5 coisas que vão marcar o dia

Galp apresenta resultados. Vodafone pode dar mais detalhes sobre uma eventual operação de consolidação. Preços dos combustíveis deverão descer nas bombas. E a Ryanair enfrenta uma greve em Espanha.

Esta segunda-feira, a Galp apresenta os resultados do trimestre – que vão ser particularmente escrutinados, depois de a empresa ter admitido que a margem de refinação disparou com a evolução do mercado do petróleo. É ainda publicado pelo regulador dos serviços energéticos mais um relatório semanal de análise aos preços dos combustíveis cobrados pelas gasolineiras.

Galp tem “lucros excessivos”?

A Galp Energia, uma das principais cotadas da bolsa de Lisboa, apresenta hoje os resultados do primeiro semestre de 2022. Em 13 de julho, a empresa publicou a habitual súmula do desempenho operacional no último trimestre, mostrando que a margem de refinação disparou de 6,9 para 22,3 dólares por barril de petróleo. Numa altura de particular sensibilidade para com os preços altos dos combustíveis, os resultados da Galp serão fortemente escrutinados.

ERSE analisa preços dos combustíveis

A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) publicará mais um relatório semanal de análise aos preços dos combustíveis, uma medida solicitada pelo Governo para aferir se as gasolineiras estão a cobrar margens excessivas aos clientes. O dia também deverá trazer boas notícias para as famílias portuguesas, que poderão assistir a uma descida de quatro cêntimos por litro no preço da gasolina e do gasóleo.

Há consolidação na Vodafone?

O Grupo Vodafone apresenta hoje os resultados do primeiro trimestre do ano fiscal, que compreende o período de abril a junho. No ano passado, nestes três meses, a empresa conseguiu receitas de 258 milhões de euros em Portugal, um crescimento homólogo de 7,5%. Mas os investidores vão querer saber como estão os planos de consolidação da Vodafone num conjunto de mercados previamente identificados, onde se inclui o português. O leilão do 5G trouxe duas novas operadoras para o país e a Vodafone está convicta de que o mercado é pequeno demais para cinco empresas.

É dia de exames nacionais

Continua a temporada de exames finais nacionais da 2.ª fase no ensino secundário, que decorre até 27 de julho. Hoje, o dia é particularmente importante. Pelas 9h30, têm início os exames nacionais de Matemática A para os alunos do 12.º ano abrangidos, de Matemática B para os alunos do 11.º e de Matemática Aplicada às Ciências Sociais, também para os alunos do 11.º. À tarde, pelas 14h00, começa o exame de Filosofia (11.º).

Ryanair enfrenta greve em Espanha

É hoje que começa a greve de tripulantes de cabine da Ryanair em Espanha, decretada por duas estruturas sindicais. Os profissionais protestam pelo início das negociações de um acordo coletivo que inclua “condições de trabalho dignas”, entre outras reivindicações. A paralisação deverá gerar constrangimentos nos voos da empresa nos dez aeroportos espanhóis em que a Ryanair opera, incluindo Madrid e Barcelona. Deverá continuar até à próxima quinta-feira.

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Férias nos EUA e Brasil estão mais caras. Saiba os destinos onde o euro mais rende este verão

  • Joana Abrantes Gomes
  • 25 Julho 2022

Turquia e Argentina podem ser escolhas acertadas para viajar este verão, tendo em conta a valorização do euro face às divisas desses países no último ano. Viajar para os EUA ou Brasil ficou mais caro.

Se quer viajar para fora este verão, mas ainda está a decidir qual o destino, é importante ter em conta o poder de compra. Com o valor do euro a perder terreno em relação a muitas moedas, incluindo face ao dólar, alguns dos destinos preferidos dos portugueses, como Cuba, Brasil e México, ficaram mais caros. Já a Argentina e a Turquia surgem entre as opções mais baratas.

De acordo com as contas feitas pela Ebury, empresa especializada em pagamentos internacionais e gestão de câmbios, o ranking dos países cujas moedas mais valor perderam face ao euro nos últimos 12 meses é liderado pela Turquia. Atualmente, o euro vale cerca de 17,77 liras turcas, tendo valorizado mais de 72% face à lira num ano.

Desde há um ano, o euro valorizou 72,26% face à lira turca.

Na base dessa queda significativa está a interferência do Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, na política monetária do país, cuja ordem é para manter os juros baixos, priorizando o crédito e as exportações. Neste contexto, a inflação atingiu 78,6% em junho em relação ao mesmo mês de 2021, o que diminui o poder de compra da população do país, mas constitui um aumento de poder de compra para os portugueses (e restantes cidadãos da Zona Euro) que para lá viajarem neste momento.

Bastante longe da valorização face à moeda turca, a Argentina, o Japão, o Egito e a Polónia completam o ‘top 5’ dos destinos onde o euro ganhou mais força. No caso da Argentina, o euro valorizou quase 12% no espaço de 365 dias, valendo agora cerca de 131,02 pesos argentinos. Aqui, a justificação prende-se especialmente com a dívida do país ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

face ao iene japonês, a divisa comunitária valorizou 4,75% num ano, motivado sobretudo por fatores como a guerra na Ucrânia e os aumentos das taxas de juro pela Reserva Federal dos EUA, que têm afetado os mercados asiáticos, enquanto o banco central do Japão tem mantido as taxas de juro mais baixas. No entanto, o Governo nipónico mantém algumas medidas de controlo fronteiriço devido à pandemia, não sendo permitida a visita de turistas estrangeiros, pelo que não é uma opção viável para viajar este verão.

