Tribunal de Contas deteta pagamentos indevidos no programa Escola Digital

  • Joana Abrantes Gomes
  • 26 Julho 2022

Um relatório do Tribunal de Contas sobre o programa Escola Digital revelou atrasos na entrega dos 100 mil computadores previstos e pagamentos indevidos às operadoras por serviços móveis não ativados.

Os prazos e os pagamentos pela aquisição de 100 mil computadores portáteis, hotspots e serviços de conectividade na pandemia, no âmbito do programa Escola Digital, decorreram em desconformidade com o que foi contratualizado. A conclusão é do Tribunal de Contas (TdC), que, no relatório sobre a Fase Zero da aquisição de computadores e conectividade para alunos com Ação Social Escolar (ASE), indica que dos nove milhões de euros com IVA (ou 7,4 milhões sem IVA) previstos para a rede móvel, o anterior Governo pagou apenas 6,6 milhões com IVA. Ao mesmo tempo, há equipamentos que ainda permanecem por entregar aos alunos, apesar de terem sido faturados e pagos.

Para a aquisição dos equipamentos, a Secretaria-Geral da Educação e Ciência (SGEC) celebrou, em 2020, três contratos para os computadores, por 24,4 milhões de euros, e outros três para a conectividade, por 7,4 milhões, num montante total de 31,8 milhões (sem IVA), financiado a 100% por fundos europeus. Contudo, em 2021 (com efeitos a 2020), foi permitido o financiamento por dotações do Orçamento do Estado, no valor de 318 mil euros, porque a distribuição dos equipamentos, inicialmente prevista para alunos com ASE do ensino básico e secundário de escolas públicas, incluiu também alunos com ASE de escolas de ensino particular e cooperativo, com contrato de associação.

Embora constate que o âmbito dos equipamentos foi alargado, o TdC considera errado que os estabelecimentos de ensino particular e cooperativo não tenham sido considerados nos contratos, visto que “a distribuição de computadores deveria incluir todos os alunos com ASE”. Além disso, o tribunal sublinha que “quaisquer alterações contratuais não podem revestir forma menos solene que a do contrato celebrado, pelo que se deveria ter procedido à outorga das respetivas adendas, o que não sucedeu”.

Ao mesmo tempo, os computadores distribuídos a esses estabelecimentos foram suportados pelas dotações do Orçamento do Estado, mas “apresentavam, indevidamente, a identificação de cofinanciamento por fundos europeus”. A SGEC esclareceu, a este respeito, que à data da entrega dos equipamentos “ainda se considerava possível financiamento pelo POCH (Programa Operacional do Capital Humano, inserido no Portugal 2020), motivo pelo qual continham a referência ao cofinanciamento por fundos comunitários”. O TdC apela, nesse sentido, à regularização da situação.

O relatório do TdC aponta também que não foram cumpridos os prazos contratualmente previstos para a distribuição dos equipamentos. A entrega às escolas dos computadores portáteis, hotspots e cartões SIM estava estipulada para ocorrer entre 10 de setembro e 15 de outubro de 2020, mas decorreu apenas em finais de novembro e dezembro de 2020 e ainda em janeiro de 2021, havendo computadores por entregar aos alunos, seja por ainda não terem procedido ao levantamento, ou não o fizeram com celeridade; pela existência de muitas recusas, justificadas com a má qualidade dos equipamentos, receios de perda ou quebra e morosidade e elevados custos de reparação.

Quanto aos contratos de conectividade, além do atraso nos prazos de entrega, o relatório revela que os pagamentos, no total de 6,6 milhões de euros com IVA, ficaram aquém do contratualmente previsto de 9 milhões com IVA (7,4 milhões sem IVA). O contratualizado era que as prestações eram devidas desde a data da ativação até 31 de agosto de 2021; porém, o TdC constatou que “foi paga a prestação de serviços de conectividade de equipamentos entregues às escolas, mas não aos alunos e, portanto, sem qualquer ativação”.

Em dois dos três contratos, o montante faturado acabou por ser superior às obrigações contratuais num valor estimado de 1,3 milhões de euros (com IVA), uma desconformidade que, segundo o tribunal, “é crítica para determinação de eventuais pagamentos indevidos”.

"Impõe-se concluir o processo de reverificação e validação do cumprimento das obrigações contratuais por parte dos adjudicatários e das faturas emitidas, que a SGEC refere já estar a levar a cabo, com vista a determinar o montante dos pagamentos indevidos (estimados em cerca de 1,3 milhões de euros) e das verbas a repor, para subsequente notificação às operadoras.”

Tribunal de Contas

A auditoria relata ainda deficiências e insuficiências no sistema de acompanhamento e controlo dos equipamentos, nomeadamente na plataforma “Escola Digital – registo dos equipamentos”. Entre elas, destacam-se bloqueios frequentes que dificultaram o registo célere da informação – mas que, segundo a SGEC, “foram resolvidos de forma expedita e célere”; dificuldades nas opções de escolha do equipamento a afetar, devido à quantidade de informação, o que conduziu a erros no registo e inconsistência dos dados; limitações nos registos por só existir uma password de acesso; e falta de registo do histórico dos equipamentos – que a SGEC justifica com o facto de a plataforma ter sido criada em setembro de 2020 e ter sido aperfeiçoada desde então, com o registo histórico a ser iniciado em julho de 2021, não abrangendo todas as situações.

