Porta-voz de Putin admite “baixas significativas” e fala em “tragédia” para o país

  • ECO
  • 7 Abril 2022

O porta-voz do presidente russo admitiu existirem baixas, falando numa “grande tragédia” para o país. Fim das importações de carvão russo na UE deve ocorrer um mês depois do esperado.

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, aceitou o convite português para discursar na Assembleia da República, à distância e em data ainda não definida. Esta quinta-feira, Zelensky pediu sanções mais amplas e “realmente dolorosas” para a Rússia, descrevendo como “insuficientes” as novas sanções, impostas nomeadamente pelos Estados Unidos e pela União Europeia.

A invasão russa da Ucrânia já provocou pelo menos 1.611 mortos e 2.227 feridos entre a população civil, a maioria dos quais devido a armas explosivas com vasta área de impacto, indicou hoje a ONU. O porta-voz do presidente russo Vladimir Putin, Dmitry Peskov, admitiu que a Rússia registou “perdas significativas” e fala em “grande tragédia” para o país, segundo a Sky News.

Os responsáveis europeus devem aprovar esta quinta-feira o fim das importações de carvão russo na União Europeia (UE). Mas, segundo a Reuters, o período de transição deverá ser de quatro meses, ao invés dos três meses inicialmente referidos.

A Ucrânia continuará a “insistir no bloqueio total do sistema bancário russo”, o que dificultaria a intervenção da Rússia nas finanças internacionais, bem como a transação de petróleo com o ocidente, disse Zelensky. A Ucrânia pediu ainda à NATO mais armamento para combater as tropas russas.

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As memórias de Proença de Carvalho de uma carreira de quase 60 anos

Daniel Proença de Carvalho lança esta quinta-feira o livro de memórias "Justiça, Política e Comunicação Social", onde revisita momentos históricos da nossa sociedade.

Daniel Proença de Carvalho lança esta quinta-feira o livro “Justiça, Política e Comunicação Social – Memórias do Advogado”. Ao longo das 375 páginas, o advogado faz uma análise (polémica) sobre a Justiça, os media e a política em Portugal, desde o final da década de 1960 até à atualidade.

Na obra, editada pela Bertrand, o advogado sublinha que a Justiça é um dos setores em que Portugal não progrediu. “A Justiça não tem sido capaz de corresponder, nem em tempo nem em qualidade, às aspirações de quem dela necessita”. Acusando os portugueses de terem “um problema com o sucesso e a riqueza” e admitindo que esse “caldo cultural” tem estado bem presente nos tribunais, na comunicação social e na política. No caso da Justiça, o ex-presidente da Uría Menéndez – Proença de Carvalho, diz que há ainda outro elemento que explica o que chama de “insucesso” do sistema judicial que é “o corporativismo, ausência de escrutínio e que levou a um sistema algo esquizofrénico, onde podemos encontrar o bom e o mau”, escreve na obra, a que o ECO teve acesso previamente à publicação.

No capítulo a que chama de “O meu testemunho”, Daniel Proença de Carvalho descreve alguns dos grandes casos judiciais em que esteve envolvido como advogado de defesa. “Falo nos casos de perseguições com erros judiciais que mais me impressionaram”. Apesar de fazer o alerta: “não pretendo generalizar porque a minha advocacia maioritária não passou por aí”. Mas advertindo que “na época em que esses casos de erros judiciais ocorreram, a comunicação social tratou-os de forma distorcida, normalmente na ótica dos acusadores. Sendo que o Ministério Público aperfeiçoou os métodos de condenação prévia dos seus perseguidos junto da opinião pública”. E aponta o dedo ao estado atual das coisas: “a perceção sobre o sistema de Justiça degradou-se ao longo dos anos, atingindo um patamar negativo na confiança dos cidadãos e das empresas”.

No prefácio, a cargo da ex-ministra da Saúde social democrata, Leonor Beleza, cliente do advogado no mediático caso dos hemofílicos, começa escrevendo que esta obra “é também um contributo para a nossa compreensão coletiva de Portugal de hoje e da necessidade do que chamamos reformas”. E explica que o autor faz uma “descrição de uma série de casos exemplares, uma espécie de percurso das insuficiências da Justiça criminal em Portugal ao longo do século XX”, identificando ” a infeliz permanência de fatores de fraqueza e prepotência, que correlaciona com a regra e práticas que precisam de ser questionadas”. E acrescenta: “como é que, apesar da superioridade que vemos na nossa democracia, apesar do arsenal de direitos e de meios de o exercer, apesar de a generalidade dos agentes se conter dentro dos limites e de respeitar os outros, podem existir desvios e abusos, prolongados e repetidos? Como é que os agentes privilegiados do sistema de Justiça que o Estado criou e mantém para nos proteger a todos, se podem aqui e ali se comportar como autores de perseguições e destruidores da liberdade e da reputação?“, questiona Leonor Beleza que é também personagem neste livro.

