a respeitar as normas legais e convencionais aplicáveis em Portugal e os “princípios do recrutamento ético”.

“As minutas dos contratos de trabalho a celebrar devem ser remetidos previamente à CAP e ao IEFP”, determina ainda o memorando. O contrato tem a duração de um ano.

As empresas terão ainda de assumir “integralmente a responsabilidade dos custos de transporte entre Marrocos e Portugal para os seus trabalhadores, bem como os custos das viagens de retorno do trabalhador marroquino, aquando de cessação da relação laboral.”

E ainda de garantir o alojamento aos trabalhadores sazonais durante esse período.

Depois de Marrocos, há mais parcerias previstas? “O Estado português celebrou um Acordo semelhante a este com a Índia, mas que ainda não se encontra em funcionamento, tendo-nos sido anunciada a assinatura de Acordos com o Nepal e Bangladesh mas que a CAP não sabe quando ocorrerão”, informa fonte oficial.

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Montepio vende participação em empresa de saúde à CUF por 1 milhão

Mutualista Montepio vende participação de 27% que tem na empresa de segurança e saúde do trabalho Sagies ao grupo CUF – que já controla 70% – por cerca de um milhão de euros.

A Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) vai vender a participação de 27% que detém na empresa de medicina do trabalho Sagies ao grupo de saúde CUF por um valor superior a um milhão de euros, de acordo com as informações recolhidas pelo ECO.

Com 30 anos de atividade na área da segurança e saúde do trabalho, a Sagies faz parte da CUF, que já detém 70,5% da empresa de saúde e prepara agora a compra da participação da mutualista por 1,05 milhões de euros. O grupo que gere uma rede de 20 hospitais e clínicas em todo o país vai passar a controlar 97,5% da Sagies, enquanto outros 2,5% estão nas mãos da Cruz Vermelha.

A operação ainda será sujeita a apreciação na assembleia de representantes da mutualista – que substituiu o conselho geral da instituição, mas com poderes reforçados, como aprovar e chumbar orçamentos e contas e decidir a venda de participações do grupo, entre outras competências –, que se reunirá de forma extraordinária no próximo dia 27. Questionada pelo ECO sobre esta transação, a mutualista não quis fazer comentários.

Regulador dá luz verde à extinção da Montepio Seguros

A mesma assembleia de representantes extraordinária tem outro ponto na ordem de trabalhos: discutir a reorganização do sub-grupo segurador, na sequência da extinção da holding Montepio Seguros SGPS, que já teve inclusivamente luz verde do regulador, e ainda o reforço da estrutura de capital da Lusitânia e Lusitânia Vida.

Com a extinção daquela holding, aprovada pela Autoridade de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) no final do mês passado e que visou simplificar a estrutura societária e alcançar poupanças, as duas companhias de seguro passam a ser detidas diretamente pela mutualista liderada por Virgílio Lima.

Em relação ao reforço de capital, o ECO avançou no final de setembro que a AMMG teve de injetar 7,5 milhões de euros na Lusitânia, numa operação que visou reforçar o seu rácio de solvência e assim cumprir as exigências do regulador, depois das perdas registadas na bolsa este ano por conta da turbulência nos mercados financeiros. Parte das perdas estão relacionadas com a exposição a títulos de empresas russas, como o ECO revelou em primeira mão.

Na altura, fonte oficial da instituição adiantou ao ECO que o montante seria suficiente para “garantir rácios de conforto adequados”, mas deixou em aberto a necessidade de ter de voltar a apoiar a sua seguradora: “A futura evolução dos mercados financeiros, com particular destaque no mercado obrigacionista, determinará a necessidade de ação futura”.

Com mais de 600 mil associados, a AMMG é a maior mutualista do país, tendo registado lucros de 13 milhões de euros no primeiro semestre, tendo no Banco Montepio o seu principal ativo.