O mais e o menos da força do euro face às moedas concorrentes

Fonte: Ebury | Variação entre 13 de julho de 2021 e 13 de julho de 2022

Em contrapartida, são mais os destinos que saem agora mais caro aos bolsos dos portugueses. Logo à cabeça está a Rússia: apesar das sanções da União Europeia, o rublo está em máximos de dois anos em relação ao euro, com a moeda comunitária a valer neste momento 59,15 rublos, quando há um ano valia 87,5. Num ano, o euro desvalorizou 33,02% em relação ao rublo.

Esta recuperação da moeda russa explica-se, em parte, pelos controlos financeiros implementados por Moscovo e por um fluxo constante de pagamentos pelo petróleo e gás russos. No entanto, na sequência da invasão da Ucrânia e consequente redução de ligações aéreas internacionais, o Governo português desaconselha todas as deslocações para a Federação Russa.

O euro tem perdido rapidamente o seu valor também face a um dólar cada vez mais forte: pela primeira vez em 20 anos, as duas moedas atingiram a situação de paridade na semana passada. Desde há um ano, a moeda única europeia depreciou mais de 15% em relação ao dólar, devido não só ao habitual papel de refúgio que o dólar desempenha para os investidores em tempos de instabilidade como o atual, como também à perspetiva de recessão na Zona Euro e à diferença no ritmo de subida de taxas de juros dos bancos centrais.

Ao contrário dos europeus, os turistas norte-americanos têm agora um poder de compra acrescido na Zona Euro.D.R.

Contudo, a desvalorização do euro face ao dólar pode ser uma vantagem para o bloco económico comunitário. Como destaca ao ECO o diretor-geral da Ebury Portugal, David Brito, “se pensarmos nos turistas que a Europa pode vir a receber, vemos que, no caso dos Estados Unidos – que é um dos principais emissores de turistas para alguns países como Espanha, por exemplo, e também tem vindo a ganhar muita expressão em Portugal –, os seus cidadãos encontrarão este ano um incentivo adicional para viajar”.

Cuba, um dos destinos de viagem preferidos dos portugueses, também é agora um país mais caro para o euro. A divisa comunitária equivale agora a 24,41 pesos cubanos, quando em julho do ano passado valia cerca de 28,3 pesos. Significa isto que os portugueses e restantes cidadãos da Zona Euro que o euro comprará agora menos bens nesta ilha caribenha.

O ‘top 5’ de países onde o euro mais perdeu força fica completo com os Emirados Árabes Unidos e o Vietname. Enquanto o euro desvalorizou 14,89% face ao dirham no espaço de um ano, a moeda única europeia caiu mais de 12% face ao dong no mesmo período.

Outros destinos que figuram entre as preferências dos portugueses na hora de tirar férias, mas que podem agora não ser boas escolhas são, por exemplo, o Brasil e o México: nestes países, o euro depreciou 11,44% e 11,06% em relação ao real e ao peso mexicano, respetivamente. Nota também para a Suíça, país com uma grande comunidade portuguesa, onde a divisa comunitária perdeu 9,50% do poder que tinha há um ano face ao franco.

Há um ano, um euro valia 6,13 reais; agora, a moeda comunitária equivale a 5,45 reais.EPA/MARCELO SAYAO

A Ebury sublinha ainda que, além das diferenças nos preços dos destinos, o panorama atual, marcado pelos efeitos da inflação, a guerra na Ucrânia e a paridade euro/dólar, poderá afetar o poder de compra das famílias. O impacto mais imediato da paridade para os bolsos dos cidadãos será o aumento dos preços no geral.

Um dólar mais caro vai fazer com que as importações fiquem mais caras. Como se sabe, grande parte das matérias-primas são cotadas em dólares. Assim, esta alta do dólar faz com que as importações fiquem mais caras, tendo como efeito final o aumento dos preços que afetará, inevitavelmente, os bolsos dos cidadãos”, detalha David Brito.

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Dona do h3 investe cerca de dois milhões e está a recrutar. Tem 101 vagas e procura perfis de gestão

Leonel Branquinho é o novo diretor de pessoas & organização do Grupo Real Food. À Pessoas explica as iniciativas que o grupo de restauração está a levar a cabo para atrair e reter talento.

O grupo português Real Food conta investir este ano 2 milhões de euros na expansão da rede de restaurantes h3 e O Tomatino e está a recrutar. Tem 101 vagas. “Estamos mais focados no recrutamento das equipas de gestão com experiência em liderança de equipas“, adianta Leonel Branquinho, diretor de pessoas & organização do Grupo Real Food, à Pessoas.

Já com uma rede de são 79 espaços (10 Café3, 18 O Tomatino e 51 h3), este ano o grupo conta investir 1,2 milhões de euros na abertura de três h3 e cinco O Tomatino — um dos h3 previstos já abriu no Fórum Algarve e o primeiro dos cinco O Tomatino acontece já amanhã no Fórum Algarve — valor a que acresce 800 mil euros na compra e remodelação de uma cozinha central, a Real Kitchen. Um movimento de expansão que vai ser acompanhado por um reforço da equipa.

“Em termos de perfil, estamos mais focados no recrutamento das equipas de gestão com experiência em liderança de equipas. No imediato, temos 101 vagas para preencher. A nossa opção inicial é sempre, numa primeira fase, valorizar o talento interno e, depois, preencher as vagas que faltam”, adianta Leonel Branquinho.

