Pedro Nuno Santos chama pilotos da TAP após ameaça de greve
Ministro da tutela vai receber sindicatos dos pilotos da TAP esta quinta-feira à tarde, depois de a administração da empresa ter decidido recusar a realização de plenário que poria em causa 120 voos.
O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, vai reunir-se esta quinta-feira com os pilotos da TAP, no rescaldo da decisão da administração da companhia aérea de impedir a realização de um plenário na sexta-feira de manhã, alegando que este poria em causa 120 voos.
A informação foi incluída num comunicado do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), divulgado esta quarta-feira à noite. O ECO apurou que o encontro estará marcado para as 15h00.
No domingo passado, a TAP anunciou que vai reduzir em 10% o corte que os pilotos sofreram nos vencimentos e aumentar o patamar a partir do qual aplicará reduções nos salários dos restantes trabalhadores. As estruturas representativas dos pilotos não ficaram satisfeitas, pois exigiam uma redução maior.
A relação entre administração e pilotos foi azedando depois disso. Na segunda-feira, o SPAC deixava no ar a sugestão de uma paralisação: “Paira no ar a sensação de que a administração da TAP está a tentar empurrar os pilotos para uma greve”, rematou o sindicato. Declaração que caiu com estrondo junto da liderança da empresa, com a CEO Christine Ourmières-Widener a avisar um dia depois que uma greve de pilotos teria um “impacto crítico” para o futuro da companhia aérea.
O verniz estalou esta quarta-feira quando a administração decidiu recusar aos pilotos a realização de um plenário que estava marcado para sexta-feira de manhã. Com uma adesão estimada em 400 pilotos pela própria empresa, tal poria em causa 120 voos, justificou a companhia.
Horas depois, surge a reação do SPAC: “O SPAC viu hoje [quarta-feira] recusada pela TAP o exercício do seu direito de reunião com os trabalhadores nas instalações da empresa, com base no alegado risco de não serem assegurados serviços essenciais e urgentes pelos pilotos, se a reunião tivesse lugar. O SPAC cumpriu todos os preceitos legais e necessários para a realização da reunião de trabalhadores nas instalações da TAP, negando com veemência os números avançados pela transportadora, relativamente a eventuais prejuízos resultantes da pausa na operação”, garante o sindicato.
Os pilotos vão mais longe, dizendo que “hoje, dia 22 de junho de 2022, a administração da TAP entrou para a história de Portugal como a primeira que desrespeita e proíbe o exercício legítimo dos direitos laborais aos seus pilotos”. “Com esta decisão, uma empresa que tem por lema ‘Pessoas e Cultura’ demonstra que primeiro está ‘esta cultura’, e só depois estão as pessoas”, atira.
“A TAP optou por negar os direitos mais básicos dos seus trabalhadores, seguindo uma linha de atropelos às condições de trabalho e ao exercício de direitos garantidos por lei. No contexto da audiência com o ministro das Infraestruturas e da Habitação, a realizar amanhã, o SPAC não deixará de sinalizar mais esta violação da lei por parte da administração da TAP”, conclui o sindicato.
(Notícia atualizada pela última vez às 20h56)
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