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TAP soube que estava a pagar a mais quando tentou renegociar com a Airbus

A companhia tentou renegociar o contrato assinado por David Neeleman com a Airbus. Foi depois disso que pediu uma auditoria a duas sociedades de advogados e uma consultora internacional.

O Governo recebeu da TAP, em setembro, uma auditoria ao contrato de aquisição de 53 aviões Airbus negociado por David Neeleman que indica que a companhia estava a pagar a mais que a concorrência pelas aeronaves, com elevados encargos financeiros. Foi quando tentou renegociar o contrato com o construtor europeu que se deu conta da discrepância. A auditoria, desencadeada pela atual administração, contou com a ajuda de duas sociedades de advogados e uma consultora internacional. Em causa podem estar suspeitas de corrupção e gestão danosa.

Para perceber a auditoria entregue pelos ministérios das Infraestruturas e das Finanças ao Ministério Público é preciso puxar o filme atrás. Depois de uma primeira tentativa falhada em 2012, o Executivo de Pedro Passos Coelho conseguiu fazer a privatização de 61% da TAP, no final de 2015, ao único comprador credível que apareceu, David Neeleman, dono da companhia área brasileira Azul. Antes de entrar no capital da transportadora portuguesa, o empresário decidiu renegociar a encomenda existente para 15 aviões A350. Prescindiu destas aeronaves de longo curso e avançou com um contrato de fornecimento de 53 aviões: 14 Airbus 330 – 900 Neo e 39 Airbus A320 e Airbus A321 Neo.

Segundo explicaram fontes sindicais ao ECO, a TAP e a Finnair seriam das primeiras companhias a receber os novos A350, aeronaves de nova geração, já com materiais mais leves. Como primeiro cliente, a companhia portuguesa esteve envolvida no desenvolvimento do novo modelo, com engenheiros da Manutenção & Engenharia deslocados na fábrica da Airbus em Toulouse e técnicos da construtora europeia na TAP. Ser o primeiro tinha uma vantagem: o preço das aeronaves era mais baixo, já que o investimento numa modelo de nova geração comporta riscos que as maiores companhias não gostam de correr.

Nas negociações com a Airbus, David Neeleman cedeu a posição da TAP – segundo as mesmas fontes a Azul terá ficado com o direito de receber um ou dois A350 – e avançou com uma encomenda de 53 aviões da família A330 e A320 Neo. O fabricante, que tinha entretanto uma longa lista de espera pelos A350, terá conseguido vendê-los por um valor bastante superior ao que a TAP pagaria.

O semanário Sol noticiou em junho de 2019 que o empresário terá recebido dinheiro da Airbus pelo negócio dos aviões, que usou para entrar no capital da TAP, através da Atlantic Gateway, consórcio em que participou também Humberto Pedrosa, dono da Barraqueiro, com uma posição minoritária. A Atlantic Gateway pagou 10 milhões diretamente ao Estado e fez entrar 234 milhões em prestações acessórias.

Tap Media Kit photos
Avião A320 Neo ao serviço da TAP.TAP

O empresário brasileiro abordou o negócio numa entrevista à revista Visão. “O que eu fiz foi ir à Airbus e dizer que não queria os A350, porque não faziam falta à TAP. Mas queria os A330 e os A321 LR (Longo Alcance) porque são mais rentáveis. A TAP pode, com os A321 LR, voar para Toronto, Boston, Nova Iorque e até Chicago, com custos mais baixos”, afirmou David Neeleman. “Eu não tirei nada da TAP. Estou a trazer este valor todo e não posso tirar um cêntimo enquanto a dívida bancária da TAP não estiver toda paga”, acrescentou.

No relatório e contas de 2015 da companhia aérea, a alteração da encomenda é justificada com a “diminuição do custo por passageiro”, sendo “os novos aparelhos mais baratos e eficientes para as viagens de longo curso, onde se verifica um maior investimento”. A nova frota permitiria ainda “posicionar a TAP entre as melhores companhias do mundo e garantir-lhe um papel cada vez mais decisivo nas ligações entre a Europa, África, Brasil e América do Norte”.