Um livro que não se limita a esta avaliação do status quo judicial mas também da sociedade, dos excessos da ditadura, dos “desvarios” do PREC, do que chama de abusos em democracia, da política nacional em plenos anos 80, que conta a sua relação com o procurador Geral da República da altura, Cunha Rodrigues, da sua ligação à RTP e da sua passagem pela pasta da comunicação social, da tentativa de liderar um canal privado de televisão ou mesma da sua (breve) passagem pela Polícia Judiciária. O autor consegue com que o leitor revisite momentos e figuras históricas da nossa democracia como Salgado Zenha, Ramalho Eanes, Cavaco Silva, Sá Carneiro, Freitas do Amaral e Mário Soares, a revolução dos cravos e o subsequente 11 de março de e o 25 de novembro de 1975. E ainda da sua passagem pelos media, no Semanário, com Marcelo Rebelo de Sousa.

Daniel Proença de Carvalho nasceu na Soalheira, concelho do Fundão, a 15 de setembro de 1941. Assumiu as funções de presidente da Uría em março de 2010, através da fusão da sociedade de advogados Proença de Carvalho & Associados com a Uría Menéndez. A par da sua atividade como advogado, desempenhou vários cargos, tendo sido ministro da Comunicação Social no quarto Governo Constitucional presidido por Mota Pinto (1978/79), presidente da RTP (1980/83) e presidente do Conselho de Administração da Fundação Arpad Szènes-Vieira da Silva (1993/2007). É atualmente presidente da Assembleia Geral do Instituto Português de Corporate Governance, desde junho de 2010. E foi ainda presidente do Conselho de Administração da Global Media, grupo que detém títulos como o Diário de Notícias e o Jornal de Notícias.

Em 1978 foi nomeado Ministro da Comunicação Social do IV Governo Constitucional, de iniciativa presidencial de Ramalho Eanes e sendo primeiro-ministro Carlos Mota Pinto. Depois de acabar o governo Mota Pinto e vencidas as legislativas pela Aliança Democrática, Proença de Carvalho foi nomeado presidente do Conselho de Administração da Radiotelevisão Portuguesa, em 1979.

Em 1974 inscreve-se no Partido Socialista (PS), desfiliando-se mais tarde e em 1986 dirigiu a campanha de Diogo Freitas do Amaral nas eleições presidenciais. Dez anos mais tarde foi mandatário da primeira candidatura de Aníbal Cavaco Silva, nas presidenciais de 1996.

Daniel Proença de CarvalhoTiago Petinga / Lusa

 

Proença de Carvalho exerce ainda funções em instituições de utilidade pública sem fins lucrativos, designadamente, preside o Conselho de Curadores da Fundação Champalimaud. Advogado de sempre de António Champallimaud, protagonizou o caso da Herança Sommer, nos finais dos anos 60. Foi ainda advogado de Leonor Beleza, nos anos 90. A seguir ao 25 de abril de 1974 defendeu vários empresários no PREC, incluindo os irmãos José e Agostinho da Silva, fundadores da Torralta. Foi ainda advogado de vários empresários portugueses como o comendador Rui Nabeiro (Delta Cafés), António Mota (Mota Engil) e Paulo Fernandes (Cofina) e ainda Roberto Carneiro.

É licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra. Foi delegado do procurador da República em Santiago do Cacém. Em 1967 entrou para a Polícia Judiciária como inspetor. A sua participação no julgamento do caso da herança Sommer, que opôs os dois irmãos Champalimaud, tornou-o uma figura pública. Foi também uma figura central durante o PREC e o 25 de novembro, na proposta de uma televisão pública e no movimento Portugal Único (contra a regionalização). Em 2019 anunciou que se iria retirar da advocacia e, no final desse ano, deixou de exercer o cargo de presidente da Uría Menéndez – Proença de Carvalho.

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Além de estudar, o meu filho de 18 anos começou a trabalhar em outubro. Devo incluí-lo no meu IRS?

Para os contribuintes que ainda não entregaram o IRS e têm dúvidas sobre este processo, o ECO escolheu 20 dicas do Guia Fiscal da Deco para o ajudar. Será partilhada uma dica por dia.

Acampanha do IRS já arrancou, no primeiro dia do mês, mas há quem tenha ainda dúvidas sobre a entrega desta declaração. Alguns têm o trabalho facilitado, estando abrangidos pelo IRS automático, alargado no ano passado, mas mesmo assim certos aspetos poderão ainda estar por esclarecer. A resposta às perguntas mais frequentes dos contribuintes pode ser encontrada no Guia Fiscal 2022, da Deco Proteste.

Agora, os “recibos verdes” já têm acesso ao IRS automático, e os mais novos podem optar pelo IRS Jovem. Entre as novidades deste ano, onde já se vai sentir o efeito das novas tabelas de retenção na dimensão do reembolso, encontra-se o IVA dos ginásios, que passou a ser possível descontar no IRS.

