Alemanha prepara nacionalização de mais duas energéticas e assume controlo de subsidiárias da russa Rosneft
O agravamento da crise energética obrigou o Estado alemão a conceder ajudas estatais a mais duas energéticas e a assumir o controlo de subsidiárias da gigante russa Rosneft.
Depois da intervenção na Uniper, o Estado alemão estará em negociações para nacionalizar outras duas grandes importadoras de gás, e já assumiu o controlo subsidiárias da gigante russa Rosneft na Alemanha, numa tentativa de assegurar que o setor não entre em colapso na sequência da crise energética na Europa.
A Bloomberg noticia que o governo de Olaf Sholz prepara-se para assumir o controlo de empresas e refinarias da gigante russa Rosneft, entregando a gestão ao regulador da rede energética germânico BNetzA. O regulador de rede assume o controlo da RN Refining & Marketing GmbH e da Rosneft Alemanha através de participações nas refinarias de Schwedt, Karlsruhe e Vohburg.
Em causa estão três unidades de processamento de petróleo, de entre as quais a refinaria da cidade de Schwedt, que é uma peça-chave do fornecimento deste combustível na Alemanha. A PCK, da Rosneft Alemanha, é a quarta maior refinaria do país e representa 12% da capacidade de refinação de petróleo no território alemão, fornecendo 90% do combustível fóssil usado por Berlim.
O governo alemão explica que a medida “contrabalança a ameaça iminente à segurança do fornecimento de energia e estabelece uma base importante para a preservação e o futuro da localidade de Schwedt”, disse o Ministério da Economia. Mais detalhes serão apresentados esta tarde pelo ministro da Economia Robert Hebeck.
Ainda de acordo com a Bloomberg, a VNG (que no início do mês já tinha avançado com um pedido de ajuda estatal) e a Securing Energy for Europe (SEFE e antiga Gazprom Germania) são as duas empresas que estão em consideração para serem nacionalizadas. Os termos da proposta estão ainda por ser desenhados, mas o anúncio oficial deverá acontecer nos próximos dias, assegurou fonte próxima do processo à publicação.
A volatilidade dos preços do gás e a decisão de Moscovo de suspender indefinidamente os envios de gás para a Europa, através da Alemanha, já provocaram uma série de resgates financeiros e a criação de linhas de crédito. No início da semana, a Uniper admitiu que as ajudas estatais concedidas desde julho já não eram “suficientes” e por isso estava à procura de “soluções alternativas”, entre elas, “um aumento direto do património que resultaria numa participação maioritária e significativa do governo alemão”. Com o principal gasoduto russo desligado, o Nord Stream, a Uniper tem estado a acumular perdas de até 100 milhões de euros por dia, segundo o CEO.
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