Pentágono diz que Rússia reforçou posição militar na zona de fronteira

  • Lusa
  • 14 Fevereiro 2022

A Rússia “continua a enviar forças adicionais ao longo da fronteira com a Ucrânia, inclusivamente no fim de semana”, disse o porta-voz do Departamento de Defesa norte-americano.

A Rússia reforçou ainda mais a sua posição militar na fronteira com a Ucrânia no fim de semana, informou esta segunda-feira o porta-voz do Pentágono, apesar do anúncio de Moscovo de que parte das manobras militares estão a terminar.

O porta-voz do Departamento de Defesa norte-americano, John Kirby, acrescentou que o Presidente russo “tem amplas capacidades à sua disposição”, explicando que Vladimir Putin “continua a enviar forças adicionais ao longo da fronteira com a Ucrânia, inclusivamente no fim de semana”, admitindo que haja bem mais de 100.000 soldados russos na região.

Não é apenas uma questão de números. São as capacidades de armamento (…) que vão desde veículos blindados a unidades de infantaria, passando por forças especiais, os ciberataques ou mesmo defesa aérea e antimísseis”, disse Kirby.

O Departamento de Defesa norte-americano afirmou ainda que a Rússia ainda não tomou uma decisão final sobre uma eventual invasão da Ucrânia, enquanto Washington continua a identificar um reforço de meios militares russos na região. John Kirby sublinhou, numa conferência de imprensa na capital norte-americana, que os EUA continuam a considerar como “totalmente possível” a Rússia avançar sobre a Ucrânia “num prazo muito curto”.

Kirby salientou que nas últimas 48 horas as forças russas continuaram a “adicionar meios militares” ao longo da fronteira com a Ucrânia e Bielorrússia, bem como unidades navais no Mar Negro. Para o responsável, estas movimentações significam que Moscovo continua a preparar-se a procurar ter mais soluções para um eventual conflito na Ucrânia.

 

Ainda segundo Kirby, o secretário norte-americano da Defesa, Lloyd Austin, estará na terça-feira em Bruxelas, seguindo para Polónia e Lituânia, para contactos sobre a crise russo-ucraniana. “Nós compartilhamos com os nossos aliados e parceiros, e isso inclui a Ucrânia, a nossa avaliação das informações que recebemos, e certamente refletimos nessas conversas a nossa profunda preocupação com as capacidades ao dispor do Presidente da Rússia, Vladimir Putin”, acrescentou.

O responsável norte-americano recordou as declarações proferidas a 11 de fevereiro pelo conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, alertando para “a clara possibilidade” da Rússia atacar a Ucrânia durante os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, que terminam dia 20 de fevereiro. O porta-voz do Pentágono referiu ainda que o “apoio tácito” da China à Rússia, relativamente à questão ucraniana, é “profundamente alarmante” e “ainda mais desestabilizador para a situação de segurança na Europa”.

Também esta segunda, o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano realçou que os Estados Unidos não veem “nenhum sinal tangível” de desescalada por parte de Moscovo, perante os crescentes receios dos ocidentais de que a Rússia prepara um ataque militar à Ucrânia. “Não vemos nenhum sinal tangível e real de desescalada (…) Precisamos de uma desescalada para que a diplomacia avance”, sustentou Ned Price.

Washington anunciou a transferência temporária da sua embaixada na Ucrânia da capital Kiev para Lviv, no oeste do país, por “prudência” perante a “aceleração dramática” da concentração de militares russos na fronteira.

O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, anunciou esta segunda o fim de parte das manobras militares conjuntas com a Bielorrússia, junto das fronteiras da Ucrânia, que têm servido para alimentar a especulação sobre a iminência de uma invasão.

Por outro lado, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, considerou possível uma solução diplomática para a crise na Ucrânia, propondo mesmo “prolongar e ampliar” o diálogo, dando um sinal de maior abertura.

Contudo, o porta-voz do Pentágono reafirmou que Putin mantém intactas todas as capacidades para lançar “a qualquer momento” uma “grande ofensiva militar convencional na Ucrânia”, ou mesmo um ataque menor, para desestabilizar o país.

(Atualizado às 21h26 com mais informação)

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