Assim, o ECO selecionou 20 das dicas disponibilizadas pela Deco para ajudar a esclarecer todas as dúvidas. Será partilhada uma diariamente ao longo deste mês.

Além de estudar, o meu filho de 18 anos começou a trabalhar em outubro. Devo incluí-lo no meu IRS?

Esteja ou não a estudar, o seu filho pode ser incluído na sua declaração de IRS, desde que o valor ganho por ele em 2021 não tenha excedido 9.310 euros. Se for esse o caso e os ganhos dele forem de trabalho dependente, apresente-os no quadro 4 do anexo A. Caso sejam rendimentos de trabalho independente, inscreva-os no anexo B. Se durante o ano de 2022 o seu filho ganhar mais de 9.870 euros de rendimento anual (14 salários mínimos), deixa de ser dependente e, em 2023, entregará a declaração de IRS sozinho.

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Luz Saúde investe 11 milhões em novas clínicas na Feira e Covilhã

Grupo de saúde detido pela Fidelidade e liderado por Isabel Vaz abre duas novas unidades para “potenciar a rede Hospital da Luz” no Norte e no Centro do país, acrescentando 180 postos de trabalho.

A Luz Saúde acaba de investir cerca de 11 milhões de euros na abertura de duas novas clínicas com a marca Hospital da Luz, em Santa Maria de Feira e na Covilhã. Ambos os projetos ocupam espaços que nada tinham a ver com a prestação de cuidados de saúde, tendo sido alvo de obras para a adaptação dos imóveis.

Com a inauguração destas unidades na Feira (distrito de Aveiro, embora pertença à área metropolitana do Porto) e na Covilhã (distrito de Castelo Branco), a rede Hospital da Luz passa a contar com 29 unidades em Portugal Continental e na Madeira, sendo a rede constituída por 13 hospitais gerais, um hospital especializado, 13 clínicas e duas residências sénior.

“Os nossos maiores hospitais [Lisboa, Coimbra e Arrábida – Vila Nova de Gaia) já contam com um número muito significativo de clientes destas zonas do país. Daí que achámos fundamental estarmos presentes na proximidade, potenciando e melhorando a rede Hospital da Luz na região Centro e na região Norte”, sublinha ao ECO fonte oficial da Luz Saúde.

Questionado sobre quais serão os futuros investimentos para a expansão da rede, o grupo liderado por Isabel Vaz adiantou apenas que “estão em curso obras para uma nova clínica no Funchal, que deverá abrir no primeiro semestre de 2023”.

Localizado no centro da cidade, no mesmo edifício do Modelo Continente, o novo Hospital da Luz Santa Maria da Feira tem cerca de 1.400 metros quadrados e está focado na prestação de cuidados de saúde ambulatórios. Emprega 80 pessoas, entre médicos, enfermeiros e técnicos de saúde, entre outros profissionais, e representou um investimento de seis milhões de euros, que incluiu a aquisição do edifício, obras e equipamentos.

Hospital da Luz Santa Maria da Feira

Se esta clínica feirense vai funcionar sobretudo em articulação com o hospital instalado no complexo do gaiense Arrábida Shopping, que é a maior unidade da antiga Espírito Santo Saúde no Norte do país, já a clínica da Covilhã, que abriu portas no final de março com uma centena de colaboradores, vai trabalhar em ligação com o hospital localizado em Coimbra, com o qual inclusive vai partilhar parte do corpo médico.

O grupo controlado pela Fidelidade desde a queda do Banco Espírito Santo – em 2014 adquiriu 96% das ações do grupo de saúde – investiu uma verba superior a cinco milhões de euros para abrir esta unidade serrana. Ocupa uma área de perto de mil metros quadrados, tem uma vertente de cuidados de saúde ambulatórios e quer diferenciar-se também na área de imagiologia, em que comprou “equipamentos de última geração” e que diz serem “únicos em toda a Beira Interior”.

Em 2020, o primeiro ano da pandemia e o último ano para o qual divulgou resultados, o grupo Luz Saúde registou um resultado líquido consolidado negativo de 16,3 milhões de euros, que contrastou com lucros de 16,7 milhões de euros em 2019. Ainda assim, Isabel Vaz sublinhou nesse Relatório e Contas que, apesar do impacto da Covid-19, concretizou nesse exercício “um nível de investimento de 67,9 milhões de euros, dos quais 43,9 milhões foram aplicados na expansão da rede privada Hospital da Luz”.

O Hospital da Luz é o primeiro privado a ter um Centro Académico Clínico em Portugal. A portaria que confere este estatuto à associação privada sem fins lucrativos denominada CAC Católica Luz – Centro Académico Clínico Católica Luz foi publicada na semana passada em Diário da República. O objetivo é potenciar as sinergias já existentes entre a Universidade Católica Portuguesa, a Luz Saúde, o Hospital da Luz, a GLSMED Learning Health e a União das Misericórdias Portuguesas.