Por fim, o tribunal recomenda à SGEC que “prossiga o apuramento de desconformidades entre os montantes faturados e pagos no âmbito dos contratos de aquisição de hotspots e serviços de conectividade e os montantes devidos à luz das correspondentes obrigações contratuais” e “adote as medidas necessárias para suprir as deficiências e insuficiências identificadas na auditoria e melhorar os sistemas de acompanhamento, gestão e controlo dos equipamentos”.

Com um financiamento de 400 milhões de euros, o programa Escola Digital foi uma das bandeiras do anterior Governo, sob a alçada do ex-ministro da Educação Tiago Brandão Rodrigues, e foi planeado ainda antes de a pandemia de Covid-19 ter evidenciado as fragilidades existentes em termos de acesso a ferramentas digitais por parte dos alunos que no final do ano letivo de 2019/2020 tiveram de recorrer às aulas à distância.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Amazon sobe em 25% preço da assinatura em Portugal por causa da inflação

Assinatura da Amazon vai ficar mais cara em Portugal, pouco mais de um ano depois de o serviço chegar ao país. Mensalidade sobe um euro e anuidade aproxima-se dos 50 euros a partir de 15 de setembro.

A Amazon vai subir os preços do serviço Prime em Portugal, uma assinatura que dá acesso a ofertas exclusivas, a envios rápidos e mais acessíveis e à plataforma de streaming da empresa, o Prime Video. O aumento está relacionado com a subida da inflação e dos custos no mercado português.

“Como consequência do aumento da inflação e dos custos específicos do serviço Prime em Portugal, que continuam a aumentar, vamos atualizar o preço do Prime em um euro por mês, de 3,99 para 4,99 euros, e a subscrição anual de 36 para 49,90 euros”, disse ao ECO fonte oficial da Amazon. A mensalidade sofrerá assim um agravamento de 25%.

O Amazon Prime chegou formalmente a Portugal em maio de 2021, apesar de alguns clientes no país já assinarem o serviço através da Amazon Espanha. O lançamento coincidiu com um período em que a tecnológica norte-americana pôs em marcha uma estratégia específica para o mercado português, com a tradução para português europeu da loja espanhola e a criação de uma área especial para marcas nacionais.

Vamos atualizar o preço do Prime em um euro por mês, de 3,99 para 4,99 euros, e a subscrição anual de 36 para 49,90 euros.

Fonte oficial da Amazon

Cerca de 15 meses depois, a conjuntura económica é diferente, por causa dos efeitos da invasão da Rússia à Ucrânia. No mês passado, a taxa de inflação em Portugal acelerou para 8,7%, a mais elevada desde 1992, à boleia da subida dos preços da energia e dos alimentos. Uma subida que é transversal à generalidade dos países ocidentais.

Assim, com base neste cenário, a Amazon vai subir os preços do Prime “a partir de 15 de setembro de 2022”. Os clientes vão sentir o efeito da subida “a partir da data de renovação mensal ou anual” — ou seja, um cliente cuja assinatura renove no dia 14 de cada mês só deverá sentir o aumento em 14 de outubro, por exemplo.

“Os clientes podem consultar os detalhes da sua próxima data de renovação, mudar para um plano anual (com uma poupança mínima de nove euros ao ano em relação ao pagamento mensal) ou cancelar a sua adesão” na página do Amazon Prime, indica a empresa.

Assinatura do Amazon Prime em Portugal fica mais cara em setembroPixabay

Esta subida de preços por parte da Amazon não será exclusiva do mercado português. Questionada pelo ECO, fonte oficial da empresa diz que “esta mudança de preços aplica-se ao Reino Unido, França, Itália, Espanha e Alemanha e às extensões locais, incluindo Portugal, Irlanda, Bélgica e Áustria”. “Não temos mais nenhum país a anunciar neste momento”, conclui.

O ECO perguntou também quantos clientes portugueses é que a empresa já tem no serviço Prime em Portugal. No entanto, fonte oficial disse não divulgar “dados relativos a subscritores” a “nível local”.

O serviço Prime permite envios rápidos e gratuitos através de uma mensalidade ou anuidade, sendo adequado para clientes que façam habitualmente compras na loja online da companhia. Permite ainda o acesso a uma plataforma de streaming de filmes e séries, o Prime Video, que é um dos principais concorrentes da Netflix.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Wall Street misto à espera da reunião da Fed

Investidores preparam-se para um aumento dos juros na próxima reunião da Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed), que vai acontecer esta semana. 

As ações dos Estados Unidos encerraram sem uma tendência definida esta segunda-feira e praticamente inalteradas, com os investidores a preparem-se para um aumento esperado dos juros na próxima reunião da Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed), que vai acontecer esta semana.

