Regulador propõe aumento de 8,2% do preço do gás em outubro
O forte aumento ocorre num "contexto de forte incerteza, marcada pela escassez de oferta face à procura de matérias primas e energia devido à situação pandémica de Covid-19 e à guerra na Ucrânia".
A ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos apresentou esta quinta-feira a sua proposta de tarifas e preços de gás natural do mercado regulado para o período de 1 de outubro de 2022 a 30 de setembro de 2023.
As conta do regulador não são animadoras e os 230 mil consumidores do mercado regulado registarão a partir de outubro (ano gás 2022/2023) um aumento de 8,2% no preço de venda final.
Contudo, sublinha a ERSE, “face ao valor em vigor a partir de 1 de abril de 2022, devido à revisão trimestral ocorrida [aumento de 5 euros por MWh], os consumidores irão observar um aumento médio de 6,5% em outubro de 2022”.
Por comparação então com o mês de abril (em que os preços já vão subir em média 3%), um casal sem filhos [1.º escalão de consumo, consumo 1610 kWh/ano] pagará então mais 0,76 euros e ficará com uma fatura de 13,16 euros a partir de outubro.
Já um casal com dois filhos [2.º escalão de consumo, consumo 3407 kWh/ano] vai aumentar 1,39 euros, para uma fatura de mensal de 24,80 euros.
Tudo isto num “contexto de forte incerteza, marcada pela escassez de oferta face à procura de matérias-primas e energia devido à situação pandémica de Covid-19 e à guerra na Ucrânia”, justificou o regulador na sua proposta tarifária, cuja versão final será conhecida a 1 de junho e entrará em vigor em outubro.
Somando tudo, agravou-se severamente a subida dos preços da energia nos mercados grossistas: só em março de 2022, a ERSE dá conta de uma subida dos preços do gás de 631%, em termos homólogos, no índice TTF dos Países Baixos, que serve de referência para a Europa.
No mercado regulado nacional, o gás é comprado à Nigéria através de contratos de longo prazo, o que permitiu a Portugal “ter preços de energia mais baixos. Ainda assim, registou-se “um acréscimo na tarifa de energia de 22%, o que vai impactar no preço de venda a clientes finais”, refere a ERSE no seu comunicado.
Quanto às tarifas de acesso às redes, pagas por todos os consumidores, quer estejam no mercado livre ou regulado, vão aumentar 1,2% na Baixa Pressão (segmento doméstico) e reduzir (-13,1 e -71%) na Média e Alta Pressão (grandes consumidores empresariais e industriais).
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