TAP vai ficar com cerca de metade da capacidade do aeroporto de Lisboa
Companhia aérea já opera menos "slots" do que no inverno passado. Versão integral da decisão de Bruxelas indica que Ryainair e easyJet têm vindo a reforçar.
A TAP vai ocupar entre 45% e 55% da capacidade no aeroporto Humberto Delgado a partir do próximo “verão IATA”, que vai do final de março ao final de outubro. É o resultado das faixas horárias que já deixou de operar e das que vai libertar por exigência da Comissão Europeia.
A versão não-confidencial da decisão de Bruxelas sobre os auxílios de Estado à companhia área informa que a TAP reduziu os slots diários (faixas horárias de descolagem e aterragem) no aeroporto Humberto Delgado neste inverno IATA (entre final de outubro e final de março) em comparação com o de 2019/2020, embora não indique a percentagem, já que quase todos os números são omitidos.
“A informação submetida por Portugal mostra que que as faixas horárias [de descolagem e aterragem] detidas pela TAP irão representar 45% a 55% da capacidade total no verão IATA e nas épocas IATA seguintes”, diz apenas o documento.
Em sentido contrário, quer a Ryainair quer a easyJet conseguiram aumentar os seus slots em Lisboa a partir do final de março. A expectativa é que a primeira opere cerca de 10% a 20% da capacidade do aeroporto de Lisboa e a segunda entre 5% e 10%.
Além da redução já realizada neste inverno, o número de slots da TAP vai ter de encolher novamente, já que um dos remédios assumidos para receber a luz verde de Bruxelas foi a cedência de 18 faixas horárias (9 pares) a um concorrente até ao final de outubro, sem qualquer contrapartida financeira. Um processo que é sujeito a uma série de regras, descritas no documento.
Uma delas diz que o “tomador do remédio”, ou seja, a companhia aérea que ficará com aquelas faixas horárias, tem direito a ficar com os slots nos horários que pretender, dando pouca margem à TAP. A transportadora pode jogar com mais ou menos 20 minutos nos voos de médio curso e 60 minutos nos de longo curso. Há, no entanto, várias exceções, em função dos momentos do dia pretendidos. O Governo português deixou a garantia de que a TAP não voltará a adquirir as faixas horárias que forem libertadas.
O tomador não pode ter recebido mais de 250 milhões de euros no âmbito dos instrumentos de recapitalização da Covid-19, nem qualquer ligação com a TAP. Por outro lado, terá de manter o número de aviões baseados no aeroporto de Lisboa até ao fim do plano de restruturação (2025).
A seleção da companhia aérea que ficará com os slots terá de ser aprovada pela Comissão Europeia, “após um processo de seleção transparente e não-discriminatório”. Será assistida no processo por um administrador selecionado pela TAP, que nomeou a Alcis Advisers GmbH, uma consultora alemã.
Caso existam várias propostas, a Comissão Europeia dará prioridade à que representar o maior incremento de capacidade de passageiros transportados e servir o maior número de destinos com voos diretos usando as novas faixas horárias. Se a sua avaliação das propostas for idêntica, a TAP poderá escolher a que melhor pontua nos critérios que definir, desde que estes sejam conhecidos.
(Notícia atualizada às 21h00 com mais informação)
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