O índice de referência financeiro, S&P 500, encerrou a somar 0,13% para 3.966,84 pontos, acompanhado pelo industrial Dow Jones que valorizou 0,28% para 31.990,04 pontos. A contrariar esta tendência esteve o tecnológico Nasdaq ao recuar 0,43% para 11.782,67 pontos.

“Atualmente, estamos apenas num padrão de espera, à espera que todos esses desenvolvimentos aconteçam”, diz Michael O’Rourke, estrategista-chefe de mercado da Jones Trading, citado pela Reuters. “Obviamente, estamos a ver mais fraqueza na tecnologia”.

Espera-se que a Fed anuncie um aumento de 75 pontos-base na taxa de juros no final da reunião de política monetária de dois dias esta quarta-feira, encerrando efetivamente o apoio da era da pandemia à economia dos EUA.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Já há empresas da Zona Franca da Madeira a recorrer para o Tribunal Geral da UE

  • Lusa
  • 25 Julho 2022

“Há empresas que estão a reagir contra a decisão da Comissão Europeia, junto do Tribunal Geral mesmo sem terem sido notificadas pela AT", indica advogado.

A recuperação das ajudas estatais consideradas ilegais a empresas da Zona Franca da Madeira vai aumentar a litigância, acredita o jurista Nuno Cunha Barnabé, e algumas já estão a contestar a decisão de Bruxelas no Tribunal Geral da UE.

As notificações da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) às 311 empresas da Zona Franca da Madeira (ZFM) identificadas como tendo recebido ajudas de Estado ilegais começaram a seguir no final de junho, mas segundo referiu à Lusa Nuno Cunha Barnabé, da Abreu Advogados, há empresas que mesmo não tendo recebido ainda esta notificação já estão a reagir.

Há empresas que estão a reagir contra a decisão da Comissão Europeia, junto do Tribunal Geral [da União Europeia] mesmo sem terem sido notificadas pela AT, porque entendem que devem fazê-lo”, precisou o jurista.

À parte estes casos, Nuno Cunha Barnabé acredita que este processo vai gerar vários tipos de reações por parte das empresas. Haverá, indica, aquelas que vão pagar sem contestar evitando “uma discussão longa e complexa”, mas outras “irão usar de todos os meios de que dispõem” para contestar, começando por usar o direito de audição que consta da notificação, respondendo no prazo de 25 dias indicado – para depois avançarem para a via judicial, se tal se revelar necessário.

O processo de notificação das empresas visadas irá prolongar-se por vários meses, durante este ano segundo indicou na semana passada o Ministério das Finanças em resposta à Lusa. Recorde-se que em causa estão empresas que, ao abrigo do chamado Regime III da Zona Franca da Madeira (ZFM) tenham beneficiado de auxílios fiscais entre 2007 e 2020, como taxas de IRC reduzidas, mas que, segundo concluiu a Comissão Europeia (CE) após uma investigação aprofundada, não reuniam as condições para beneficiar das ajudas de Estado concedidas ao abrigo daquele regime.

Na sequência desta investigação, a CE indicou que Portugal tinha de recuperar os apoios irregularmente prestados, centrando-se esta recuperação nas ajudas num montante superior a 200 mil euros. As notificações são feitas por anos, pelo que cada empresa poderá receber mais do que uma o que, em caso de recurso para a via judicial, poderá fazer com que uma mesma empresa tenha de avançar com vários processos.

O Regime III foi aprovado em 2007 para o período compreendido entre 01 de janeiro desse ano e 31 de dezembro de 2013, sendo que as empresas registadas até ao final de 2013 poderiam beneficiar de uma redução do imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas ou de outras isenções fiscais.

Em 4 de dezembro de 2020, na sequência de uma investigação aprofundada lançada já em 2018, o executivo comunitário anunciou ter concluído que “a implementação do Regime III da Zona Franca da Madeira em Portugal não está em linha com as decisões de ajudas de Estado da Comissão.

De acordo com o executivo comunitário, o objetivo do regime III era contribuir para o desenvolvimento da região ultraperiférica da Madeira através de incentivos fiscais, dirigidos exclusivamente a empresas que criassem postos de trabalho na região, o que concluiu não se ter verificado. Perante a decisão de Bruxelas, o Estado português e a Região Autónoma da Madeira apresentaram, entretanto, um recurso no Tribunal Europeu de Justiça.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Nova administração do Montepio tem “luz verde” do Banco de Portugal e já entrou em funções

Novo Conselho de Administração, escolhido em assembleia geral a 29 de abril, já tem "luz verde" do Banco de Portugal e entrou esta segunda-feira em funções.

A nova administração do Banco Montepio já tem “luz verde” do Banco de Portugal e entrou esta segunda-feira em funções, lê-se num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Manuel Ferreira Teixeira ficará como chairman e Pedro Leitão será o CEO do banco durante o mandato 2022-25.