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Substituto de Gabriel Bernardino na CMVM tem de ser uma mulher

Lei dos reguladores determina que tem de haver alternância de género na presidência da CMVM. O que significa que nomes como os do ex-ministro Siza Vieira não poderão substituir Gabriel Bernardino.

O próximo líder da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) tem de ser uma mulher. Com a saída de Gabriel Bernardino, que se demitiu depois de ter tomado posse há apenas quatro meses devido a problemas de saúde, a lei determina que se deve assegurar a alternância de género no cargo de presidente do conselho de administração do polícia dos mercados. Tem a palavra o novo ministro das Finanças, Fernando Medina.

Questionados pelo ECO sobre se terá de ser uma mulher, o Ministério das Finanças não quis comentar, enquanto a CMVM afirmou que “a condição normal prevista na lei é de alternância de género na função de presidente”, lembrando, de resto, o que está estabelecido na lei.

Um dos nomes que têm sido falados nos corredores do regulador é o do ex-ministro da Economia Pedro Siza Vieira, mas esta possibilidade esbarra naquilo que está previsto legalmente, pelo menos para a presidência. O antecessor de Siza Vieira na pasta da Economia, Manuel Caldeira Cabral, também foi nomeado para outro regulador, o dos seguros (ASF), não para presidente mas para vogal da instituição.

O que diz mesmo a lei? “O provimento do presidente do conselho de administração deve garantir a alternância de género”, de acordo com número 8 do artigo 17 da Lei-quadro das entidades reguladoras. Os próprios estatutos da CMVM remetem para este artigo no que diz respeito à designação dos membros do conselho de administração.

Cabe ao Governo designar os membros do conselho de administração, através de resolução do Conselho de Ministros, e após a audição da comissão competente da Assembleia da República.

Foi através deste processo que Gabriel Bernardino, 57 anos, foi designado presidente da CMVM no final do ano passado, após convite endereçado pelo então ministro João Leão. Bernardino tomou posse ainda em novembro do ano passado, em substituição de Gabriela Figueiredo Dias — dando-se cumprimento à regra de alternância de género. Contudo, nem teve tempo de aquecer o lugar: problemas renais antigos têm afetado recentemente a sua capacidade para exercer funções com normalidade, obrigando a ausências prolongadas, razão pela qual pediu na semana passada a substituição mais rápida quanto possível ao ministro das Finanças, como o ECO avançou em primeira mão. O mandato só terminaria daqui a seis anos.

O conselho de administração da CMVM é composto por um presidente e até três vogais, podendo ter ainda um vice-presidente, devendo ser assegurado, na sua composição, um número ímpar de membros.

Atualmente, o conselho de administração da CMVM integra um presidente (demissionário) e dois vogais homens — José Miguel Almeida e Rui Pinto. Também neste aspeto o regulador não está a cumprir o que diz a mesma lei-quadro dos reguladores no que toca à “representação mínima de 33% de cada género” entre os vogais.

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5 coisas que vão marcar o dia

O Programa de Governo é discutido no Parlamento. São conhecidas as atas da reunião do Banco Central Europeu, dando pistas sobre o futuro da política monetária.

No dia em que o Parlamento vai debater o Programa de Governo apresentado pelo Executivo de António Costa, será conhecida a ata da reunião do Banco Central Europeu, que pode dar pistas sobre o rumo da política monetária no futuro. Além disso, o Eurostat divulga dados sobre o comércio e energia na União Europeia, enquanto os ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO terminam a reunião onde a situação na Ucrânia toma o lugar central.

Parlamento debate Programa de Governo

Os deputados da Assembleia da República vão discutir, em plenário, o programa de Governo do novo Executivo de António Costa, que tomou posse na semana passada. A ministra dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, explicou que o Programa de Governo mantém as promessas eleitorais, mas tem um “reajustamento” às consequências da guerra na Ucrânia.

Eurostat divulga dados sobre comércio e energia

O gabinete de estatísticas da União Europeia divulga esta quinta-feira dados sobre o comércio a retalho durante o mês de fevereiro. Além disso, o Eurostat dá também conta das tendências mensais na energia no ano passado, um setor onde se têm registado aumentos de preços expressivos já desde a saída da pandemia.

BCE revela atas da reunião

Será publicada esta quinta-feira a ata da reunião de política monetária de março do Banco Central Europeu (BCE). As conclusões do BCE deverão dar algumas pistas sobre o caminho que vai seguir a política monetária na Zona Euro, numa altura em que as economias se debruçam com os impactos da guerra na Ucrânia, nomeadamente com a inflação a acelerar.