Além de perder o desconto nos A350, que Neeleman considerou que não se enquadrava na estratégia da TAP, a companhia terá ficado a pagar um valor excessivo pelos A320 e A330. “A administração, a determinada altura, suspeitou que nós estaríamos a pagar pelos aviões que foram encomendados pelo anterior acionista mais do que os concorrentes pagavam”, afirmou o ministro das Infraestruturas esta quarta-feira no Parlamento, quando anunciou o envio da auditoria para o Ministério Público.

Ao que o ECO apurou, a suspeita surgiu quando a atual gestão, encabeçada por Christine Ourmiéres-Widener, tentou renegociar o contrato com a Airbus para obter poupanças. Um contrato de que não pode sair e que prevê a entrega de mais aeronaves. A otimização dos custos operacionais é, de resto, um dos eixos do plano de reestruturação.

A atual gestão decidiu então fazer uma auditoria, que envolveu um escritório de advogados nacional, outro internacional e ainda uma consultora internacional do setor da aviação. O relatório foi remetido para os ministérios das Infraestruturas e das Finanças em setembro, que o enviaram a semana passada para o Ministério Público. O ECO contactou a TAP e a o Ministério das Infraestruturas, que não quiserem fazer qualquer comentário.

É neste contexto que podem ser lidas as críticas que Pedro Nuno Santos deixou quarta-feira ao PSD na audição na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação. “Em vez de terem vendido a um acionista que capitalizou a empresa, venderam a um acionista que endividou ainda mais a empresa”, afirmou o ministro.

A auditoria já está no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP). Segundo apurou o ECO, em causa podem estar suspeitas de corrupção e administração danosa em unidade económica do setor público (gestão danosa). Questionada, a PGR apenas disse que “relativamente ao assunto mencionado, confirma-se a receção na Procuradoria-Geral da República de uma participação apresentada pelo Ministro das Infraestruturas e da Habitação e pelo Ministro das Finanças. A mesma, e bem assim a documentação que a acompanhava, foram remetidas ao DCIAP para análise”.

Os Airbus não foram a única alteração na frota promovida por David Neeleman, que foi presidente da Jet Blue e lançou recentemente a Breeze Airways nos EUA. O empresário fez entrar na companhia portuguesa vários aviões Embraer e ATR, subalugados pela Azul, fundada e detida pelo antigo acionista da TAP. Segundo o site NewsAvia, das 165 aeronaves em regime contratual que a Azul tinha a 30 de junho de 2020, 15 estavam subalugadas à TAP.

Em 2017, já com António Costa ao leme do Governo, foi negociada uma reversão parcial da privatização da TAP, com a Atlantic Gateway a reduzir a sua participação para 45%. O Estado ficou com 50% e os trabalhadores mantiveram 5%. David Neeleman deixou de ter qualquer participação em 2020, com a aquisição da participação pelo Estado a troco do pagamento de 55 milhões de euros.

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Galp adianta que tem adquirido “gás de outras fontes com perdas significativas”

  • Lusa
  • 19 Outubro 2022

Para assegurar o fornecimento aos clientes, a Galp indica que tem comprado, "ao longo deste ano gás proveniente de outras fontes com perdas significativas”.

A Galp adiantou esta quarta-feira que “tem vido a adquirir ao longo deste ano gás proveniente de outras fontes com perdas significativas”, após o Presidente da República ter dito que o problema no fornecimento da Nigéria estava “parcialmente ultrapassado”.

“Devido a restrições de fornecimento da Nigéria e por forma a assegurar o fornecimento aos seus clientes, particularmente em Portugal, a Galp tem vindo a adquirir ao longo deste ano gás proveniente de outras fontes com perdas significativas”, lê-se numa nota da petrolífera portuguesa enviada à Lusa. A Galp afirma que “está a monitorizar os desenvolvimentos na Nigéria”.

