Espanha vai agravar impostos sobre lucros das petrolíferas e elétricas em 2023
"A carga desta situação tão dolorosa tem de ser partilhada com justiça" e "quem mais obtém deve dar mais ao esforço coletivo", afirmou o primeiro-ministro espanhol.
Espanha vai avançar com o agravamento de impostos sobre os lucros das empresas energéticas, atendendo à subida dos preços, anunciou este sábado o primeiro-ministro Pedro Sánchez. O Governo espanhol espera que esta medida esteja em vigor em janeiro de 2023, depois de a proposta do Governo passar pelo parlamento.
“A carga desta situação tão dolorosa tem de ser partilhada com justiça” e “quem mais obtém deve dar mais ao esforço coletivo”, afirmou, referindo que estão em causa, em relação a estas empresas (petrolíferas e elétricas), “ganhos absolutamente injustificados com o aumento dos preços da energia”.
Sánchez falava em Madrid, numa conferência de imprensa no final de um conselho de ministros extraordinário que aprovou um pacote de medidas no valor de 9.000 milhões de euros de apoios a famílias e empresas e benefícios fiscais até ao final do ano para responder ao impacto da guerra da Ucrânia na economia, em especial, à escalada dos preços. O Governo espanhol já tinha aprovado um pacote anterior, em março, de 6.000 milhões de euros.
Em relação aos impostos sobre os lucros das petrolíferas e elétricas, Sánchez defendeu que “é uma medida em sintonia com a opinião pública” do país e “com medidas similares noutros países europeus”, além de seguir as recomendações de diferentes organismos internacionais”, como a Comissão Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI).
O líder do Governo espanhol, uma coligação de socialistas com uma plataforma de partidos da extrema-esquerda, disse que a proposta que o Executivo vai levar ao parlamento ainda está a ser desenhada, mas vai responder à necessidade de haver uma “divisão justa dos encargos sociais e económicos” da crise, não sendo aceitável que “alguns saiam beneficiados à custa do prejuízo da maioria”.
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