Receios de recessão levam bolsas a caírem mais de 3%
Nos EUA, Reino Unido e Suíça, bancos centrais subiram as taxas para travar a inflação, mas investidores receiam que aperto financeiro possa levar a uma recessão económica.
As bolsas europeias caíram esta quinta-feira, com os investidores preocupados com a vaga de subida das taxas nos EUA, Reino Unido e Suíça, receando que um aperto agressivo das condições financeiras para travar a inflação possa levar as economias a uma recessão.
O índice de referência nacional, o PSI, caiu 2,06% para 5.888,36 pontos, com 12 cotadas a fecharem abaixo da linha de água. A Galp tombou 6,24% para 11,74 euros num dia em que os preços do petróleo cedem 0,45% para 117,86 dólares por barril. O BCP também cedeu mais de 4% e a EDP Renováveis recuou 1,65%.
Galp afunda 6%
Lá por fora, o Stoxx 600 caiu mais de 2% e as praças de referência em Madrid, Frankfurt, Paris e Milão registaram quedas entre 1% e 3%, enquanto Wall Street apresenta descidas de mais de 3%.
Os analistas explicam que as desvalorizações das ações se prendem com os receios de que as ações dos bancos centrais para travar a escalada da inflação possa provocar uma recessão da economia. Ontem, a Reserva Federal norte-americana aumentou as taxas em 75 pontos base, no maior aumento desde 1994. Hoje foram os bancos centrais de Inglaterra e da Suíça a subirem as taxas em 50 pontos e 25 pontos base, respetivamente.
“Os mercados acionistas tiveram outro dia doloroso com os bancos centrais a continuarem a dar sinais de que estão dispostos a sacrificar a economia para ter a inflação sob controlo”, referiu Craig Erlam, analista da Oanda.
No mercado de dívida secundário, os juros aliviam da pressão dos últimos dias, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter anunciado que vai criar uma ferramenta para travar uma crise da dívida soberana. As taxas portuguesas, espanholas e italianas a dez anos cedem pelo segundo dia. A yield italiana recua para 3,845%, depois de ter atingido os 4,3% na terça. A taxa portuguesa cai para 2,85%.
Em sentido contrário, a taxa alemã no mesmo prazo sobe para 1,711%, o que significa que o prémio de risco da periferia da Zona Euro está a estreitar-se em relação à Alemanha.
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