Continua a não ser claro quando é que as operações no país serão restauradas ou se os impactos das cheias poderão resultar em ruturas adicionais de abastecimento para a Galp”, acrescenta. O esclarecimento da Galp surge depois de o chefe de Estado português ter relativizado a perspetiva da Galp sobre o assunto.

“Há outros países, por exemplo, que mostram interesse em fornecer a Galp e a Galp não tem mostrado interesse em ter esse fornecimento. A perspetiva da Galp é a perspetiva da Galp. A perspetiva do Governo português é a perspetiva de Portugal”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa, em resposta aos jornalistas, em Dublin.

Interrogado se não são preocupantes os avisos da Galp, considerou que “não”, acrescentando: “Uma coisa são as prevenções que determinadas companhias fazem de vez em quando, outra coisa é a movimentação a nível de governos para ultrapassar esses problemas”.

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Resposta dos seguros aos desafios económicos e sociais de 2023 está hoje em conferência

  • ECO Seguros
  • 19 Outubro 2022

Vai hoje estar em debate a Resposta dos seguros aos desafios económicos e sociais de 2023, durante a 3ª Conferência Anual ECOseguros que decorre no Centro de Congressos de Lisboa.

A 3ª Conferência ECOseguros realiza-se esta 5ª feira no Centro de Congressos de Lisboa, tendo as inscrições esgotado para ouvir diferentes oradores especialistas no setor dos seguros e pensões apontarem os caminhos para uma boa vivência das empresas e dos seus clientes num ano de 2023 que não se apresenta fácil.

A Conferência tem início com o painel O impacto do contexto macroeconómico no setor segurador com a participação de Dora Leal (Senior Manager, Insurance, EY), António Castanho (Presidente do Conselho de Administração Executivo da CA Vida) e André Veríssimo (Redator Principal do ECO).

O papel dos mediadores no melhorar a proteção dos consumidores e otimizar os custos dos segurados será discutido por David Pereira (Presidente da Direção da APROSE – Associação Nacional de Agentes e Corretores de Seguros), Gonçalo Baptista (Diretor Geral Innovarisk Underwriting) e Filipe Charters de Azevedo, Sócio-gerente Safe-Crop.

Segue-se o painel Tecnologia e seguros – O que esperar dos aumentos de eficiência e de novas oportunidades com a participação de João Veiga (Country Manager da MPM Software), Helena Leite (COO da Cleva Insurance Solution at Inetum) e Leandro Fernandes (CEO da lluni).

A esperança nos ramos de será abordado Vida/poupança/reforma – O virar da página nos seguros de Vida e Pensões, painel que conta com Isabel Castelo Branco (CEO da BPI Vida e Pensōes), Marta Graça Ferreira (Presidente do Conselho de Administração da Real Vida Seguros) e Nelson Machado (CEO Vida & Pensões Grupo Ageas Portugal).

A Longevidade, Seguros de saúde ou planos de saúde vai contar com a opinião de Eduardo Consiglieri Pedroso (Chief Healthcare Ecosystem Officer do Grupo Ageas Portugal) Luis Prazeres (Chief Technical Officer da Advance Care) e Maria João Sales Luís (CEO da Multicare).

O painel Os grandes desafios das seguradoras em ano económico desafiante vai juntar 100% da produção seguradora em Portugal através de José Galamba de Oliveira (Presidente da APS – Associação Portuguesa de Seguradores), Pedro Carvalho (CEO Tranquilidade/Generali), Rogério Campos Henriques (CEO Fidelidade), Steven Braekeveldt (CEO Grupo Ageas Portugal) e Teresa Brantuas (CEO Allianz Portugal).

O encerramento será realizado por Margarida Corrêa de Aguiar, Presidente da ASF, transmitindo A Visão da Supervisão.

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TAP escolhe novo operador para substituir White Airways

  • Lusa
  • 19 Outubro 2022

"A White Airways tem vindo a operar uma frota de seis aviões para a TAP, o que tem sido um desafio constante, com múltiplos aviões ATR a ficarem em terra por avaria", explica a empresa.

