PSD pede audição do ministro da Administração Interna sobre esquadra no Porto
"Episódios como os dos tempos recentes agudizam a sensação de insegurança", disse Paulo Cunha, vice-presidente do PSD.
O PSD vai apresentar um requerimento para a audição do ministro da Administração Interna a propósito do encerramento da esquadra do Porto, anunciou esta segunda-feira um dos vice-presidentes do partido, que acusou o Governo de “falta de humildade” e “insensibilidade”.
“O grupo parlamentar do PSD apresentará de imediato um requerimento para convocar o ministro da Administração Interna [José Luís Carneiro] ao parlamento, não só para partilhar com os parlamentares as causas que estão relacionadas com este episódio e outros, mas sobretudo para deixar uma garantia aos portugueses que estes fenómenos não se repetirão“, afirmou o vice-presidente do PSD Paulo Cunha.
Numa conferência de imprensa na sede distrital do PSD/Porto, Paulo Cunha salientou que o partido está “preocupado”, sobretudo porque a suspensão temporária do atendimento na 9.ª Esquadra da PSP no Porto, na zona do Infante, é, à semelhança da extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), “mais um episódio” que contribui para a perceção de insegurança dos portugueses.
“Episódios como os dos tempos recentes agudizam a sensação de insegurança”, observou, dizendo que este é mais um “episódio lamentável” que merece a reprovação do PSD. Para Paulo Cunha, a suspensão temporária da esquadra do Porto reflete a “tremenda insensibilidade” e “falta de humildade” do Governo em relação à segurança interna do país. “É suposto haver um pouco mais de humildade e reconhecer que o Governo falhou, como lamentavelmente tem falhado noutras situações“, notou, culpando ainda o Governo de “desinvestimento” neste setor.
Lembrando que o Governo está há “sete anos em exercício e não apenas há meia dúzia de dias”, o vice-presidente dos sociais-democratas destacou ainda o “casuísmo” e “descoordenação” dos governantes. “O Governo apregoa que está próximo das autarquias, que as ausculta antes de tomar decisão e não foi capaz de informar o autarca do Porto dando nota da situação“, lamentou Paulo Cunha.
Questionado pelos jornalistas sobre que propostas apresentava a nova direção do PSD para resolver alguns dos problemas de segurança interna, como a falta de efetivos, aquele vice-presidente do PSD salientou que o partido está a dar os “primeiros passos” na criação da mesmas, defendendo que esta é uma “questão mais abrange e lata”.
“Quem governa Portugal é o PS, que é a quem compete apresentar soluções. Os portugueses não quiseram que fosse o PSD a Governar”, referiu, garantindo, contudo, que se fosse o PSD a governar o país “não estaria nesta situação” e o partido “não deixaria que tudo isto se arrastasse”. Paulo Cunha acusou ainda o Governo de “autismo” por “simplificar o que é complexo e banalizar o que é relevante”.
“Este Governo foi descuidado e irresponsável na forma como tratou desta matéria”, acrescentou. O ministro da Administração Interna esclareceu esta segunda que a esquadra da PSP na baixa do Porto suspendeu temporariamente o atendimento e esta decisão de “ajustamento do horário” de funcionamento “não é a primeira vez que acontece” no país.
“A esquadra não foi encerrada, suspendeu o encerramento até às 16:00 da tarde”, disse José Luis Carneiro aos jornalistas no final de uma reunião com direção nacional da Polícia de Segurança Pública no Comando Metropolitano de Lisboa para análise da gestão do efetivo e das infraestruturas policiais.
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