CEO do BPI quer adicional da banca a pagar requalificação dos trabalhadores
João Pedro Oliveira e Costa diz que não faz sentido manter o adicional de solidariedade sobre a banca. Mas se Governo quiser continuar com imposto, que se concretize onde deva ser aplicado.
O presidente do BPI tem ideias para o adicional de solidariedade que é aplicado ao setor desde o início da pandemia e custou 3,9 milhões ao banco no primeiro trimestre. “Por que não atribuir esse valor para requalificação das pessoas da banca?”, sugeriu João Pedro Oliveira e Costa relativamente a um imposto que considera que “não faz sentido continuar a existir”. Contudo, caso se entenda que os bancos devem continuar a pagar, então devia haver objetivos concretos para a sua aplicação.
O imposto em causa, o adicional de solidariedade sobre o setor bancário, foi introduzido em 2020 com o intuito de reforçar a resposta do Estado à crise da pandemia. Entretanto, já ultrapassado o pico da crise, o imposto manteve-se no Orçamento do Estado para 2022.
Oliveira e Costa está contra a manutenção do adicional de solidariedade, considerando ser “um imposto cego”, que “foi criado determinado para um objetivo que terminou”.
Mas “se se entender que realmente devemos continuar pagar esse valor, (…) sugeria que se que fizesse com objetivos concretos: por que não atribuir esse valor para requalificação das pessoas da banca, para investimento em tecnologia, educação, ciência?”, sugeriu o CEO do BPI na apresentação dos resultados trimestrais do banco.
Vendo como difícil que o Governo deixe cair o imposto, Oliveira e Costa defende que deve haver “uma concretização mais direta desses valores” que o Estado arrecada com o imposto adicional sobre o setor.
“É uma sugestão, como bom aluno cabe-me cumprir o que é destinado e tentar sugerir para melhor”, disse.
BFA na bolsa? “Encaramos com bons olhos essa possibilidade”
Em relação ao angolano BFA, onde o BPI detém uma posição financeira de 48,1%, Oliveira e Costa revelou que uma das soluções para alienar a sua participação poderá passar pela bolsa de Angola.
“Se for conveniente e ser nos entendermos juntamente com o nosso parceiro [Unitel] que a abertura do capital em bolsa em Angola é uma possibilidade, encaramos com bons olhos essa possibilidade”, afirmou. “Poderá ser essa uma das soluções para a situação que temos”, acrescentou o responsável.
O BFA seguiria assim os passos de outro banco angolano, o BAI, que anunciou a entrada na bolsa de Luanda no mês passado.
O BPI registou lucros de 49 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, o que representa uma descida de 18% em relação ao mesmo período de 2021.
(Notícia atualizada às 12h57)
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