A TAP lançou um pedido de proposta a vários operadores para um contrato de prestação de serviços para dois aviões ATR, em substituição da White Airways, cujo contrato termina em 31 de outubro, indicou, em comunicado. “A TAP lançou um pedido de proposta a vários operadores de ATR, a fim de otimizar a frota a operar ao seu serviço, aumentar a fiabilidade e reduzir os custos”, disse a companhia, na nota.

Segundo a TAP, “das cinco propostas recebidas, a melhor oferta para operar dois ATR está a ser negociada e vai proporcionar a necessária regularidade operacional e evitar o impacto financeiro negativo que a TAP tem sofrido até agora devido à falta de fiabilidade da White”. A transportadora disse ainda que “o operador selecionado vai contratar tripulação e pessoal de manutenção português para os dois ATR”, ou seja, é um contrato de ACMI.

“A White Airways tem vindo a operar uma frota de seis aviões ATR para a TAP, o que tem sido um desafio constante, com múltiplos aviões ATR a ficarem em terra por avaria e a registarem uma regularidade operacional decrescente”, justificou a companhia, indicando que, de acordo com o seu plano de reestruturação, “tem uma limitação em termos de dimensão da frota, que não pode exceder as 99 aeronaves”.

A transportadora explicou depois que “esta limitação exige que a empresa potencie a oferta através da utilização de aeronaves com maior capacidade de lugares, em detrimento dos aviões da frota com menor capacidade, justamente os ATR”, acrescentando que “tem de reforçar a fiabilidade da sua frota, para evitar que os resultados operacionais sejam penalizados pela indisponibilidade de aeronaves”.

“De futuro, a TAP apenas necessitará de dois ATR, uma vez que vai contar com seis E-jets (Embraer) adicionais na Portugalia, dois dos quais já iniciaram as operações em setembro deste ano, enquanto os quatro restantes serão faseados até janeiro de 2023”, explicou a companhia.

De acordo com a transportadora, “só durante o último ano, a White Airways teve uma média mensal de 10 eventos AOG (Aircraft on Ground) devido a razões técnicas”, sendo que “entre novembro de 2021 e setembro de 2022, razões técnicas resultaram num agregado de 342 voos cancelados, com uma média de 31 voos cancelados por mês”.

“Só em setembro de 2022, a White teve 84 voos cancelados por razões técnicas”, referiu a empresa, adiantando que “em 2022 (acumulado), a White Airways tem 1,9 AOG por 100 voos, contrastando com a relação da TAP de 0,52 AOG por 100 voos. A White Airways operou 94% dos voos planeados, enquanto na TAP esta percentagem sobe para 98,2%”, destacou.

A TAP assinalou que, “desde janeiro de 2022, o baixo desempenho da frota ATR operada pela White teve um impacto financeiro negativo na TAP de 4,8 milhões de euros devido a cancelamentos, necessidade de troca de aviões com aumento de capacidade e indemnizações aos passageiros”.

Ainda assim, e “apesar da falta de fiabilidade operacional da White, a TAP tem vindo a pagar diretamente à White as horas voo e a suportar os custos dos alugueres das aeronaves e das reservas de manutenção”, indicou, detalhando que “entre 2016 e 2022, a TAP pagou 109 milhões de euros por horas de voo diretamente à White e 98 milhões de euros por alugueres de aeronaves ao serviço da White, mais 33 milhões de dólares para reservas de manutenção ao locador da aeronave”.

Com a pandemia, “a TAP continuou a apoiar a White, pagando 24 milhões de euros durante 2020 e 2021, o que representou uma diminuição média de apenas 20% em relação a 2019, embora em média as operações da White para a TAP tenham diminuído 42%”, explicou a transportadora.