Estamos focados nas equipas de gestão com experiência em liderança porque sabemos que este tipo de perfil tem mais autonomia, maior aptidão para a resolução de problemas, de motivação das equipas e capacidade de trabalho. Por norma, têm também uma maior polivalência e conseguem adaptar-se mais facilmente aos mais variados contextos.

Leonel Branquinho

DRH grupo Real Food

Depois de quatro anos como gestor de pessoas da multinacional Cerealto Siro Foods, fabricante de produtos de alimentação para grandes cadeias de distribuição e empresas de alimentação no setor B2, Leonel Branquinho tem desde o início do ano sob a sua alçada a direção de recursos humanos do grupo de restauração e das equipas h3, Café3 e O Tomatino, num total de mais de 1.000 colaboradores.

“Estamos focados nas equipas de gestão com experiência em liderança porque sabemos que este tipo de perfil tem mais autonomia, maior aptidão para a resolução de problemas, de motivação das equipas e capacidade de trabalho. Por norma, têm também uma maior polivalência e conseguem adaptar-se mais facilmente aos mais variados contextos. A pandemia foi, provavelmente, o principal fator que desencadeou este ciclo”, refere o diretor de pessoas & organização do Grupo Real Food, à Pessoas.

Leonel Branquinho, DRH do grupo Real Food

A crise sanitária provocada pelo Covid-19 impactou fortemente a restauração — obrigado a fechar portas durante meses ou a trabalhar com fortes limitações — tendo levado a mudanças na forma de trabalhar no setor, com o delivery a ganhar expressão.

“O delivery ganhou de facto um grande peso no nosso negócio. E olhamos para ele quase como um negócio ‘paralelo’ ao da venda ao balcão. Foi necessário adaptar os espaços, os procedimentos e em alguns casos até as receitas dos nossos pratos”, explica o DRH.

Não existe propriamente um perfil para o delivery. O que mudou é que todas as pessoas que trabalham nos nossos restaurantes têm de ter capacidade para servir, da mesma forma e com a mesma qualidade, um cliente que esteja no balcão e um cliente que esteja em casa com a família, à espera de uma refeição”, continua.

Atrair e reter talento com aposta na formação

A pandemia levou igualmente a uma ‘fuga’ dos colaboradores do setor de restauração levando a dificuldades na atração do talento para esta atividade. A atração de colaboradores no mercado externo tem sido um tema muito discutido pelo setor do turismo e, mais recentemente, o Governo anunciou novos vistos para trabalhadores estrangeiros. Poderão ajudar a mitigar o problema da escassez de talento?

Os futuros novos vistos atribuídos a cidadãos estrangeiros podem realmente ser uma mais-valia porque de momento não existe mão-de-obra suficiente disponível em Portugal para suprir as necessidades do mercado. A falta de mão-de-obra é um problema sério em vários setores não só em Portugal, atualmente, como também em muitos outros mercados europeus, que estão a passar pelo mesmo contexto”, considera Leonel Branquinho.

Estamos a fazer um grande investimento na formação das equipas de gestão intermédia e supervisão, habilitando-os com competências mais específicas de gestão. Queremos que se sintam mais capacitados e mais ‘donos’ do seu restaurante. Por outro lado, apostamos muito na evolução de carreira e a nossa prioridade passa sempre por valorizar os nossos colaboradores.

Leonel Branquinho

DRH do grupo Real Food

Para atrair e reter o talento o grupo Real Food tem vindo a desenvolver “parcerias estratégicas com Universidades e polos de formação profissional“; bem como com “empresa externas para potenciar e acelerar as fontes de captação”, e ainda a “flexibilizar” as políticas de contratação para fazer “face às necessidades e tentar ajustar as necessidades dos candidatos às necessidades da operação”, descreve diretor de pessoas & organização do grupo, dando como exemplo, a “adaptação de horários e um cuidado redobrado com os transportes dos colaboradores”.

Mas não só. “Estamos a fazer um grande investimento na formação das equipas de gestão intermédia e supervisão, habilitando-os com competências mais específicas de gestão. Queremos que se sintam mais capacitados e mais ‘donos’ do seu restaurante. Por outro lado, apostamos muito na evolução de carreira e a nossa prioridade passa sempre por valorizar os nossos colaboradores”, diz Leonel Branquinho.

“Fazemos um acompanhamento rigoroso da evolução de cada um (profissional e pessoal), criamos ferramentas específicas de formação, garantimos que todos os módulos de formação são feitos e, no final, analisamos tudo. Nos nossos restaurantes, ninguém está sozinho, todos são acompanhados diariamente e o trabalho é feito em equipa. Cuidamos sempre das nossas pessoas porque sabemos que são o nosso ativo mais importante”, assegura.

Formação que passa igualmente pela Real Kitchen. O espaço — onde o grupo investiu 800 mil euros na sua compra e remodelação — é “antes de mais, um centro de produção“, explica o diretor de pessoas & organização.

“Queremos tirar complexidade aos nossos restaurantes, garantindo uma qualidade de excelência e totalmente uniforme. Parte da produção que era feita diariamente nos restaurantes passou a ser produzida na Kitchen. É uma unidade de negócio mais industrial e estamos todos a desenvolver novas competências nesta área. Tem sido desafiante, mas é uma forma de centralizarmos todo o circuito de produção e garantir a máxima qualidade em todas as frentes”, explica.

Mas também será “um polo de desenvolvimento e formação em algumas áreas específicas”. Ou seja, formação na produção das receitas confecionadas na Kitchen (como molhos, esparregados, cebola salteada); de novas receitas/pratos antes de serem introduzidas nos restaurantes ou nos empratamentos, introduzindo melhorias relativamente aos existentes e novos pratos.