Daniel Proença de Carvalho lança livro sobre Justiça

O advogado Daniel Proença de Carvalho lança esta quinta-feira o livro “Justiça, Política e Comunicação Social – Memórias do Advogado”, onde faz uma análise sobre a Justiça, os media e a política em Portugal, desde o final da década de 1960 até à atualidade. Na obra, editada pela Bertrand, o advogado sublinha que a Justiça é um dos setores em que Portugal não progrediu.

Acaba reunião da NATO

Vai terminar esta quinta-feira a reunião do Conselho do Atlântico Norte a nível de ministros dos Negócios Estrangeiros, presidida pelo secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), Jens Stoltenberg. A discussão tem sido dominada pela situação na Ucrânia. Neste dia, o Eurostat vai também publicar dados sobre cidadãos ucranianos na União Europeia (UE) em 2020-2021.

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McDonald’s tem 230 vagas para refugiados ucranianos. Primeiro contrato já foi assinado

Na Ucrânia, a cadeia tem 10.000 colaboradores e os restaurantes foram encerrados com a guerra. A empresa mãe criou um fundo – cerca de 2 milhões de euros – para continuar a pagar salários.

A McDonald’s Portugal tem cerca de 230 ofertas de emprego para refugiados ucranianos no site do IEFP. A companhia já assinou o primeiro contrato, adianta Sofia Mendoça, diretora de recursos humanos da McDonald’s Portugal, em entrevista à Pessoas. “Temos lugar para todos os que queiram trabalhar connosco, que correspondam ao perfil mínimo”.

“Preocupámo-nos com os trabalhadores ucranianos ou com familiares na Ucrânia que já trabalhavam connosco. Temos cerca de 40. Contactamos. E oferecemos ajuda a nível psicológico para quem o quisesse ou se algum deles tivesse alguma necessidade relacionada com a família que lá estivesse que estávamos dispostos a ajudar no que fosse preciso. Não tivemos nenhuma solicitação até agora”, adianta a responsável de pessoas da cadeia de restauração rápida quando questionada sobre que medidas de apoio aos refugiados ucranianos a companhia estava a realizar.

Na Ucrânia, a cadeia tem 10.000 colaboradores e os restaurantes foram encerrados com a guerra. Para apoiar as suas pessoas, a empresa mãe criou um fundo – cerca de 2 milhões de euros – para continuar a pagar os salários.

“A McDonald’s Corporation criou um fundo para continuar a pagar os salários a toda a gente, seja do restaurante, seja do escritório. Muitos saíram, muitos para a Polónia, onde temos muitos restaurantes e onde a McDonald’s centralizou os pedidos para depois espalhar pela Europa, para saber quais os países que podem proporcionar emprego e acomodação”, descreve Sofia Mendoça.

Temos já alguns pedidos desses refugiados que querem vir para Portugal, colaboradores da McDonald’s Ucrânia ou familiares de colaboradores da McDonald’s Ucrânia. Estamos a agilizar esses processos para começarem a trabalhar nos nossos restaurantes e ajudar na acomodação”, continua.

Vamos celebrar o primeiro contrato com um ucraniano que veio de lá, colaborador da McDonald’s, mas já temos outros no pipeline. Temos lugar para todos os que queiram trabalhar connosco, que correspondam ao perfil mínimo. Todos os restaurantes já colocaram as vagas que precisam na plataforma do Governo. À volta de 230 vagas já colocadas no Portugal”, adianta.

Pedidos diretos de colaboradores ucranianos para vir trabalhar em Portugal têm sido reduzidos. “Até agora tivemos cinco pedidos. Estamos ainda a perceber essas quatro situações, sendo que Portugal é um dos países onde estão a querer vir, mas nem tanto. As outras McDonald’s da Europa — República Checa, Alemanha… os países mais próximos — estão a receber mais solicitações. Têm mais de 200, 300 pedidos por mês.”

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Newpal compra 84% da Companhia Portuguesa de Amidos por 19 milhões

Empresa de Aveiro pagou 19 milhões de euros por 84% do capital da Copam, líder em Portugal na produção e comercialização de produtos à base de amido.

A Newpal, uma empresa de Aveiro, vai comprar 84% da portuguesa Copam, empresa líder na produção e comercialização de produtos à base de amido em Portugal, por cerca de 19 milhões de euros, refere um comunicado enviado esta quarta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A Copam – Companhia Portuguesa de Amidos, com sede em São João da Talha, Sacavém, assinou um contrato-promessa de compra e venda para a venda de 843.817 ações, equivalente a 84,4% do seu capital, à empresa portuguesa Newpal, com sede em Albergaria-a-Velha, Aveiro, diz o documento.

“O montante total prometido como contrapartida pela venda das referidas ações é de 19.196.836,80 euros“, sendo que a operação está ainda sujeita à realização de uma due diligence satisfatória.