Em abril deste ano, uma notícia do Negócios dava conta das dificuldades da White Airways, que pertence ao grupo Omni Aviation, referindo que a empresa estava mesmo em risco de insolvência. O contrato da White com a TAP “expira em 31 de outubro de 2022”, disse a companhia.

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Consórcio de Buffett adquire Alleghany por 11.6 mil milhões de dólares

  • ECO Seguros
  • 19 Outubro 2022

A Berkshire concluiu a compra de 11,6 mil milhões de dólares do grupo de seguros Alleghany. O consórcio é proprietário da Geico, General Re e outras companhias de seguros.

ABerkshire, a empresa de Warren Buffett, completou a sua maior aquisição em anos hoje, com a compra de 11,6 mil milhões de dólares do consórcio de seguros Alleghany.

A aquisição, anunciada em março, irá expandir ainda mais as já consideráveis operações de seguros da Berkshire e acrescentar mais empresas ao negócio, incluindo um fabricante de aço e uma empresa de brinquedos, propriedade da Alleghany.

Tal como tem feito com outras aquisições, a Berkshire permitirá que a Alleghany, sediada em Nova Iorque, continue, em grande parte, a gerir-se a si própria.

O analista da Edward Jones, Jim Shanahan, disse que o CEO da Alleghany, Joe Brandon, que anteriormente dirigia uma Berkshire diferente, poderia um dia ser um candidato a substituir o Vice Chairman Ajit Jain e supervisionar todas as companhias de seguros da Berkshire.

A última grande aquisição da Berkshire ocorreu em 2016, quando pagou 32,36 mil milhões de dólares para comprar a fabricante de peças de aviação Precision Castparts.

Buffett sempre se mostrou relutante em pagar em excesso pelas aquisições, e disse que a Berkshire enfrenta hoje em dia mais concorrência por negócios de empresas de capital privado.

Mas Buffett colocou mais de 51 mil milhões de dólares para operar na bolsa de valores este ano, incluindo a compra de cerca de 12 mil milhões de dólares de ações da Occidental Petroleum e outros 20 mil milhões de dólares de ações da Chevron para apostar na produção de petróleo.

Ainda assim, no final do segundo trimestre, a Berkshire contava 105,4 mil milhões de dólares líquidos.

Para além de possuir mais de 90 empresas operacionais, a Berkshire detém uma considerável carteira de investimentos com participações importantes na Apple, Bank of America, American Express e Coca-Cola, entre outras empresas.

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Criptoativos, supervisão e mercados de capitais: o que defendem os novos administradores da CMVM

  • Lusa
  • 19 Outubro 2022

"É positiva a existência de legislação na matéria porque até agora o que tínhamos era um vazio (…) e isso também gera incerteza nos próprios investidores", disse Teresa Gil.

A administradora indigitada para a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) Teresa Gil disse esta quarta-feira ser positiva a existência de legislação em matéria de tributação de mais-valias geradas com criptoativos, considerado que esta vem preencher um vazio.

Teresa Gil esteve a ser ouvida na Comissão de Orçamento e Finanças, no âmbito do processo de indigitação, tendo sido questionada sobre a mudança no regime de tributação dos criptoativos que consta da proposta do Orçamento do Estado para 2023 (OE2023) e sobre questões de regulação neste domínio. “Acho que é positiva a existência de legislação na matéria porque até agora o que tínhamos era um vazio (…) e isso também gera incerteza nos próprios investidores e nos próprios agentes que trabalham nesta área”, referiu Teresa Gil, atual subdiretora-geral da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT).

A proposta do Orçamento do Estado para 2023 (OE2023) contempla um novo regime de tributação de criptoativos, prevendo, entre outras medidas, que as mais-valias sejam tributadas a uma taxa de 28% quando aqueles são detidos por menos de um ano. Relativamente à questão da regulação, a administradora indigitada referiu que, neste momento, a CMVM “não tem poderes nesta matéria, excetuando as situações em que os criptoativos configuram valores mobiliários ou são derivados de valores mobiliários”.