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Regulador sugere que motoristas possam trabalhar diretamente para a Uber

Regulador dos transportes propôs "reflexão" sobre a possibilidade de os motoristas, querendo, poderem trabalhar diretamente para as plataformas como a Uber e a Bolt.

O regulador dos transportes quer ver discutida a possibilidade de os motoristas de “Ubers” poderem trabalhar diretamente para as plataformas eletrónicas, se assim o pretenderem. Neste cenário, não desapareceria a figura do intermediário, vulgarmente chamado de “parceiro”, algo que, no passado, chegou a ser posto em cima da mesa.

A proposta de “reflexão” surge numa altura em que a chamada “Lei da Uber”, que veio legalizar em 2019 este tipo de aplicações em Portugal, vai regressar à discussão pública. O diploma previa que o Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) elaborasse um relatório sobre a aplicação da lei no terreno, cabendo à Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), que regula o setor, a emissão de um parecer. Esse parecer, assinado pela presidente da AMT, Ana Paula Vitorino, acaba de ser tornado público (o relatório, em si, ainda foi divulgado pelo IMT).

Na ótica da AMT, o desaparecimento da figura do intermediário – tipicamente, as empresas que gerem as frotas de automóveis e empregam os motoristas – provocaria “disrupção económica e social”. Assim, o regulador liderado por Ana Paula Vitorino propõe “consagrar a possibilidade de, querendo, os motoristas poderem estabelecer uma relação direta” com as empresas como a Uber e a Bolt, algo que só poderia avançar após “análise aprofundada, em sede própria”, defende.

Nesses casos, segundo a AMT, “deveriam ser consideradas as especificidades dessa relação”, designadamente a “presunção de laboralidade”. Ou seja, estes profissionais poderiam ser considerados, de facto, trabalhadores da própria plataforma. Para a autoridade, a medida permitiria “evitar a ‘cristalização’ do modelo tripartido”, composto pelas figuras da plataforma, do “parceiro” e do motorista.

Ao abrigo desta proposta, o regulador admite, em simultâneo, a “manutenção da figura” do intermediário, que, “caso se queira assumir como agente (operador) de transportes”, passaria a estar sujeito à “obrigatoriedade de celebração de contrato de trabalho com os motoristas”, com tudo o que isso implicaria do ponto de vista da relação de trabalho.

A proposta da AMT representa, desta forma, uma espécie de meio-termo, ao permitir a desintermediação no negócio dos “Ubers” (tecnicamente designado TVDE, ou Transporte Individual e Remunerado de Passageiros em Veículos Descaracterizados a partir de Plataforma Eletrónica), ao mesmo tempo que manteria a figura do Operador de TVDE, o referido “parceiro”. A proposta de “reflexão genérica” tenta “conjugar os vários interesses públicos em presença”, nomeadamente “as questões sociais e laborais, por um lado, e as questões relacionadas com a operação específica de transporte de passageiros”, por outro, escreve Ana Paula Vitorino.

Mas a medida é ambiciosa. A própria AMT alerta que, avançando, seria disruptiva para o setor: “Nota-se, no entanto, que esta solução implicaria alterações em todo o Regime TVDE”, lê-se no documento, assinado pela própria presidente, com a data de 10 de fevereiro de 2022.

Atualmente, segundo o mesmo documento, existem, “pelo menos, quatro tipos de contratos escritos” assinados entre os motoristas e as empresas “parceiras” das plataformas, desde contrato de prestação de serviços, contrato de aluguer, contrato de consórcio e contrato de trabalho.

Assim, os motoristas podem estar em situações laborais muito distintas. Quanto à forma de remuneração, “esta varia de operador para operador”: “Nuns casos, enquanto funcionário da empresa, têm um vencimento definido. Noutros casos, auferem a percentagem devida pelas viagens. Existem caso em que os motoristas são remunerados, exclusivamente, pela receita do tarifário, deduzido do valor correspondente ao ‘aluguer’ semanal do veículo (ao Operador de TVDE”).”

A AMT dá ainda como exemplo os pagamentos de contribuições: “Quanto às obrigações decorrentes da Segurança Social, constata-se que estas são cumpridas de duas formas. Há Operadores de TVDE que não têm qualquer responsabilidade para com os motoristas; outros limitam-se a pagar o montante mínimo devido à Segurança Social, de acordo com o valor anualmente faturado pelo motorista.”

Governo recua na Agenda do Trabalho Digno

Importa notar, porém, que o parecer da AMT é anterior à nova proposta de alteração à legislação laboral que foi entregue pelo atual Governo à Assembleia da República, no âmbito da Agenda do Trabalho Digno, sem acordo na Concertação Social. Também aqui houve um recuo notório por parte do Executivo.

O diploma que esteve em cima da mesa antes das eleições antecipadas previa a presunção de contrato de trabalho entre os motoristas e as plataformas. O objetivo era o de estabelecer indícios que permitissem o reconhecimento em tribunal de que os motoristas são trabalhadores dependentes das plataformas.

Ora, no caso concreto do setor do TVDE, existe uma terceira figura, a do “parceiro” ou Operador de TVDE, que é a entidade que contrata os motoristas. Em alguns casos, são mesmo empresas constituídas pelos próprios motoristas para irem ao encontro do que é determinado na lei.

No novo diploma agora entregue no Parlamento, pelo contrário, o Governo escreve que o contrato de trabalho pode ser presumido com a plataforma, mas também com “outra pessoa singular ou coletiva” – permitindo, por exemplo, que a presunção laboral aconteça entre o motorista e o intermediário.