“A Caixa Económica Montepio Geral, caixa económica bancária, S.A. (Banco Montepio), informa sobre o início do exercício de funções do novo Conselho de Administração, em conformidade com a deliberação tomada na Assembleia Geral de acionistas realizada em 29 de abril de 2022”, refere o documento.

“Concluído o processo de fit and proper e na sequência da autorização concedida pelo Banco de Portugal, conforme comunicado ao Banco Montepio a 20 de julho, informa-se que a composição dos Órgãos de Administração e Fiscalização da Instituição, bem como da Mesa da Assembleia Geral, para o quadriénio 2022/2025, com efeitos a partir do dia 25 de julho de 2022, é a seguinte:

Conselho de Administração

Presidente (chairman)

Manuel Ferreira Teixeira

Administradores não executivos

Clementina Maria Dâmaso de Jesus Silva Barroso

Eugénio Luís Correia Martins Baptista

Florbela dos Anjos Frescata Lima

Maria Cândida de Carvalho Peixoto

Maria Lúcia Ramos Bica

Presidente da Comissão Executiva (CEO)

Pedro Manuel Moreira Leitão

Administradores executivos

Ângela Isabel Sancho Barros

Helena Catarina Gomes Soares de Moura Costa Pina

Isabel Cristina dos Santos Pereira da Silva

Jorge Paulo Almeida e Silva Baião

José Carlos Mateus

Comissão de Auditoria

Presidente

Clementina Maria Dâmaso de Jesus Silva Barroso

Membros

Florbela dos Anjos Frescata Lima

Maria Cândida de Carvalho Peixoto

Maria Lúcia Ramos Bica

Mesa da Assembleia Geral

Presidente

António Manuel Lopes Tavares

Secretário Cassiano da Cunha Calvão

O documento diz ainda que “a composição dos Órgãos Sociais, aprovada pelos acionistas e pelo Banco de Portugal, obedece a um modelo de governance mais paritário que faz jus ao firme compromisso da Instituição para com a igualdade de género”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Novo regime remuneratório dos médicos das urgências em vigor até janeiro

  • Lusa
  • 25 Julho 2022

O novo regime remuneratório do trabalho suplementar realizado por médicos em serviços de urgência vai vigorar até 31 de janeiro de 2023.

O novo regime remuneratório do trabalho suplementar realizado por médicos em serviços de urgência vai vigorar até 31 de janeiro de 2023, prevê o diploma do Governo publicado esta segunda-feira em Diário da República. Com este decreto-lei, aprovado em Conselho de Ministros em 19 de julho e promulgado no sábado pelo Presidente da República, o Governo pretende criar as condições para a “estabilização das equipas de urgência” dos hospitais públicos, estabelecendo um regime para o pagamento do trabalho extraordinário dos médicos que assegurem esse serviço.

Na prática, o diploma determina o valor de 50 euros a ser pago a partir da 51.ª hora e até à 100.ª hora de trabalho suplementar, 60 euros a partir da 101.ª hora e até à 150.ª hora e 70 euros a partir da 151.ª hora de trabalho extraordinário dos médicos nas urgências.

Nas últimas semanas, serviços de urgência de obstetrícia e ginecologia e bloco de partos em vários pontos do país tiveram de encerrar por determinados períodos ou funcionaram com limitações, devido à dificuldade dos hospitais em completarem as escalas de serviço de médicos especialistas.

De acordo com o diploma agora publicado, as administrações dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) ficam com a competência, sem necessidade de outras autorizações, “para celebrar contratos de trabalho sem termo com especialistas, que correspondam a necessidades permanentes para assegurar o normal funcionamento dos serviços de urgência”, incluindo os médicos que tenham desempenhado as funções em prestação de serviços.

Além disso, o decreto-lei prevê um regime excecional de mobilidade para os casos em que, devido ao acionamento do plano de contingência, seja necessário proceder à gestão integrada dos serviços de urgência de duas ou mais unidades hospitalares.

Nestas situações, o médico “pode acordar prestar trabalho destinado a assegurar o funcionamento do serviço de urgência em estabelecimento de saúde distinto daquele a cujo mapa de pessoal pertença”, através de um regime de mobilidade a tempo parcial. Quanto à aquisição de serviços de pessoal médico, o decreto-lei indica que “apenas é admissível nos casos em que comprovadamente” o serviço não possa ser assegurado por médicos do respetivo mapa de pessoal.

Esses contratos, de acordo com o estabelecido pelo Governo, estão sujeitos a um valor máximo que não pode exceder o valor hora mais elevado da remuneração base previsto na tabela remuneratória aplicável aos trabalhadores integrados na carreira médica ou especial médica.

Já para as situações de “manifesta necessidade” suscetíveis de levar ao encerramento dos serviços de urgência externa, pode ser autorizado o “pagamento de um valor superior”, tendo como limite máximo o valor hora mais elevado de trabalho suplementar a pagar aos médicos.

Enquanto vigorar este decreto-lei, os custos do trabalho suplementar e da aquisição de serviços médicos não podem exceder, em cada serviço ou estabelecimento de saúde, os montantes pagos no último semestre de 2019, corrigidos com as atualizações salariais anuais.