A Copam foi fundada em julho de 1937, sendo atualmente líder em Portugal na produção e comercialização de produtos amiláceos para as indústrias alimentar, farmacêutica, papeleira, de cartão canelado e química em geral, refere o site da empresa. A Copam “mantém uma forte presença no mercado da Península Ibérica e no norte de África”. A única matéria-prima da empresa é o milho.

A empresa tem José Amaro Carmona e Costa como presidente do Conselho de Administração e, em 2020, distribuiu um dividendo de 0,5316 euros por ação aos acionistas. Encerrou 2021 com um resultado líquido de 1,47 milhões de euros, de acordo com o Relatório e Contas.

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Eventual substituição de Ivo Rosa na instrução do caso BES/GES não implica novo sorteio

  • Lusa
  • 6 Abril 2022

A instrução é entregue ao juiz que ocupar esse lugar - seja por colocação ou por substituição legal - na passagem de Ivo Rosa para o Tribunal da Relação.

A instrução do caso BES/GES será redistribuída sem sorteio ao juiz que substituir Ivo Rosa no Tribunal Central de Instrução Criminal, se concretizada a mudança deste para a Relação em setembro, confirmou o Conselho Superior da Magistratura à Lusa.

“Aquando da promoção de um Juiz de Primeira Instância a um Tribunal da Relação, este deixa de poder despachar os processos que lhe estavam distribuídos, os quais passarão a ser tramitados pelo juiz que for colocado nesse mesmo juízo, em virtude do movimento judicial normal, ou pelo substituto legal”, refere o Conselho Superior da Magistratura (CSM), em resposta à Lusa.

Este entendimento do CSM pressupõe que uma vez que a instrução deste processo foi atribuída por sorteio a um lugar de juiz e não a um juiz especificamente – no caso concreto ao lugar de Juiz 2 do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), ocupado pelo juiz Ivo Rosa – a instrução é entregue ao juiz que ocupar esse lugar – seja por colocação ou por substituição legal – na passagem de Ivo Rosa para o Tribunal da Relação.

A efetivação da mudança de tribunal está, no entanto, pendente do resultado do processo disciplinar que recai sobre Ivo Rosa, em análise no CSM, no qual o juiz foi acusado de interferir indevidamente em decisões de colegas, nomeadamente do juiz, seu colega no TCIC, Carlos Alexandre.

Contudo, se não houver sanção ou se a sanção não impedir nem suspender a mudança para o Tribunal da Relação, a transferência deve ocorrer em setembro, o que pode levar a instrução do processo a mudar de mãos já depois de iniciada, exceto se o juiz já tiver nessa altura dado início ao debate instrutório, a fase final do processo de instrução.

É no debate instrutório que Ministério Público, arguidos e assistentes são chamados perante o juiz para uma discussão de avaliação de indícios que determinam se há fundamentos para a ida a julgamento. “É necessário ter ainda em conta que o Juiz de Instrução que seja promovido ao Tribunal da Relação mantém a competência relativamente aos processos/fase de instrução em que já tenha iniciado o respetivo debate instrutório”, refere o CSM em resposta à Lusa.

A entrada em funções na Relação pode também ficar suspensa a pedido do próprio juiz, caso este pretenda levar o processo de instrução até ao fim, uma hipótese avançada pelo advogado de defesa dos lesados do BES, Nuno Silva Vieira, que disse à Lusa que o juiz, depois de iniciada a instrução, pode requerer a suspensão da sua promoção a desembargador até concluir o processo.

O advogado afirma acreditar que Ivo Rosa pode concluir a instrução até setembro, uma vez que o magistrado já tinha indicado que só iria “admitir prova nova” nesta fase processual. Acredita também que não será possível proferir uma decisão instrutória num prazo inferior a seis meses.

“Acredito que [o juiz] pode ouvir todas as pessoas até setembro, outra história é produzir o despacho. Admito que faça a instrução e depois peça a suspensão da subida à Relação, enquanto não produzir a decisão. Conto, depois de setembro, seis a oito meses só para o despacho. É impossível fazer algo em condições em menos de seis meses só para a decisão”, explicou Nuno Silva Vieira.

Outra fonte ligada à defesa entende que “é absolutamente irrealista achar que a instrução termina até setembro”, considerando o processo “quase ingerível”, e criticando que possa haver uma mudança de juiz de instrução já com esta fase processual iniciada, e sobretudo, que essa mudança aconteça sem sorteio de redistribuição do processo.

Será normal um juiz que não fez a instrução ir depois fazer o debate e a decisão instrutória? No maior e mais complexo caso da justiça portuguesa? Não faz muito sentido. Deveria haver um sorteio”, disse. Também Nuno Silva Vieira defende a realização de sorteio “por uma questão de verdade e de transparência”.

“A questão do sorteio tem gerado muitas divergências entre Ivo Rosa e Carlos Alexandre. Era estranho agora não haver sorteio. Num cenário hipotético, ainda poderia voltar o juiz Carlos Alexandre”, disse.