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Principal entrada de mercadorias por comboio fecha na primeira metade de agosto

Troço Guarda-Vilar Formoso, da Linha da Beira Alta, vai ficar fechado por duas semanas para recuperar atraso das obras. Transportadoras terão de usar camiões para movimentar mercadorias.

Portugal vai ficar sem a principal entrada de mercadorias por comboio na primeira quinzena de agosto. O troço da Linha da Beira Alta entre Guarda e Vilar Formoso estará encerrado entre 1 e 15 de agosto, segundo informação obtida pelo ECO junto da Infraestruturas de Portugal (IP). Nesse período, boa parte das cargas terá de ser transportada por camião.

No decurso dos trabalhos em execução verificaram-se, pela natureza geológica encontrada na plataforma de via, condições significativamente mais complexas que, face à extensão envolvida, obrigam ao encerramento temporário deste troço“, assim a IP o encerramento deste troço ferroviário.

A gestora da rede ferroviária nacional também assume que “estão a ser articuladas soluções de transporte alternativo com todos os operadores ferroviários afetados” pelo encerramento.

As empresas ferroviárias de mercadorias, como a Medway e a Takargo/Captrain, terão de usar o camião para enviar as cargas aos clientes. “É um encerramento que irá ter um impacto relevante: parte da operação será suspensa e outra parte migrará para o modo rodoviário”, lamenta Miguel Rebelo de Sousa, diretor-executivo da Associação Portuguesa de Empresas Ferroviárias (APEF) e da qual fazem parte as duas transportadoras.

O mesmo responsável assinala ainda o “risco que representa” a passagem das cargas dos comboios para os camiões: “é contrário ao que se pretende, nomeadamente no que se refere à descarbonização do transporte de mercadorias”.

É um encerramento que irá ter um impacto relevante: parte da operação será suspensa e outra parte migrará para o modo rodoviário

Miguel Rebelo de Sousa

Diretor-executivo da Associação Portuguesa de Empresas Ferroviárias

Para tentar baixar os prejuízos pela interrupção da linha, a IP acena com uma “compensação financeira” pelos “sobrecustos incorridos“. Mas a APEF refere que “ainda não foram definidos” os detalhes sobre as indemnizações.

Enquanto não houver comboios na Beira Alta, a Linha do Leste, entre Elvas e Entroncamento, é a principal alternativa ferroviária disponível, apesar de esta ligação não estar eletrificada.

Encerramento surpresa

O encerramento temporário do troço Guarda-Vilar Formoso não estava contemplado no plano de investimentos Ferrovia 2020. As obras para esta ligação deveriam ter decorrido entre o final de 2017 e o primeiro trimestre de 2019, segundo o calendário de apresentação do plano, de fevereiro de 2016.

O investimento na modernização da Linha da Beira Alta é de 550 milhões de euros e levou ao encerramento, em 19 de abril, e por um período previsto de nove meses do troço Pampilhosa-Guarda. Pelo fecho deste troço “também ainda não foram formalizadas as compensações” junto das transportadoras de mercadorias por comboio.

No caso dos utentes, os comboios foram substituídos por um serviço alternativo por comboio nos troços Pampilhosa-Guarda e Guarda-Vilar Formoso, mesmo quando este troço está aberto.

Quando a ligação reabrir, as viagens de comboios para passageiros vão demorar menos 30 minutos porque serão retomadas as normais condições de circulação, que atrasaram as deslocações nos últimos anos.

Os comboios de mercadorias poderão ter até 750 metros de comprimento em vez dos anteriores 450 metros.

É a segunda vez em dois anos que é encerrada a principal entrada de mercadorias por carris em Portugal. Em agosto de 2020, não houve comboios no troço Salamanca-Fuentes de Oñoro para a Adif, congénere espanhola da IP, concluir as obras de eletrificação.

A Linha da Beira Alta também era utilizada pelos comboios noturnos Lusitânia e Sud Expresso, para Madrid e Hendaya, respetivamente. Os serviços foram suspensos unilateralmente pela Renfe, transportadora ferroviária espanhola que era parceira da CP nestes comboios, em 17 de março de 2020.

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Newsletter ECOseguros será semanal no mês de Agosto

  • ECO Seguros
  • 24 Julho 2022

Esta newsletter diária ECOseguros será semanal até ao final do mês de agosto. No entanto estaremos atentos e enviaremos newsletters especiais para além da semanal sempre que se justifique.

Esta newsletter diária ECOseguros, distribuída gratuita e todos os dias úteis a mais de 6 mil subscritores por e-mail, terá uma periodicidade semanal a partir desta semana e durante o mês de agosto. Voltará ao ritmo diário, sempre às 7h30, a partir de 1 de setembro.

Esta habitual alteração de periodicidade nesta altura do ano deve-se ao menor movimento geral de clientes e dos profissionais de seguros e ao adiamento de novidades para depois do verão por parte da maioria das fontes de informação que habitualmente consultamos.

No entanto, estaremos sempre atentos às novidades e, caso se justifique, enviaremos newsletters especiais para além da edição semanal.

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A distribuição como eixo fundamental para uma longevidade sustentável

  • ECO Seguros
  • 24 Julho 2022

Viver muito mais anos, mas com qualidade, é um dos objetivos da ciência e dos seguros. Especialistas da Multicare e Fidelidade explicaram como a distribuição deve ajudar.