Teresa Gil lembrou que a nível da União Europeia está a ser desenvolvido trabalho em duas vertentes, ou seja, através do regulamento dos mercados de criptoativos e de alterações à diretiva comunitária DAC 8 (prevendo-se o alargamento da troca de informação financeira aos criptoativos e dos intermediários relevantes). Neste contexto referiu ser importante haver mais regulação, mas “harmonizada, concertada” até “para não haver distorções e situações de concorrência desleal”.

Também a vice-presidente indigitada da CMVM, Inês Drumond, considerou que o regulador deve ter um papel proativo nas iniciativas de regulação das atividades associadas à digitalização financeira, mas sem constituir um obstáculo. Inês Drumond, ouvida na Comissão de Orçamento e Finanças, transmitiu esta posição quando falava dos riscos e oportunidades que a digitalização da economia coloca.

A utilização crescente de plataformas online, de criptoativos (…) podem trazer benefícios, mas também é necessário ter em conta que algumas das atividades associadas à digitalização financeira ainda estão fora do perímetro de supervisão e regulação”, referiu a vice-presidente indigitada para a CMVM. Tendo em conta as necessidades de regulação, Inês Drumond considerou que dada a sua natureza transfronteiriça, “as iniciativas de regulação destas atividades devem desenvolver-se, em grande medida, a nível internacional”, defendendo que a CMVM continue a ter um papel proativo neste processo.

A par dessa intervenção ativa, o supervisor dos mercados deve ainda, afirmou, “acompanhar de perto estes desenvolvimentos e intervir sempre que necessário, de forma tempestiva”, continuando a alertar os investidores, designadamente os de retalho, para os riscos associados a este processo de digitalização, mas fazendo-o “sem constituir um obstáculo à digitalização do sistema financeiro”.

Já o administrador indigitado para a CMVM, Juliano Ferreira, afirmou esta quarta-feira que a atual conjuntura de crise inflacionária não deve fazer esquecer das fragilidades que o mercado de capitais português já revelava anteriormente. Ouvido também na Comissão de Orçamento e Finanças, Juliano Ferreira assinalou que aos efeitos de uma pandemia viriam juntar-se os de uma guerra, realçando o impacto desta conjuntura no aumento generalizado dos preços, seguido de uma tendência de subida dos juros para tentar controlar a inflação.

Porém, “este contexto conjuntural, que não deve deixar de merecer atenção, não deve levar-nos a desconsiderar as insuficiências e fragilidades estruturais que o nosso mercado de capitais já antes revelava”, referiu. No seu entender, a conjugação de riscos emergentes com dificuldades já preexistentes “e a necessidade de dar uma resposta adequada a uns e outros representa o principal desafio e oportunidade que a CMVM enfrentará nos tempos mais próximos”.

Em 16 de setembro, o Ministério das Finanças anunciou ter escolhido novos elementos do Conselho de Administração da CMVM, indicando Luís Laginha de Sousa, ex-presidente da Euronext Lisbon e atual administrador do Banco de Portugal, para presidente da CMVM, em substituição de Gabriel Bernardino, que renunciou por questões de saúde após quatro meses em funções.

Como administradores do supervisor das bolsas, as Finanças indicaram Inês Drumond, atual diretora adjunta do Departamento de Estabilidade Financeira do BdP, para a vice-presidência, e ainda Juliano Ferreira, atual diretor do Departamento de Emitentes da CMVM, e Teresa Maria Gil, atual subdiretora-geral da Autoridade Tributária e Aduaneira, com responsabilidade sobre os impostos sobre o rendimento e as relações internacionais.

Uma vez designados para as respetivas funções, juntar-se-ão ao administrador José Miguel Almeida.

O processo implica, após a designação pelo Conselho de Ministros dos nomes agora indicados, de parecer da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (Cresap) – que foi favorável – e desta audição e emissão de parecer pela Comissão de Orçamento e Finanças da Assembleia da República.