Depois de salientar que o SNS “investiu no aumento do seu número de médicos especialistas, que cresceram cerca de 23 % entre 2015 e 2022”, o decreto-lei reconhece que as “características da demografia médica” ainda obrigam à contratação de prestação de serviços para assegurar o funcionamento das urgências.

“Apesar do caminho percorrido, as características da atual demografia médica, em que cerca de 40% dos efetivos têm mais de 50 anos, e do modelo de organização de trabalho que dela decorre, em termos de dispensa de trabalho noturno e de trabalho em serviço de urgência, não permitem, ainda, assegurar o funcionamento de todos os serviços de urgência, sem recurso à prestação de serviços médicos”, admite o diploma.

Além disso, no quadro do novo Estatuto do SNS já aprovado pelo Governo e da negociação com os sindicatos representativos dos médicos, terão de ser definidas novas regras de organização do trabalho e respetivo regime remuneratório, em especial associadas à dedicação plena e ao trabalho em serviço de urgência, avança o diploma.

“Enquanto são implementadas as reformas e negociadas as soluções de caráter estrutural, importa adotar as medidas de política que resolvam, no curto prazo, os problemas com que o SNS se confronta na resposta aos portugueses, conferindo aos órgãos máximos de gestão dos seus estabelecimentos e serviços os instrumentos adequados a valorizar o trabalho médico dos profissionais dos seus mapas de pessoal e reduzir a dependência da prestação de serviços, promovendo a estabilidade das equipas e a qualidade dos cuidados”, sintetiza o documento.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

PSD pede audição do ministro da Administração Interna sobre esquadra no Porto

  • Lusa
  • 25 Julho 2022

"Episódios como os dos tempos recentes agudizam a sensação de insegurança", disse Paulo Cunha, vice-presidente do PSD.

O PSD vai apresentar um requerimento para a audição do ministro da Administração Interna a propósito do encerramento da esquadra do Porto, anunciou esta segunda-feira um dos vice-presidentes do partido, que acusou o Governo de “falta de humildade” e “insensibilidade”.

“O grupo parlamentar do PSD apresentará de imediato um requerimento para convocar o ministro da Administração Interna [José Luís Carneiro] ao parlamento, não só para partilhar com os parlamentares as causas que estão relacionadas com este episódio e outros, mas sobretudo para deixar uma garantia aos portugueses que estes fenómenos não se repetirão“, afirmou o vice-presidente do PSD Paulo Cunha.

Numa conferência de imprensa na sede distrital do PSD/Porto, Paulo Cunha salientou que o partido está “preocupado”, sobretudo porque a suspensão temporária do atendimento na 9.ª Esquadra da PSP no Porto, na zona do Infante, é, à semelhança da extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), “mais um episódio” que contribui para a perceção de insegurança dos portugueses.

“Episódios como os dos tempos recentes agudizam a sensação de insegurança”, observou, dizendo que este é mais um “episódio lamentável” que merece a reprovação do PSD. Para Paulo Cunha, a suspensão temporária da esquadra do Porto reflete a “tremenda insensibilidade” e “falta de humildade” do Governo em relação à segurança interna do país. “É suposto haver um pouco mais de humildade e reconhecer que o Governo falhou, como lamentavelmente tem falhado noutras situações“, notou, culpando ainda o Governo de “desinvestimento” neste setor.

Lembrando que o Governo está há “sete anos em exercício e não apenas há meia dúzia de dias”, o vice-presidente dos sociais-democratas destacou ainda o “casuísmo” e “descoordenação” dos governantes. “O Governo apregoa que está próximo das autarquias, que as ausculta antes de tomar decisão e não foi capaz de informar o autarca do Porto dando nota da situação“, lamentou Paulo Cunha.

Questionado pelos jornalistas sobre que propostas apresentava a nova direção do PSD para resolver alguns dos problemas de segurança interna, como a falta de efetivos, aquele vice-presidente do PSD salientou que o partido está a dar os “primeiros passos” na criação da mesmas, defendendo que esta é uma “questão mais abrange e lata”.

“Quem governa Portugal é o PS, que é a quem compete apresentar soluções. Os portugueses não quiseram que fosse o PSD a Governar”, referiu, garantindo, contudo, que se fosse o PSD a governar o país “não estaria nesta situação” e o partido “não deixaria que tudo isto se arrastasse”. Paulo Cunha acusou ainda o Governo de “autismo” por “simplificar o que é complexo e banalizar o que é relevante”.

“Este Governo foi descuidado e irresponsável na forma como tratou desta matéria”, acrescentou. O ministro da Administração Interna esclareceu esta segunda que a esquadra da PSP na baixa do Porto suspendeu temporariamente o atendimento e esta decisão de “ajustamento do horário” de funcionamento “não é a primeira vez que acontece” no país.

