Juros da dívida portuguesa a dez anos atingem os 2,5%
Ainda em dezembro de 2020 a taxa a dez anos era negativa. Um ano e meio depois, os juros da dívida portuguesa a 10 anos estão nos 2,5%. É o valor mais elevado em cinco anos.
Os juros da dívida portuguesa a dez anos atingiram na manhã desta terça-feira os 2,5%, o que não acontecia desde setembro de 2017, ou seja, há quase cinco anos, de acordo com os dados da Refinitiv/Reuters. Porém, neste momento, a taxa de juro de referências da República está a aliviar ligeiramente, mas continuam perto daquele patamar (2,497%).
Os juros de 2,5% agora “exigidos” pelos investidores no mercado secundário para comprar a dívida portuguesa contrastam completamente com o mínimo atingido nesta mesma maturidade em dezembro de 2020, com uma taxa negativa de 0,052%. O IGCP, a agência que gere a dívida pública, chegou mesmo a emitir no mercado primário dívida a dez anos com taxa negativa, algo inédito.
Contudo, desde então, a taxa de inflação acelerou significativamente, o que foi acentuado pela invasão russa na Ucrânia, e a política monetária do Banco Central Europeu (BCE), em conjunto com a de outros bancos centrais, começou o processo de normalização. Mais recentemente, o BCE tornou claro que irá subir os juros em breve, acabando com a era dos juros negativos até setembro.
Evolução dos juros da dívida portuguesa a dez anos
A eventual subida dos juros diretores por parte do banco central da Zona Euro já está a ser antecipada nos mercados internacionais, refletindo-se desde logo nas cotações das obrigações soberanas no mercado secundário.
No caso de Portugal, as únicas taxas que ainda continuam negativas são nos prazos a três e seis meses. A um ano, os juros estão nos 0,3%.
Esta tendência de subida dos juros soberanos é transversal a todos os prazos e aos 19 países da Zona Euro.
No caso da Alemanha, que serve de referência para efeitos de comparação, os juros a dez anos tocaram nos 1,3%, um máximo de 2014.
Em Espanha, os juros a dez anos estão ligeiramente abaixo dos de Portugal, nos 2,4%, máximos de agosto de 2014. Já os juros italianos a dez anos negoceiam nos 3,4%.
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