Sanções da UE à Rússia são “poderosas”, diz ministro dos Negócios Estrangeiros
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, admite que haja novas sanções caso a Rússia dê mais passos no conflito com a Ucrânia.
Aprovadas por unanimidade, as sanções da União Europeia à Rússia por causa da agressão à Ucrânia são “poderosas”, classificou o ministro dos Negócios Estrangeiros esta terça-feira, após a reunião com os seus pares europeus. Perante o “comportamento gravíssimo por parte da Rússia”, Augusto Santos Silva admite a hipótese de vir a impor mais sanções ao Kremlin.
“As sanções já são poderosas, mas se a Rússia persistir, eventualmente pode haver mais sanções“, admitiu Santos Silvas em declarações à RTP3, referindo que o pacote acordado pelos 27 Estados-membros da UE incluem sanções financeiras — as mais importantes para o ministro — que impedem o financiamento de entidades russas, incluindo o banco central, através dos mercados financeiros europeus.
Reunidos em Paris esta terça-feira de tarde, os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia acordaram limitar o acesso da dívida soberana russa aos mercados financeiros europeus. “Estamos unidos nesta frente e vamos elevar substancialmente o nível de sanções de acordo com o comportamento dos russos“, disse o alto representante da UE, Josep Borrell, referindo que o pacote de sanções — que vai afetar os 351 membros da Duma russa, bem como 27 indivíduos e entidades — foi coordenado com os Estados Unidos, Reino Unido e Canadá.
Após a reunião, Augusto Santos Silva admitiu que a “situação é preocupante”. “Não quero esconder isso (…) há declarações da Rússia que põem em causa a independência da Ucrânia”, afirmou, argumentando que é preciso “reagir com firmeza” para não colocar em causa a paz de 70 anos alcançada na Europa.
“Infelizmente, não podemos meter de lado qualquer cenário — os factos obrigam-nos a isso –, mas esperemos que haja racionalidade“, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, apontando para um cenário em que não haja uma invasão russa em todo o território da Ucrânia. Para Santos Silva há “meios políticos” que podem evitar o “cenário militar aberto e explícito”.
“Esperemos que a Rússia perceba o alto preço que pagará se for por esse caminho“, concluiu, notando que “temos todos de continuar a trabalhar para evitar os piores cenários”. Mas, para já, rejeita entrar no registo “catastrofista”.
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