“A esquadra não foi encerrada, suspendeu o encerramento até às 16:00 da tarde”, disse José Luis Carneiro aos jornalistas no final de uma reunião com direção nacional da Polícia de Segurança Pública no Comando Metropolitano de Lisboa para análise da gestão do efetivo e das infraestruturas policiais.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Marcelo considera remuneração excecional nas urgências “um paliativo fundamental”

  • Lusa e ECO
  • 25 Julho 2022

O Presidente da República considera que o regime de remuneração excecional nos serviços de urgência, que promulgou no domingo, é "justo pela sobrecarga de trabalho" dos médicos.

O Presidente da República considerou esta segunda-feira que o regime de remuneração excecional nos serviços de urgência que promulgou no domingo constitui “um paliativo fundamental” e é “justo pela sobrecarga de trabalho” dos médicos.

Em declarações aos jornalistas, no fim de uma visita à Sé de Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa assinalou que o regime transitório de remuneração do trabalho suplementar realizado por médicos em serviços de urgência “vai entrar em vigor imediatamente”.

“Esta medida é um paliativo fundamental, essencial, num domínio. O resto é muito mais vasto, passa por organização, passa pela capacidade de resposta em várias estruturas, em vários momentos, por todo o país. Portanto, tem de ser um esforço conjugado“, afirmou.

Interrogado se não teve dúvidas de constitucionalidade sobre este decreto-lei, ao contrário da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), que lhe pediu que enviasse o diploma para o Tribunal Constitucional, o chefe de Estado respondeu: “Se eu tivesse dúvidas assim flagrantes, óbvias, de constitucionalidade, pediria ao Tribunal Constitucional para se pronunciar. Eu entendi que, de facto, havia uma justificação de urgência para o diploma“.

“E, antes disso, certifiquei-me junto do Governo de que havia disponibilidades para o pagar. Foi perguntado especificamente: dentro da autonomia dos hospitais haverá cabimento para aquilo que envolve em termos de despesas o novo regime legal? Foi-me dito que sim. Eu, aliás, digo isso mesmo na nota que acompanha a promulgação. É nessa convicção que promulguei”, acrescentou.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, “esta é uma medida adjuvante, que ajuda, e que é justa”, mas a resposta dos serviços de urgência hospitalares durante o verão vai exigir “um esforço importante, como todos os verões”, mais ainda “agora com a pressão do turismo, muito maior do que em 2021, e sem comparação com 2020, e provavelmente a ultrapassar 2019”. Ao longo dos meses de verão “haverá reajustamentos fundamentais nas urgências para fazer face não apenas às necessidades dos portugueses, mas à pressão do turismo”, referiu.

FNAM diz que trabalho extraordinário dos médicos não pode exceder as 150 horas por ano

Num comunicado emitido esta segunda-feira, a FNAM esclareceu que do regime excecional de trabalho suplementar médico, promulgado pela Presidência da República, “não decorre a obrigação dos médicos prestarem mais de 150 horas de trabalho suplementar, conforme o Acordo Coletivo de Trabalho assinado pelo Governo e pelos sindicatos médicos”.

Nesse sentido, conclui que “em nenhuma circunstância os médicos poderão ser obrigados a trabalhar mais do que 150 horas anuais de trabalho suplementar“.

Antes das declarações de Marcelo Rebelo de Sousa esta segunda-feira, a FNAM apelou ao Presidente da República, à Provedora de Justiça e à Procuradora-Geral da República “que requeiram ao Tribunal Constitucional a declaração de inconstitucionalidade” da norma que instituiu um regime excecional de trabalho suplementar médico para assegurar os serviços de urgência dos serviços e estabelecimentos de saúde integrados no Serviço Nacional de Saúde.

A FNAM justificou o pedido alegando que estão em causa direitos constitucionais como “o direito de conciliação da vida profissional com a vida pessoal”, “o direito à prestação de trabalho em condições de segurança e saúde” e “o direito ao repouso e lazer e a um limite máximo da jornada de trabalho e ao descanso semanal”. “O desrespeito por estes direitos é ainda passível de colocar em causa o direito à proteção na saúde dos utentes, podendo potenciar o risco de ocorrência de erros e falhas técnicas, devido ao nível de cansaço e exaustão decorrente da acumulação de horas extraordinárias para lá do previsto na lei”, acrescenta.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Transferência de competências na ação social foi feita “de forma atabalhoada”, critica Câmara da Guarda

  • Lusa
  • 25 Julho 2022

"Não houve qualquer estudo de impacto financeiro, em primeiro lugar, no município da Guarda, das verbas que podiam estar adstritas a estas transferências", disse Sérgio Costa, presidente da câmara.

O presidente da Câmara da Guarda considerou esta segunda-feira que a transferência de competências para o município na área da ação social foi feita “de forma atabalhoada”, por não ter sido realizado um estudo de impacto financeiro. Sérgio Costa (Movimento Pela Guarda) disse, no final da reunião quinzenal do executivo, que a transferência de competências “foi feita de uma forma completamente atabalhoada”, porque “não houve qualquer estudo de impacto financeiro”.