Uma outra fonte jurídica ouvida pela Lusa considerou que o CSM não pode impor o mês de setembro como data-limite para o juiz Ivo Rosa iniciar o debate instrutório sob pena de ser substituído por outro juiz, “pois nesse caso estaria a exorbitar os poderes e a anunciar a prática de um ato ilegal e inconstitucional, por violação do princípio do juiz natural”.

Um juiz de instrução só pode ser substituído por morte, impedimento definitivo” ou por motivos que originem uma ultrapassagem alargada dos prazos da instrução, acrescentou. Quanto ao entendimento do CSM de que uma eventual substituição de Ivo Rosa por outro juiz de instrução não necessita de sorteio, a mesma fonte referiu que se fosse um dos advogados do processo “exigiria sempre um novo sorteio”.

O início da instrução do processo BES/GES foi, no final de março, adiado pela segunda vez devido ao prolongamento da baixa médica do juiz Ivo Rosa, estando o arranque da instrução agendado para 26 de abril, no TCIC. O processo conta com 30 arguidos (23 pessoas e sete empresas), num total de 361 crimes.

O mais mediático arguido deste caso é o antigo presidente do Grupo Espírito Santo (GES) Ricardo Salgado, acusado de 65 crimes, entre os quais associação criminosa (um), burla qualificada (29), corrupção ativa (12), branqueamento de capitais (sete), falsificação de documento (nove), infidelidade (cinco) e manipulação de mercado (dois).

Considerado um dos maiores processos da história da justiça portuguesa, este caso agrega no processo principal 242 inquéritos, que foram sendo apensados, e queixas de mais de 300 pessoas, singulares e coletivas, residentes em Portugal e no estrangeiro. Segundo o Ministério Público (MP), cuja acusação contabilizou cerca de quatro mil páginas, a derrocada do Grupo Espírito Santo (GES), em 2014, terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.

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Wall Street no vermelho pelo segundo dia após sinais da Fed

Índices de Nova Iorque encerraram em terreno negativo pelo segundo dia consecutivo. Investidores estão preocupados após serem divulgadas as atas da última reunião da Fed.

Os principais índices de Wall Street encerraram com perdas pela segunda sessão consecutiva, depois de a Reserva Federal norte-americana (Fed) ter dado sinais de que irá apertar a política monetária para tentar controlar a subida da inflação. Isso criou preocupações junto dos investidores quanto a um possível desacelerar da economia dos Estados Unidos.

O índice de referência financeiro, S&P 500, perdeu 0,98% para 4.480,80 pontos, acompanhado pelo industrial Dow Jones que recuou 0,42% para 34.496,51 pontos. Pelo mesmo caminho seguiu o tecnológico Nasdaq ao desvalorizar 2,22% para 13.888,82 pontos.

“Foi um aviso para quem pensa que a Fed vai ser mais dovish [de redução das taxas de juro] na luta contra a inflação”, diz Quincy Krosby, estrategista-chefe de ações da LPL Financial, citado pela CNBC. “A mensagem é: ‘vocês estão errados”, acrescenta.

Esta quarta-feira foram divulgadas as minutas da última reunião do banco central dos Estados Unidos, onde a Fed sinaliza um aumento de 50 pontos base dos juros nas próximas seis reuniões até ao fim do ano. Além disso, deverá começar a reduzir o número de obrigações que detém, a um ritmo máximo de 95 mil milhões de dólares por mês.

“Acho que o mercado de ações está a ter a ideia de que 60 mil milhões de dólares em títulos do Tesouro e 35 mil milhões em hipotecas estão a começar a tornar-se reais”, diz James Caron, do Morgan Stanley Investment Management, citado pela CNBC. “Se a Fed fizer outro aumento de 50 pontos base em maio e outro de 50 pontos base em junho, está a começar a ficar mais real. Certamente não é um vento favorável para as ações“, acrescenta.

Os rendimentos do Tesouro a dez anos saltaram mais de 2,65% para um máximo de três anos esta quarta-feira, mantendo-se perto desse patamar após a divulgação das atas da Fed.

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Um morto em protestos contra o aumento dos preços no Peru

  • Lusa
  • 6 Abril 2022

O governo aboliu o imposto sobre os combustíveis e decretou um aumento de 10% no salário mínimo. Mas os protestos continuam contra os preços dos combustíveis e do custo de vida.

Um manifestante morreu esta quarta-feira no sul do Peru em confrontos com a polícia, que resultaram também em vários feridos, em mais um dia de protestos contra o aumento do custo de vida, adiantou fonte do hospital de Ica. “Foram admitidos 15 feridos, 12 polícias e três manifestantes, incluindo um em estado grave. Um civil morreu após a sua chegada [ao hospital] após os confrontos”, explicou Carlos Navea, diretor do Hospital de Ica, localidade 300 quilómetros a sul de Lima.

