MNE desvaloriza transferência dos Assuntos Europeus para a competência do PM
“A política externa é que é a essência do trabalho do Ministério dos Negócios Estrangeiros”, disse João Gomes Cravinho, após a tomada de posse como chefe da diplomacia.
O ministro dos Negócios Estrangeiros desvalorizou esta quarta-feira a transferência da pasta dos Assuntos Europeus para a esfera do primeiro-ministro, considerando que “faz todo o sentido” porque a “política externa é que é a essência” da sua tutela.
“A política externa é que é a essência do trabalho do Ministério dos Negócios Estrangeiros”, salientou João Gomes Cravinho, no final da cerimónia de tomada de posse do XXIII Governo Constitucional, no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa.
Cravinho, que durante o último executivo de António Costa foi ministro da Defesa Nacional, acrescentou que, “desde 2009 – o Tratado de Lisboa – na prática, quem coordena os Assuntos Europeus é o primeiro-ministro” e, apesar de ter estado até hoje sob a alçada dos Negócios Estrangeiros, “é uma área de trabalho que é completamente transversal”.
Interpelado sobre as razões que levaram o primeiro-ministro a fazer a mudança da pasta apenas agora, Gomes Cravinho respondeu que a essa pergunta só António Costa pode responder.
O ministro dos Negócios Estrangeiros também desvalorizou eventuais divergências com o Presidente da República sobre a sua permanência no Governo e com a pasta da Defesa: “Eu estou como ministro dos Negócios Estrangeiros com muita honra”.
Os Assuntos Europeus passam neste governo para a tutela do primeiro-ministro, que designou Tiago Antunes como secretário de Estado.
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