Greve é “o pior que podia acontecer” num momento em que a TAP está a recuperar, diz Pedro Nuno Santos
Pedro Nuno Santos afirmou que uma paralisação seria não ter em consideração "esforço tremendo que o povo português fez". Sindicato dos tripulantes está a discutir proposta para avançar para a greve.
O ministro das Infraestruturas considera que uma greve seria “o pior que podia acontecer” à TAP, num momento em que está a começar a recuperar. O principal sindicato que representa os tripulantes de cabine está a discutir esta quinta-feira uma proposta para uma paralisação a 8 e 9 de dezembro.
“O trabalho com os sindicatos e as estruturas que representam a TAP vai continuar, mas o pior que podia acontecer, num momento em que a empresa está a recuperar e a dar os primeiros sinais positivos dessa recuperação, era termos uma greve“, afirmou o ministro das Infraestruturas, durante a conferência de imprensa após o Conselho de Ministros.
“Claro que causaria uma disrupção na vida da companhia, nos resultados que está a apresentar, sem ter em consideração o esforço tremendo que o povo português fez para que a TAP não desaparecesse em 2020″, acrescentou Pedro Nuno Santos.
Está hoje a decorrer uma assembleia geral do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), convocada a 23 de outubro, com “caráter de urgência”, para debater a proposta de Acordo de Empresa feita pela TAP, que os tripulantes de cabine consideram “inenarrável”.
“Chegou o momento da Direção, em conjunto com os seus Associados, debater o atual momento da Empresa e apresentar as conclusões retiradas pela Direção sobre a proposta de AE enviada pela TAP, além de deliberar eventuais medidas a tomar – não descartando o recurso à greve“, escreveu o sindicato no comunicado enviado aos associados.
Segundo avança a SIC Notícias, uma das propostas em discussão é a convocação de uma greve para os dias 8 e 9 de dezembro.
“Temos a consciência de que os trabalhadores estão sujeitos a cortes muito relevantes nos seus salários e isso coloca grande pressão sobre eles e a organização das suas vidas. Não podemos iniciar o fim dos cortes antes da situação [na empresa] estar estabilizada”, disse também o ministro das Infraestruturas.
“Temos a expectativa, da parte dos trabalhadores, a cooperação para recuperarmos e conseguirmos salvar a companhia, que é a melhor forma de lhes salvar os empregos e os seus próprios rendimentos”, acrescentou.
A companhia aérea anunciou ontem que conseguiu um lucro de 111 milhões no terceiro trimestre, um desempenho que permitiu encolher para 91 milhões o prejuízo nos primeiros nove meses do ano.
“Depois de tanto debate sobre a TAP, acho que é muito relevante sabermos que a companhia aérea em que todos depositam esperança tenha dado um lucro superior a 100 milhões de euros”, reagiu Pedro Nuno Santos. “Dá-nos perspetivas muito interessantes sobre o futuro da companhia aérea e nega as declarações catastrofistas que têm sido feitas sobre a TAP”. Sobre a reprivatização, o ministro repetiu que “nunca foi intenção do Governo ter 100% do capital da companhia aérea”.
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