Hungria contraria UE e admite pagar gás russo em rublos
A Hungria admitiu esta quarta-feira estar disposta a pagar as importações de gás provenientes da Rússia em rublos, contrariando a tomada de posição conjunta da União Europeia.
O primeiro-ministro da Hungria admitiu esta quarta-feira que o país está disposto a pagar as importações de gás russo em rublos, contrariando a posição conjunta da União Europeia (UE), avança a Reuters. Numa conferência de imprensa, Viktor Orbán disse aos jornalistas que a Hungria pagará em rublos o fornecimento de gás natural se a Rússia assim o exigir.
Além das declarações de Orbán, também o ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro, Peter Szijjarto, sinalizou que as autoridades europeias “não têm nenhum papel” a desempenhar nos contratos de fornecimentos de gás assinados com a Rússia, que são bilaterais, entre a empresa estatal húngara MVM e os russos da Gazprom.
A Hungria foi um dos poucos Estados-membros da UE que se opôs às sanções contra a energia de Moscovo. Segundo a Reuters, o país liderado por Viktor Orbán assinou um novo contrato de fornecimento de gás a longo prazo no ano passado, que prevê a entrega de 4,5 mil milhões de metros cúbicos de gás por ano através da Gazprom.
Na semana passada, o presidente russo Vladimir Putin assinou um decreto a exigir que os pagamentos pelo gás natural fossem feitos apenas em rublos, uma decisão que os países europeus recusaram cumprir, considerando-a uma violação dos contratos existentes. O pagamento do gás ao abrigo dos contratos a longo prazo da Gazprom em março tinha como prazo o dia 1 de abril.
Ora, esta tomada de posição da Hungria surge um dia depois de a Comissão Europeia ter anunciado que vai acionar o mecanismo de condicionalidade criado nas negociações do Próxima Geração UE (apelidada de “bazuca”), que deram origem aos Planos de Recuperação e Resiliência (PRR), o que deverá levar à suspensão das transferências. A decisão foi justificada com os “problemas graves de corrupção” da Hungria.
A Europa e os EUA preparam-se para mais sanções contra Moscovo, na sequência da matança de civis no norte da Ucrânia, no que o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky considerou tratar de crimes de guerra. O Kremlin rejeitou ter matado os civis. Entre as medidas constar a proibição da importação de carvão russo.
(Notícia atualizada pela última vez às 14h50)
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