“A distribuição como eixo de uma longevidade sustentável” foi tema de debate promovido pela Fidelidade, no 1º Fórum Nacional de Seguros. Foi focado saúde, envelhecimento e o papel da distribuição seguradora.

Ana Rita Gomes da Comissão Executiva da Multicare, António Cerqueira, da Direção Mediação Norte da Fidelidade, Alfredo Falcão, da Direção Geral Negócio Vida Fidelidade partilharam experiência e conhecimento e apelaram aos distribuidores de seguros para passar a mensagem. José Villa de Freitas, da Direção Marketing e Cliente Fidelidade moderou a conversa.

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Marsh reforça liderança das corretoras globais de seguros

  • ECO Seguros
  • 24 Julho 2022

O ano pós-pandemia ainda trouxe fraco crescimento ao negócio e a fusão falhada da AON e Marsh dominou as expectativas. Oito das 20 maiores corretoras do mundo têm ligações a Portugal. Veja o top.

O grupo Marsh & McLennan reforçou a liderança mundial dos corretores de seguros em 2021, segundo dados coincidentes das consultoras Insuramore e da agência de rating A.M.Best. A Insuramore estima que, em 2021, a receita global das corretoras ou grupos corretores atingiu, em dólares, os 121 mil milhões de euros, um valor 3% superior ao obtido em 2020, primeiro ano da pandemia e da queda generalizada do PIB a nível mundial.

Dan Glaser (Marsh McLennan), Greg Case (AON) e Carl Hess (WTW) personificam a liderança de um quarto do negócio mundial de corretagem de seguros.

Os 20 maiores grupos significam quase metade da corretagem no mundo, com a líder Marsh a obter 11,5% de quota de mercado munidal no final de do ano passado. A AON manteve o segundo lugar crescendo 10,3% enquanto a WTW, ex-parceira de candidata a fusão, baixou 5% as suas vendas mas manteve o seu terceiro lugar no ranking mundial.

As quatro maiores do ranking estão representadas em Portugal. Marsh, AON e WTW têm sucursais portuguesas, a Costa Duarte representa a Gallagher, quarta maior grupo corretor do mundo e Lockton, a 7ª maior. O Grupo MDS é parceiro da Alliant no consórcio Brokerslink, mas passou a ser detido pela Ardonaugh Group que em 2021 passou a ser 16º maior. A Howden, o 14º maior tem representação direta em Portugal.

O ano 2021 foi marcado pelo fim do processo de fusão da AON com a WTW que daria a maior corretora do mundo. Assim as 5 maiores ficaram no ranking como em 2020. Segundo a A.M.Best no ano passado realizaram-se 1.034 negócios de fusão ou aquisição no setor com a Acrisure, agora 6ª do ranking mundial a comprar 122 congéneres, mais que a sua média de 104 negócios em cada um dos últimos 5 anos.

A Marsh McLennan celebrou em 150 anos 2021 reforçando a sua liderança com um crescimento de 13,6%, a AON cresceu 10% essencialmente por via orgânica, a WTW aproveitou a fusão para remodelar a companhia tendo regredido negócios em 5% e vendido o negócio de Tratados da Willis Re à Gallagher o que tornou a resseguradora desta última a terceira maior do mundo.

Destaque ainda para a Ameritrust Group que reentrou no top 20 mundial em 2021 e, em abril deste ano, a Fosun, também maior acionista da Fidelidade, vendeu a sua participação na corretora norte-americana.

Sendo grupos corretores, associam outros negócios pelo que a corretagem em si não significa todo o negócio que fazem com a sua marca ou marcas agregadas ao grupo. A Brown & Brown apenas realiza 65% das suas receitas na corretagem de seguros, mas já a Broadstreet Partners e a GoHealth dedicam-se 100% a esta categoria de distribuição de seguros.

Os 20 maiores grupos corretores do mundo em 2021 foram:

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ASF quer mais transparência em PPRs de seguros Vida

  • ECO Seguros
  • 24 Julho 2022

O supervisor alerta para o que deve ser comunicado aos clientes de PPRs sob a forma de seguro do ramo Vida, tanto na adesão como ao longo da duração do contrato e no reembolso.

A ASF lançou uma nota sobre os deveres de informação das empresas de seguros nos PPRs constituídos sob a forma de seguro do ramo Vida. O supervisor faz recomendações quanto aos esclarecimentos que devem ser fornecidos aos clientes antes da celebração do contrato, como, entre outros, o âmbito do risco coberto, a forma de cálculo e atribuição da participação nos resultados, quando esta existir, a definição de cada cobertura, a indicação dos valores de reembolso e de redução, a indicação do rendimento mínimo garantido, incluindo informação relativa à taxa de juro mínima garantida e à duração desta cobertura, quando tal for aplicável, assim como a quantificação dos encargos, a sua forma de incidência e o momento em que são cobrados (para os contratos com componente de capitalização).

A nova nota da “Campanha Segure-se Bem!” sobre os deveres de informação das empresas de seguros que comercializam PPRs sob a forma de seguro de vida ou de seguro ligado a fundo de investimento esclarece ainda qual a informação que deve constar do contrato e a que deve ser prestada pela empresa de seguros durante a duração daquele, como a relativa às alterações às informações prestadas no momento de celebração do contrato e que possam influenciar a sua execução, a alteração substancial da política de investimentos do fundo e respetivo perfil de risco, o valor das comissões cobradas e o rendimento obtido relativamente ao ano anterior (informação a prestar anualmente) e ainda o montante da participação nos resultados distribuídos, quando estejam em causa produtos com participação nos resultados (informação também a prestar anualmente).