(atualizada às 21h38 com mais informação)

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Influência dos EUA e da UE deve diminuir nos próximos cinco anos

  • Lusa
  • 19 Outubro 2022

A amostra de população de Portugal é das mais confiantes sobre a manutenção do poder de influência dos Estados Unidos.

A influência dos EUA e da União Europeia (UE) deve diminuir nos próximos cinco anos, embora estas potências permaneçam como relevantes atores internacionais, revela um estudo transatlântico apresentado esta quarta-feira em Lisboa.

O relatório Tendências Transatlânticas, patrocinado pelo German Marshall Fund e pela Fundação Bertelsmann, revela que a maioria da população dos países da América do Norte e da Europa consideram que, nos próximos cinco anos, os Estados Unidos, China e UE vão ser, por esta ordem, as mais influentes potências mundiais.

Contudo, muitos dos inquiridos – em 14 países dos dois continentes, incluindo Portugal – acreditam que, nos próximos cinco anos, os Estados Unidos e a UE vão perder a capacidade de influir no rumo dos acontecimentos internacionais. O número é mais relevante no caso dos EUA (27% dos inquiridos deixaram de considerar este país muito relevante) do que no da UE (2% deixaram de considerar este bloco muito relevante), enquanto mais 12% atribuem um crescendo de relevância à China e 4% acredita que a Rússia vai ganhar mais prestígio.

A amostra de população de Portugal é das mais confiantes sobre a manutenção do poder de influência dos Estados Unidos, apenas ultrapassada neste otimismo pelos próprios norte-americanos e pelos lituanos. O relatório – que foi apresentado numa conferência em Lisboa, na Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) – indica ainda que a maioria (66%) dos inquiridos dos 14 países olha de forma positiva para o papel da UE nos acontecimentos internacionais, um sentimento mais comum do que aquele atribuído aos EUA (57%).

Mais uma vez, Portugal destaca-se na perceção otimista sobre estas duas potências e é mesmo o país que revela números mais elevados na visão positiva da influência da UE (87%). Para Pedro Magalhães – investigador do Instituto de Ciências Sociais e um dos comentadores convidados pela FLAD para a sessão de apresentação do relatório – os números mostram que, para os inquiridos dos 14 países, não há verdadeiramente um dilema entre os Estados Unidos e a União Europeia.

“Sobretudo para os portugueses, esse dilema não existe, mostrando que mantêm uma forte confiança nestes dois blocos”, explicou Pedro Magalhães.

Raquel Vaz Pinto – investigadora do Instituto Português de Relações Internacionais e comentadora na sessão da FLAD – destacou o facto de, apesar da crença de que a China vai ganhar protagonismo num futuro próximo, haver um aumento de perceção negativa sobre o papel deste país asiático nos acontecimentos internacionais. “Ainda assim, realço o facto de um em cada três inquiridos ter dito que não tem uma opinião formada sobre se a China vai ser um parceiro fiável”, disse Raquel Vaz Pinto, na apresentação do relatório.

O documento mostra ainda que o sentimento sobre a influência da Rússia é negativo para 73% dos inquiridos, com uma larga maioria a defender que o país liderado pelo Presidente Vladimir Putin deve ser castigado pelos crimes de guerra que cometa na invasão da Ucrânia. A guerra na Ucrânia pode também estar por detrás dos números que revelam que, entre 2021 e 2022, a percentagem de inquiridos que atribuem importância à NATO tenha aumentado de 67% para 78%.

Um dos aspetos que surpreendeu os comentadores do relatório foi o facto de 81% dos inquiridos nos países da UE terem dito que este bloco de 27 países é muito importante para a segurança da sua própria nação, com Portugal à cabeça dos países confiantes na União para assegurar condições de segurança nacional. Portugal é também um dos países cuja população mais acredita que tem um regime democrático sólido, apenas ultrapassado pelos suecos. Em sentido contrário, os turcos, os italianos, os polacos e os norte-americanos mostram-se preocupados com a saúde da sua democracia.

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