O executivo municipal decidiu, por unanimidade, transferir uma verba mensal de 1.600 euros, com efeitos retroativos ao mês de abril, para o Centro de Alcoólicos Recuperados do Distrito da Guarda (CARDG), no âmbito da transferência de competências para os órgãos municipais no domínio da ação social.

“Esta transferência de competências foi feita de uma forma completamente atabalhoada. É esse o termo mínimo que devo usar, porque não houve qualquer estudo de impacto financeiro, em primeiro lugar, no município da Guarda, das verbas que podiam estar adstritas a estas transferências, por um lado, e, por outro, continuamos ainda sem saber oficialmente se as competências com esta instituição [CARDG] estão ou não delegadas”, afirmou Sérgio Costa.

Segundo o autarca, tem havido “algum diálogo”, quer com a Direção-Geral das Autarquias Locais, quer com a Segurança Social, para ultrapassar o problema. A Segurança Social da Guarda informou que “nos próximos dias” a situação poderá estar ultrapassada, mas o município não pode ficar de “braços e mãos cruzadas à espera de ver as coisas acontecer”.

Assim, o executivo decidiu transferir uma verba mensal de 1.600 euros para a coletividade poder “fazer face às despesas” com o seu funcionamento. O responsável disse aos jornalistas tratar-se de uma instituição importante para o concelho, para a região e também para o país.

O autarca revelou esperar que “nos próximos dias” a situação fique resolvida, sob pena de a Câmara da Guarda ter de tomar “uma decisão mais musculada” sobre o assunto. Sérgio Costa explicou, ainda, que o subsídio atribuído à instituição que apoia doentes alcoólicos ocorre porque “foi uma situação que não ficou devidamente acautelada na transferência de competências da ação social do Estado Português para a Câmara Municipal da Guarda, quando foi feita essa aprovação há cerca de dois anos”.

O vereador Carlos Chaves Monteiro disse que os três eleitos do PSD votaram a favor da proposta por considerarem que, no âmbito do processo de transferência de competências para o município, o CARDG necessita de um apoio urgente. O eleito do PS, Luís Couto, também votou a favor e disse que a Guarda pode orgulhar-se do “trabalho de proximidade” daquela instituição.

No período de Antes da Ordem do Dia da reunião do executivo municipal, o social-democrata Carlos Chaves Monteiro propôs que as sessões fossem transmitidas “online”, mas o presidente Sérgio Costa respondeu que a autarquia “não tem, neste momento, meios próprios para fazer essa transmissão”. Na sessão, o presidente da autarquia também deu conta do resultado da consulta pública sobre o destino a dar ao espaço da antiga Casa da Legião, situada em frente à porta principal da Sé Catedral.

Segundo o autarca, votaram cerca de 360 pessoas e a maioria (51%) votou na proposta A (construção de uma nova praça, com a demolição do edifício e de um parque de estacionamento subterrâneo com cerca de 50 lugares), 28% na proposta B (reconstrução do atual edificado) e 21% na proposta C (outra proposta sugerida).

A autarquia vai promover um estudo sobre o eventual valor patrimonial do imóvel e instruir um pedido de parecer junto da Direção Regional de Cultura do Centro “sobre a viabilidade e demais questões a respeitar relativamente à intervenção pela qual se pronunciaram, maioritariamente, os participantes na consulta pública”, indicou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Greve na Ryanair cancelou 11 voos em Espanha

  • Lusa
  • 25 Julho 2022

A greve foi convocada para "obrigar a Ryanair a cumprir a lei espanhola", dizem os sindicatos.

A companhia aérea Ryanair cancelou esta segunda-feira 11 voos com origem ou destino em aeroportos espanhóis por causa da greve dos tripulantes de cabine da empresa convocada para Espanha, segundo dados dos sindicatos que marcaram o protesto. Nove dos voos cancelados tinham origem ou destino no aeroporto de Barcelona (Catalunha), o mais afetado por esta greve, que vai estender-se por mais três dias.

Segundo os sindicatos (USO e Sictpla), outros 227 voos da companhia aérea tiveram atrasos nos aeroportos espanhóis por causa da greve. Nenhum dos voos cancelados tinha Portugal como origem ou destino, sendo a ligação entre Barcelona e Palma de Maiorca, nas ilhas espanholas das Baleares, a que teve mais perturbações, segundo os dados divulgados pelos sindicatos, que são referentes até às 19:00 de hoje (18:00 em Lisboa).

Estes quatro dias de greve são o terceiro e último período de paralisações na Ryanair em Espanha convocadas para julho. Segundo os sindicatos, no conjunto, estes protestos levaram já ao cancelamento de cerca de 300 voos e a atrasos em perto de 2.400 ligações aéreas, com mais de 50 mil passageiros afetados.

Os sindicatos garantem também que dez trabalhadores da Ryanair foram já despedidos em Espanha “por exercerem o seu direito à greve” e que mais de 70 são alvo de processos disciplinares por causa do protesto, o que a empresa nega.

A greve foi convocada para “obrigar a Ryanair a cumprir a lei espanhola”, dizem os dois sindicatos, segundo os quais estão em causa direitos laborais.