A nota da ASF explicita também quais os deveres de informação na fase de reembolso, quer no caso de reembolso antecipado quer no caso do reembolso no termo do contrato.

A nota inclui ainda um léxico de expressões chave neste tipo de produtos.

Os PPRs podem ser constituídos sob a forma de fundos de investimento imobiliário, fundos de pensões abertos e fundos autónomos de uma modalidade de seguro do ramo Vida.

Os PPRs comercializados sob a forma de seguros de vida ou de seguro ligados a fundos de investimento têm registado um crescimento assinalável, impulsionando todo o ramo Vida.

De acordo com o Relatório de Regulação e Supervisão da Conduta do Mercado da ASF a produção de seguros ligados a fundos de investimento (unit linked) e em que o risco da aplicação é suportado pelo cliente, atingiu, no último ano, 5,2 mil milhões de euros, representando 63% da produção do ramo Vida.

No relatório, a ASF observa no relatório que o perfil de benefícios associados a este tipo de produto é muito diferente do associado aos seguros financeiros não ligados – seguros de capitalização de risco mais reduzido. “Tratando-se do mesmo mercado-alvo, poderá existir o risco de o produto não se encontrar alinhado com as necessidades, objetivos e perfis de risco dos consumidores de seguros”, avisa o regulador.

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Área seguradora da Accenture tem novo líder

  • ECO Seguros
  • 24 Julho 2022

Diogo Toscano Santos é o novo senior manager da Accenture para os seguros. Esteve na MetLife e na banca e considera-se um construtor de relações com parceiros de bancassurance.

Diogo Toscano Santos, é o novo Senior Manager da Accenture para a área de seguros da consultora, uma indústria a que propõe soluções específicas no âmbito da sua oferta de serviços de consultoria de gestão, tecnologia de informação e ‘outsourcing’ a diferentes atividades económicas.

Diogo Toscano Santos quer “desenvolver o negócio com a indústria seguradora, identificando as necessidades do setor e as principais tendências do mercado”.

A multinacional apresenta, na área dos seguros, múltiplas propostas. A Accenture Insurance garante ter “a experiência e amplo conhecimento digital para ajudar as seguradoras a cultivar a agilidade, criando serviços digitais ininterruptos para os clientes e novos fluxos de rendimento em toda a empresa”.

A Diogo Toscano Santos, que reúne mais de 20 anos de experiência em desenvolvimento de negócio e marketing no âmbito do setor financeiro, coloca-se a missão de “desenvolver o negócio com a indústria seguradora, identificando as necessidades do setor e as principais tendências do mercado, tendo como principal objetivo construir soluções integradas inovadoras e disruptivas com base nas competências das equipas pluridisciplinares altamente especializadas da Accenture”, refere um comunicado da consultora.

O novo Senior Manager da Accenture para a área seguradora é engenheiro de formação, pela Universidade Lusófona, possuindo um Executive Master em Marketing Management pelo ISCTE (Instituto Universitário de Lisboa), e um Master of Business Administration (MBA) pelo ISCTE-INDEG, além de outras especializações e cursos de formação.

Começou a sua atividade profissional na banca, no Millennium BCP, passou pela operadora de comunicações ONI e pelo BPI, ingressando depois no Banco Best onde permaneceu mais de sete anos. Em 2014, ingressou na MetLife como corporate sales key account manager para o mercado português. No momento em que transitou para a Accent exercia as funções de Business Development Manager na MetLife Portugal para as parcerias B2B2C.

“Esta aquisição reforça a equipa da Accenture com experiência e um amplo conhecimento do setor financeiro, bem como competências digitais para ajudar as seguradoras a fomentar a sua competitividade, criando serviços digitais perfeitos para os clientes e novos fluxos de receitas em toda a organização”, afirma a consultora no comunicado.

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“Nunca se pagaram tantos impostos como agora”, acusa líder do PSD

  • Lusa
  • 24 Julho 2022

Luís Montenegro diz que o Governo está a “arrecadar mais receita” através dos impostos com a escalada da inflação e considerou imoral que o executivo “meta dinheiro no bolso” em época de crise.

O líder do PSD, Luís Montenegro, disse que o Governo socialista liderado por António Costa está a “arrecadar mais receita” através dos impostos e considerou imoral que o executivo “meta dinheiro no bolso” em época de crise.

“É imoral quando as pessoas não têm dinheiro para pagar aquilo que é básico e o Governo esteja a meter o dinheiro das pessoas no bolso e nos cofres do Estado”, afirmou, realçando que em Portugal “nunca se pagaram tantos impostos como agora”.

Luís Montenegro falava no comício da Festa do PSD/Madeira, que decorre na Herdade do Chão da Lagoa, nas montanhas sobranceiras ao Funchal, e que conta com a presença de milhares de pessoas.

“Impostos máximos e serviços mínimos”, criticou o líder social-democrata, reforçando: “Na altura em que os portugueses, as famílias, as empresas dão mais recursos ao Estado, para o Estado cuidar da vida das pessoas, recebem em troca os piores serviços públicos desde que há democracia em Portugal.”

O presidente do PSD subiu ao palco com os militantes e simpatizantes a gritar repetidamente: “Nós só queremos o Luís em São Bento”, ao que, depois, respondeu: “O Luís só para em São Bento”.

“Eu preciso do vosso apoio, porque preciso do vosso estímulo para ser o próximo primeiro-ministro de Portugal. E não é por minha causa, é por causa dos portugueses”, declarou.

O PSD é governo na Região Autónoma da Madeira desde 1976, tendo liderado com maioria absoluta até 2019, ano em que estabeleceu uma coligação com o CDS-PP.