Naqueles protestos, manifestantes bloquearam o trânsito na estrada Panamericana, o principal eixo rodoviário para veículos de mercadorias entre a América do Norte e a América do Sul. A violência eclodiu ao final da manhã quando a polícia tentou retirar várias dezenas de manifestantes que estavam a bloquear o acesso a esta região, onde operam muitas empresas agroalimentares.

O manifestante que morreu na sequência dos confrontos era um trabalhador rural, de 25 anos, adiantou à rádio local um representante dos muitos agricultores da região. Na segunda-feira, os condutores de veículos de transporte convocaram uma greve em todo o país, em protesto contra o aumento dos combustíveis.

Em resposta, o Presidente do Peru, Pedro Castillo, declarou na segunda-feira à noite o estado de emergência e recolher obrigatório na capital, Lima, e na cidade portuária vizinha de Callao, onde vivem 10 milhões de pessoas. Mas Pedro Castillo levantou na terça-feira à noite o estado de emergência, após pressão popular e do parlamento, onde a oposição tem maioria.

Os confrontos voltaram a eclodir na terça-feira à noite em Lima, com manifestações em vários bairros onde foi pedida a saída de Castillo e onde vários edifícios públicos e empresas foram vandalizados. Segundo o Ministério do Interior, 25 polícias ficaram feridos.

Esta é a primeira revolta social enfrentada pelo Presidente Castillo, ex-professor e sindicalista de 52 anos, desde sua eleição em julho de 2021. O governo aboliu o imposto sobre os combustíveis na semana passada, para apaziguar a situação e também decretou um aumento de 10% no salário mínimo que atingirá o equivalente a 277 dólares (cerca de 254 euros) a partir de 1 de maio.

No entanto, estas medidas foram consideradas insuficientes para a Confederação Geral dos Trabalhadores Peruanos (CGTP), o principal sindicato do país, que já marcou novos protestos para quinta-feira.

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Marcelo volta a visitar ilha de São Jorge na Páscoa

  • Lusa
  • 6 Abril 2022

O Presidente da República já esteve a 27 de março na ilha de São Jorge. Empresários da ilha avisam que podem fechar se não forem adotadas “medidas urgentes” para mitigar efeito da crise sísmica.

O Presidente da República e o presidente do Governo dos Açores deslocam-se a São Jorge na Páscoa, na sequência da crise sismovulcânica iniciada a 19 de março naquela ilha do arquipélago açoriano, anunciou esta quarta-feira o chefe do executivo regional.

Em declarações aos jornalistas à margem de uma cerimónia no Palácio de Sant’Ana, José Manuel Boleiro indicou que, a 14 e 15 de abril, quinta-feira e sexta-feira Santa, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vai acompanhá-lo numa visita à ilha de São Jorge, que está com o nível de alerta vulcânico V4 (ameaça de erupção) de um total de sete, em que V0 significa “estado de repouso” e V6 “erupção”.

Bolieiro revelou ainda que se vai reunir com o Núcleo de Empresários de São Jorge, lembrando ter dito que “não estaria indiferente a preparar, caso se mostrasse necessário” medidas para apoiar o tecido empresarial, dependendo se a crise fosse de curta ou longa duração.

José Manuel Boleiro destacou os condicionalismos económicos ainda associados à pandemia da covid-19, a par da intervenção militar russa na Ucrânia e da crise sismovulcânica, referindo que o executivo açoriano está “atento”, tendo “refletido sobre esta matéria em sede do Conselho do Governo”. “Lidaremos depois com os factos e, desde logo, com aquilo que corresponde à comprovada perda de rendimentos subsequente e consequente à situação sismovulcânica, que agora ocorre e geradora de uma crise”, afirmou.

Marcelo Rebelo de Sousa esteve a 27 de março na ilha de São Jorge, acompanhado pelo presidente do Governo Regional dos Açores, tendo visitado estações de acompanhamento da crise e assistido a um briefing do Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA).

O líder dos empresários de São Jorge, Mário Veiros, alertou terça-feira que há empresas na ilha que podem fechar se não forem adotadas “medidas urgentes” para mitigar os impactos económicos da crise sísmica. “No caso do turismo, há uma série de serviços turísticos que são unipessoais, no máximo com duas pessoas, que prestam serviços de turismo de aventura, entre outros, e que se perderão, porque não faturam devido a terem tido o último cliente em outubro”, refere o presidente do Núcleo de Empresários de São Jorge, em declarações à Agência Lusa.

A ilha de São Jorge, nos Açores, contabilizou mais de 27.620 sismos, 229 dos quais sentidos pela população, e dois abalos vulcanotectónicos, desde o início da crise sismovulcânica a 19 de março, segundo os dados oficiais mais recentes. O sismo de maior magnitude (3,8 na escala de Richter) ocorreu no dia 29 de março.

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