Entre as reivindicações dos trabalhadores estão atualizações salariais de entre oito e 16%, conforme as categorias e os níveis de salários que, em alguns casos, não atingem o salário mínimo espanhol, dizem os sindicatos, sublinhando que isto mesmo foi confirmado por inspeções das autoridades do trabalho em bases da Ryanair em Espanha.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Salários atrasados na Câmara de Lisboa. Autarquia diz ser “questão pontual”

  • ECO
  • 25 Julho 2022

Trabalhadores da Câmara de Lisboa não receberam salário, mas autarquia garante tratar-se de "uma questão pontual” e que os pagamentos serão efetuados entre esta segunda e terça-feira.

Milhares de trabalhadores da Câmara Municipal de Lisboa não receberam, esta segunda-feira, o salário referente ao mês de julho, de acordo com o Expresso. O jornal avança que os funcionários foram informados por e-mail assinado pela autarquia que justifica o atraso com “razões estritas de ordem técnica” e assegura que a direção de Finanças está a trabalhar “para resolver o problema diagnosticado”.

O vice-presidente da autarquia, Filipe Anacoreta Correia, garantiu ao Expresso que o problema “só foi detetado esta manhã” e trata-se de “uma questão pontual”. O nº 2 da Câmara de Lisboa assegurou ainda que os trabalhadores que têm conta na mesma entidade bancária que a autarquia devem receber os salários ainda esta segunda-feira e os restantes na terça-feira.

Filipe Anacoreta Correia disse à rádio Renascença que já foram tomadas medidas para evitar um problema destes. “Na sequência desta situação, demos instruções para, na Câmara Municipal de Lisboa, anteciparmos o dia de pagamento até cinco dias, ou seja, alinhado com o dia de pagamento da administração central”, afirmou.

O município já lamentou a situação e os consequentes inconvenientes causados.

“Começámos logo de manhã a ser confrontados com trabalhadores que se dirigiam aos seus bancos para levantar ou para fazer transferências e verificaram que não tinha sido feita a transferência do vencimento por parte da Câmara Municipal de Lisboa”, contou à rádio Renascença Vítor Reis, presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa. Vítor Reis notou que “não tem memória de alguma vez ter existido problema semelhante“.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Exposição à Rússia não põe em causa solvabilidade das seguradoras do Montepio, diz ASF

A ASF mantém que a Lusitania, detida pelo grupo Montepio, está plenamente autorizada ao exercício da atividade seguradora e a operar em condições normais de mercado.

A ASF, entidade reguladora do setor segurador, acompanhou a evolução dos investimentos em ativos de origem russa realizados pelas seguradoras Lusitania, parte do grupo Montepio, concluindo que “a sua dimensão não colocou em causa que a empresa regressasse a margens de solvência acima do exigido, como atualmente se verifica”.

Em relação à solvabilidade mínima exigida às seguradoras, o supervisor afirma em comunicado que as medidas tomadas pela empresa, em resposta às instruções da ASF, na sequência da declaração de declaração de insuficiência de capitais registadas em fevereiro deste ano, “permitem que a Lusitânia Vida apresente um rácio de solvência superior a 130%, cumprindo assim os requisitos exigidos”.

A Lusitânia Vida, Companhia de Seguros, registou um incumprimento do requisito de capital de solvência a 7 de fevereiro de 2022. Nesse seguimento, a empresa de seguros tornou-se objeto de acompanhamento permanente pela parte da ASF, mantendo-se plenamente autorizada ao exercício da atividade seguradora e a operar em condições normais de mercado.

A Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) garantiu que não existe qualquer “buraco” nas seguradoras do grupo. Em declarações à Lusa, fonte oficial da AMMG garantiu que “não existe qualquer ‘buraco’” nas seguradoras do Grupo Montepio. “O processo de monitorização destes títulos centra-se na avaliação da evolução dos preços dos mesmos, uma vez que não se conseguem vender dadas as limitações impostas sobre ativos russos”, indica.

O comunicado da ASF surge no seguimento de uma notícia publicada no Público, indicando um elevado volume de exposição a empresas russas. Nos primeiros cinco meses deste ano, a Lusitânia Seguros e a Lusitânia Vida, que integram as companhias de seguros do grupo Montepio, perderam 160 milhões de euros em capitais próprios, de acordo com o jornal. Estas perdas refletem, em parte, o impacto da sua exposição a empresas russas do setor da indústria pesada, como a Gazprom e a Novolipetsk.

A área seguradora do Montepio tem uma exposição superior a 20 milhões de euros a empresas russas, sendo que a informação divulgada mostra que o rácio da margem de solvência das seguradoras caiu para 80%, abaixo do limite mínimo imposto de 100%.

Em junho, as carteiras de títulos registaram um agravamento das menos valias, explicada em parte pelos efeitos na economia da pandemia de Covid-19, e da invasão da Ucrânia pela Rússia, e subsequentes sanções económicas contra Moscovo.

(Notícia atualizada às 20h28 com declarações da AMMG)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.