Eurodeputados portugueses opuseram-se a classificar gás e nuclear como investimentos verdes. Mas houve três ausências
Os eurodeputados portugueses estiveram alinhados no momento de votar pela não consideração do gás e energia nuclear como investimento sustentável. Houve, porém, três ausências: Matias, Rangel e Melo.
Os eurodeputados portugueses foram unanimemente a favor na votação da moção que se opunha à iniciativa europeia de passar a considerar alguns investimentos na área do gás e energia nuclear como sustentáveis. Apesar da posição dos representantes portugueses no Parlamento Europeu, a moção não reuniu consenso suficiente e portanto não impediu, como pretendia, a inclusão destas fontes energéticas na taxonomia europeia.
A moção em causa precisava de reunir 353 votos a favor, mas conseguiu apenas 278, sobrando 328 contra e 33 abstenções. Desta forma, ficou determinando que as alterações à taxonomia europeia – onde são listados os investimentos considerados sustentáveis – entrem em vigor a partir de janeiro do próximo ano. Isto, caso o Conselho Europeu, constituído pelos Estados-membros, também não levante objeções até à próxima segunda-feira, adianta a agência Lusa.
Marisa Matias, Nuno Melo e Paulo Rangel foram os únicos três eurodeputados portugueses que não estiveram na votação. O voto a favor destes três eurodeputados não teria mudado o resultado final.
Ao ECO/Capital Verde, Paulo Rangel explica que ficou impossibilitado de estar presente pois, na sequência do congresso do PSD que decorreu no passado fim de semana, partido do qual é vice-presidente, foi recebido esta terça-feira pelo presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pelas 17 horas. Terminada a reunião, não encontrou alternativas para regressar a Estrasburgo a tempo da votação. Referiu, contudo, estar solidário com a posição que definiu em conjunto com a delegação do PSD, a qual decidiu votar a favor da objeção. Na visão deste grupo, com a moção, “não se está a matar estas energias [nuclear e gás]”, mas entende que os fundos europeus devem ser canalizados antes para as energias renováveis.
Contratempos semelhantes encontrou a eurodeputada Marisa Matias. De acordo com fonte oficial do Bloco de Esquerda, Matias tentou deslocar-se de comboio para Estrasburgo, a partir de Bruxelas, na segunda-feira, mas este foi cancelado por interrupções na linha, tendo a viagem sido remarcada para terça-feira. Já terça-feira houve greve dos comboios em França, o que voltou a impedir a deslocação e, também no caso desta eurodeputada, não foram encontradas alternativas para chegar atempadamente à votação. No entanto, garante a mesma fonte, o voto teria sido favorável, posição que subscreveu como membro da Comissão de Ambiente e Saúde Pública, tendo sido uma das autoras da moção.
Quanto ao eurodeputado Nuno Mello, não foi possível obter um esclarecimento até ao fecho deste artigo sobre os motivos que levaram à respetiva ausência.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Eurodeputados portugueses opuseram-se a classificar gás e nuclear como investimentos verdes. Mas houve três ausências
{{ noCommentsLabel }}