Montenegro disse que o país “está mal” e “cada vez mais pobre”, porque o socialismo traz “pobreza e dificuldades”, e referiu que, nos últimos 27 anos, o PS governou 20, incluindo os últimos sete, que considera ser o período mais crítico.

“Sete anos de António Costa e o que é que nós temos?”, questionou, para logo dar a responda: “Um país mais pobre, um país com as pessoas a amontoarem-se à porta dos hospitais, com escolas com alunos que chegam ao fim do ano sem terem professores em algumas disciplinas, com a nossa economia a ser ultrapassada por todas as economias europeias.”

E concluiu: “Isto tem um responsável e esse responsável chama-se António Costa e o Partido Socialista.”

O líder social-democrata disse que “não vale a pena atirar areia para os olhos das pessoas” face à situação do país e apelou à mobilização dos militantes para “construir com paciência um Governo laranja para Portugal” e para dar ao PS uma “temporada muito grande na oposição”.

“Vamos juntar-nos, vamos unirmo-nos, vamos estar junto do povo, vamos falar daquilo que interessa às pessoas, vamos dizer ao Governo que está a ganhar dinheiro com o aumento dos preços em Portugal e não está a saber estar ao lado daqueles que não têm dinheiro para pagar as contas no final do mês”, afirmou, acrescentando: “Vamos dizer que hoje a alimentação está mais cara, hoje a energia está mais cara, hoje o gás está mais caro, hoje os combustíveis estão mais caros, mas o Governo está a arrecadar mais receita.”

Luís Montenegro sublinhou a importância do PSD/Madeira neste projeto e prometeu apoio da estrutura nacional no aprofundamento do sistema autonómico, nomeadamente através da revisão da Lei das Finanças Regionais e reforço do Centro Internacional de Negócios.

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Da imprensa às rádios e TV, conheça as contas dos media não cotados em bolsa

A Renascença voltou aos lucros em 2021 e o Grupo Global Media reduziu os prejuízos, tanto na TSF como nos jornais. Nos restantes grupos, o comportamento é misto. Os números estão no Portal da ERC

O ano de 2021 foi de recuperação para as empresas de media cotadas em bolsa, com a Impresa a registar um resultado líquido de 12,6 milhões de euros (+ 12,5%), a Media Capital a reduzir o prejuízo para 4,1 milhões (uma recuperação de 63%) e a Cofina a fechar o exercício com um resultado líquido de 4,2 milhões (+165,9%). E as empresas cujo capital não está disperso em bolsa?

A resposta pode ser encontrada através de pesquisas no Portal da Transparência, da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), e tal como em 2020, os resultados diferem de empresa para empresa, com cinco dos grupos pesquisados com resultados positivos e outros cinco no vermelho. Dos cinco com resultados positivos, dois, a Lusa e a RTP, estão, parcial ou totalmente, na esfera do Estado.

A encabeçar os lucros encontramos em 2021 o grupo Renascença Multimédia. Após um resultado negativo de 2,8 milhões no primeiro ano da pandemia, período no qual o investimento publicitário travou a fundo, a dona das rádios Renascença, RFM e Mega Hits obteve rendimentos totais no valor de 15,1 milhões de euros e um resultado líquido positivo de 3,1 milhões. O passivo total era em 2021 de 5,3 milhões e o capital próprio de 8,3 milhões.

Segue-se o grupo RTP, com resultados positivos de 985 mil euros, e a Agência Lusa, com 383 mil euros. Apesar de no verde, as duas empresas apresentam comportamentos distintos. Em 2020, a RTP registou 3 milhões de euros de lucros, resultado que compara com os 985 mil euros de 2021. As receitas totais foram de 223,2 milhões. O passivo total é de 335,1 milhões e o capital próprio de -12,1 milhões. No caso da Lusa assistimos a um crescimento dos lucros em relação a 2020, ano no qual a agência registou um resultado positivo de 76 mil euros. Em 2021 as receitas totais foram de 16,8 milhões e passivo de 7,1 milhões. O capital próprio é de 5,7 milhões.

Também com resultados positivos, a Newsplex, editora do Nascer do Sol e do I Inevitável. Os títulos comprados este mês a Mário Ramires pela Alpac Capital, de Pedro Vargas David e Luís Santos, tiveram um resultado líquido positivo de 28 mil euros, valor que compara com um prejuízo de 103 mil no ano anterior. As receitas foram de 2,1 milhões. O passivo total é de 2,3 milhões e o capital próprio de -2 milhões.

Ainda em terreno positivo, embora com apenas 27,30 euros, a Trust in News, que obteve no último ano receitas totais de 15, 5 milhões de euros.

Na segunda metade da tabela, destaque para o Global Media Group, que resulta da soma da Rádio Notícias, empresa que detém a TSF, e da Global Notícias, proprietária do Jornal de Notícias, Diário de Notícias ou o O Jogo. Apesar de ainda apresentar prejuízos, são agora de 289 mil euros no caso da TSF e de 1 milhão de euros nos jornais, quando em 2020 eram de 2,1 milhões na rádio e 17,7 milhões na imprensa.

Observador On Time (Observador e Rádio Observador), Swipe News (proprietária do Eco), Megafin (Jornal Económico) e Público (Público) fecharam o ano com resultados negativos.

O Jornal Económico, recorde-se, foi comprado este mês pela Media9Par, sociedade criada há um mês pelo Emerald Group, do empresário angolano N’Gunu Tiny, para a área dos media.

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